quinta-feira, 25 de junho de 2015

ROBERTO ROCHA: O NOVO CORONEL DO MARANHÃO


Senador Roberto Rocha está de olho no governo do Maranhão
Melhor discípulo de José Sarney, o senador Roberto Rocha (PSB) demarcou o território político onde pretende mandar, seguindo o exemplo do seu pai, Luiz Alves Coelho Rocha, figura-símbolo do sarneísmo, que governou o Maranhão de 1983 a 1986.

Seguindo a tradição oligárquica, Rocha já tem dois parentes na política. O irmão, Luiz Rocha Filho, o Rochinha (PSB), é prefeito de Balsas, na região sul do Maranhão. O filho, Roberto Rocha Junior (PSB), é vereador de São Luís.

A família é proprietária de terras em Balsas. No campo midiático, já controla uma rádio AM (Capital 1180 Khz) e uma concessão de emissora comunitária.

O senador defende o agronegócio como a mais importante matriz econômica do Maranhão e sua principal bandeira no Senado é a implantação de uma base naval em São Luís.

Ex-deputado federal por dois mandatos no PSDB, Roberto Rocha foi eleito senador pelo PSB, na carona de popularidade do governador Flávio Dino (PCdoB).

O projeto do senador é sentar o mais rápido possível na cadeira número um do Palácio dos Leões.

Tucano de formação, Rocha está no PSB por conveniência e vai marchar com o PSDB em 2018. Será o primeiro confronto direto com Flávio Dino, que deve ser candidato à reeleição no palanque local do PT.

O pensamento do senador está expresso na entrevista concedida aos jornalistas Clodoaldo Correia e Leandro Miranda, que pode ser acessada aqui

DONO DO PSB
O senador entre Roberto Freire e Eliziane Gama: palanque tucano no Maranhão

No raio-x da entrevista detecta-se de imediato a marca do cinturão coronelista na forma como ele se expressa em relação ao PSB na eleição de São Luís, em 2016. “O partido não tem movimentação nenhuma, porque eu sou o presidente e não estou me movimentando. Então, se eu não faço movimentação, o partido não está fazendo movimentação alguma”, decretou.

A mensagem é um aviso aos filiados, especialmente ao secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Bira do Pindaré, cujo nome é sempre cogitado para disputar a Prefeitura.

Os filiados, inclusive Bira, podem até se manifestar, mas cabe ao coronel a decisão. “E por cima dela nenhuma voz vai se sobrepor”, finalizou.

CAIXÃO DE EDIVALDO HOLANDA JUNIOR
O prefeito Edivaldo Holanda Jr, o governador Flávio Dino e o senador
Roberto Rocha podem estar em palanques separados em 2016 e 2018
Proprietário do PSB, o senador deve levar o partido a uma coligação com Eliziane Gama (PPS), principal adversária do prefeito Edivaldo Holanda Junior (PTC) e líder em todas as pesquisas.

Em 2016, Roberto Rocha já colocou a mão direita no caixão político do prefeito. “Qualquer candidato no segundo turno tem condições de ganhar dele”, sacramentou.

A posição do senador na eleição de São Luís destoa do interesse do governador Flávio Dino (PCdoB), avalista do projeto de reeleição de Edivaldo Junior.

O senador enfia sem pena a espora no lombo do prefeito, acusando-o de má gestão. Porém, as críticas de Roberto Rocha soam como cusparadas para cima, já que ele próprio foi vice-prefeito de São Luís, eleito na chapa liderada por Edivaldo Junior.

PALANQUE TUCANO EM 2018
Ninho maranhense: vice-governador Carlos Brandão, suplente de senador
Pinto Itamaraty e Eliziane Gama convergindo com o senador Roberto Rocha em 2018
A provável aliança entre Roberto Rocha (PSB) e Eliziane Gama (PPS) na eleição para a Prefeitura de São Luís 2016 é o prenúncio de 2018.

Líder em todas as pesquisas, se Eliziane ganhar vai fazer um alinhamento automático à candidatura tucana em 2018, contra os interesses do governador Flávio Dino.

Em uma frase solta no meio da entrevista, Rocha deu a senha: “Acho até que em 2018 a aliança do PCdoB será com o PT”.

Significa que o palanque tucano do Maranhão será liderado por Roberto Rocha, contra a candidatura dinista, provavelmente aliada de Lula/Dilma (PT).

Pode significar também um descolamento do PSDB maranhense da base de Flávio Dino, que se elegeu com o vice-governador tucano Carlos Brandão.

Com ataques frontais a Dilma, Roberto Rocha reitera o estelionato eleitoral petista no estado. “A Dilma teve uma votação sem vir no Maranhão. Não há uma única obra de infraestrutura do governo dela no estado do Maranhão. Nem mesmo do Lula”, denunciou.

Os surtos autoritários e personalistas do senador estão em vários momentos da entrevista, manifestados nas frases do tipo:

“Quantas vezes o prefeito Edivaldo Holanda Junior já falou comigo sobre eleição de 2016? Nenhuma vez. Se você me perguntar nesse minuto se ele é candidato à reeleição, eu vou dizer que para mim não é, porque nunca tratou comigo.”

“Sou uma asa do avião. Sem mim o avião não voa.”

ESQUERDA MALUCA

Na cabeça do senador, PSTU liderado por Marcos Silva é "esquerda maluca"
A pérola preconceituosa da entrevista foi dita quando o senador estratificou os campos políticos que disputarão a prefeitura de São Luís, em 2016.

Na visão do senador, os partidos de esquerda são “malucos”. Veja:

“São Luís terá quatro campos políticos: do governo com o prefeito, dos partidos aliados do Sarney, o campo político da esquerda, desses partidos malucos, e o campo político que pode ser criado”

Na entrevista, é importante ressaltar, o senador referiu-se à boa relação com o governador Flávio Dino e aos seus propósitos em relação ao Maranhão.

Suas bandeiras são o agronegócio e a base naval de São Luís. O governo, para ele, é uma empresa e precisa trabalhar na lógica liberal.

No cenário de crise, aconselhou o governador e o prefeito a cortar gastos e enxugar a máquina administrativa.

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