terça-feira, 11 de novembro de 2014

NOTA APRUMA EM APOIO ÀS COMUNIDADES RURAIS AMEAÇADAS PELO GRUPO WTORRE

A Associação dos Professores da UFMA (Apruma), seção sindical do Andes/SN, emitiu nota de solidariedade aos moradores dos territórios rurais de São Luís, especialmente da comunidade Cajueiro, ameaçados pela empresa WPR, que, na ânsia de expandir seus negócios, pretende construir um porto privado na área onde vivem centenas de famílias de pescadores e agricultores.

Leia mais sobre o conflito aqui.

Abaixo, a nota da Apruma:

O processo de urbanização, a expressão do mito do progresso, tem aprofundado a desigualdade social no município de São Luís. O poder público, notoriamente, desloca todo seu aparato para garantir grandes empreendimentos e o lucro empresarial e de grupos políticos a eles vinculados, em troca, empurra comunidades tradicionais ao abismo social, desenraizando tais povos, deixando-os reféns da mesma lógica que nós temos assistido mais intensamente neste município desde final dos anos 1970 e início dos anos 1980.

Esta lógica tem expulsado famílias, destruído nossas coberturas naturais, extraído nossas riquezas, deixando a maior parte da população à mercê de grandes empreendimentos, como shoppings, indústrias, que privatizam a riqueza e socializam a miséria e a fome.

Dessa forma, expressamos nosso total apoio a todas as comunidades do território da Resex do Tauá-Mirim em São Luís do Maranhão, que têm travado uma heroica luta, há mais de uma década, contra os desmandos do poder público e de indústrias privadas, como agora a empresa WPR - São Luís Gestão de Portos e Terminais Ltda, do grupo empresarial WTorre, com toda conivência do aparato estatal, que querem destruir a centenária comunidade do Cajueiro em nome da velha e desgastada fórmula do progresso. 

Por derradeiro, solicitamos do governo do Estado que se posicione favorável à criação da RESEX de Tauá-Mirim e que o Governo Federal reconheça os direitos dessas comunidades tradicionais mediante edição do decreto presidencial de criação.

Também queremos, dessa forma, reafirmar o nosso papel em defesa da luta por um Maranhão que garanta a dignidade dos inúmeros povos que vêm sendo expurgados de seus territórios, a exemplo de indígenas, quilombolas e camponeses.

APRUMA

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