Mudança prometida por Edivaldo Holanda Jr em 2012 é muito tímida |
A Prefeitura de São Luís está de parabéns pela programação
cultural celebrativa dos 403 anos da cidade.
Na praça Maria Aragão lotada, o povo aplaudiu os pastores,
padres, cantores e outros trovadores, festejando a nossa diversidade religiosa
e musical.
Após a festa, é hora de fazer um balanço concreto da gestão
do prefeito Edivaldo Holanda Junior.
Começando pelo fato mais recente, o gestor eleito sob a promessa
de mudança filiou-se ao PDT, legenda que controla a cidade há 26 anos, direta
ou indiretamente, desde 1989, no primeiro mandato de Jackson Lago.
Esse traço de continuísmo reflete o perfil do prefeito. Edivaldo
Holanda Jr é um político tradicional e conservador, típico da elite política do
Maranhão.
MAIS DO MESMO
Apesar de jovem, o prefeito é arcaico. Sua forma de fazer
política repete a lógica dos velhos coronéis populistas.
Basta observar, por exemplo, o programa “Todos por São Luís” realizado nos bairros da periferia, onde a Prefeitura leva serviços
emergenciais às pessoas carentes de tudo, inclusive de self com o príncipe.
Edivaldo é uma espécie de pop star dos pobres e, com eles,
vai pavimentando a sua reeleição, turbinado com o programa Mais Asfalto do
governador Flávio Dino (PCdoB).
Das promessas da campanha de 2012, na perspectiva de
mudança, quase nenhuma foi cumprida.
Concretamente, a única mudança em São Luís foi a efetivação
do governador na função de prefeito e o deslocamento de Edivaldo Jr à condição
de candidato antecipado à reeleição.
VELHOS TEMPOS
O traço conservador da gestão se materializa na manutenção
do velho sistema clientelista que retornou à Secretaria de Trânsito e
Transportes o eterno Canindé Barros e suas intervenções anunciadas como “grandes
obras de mobilidade urbana”.
Os puxadinhos de Canindé Barros são a vitrine da política
urbana retrógrada. Sua concepção de mobilidade é voltada apenas para o
fluxo de veículos automotores, ignorando os pedestres, ciclistas, crianças,
cadeirantes e idosos.
Quanto mais estreita os canteiros e alarga as pistas, menos
espaço há para as pessoas sem carro ou moto. Pedestres e cadeirantes são relegados às sarjetas
sem calçadas ou ao precipício das avenidas arriscadas.
As “grandes obras de mobilidade urbana” de São Luís não
construíram uma ciclovia, elevado ou passarela em três anos.
Na sua forma atrasada de fazer política, o prefeito não
dialoga abertamente com a população nem com os movimentos sociais que formulam
políticas públicas na área de mobilidade urbana, ignorando a participação como
formulação fundamental da democracia.
De costas para a população, as audiências públicas para a revisão da Lei de Zoneamento foram um fiasco, sem representatividade e feitas a toque de caixa para atender aos empreiteiros (Sinduscon) e à Federação das Indústrias (Fiema).
De costas para a população, as audiências públicas para a revisão da Lei de Zoneamento foram um fiasco, sem representatividade e feitas a toque de caixa para atender aos empreiteiros (Sinduscon) e à Federação das Indústrias (Fiema).
Em vez de produzir mecanismos propositivos de diálogo com a cidade, o prefeito esbalda-se nos mutirões assistencialistas na periferia, tão
carente de tudo, onde até um abraço e uma fotografia servem de consolo.
CADÊ A LICITAÇÃO?
A Prefeitura não deu sinais concretos de que vai
abrir uma licitação transparente para o transporte coletivo, com ampla fiscalização, quebrando o monopólio do Sindicato das Empresas de Transporte (SET).
O travamento da licitação também está condicionado ao
sistema clientelista junto à Câmara dos Vereadores, onde reina o presidente
Astro de Ogum, uma espécie de primeiro-ministro de São Luís.
Atrelado ao método conservador de fazer política, o prefeito
fica refém dos empresários de ônibus que mantêm seus privilégios, enquanto a
maioria da população sofre nos ônibus velhos, lentos e sujos de São Luís.
Nessa lógica do conservadorismo, a reeleição do prefeito passa, necessariamente, pela
cooptação dos vereadores, no arcaico esquema clientelista funcional em São Luís.
E assim o prefeito vai pavimentando a sua reeleição, com asfalto,
festas pirotécnicas na Maria Aragão e os puxadinhos de Canindé Barros.
RETROVISOR
O prefeito fez uma opção clara de governar em benefício dos mais ricos, mantendo os privilégios dos empreiteiros e empresários de ônibus, por exemplo.
Aos pobres, restaram o asfalto e as operações publicitárias na periferia, transformando a Prefeitura em uma espécie de legião de assistência aos fins de semana.
No próximo ano o prefeito vai a julgamento, botando à prova a velha fórmula de tapar os buracos antes do próximo inverno.
Até agora não houve mudança nem renovação. Infelizmente, a cidade ultrapassou quatro séculos olhando para trás.
