terça-feira, 21 de outubro de 2014

NEUTRALIDADE: O DILEMA DE FLÁVIO DINO NA SUCESSÃO PRESIDENCIAL

Dilma está um pote até aqui de mágoas com o PCdoB nacional, cobrando a aplicação do centralismo democrático
O governador eleito Flávio Dino (PCdoB) ficou de stand by na disputa presidencial: não é Dilma Roussef (PT) nem Aécio Neves (PSDB).

A neutralidade é constrangedora.

Dilma fez todos os movimentos para ajudar Flávio a ganhar as eleições contra a oligarquia Sarney.

Primeiro: nomeou o comunista para presidir a Embratur.

Segundo: não gravou depoimento em apoio ao candidato Edinho Lobão (PMDB).

Terceiro: evitou a participação em comícios no Maranhão, onde seria obrigada a subir no palanque de Sarney.

Quarto: fez coro com uma parte da direção nacional do PT, impedindo o partido de indicar o candidato a vice-governador na chapa de Edinho Lobão.

Em meio a uma disputa acirradíssima, Dilma esperava a reciprocidade mínima do governador eleito.

Não obteve.

Enquanto Dino silencia, seus principais aliados na coligação vitoriosa nas eleições fazem campanha ostensiva para Aécio Neves (PSDB).

Para atenuar o constrangimento do silêncio, Flávio orientou o PCdoB do Maranhão a engajar-se na campanha de Dilma, mas não surte o mesmo efeito que uma declaração pública do governador eleito.

Dino calou e aguarda o desfecho da disputa. A vitória do PT ou do PSDB no plano nacional vai influenciar, inclusive, a nomeação do secretariado no Maranhão.
O tucano Carlos Brandão, Aécio e Dino: interlocução garantida em um eventual governo do PSDB
Se Dilma perder, o PT maranhense será descartado, salvo as escolhas pessoais de quadros históricos.

Se Aécio vencer, Dino terá um staff de interlocutores junto ao governo federal: o vice-governador Carlos Brandão (PSDB), o deputado federal José Reinaldo (PSB), o senador Roberto Rocha (PSB), o prefeito de Imperatriz Sebastião Madeira (PSDB) e tantos outros.

O silêncio de Flávio estremeceu as relações entre o PT e o PCdoB no plano nacional.

Se Dilma ganhar, não há garantias de que os comunistas preservem um ministério e cargos federais em áreas importantes.

O dilema de Flávio reflete a contradição do Comitê Central do PCdoB. Nos documentos oficiais, a formulação dos comunistas demoniza o PSDB e Aécio Neves.

Na política real, o primeiro governador eleito dos comunistas está cercado de tucanos e nega Dilma.

A ferida está aberta, mas tem remédio para curar. Na política, tudo muda a todo momento.

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