Aos pobres, restaram o asfalto e as operações publicitárias na periferia, transformando a Prefeitura em uma espécie de legião de assistência aos fins de semana.
No próximo ano o prefeito vai a julgamento, botando à prova a velha fórmula de tapar os buracos antes do próximo inverno.
Até agora não houve mudança nem renovação. Infelizmente, a cidade ultrapassou quatro séculos olhando para trás.
Como sempre, muito bem colocadas todas as suas observações. É muito gratificante ler um texto claro, objetivo e verdadeiro.
ResponderExcluirAlgumas críticas suas são pertinentes, especialmente quanto ao caráter conservador de sua política. No mais, você parece aquelas pessoas que trazem o senso comum na ponta da língua. Nada se pode fazer sem DINHEIRO e você sabe como Caostelo deixou as finanças dessa prefeitura. Você quer entregar este barco para aventureiros ? A pessoas desprovidas de um compromisso mais orgânico coma disputa pesada de 2018 ? Tu preferes fortalecer um projeto pessoal de um senador de espírito tucano, em 2018 e 2022 ?
ResponderExcluirPERMISSÃO PARA REPUBLICAR
ResponderExcluirEvan de Andrade
O senador tucano foi eleito por Flávio Dino, que tem o PSDB de vice. Além de tudo, qual é mesmo a diferença profunda entre tucanos e petistas? O ministro da Fazenda de Dilma é liberal e as medidas econômicas do governo petista parecem ter sido ditadas por Aécio/Serra/FHC. E eu que sou tucano???!!!
ResponderExcluirO senador tucano foi um mal necessário, pois o Flávio não podia arriscar mais uma derrota a prejuízo do próprio Maranhão. Ainda que o ajuste fiscal petista aproxime do ideário tucano, você não pode negar os avanços sociais e históricos do governo Lula/Dilma. Como professor universitário pode até ter muitas queixas, mas prefere retornar ao cenário pré-lula ?
ResponderExcluirVocê foi candidato a vereador em 2008, esteve próximo demais do Flávio e sabe que ele dará um rumo melhor para nosso estado. Para isso precisa somar todos os tijolinhos como foi em 2012, em 2014 e, entenda, 2018 passará por 2016. Sei que você é muito reticente a aliança com os setores tradicionais, mas não teríamos a oportunidade histórica de superar o " pior" a não ser por uma estratégia tão bem montada quanto a que tem sido pelo Flávio. Qual seria o melhor caminho ? Haroldo que nada construiu e botou décadas de luta da esquerda a perder ? Naquele 2008, com a máquina do Jackson ( Sedes) não se elegeu nem vereador. Seria o PSTU que embora valoroso, sofre de autismo eleitoral ? Acredito que a vaidade e ganância do senador o levarão à queda, pode escrever.
ResponderExcluirAdoraria ver uma guinada à esquerda, mas Bira é um bom candidato, mas ainda que tivesse o apoio do Flávio,Não tem chance de bater Elisiane mulher guerreira com seus pastores. Lembre que o melhor apoio de Flávio Dino é obra e não mais palavras. E obra, quem pode fazer é Edivaldo, o prefeito.
ResponderExcluirEdivaldo, Eliziane, Bira, Neto Evangelista... Todos podem fazer obras, todos são aliados do governador, que tem ajudado o prefeito, assim como pode ajudar os demais.
ExcluirArthur, a nenhum dos outros o Flávio, candidato, prometeu apoio para a disputa da prefeitura de São Luís em 2016. Flávio não pode asfaltar uma rua em São Luís e dizer que foi a pedido de Neto ou de Bira, mas convênio com o prefeito é mais que natural.
ResponderExcluirConvênio é natural sim, concordo. Não falei nada que fosse o contrário disso. O governador já disse que governa independente se o prefeito é aliado ou não e, no caso de São Luís especificamente, até agora todos os adversários do prefeito são do governo.
ExcluirInterbairros é recurso do estado e execução do município. A tese de que quem pode fazer obras é Edivaldo está incompleta. Não só Edivaldo pode, mas qualquer outro que seja eleito.
A minha conexão está ruim, há vários dias, por isso não estou interagindo bem nos comentários.
ResponderExcluirO amigo Artur fala da possibilidade de obras a qualquer que seja o eleito,EM 2016, é fato, mas falo de obras no momento, ou seja, 2015 e 2016. Estas só entes públicos podem executar. Deputados em mandato, emendam, indicam, mas não executam. O povo elegeu Holandinha, em 2012, pelas FALAS de Flávio Dino. Hoje o povo não elegerá ninguém por mera fala, mas por OBRAS REALIZADAS.
ResponderExcluirJá escrevi sobre o quadro de 2016. Será a prévia de 2018. Em São Luís haverá dois campos mais fortes para um segundo turno: Dino/Dilma/Holandinha contra Roberto Rocha/Aécio/Eliziane. Esse é o perigo. Uma eventual derrota de Holandinha é uma derrota pessoal do governador Dino.
ResponderExcluirNo segundo turno, não tenho ideia de como vai se comportar o PSDB. Vai seguir a aliança com Dino ou vai obedecer a orientação de Aécio e apoiar Eliziane?
Para onde o PSDB for, decide a eleição.