Vídeo da cadeirante se arrastando no chão do ônibus é o
filme do caos no transporte público de São Luís
É de amplo conhecimento que o Sindicato das Empresas de
Transporte (SET) tem influências sobrenaturais na administração de São Luís.
Sai prefeito, entra sucessor e a regra permanece: o poder
público viabiliza os interesses das empresas de ônibus e a população paga uma
das tarifas mais caras do Brasil, considerando a péssima qualidade do
transporte coletivo.
O problema é antigo, mas a bomba vai explodir em 2016.
Mobilidade urbana será um tema de forte agendamento na campanha eleitoral e
pode afundar o projeto de reeleição do prefeito Edivaldo Holanda Junior (PDT).
As obras de mobilidade urbana tocadas pelo secretário de
Trânsito e Transportes, Canindé Barros, são planejadas para facilitar o fluxo
de veículos e dão pouca atenção aos pedestres e usuários de transporte público.
A maioria da população sofre nos ônibus velhos, lentos e
sujos. Os novos, equipados com elevadores de acessibilidade, não funcionam a
contento.
O vídeo da cadeirante se arrastando no chão do ônibus é o
filme do caos no transporte público de São Luís.
LICITAÇÃO OBSCURA
O prefeito teve uma chance de dialogar com a população, se
fizesse um debate amplo e participativo para construir as regras da licitação
do transporte público.
Mas, os interesses do SET prevaleceram. Primeiro, a Câmara
Municipal garantiu uma regra esdrúxula para a licitação, aprovando uma emenda
do vereador Pavão Filho (PDT) que concede à empresa vencedora um prazo de até
seis meses para se adequar à exigência de 50% da frota com ônibus fabricados a
partir de 2013.
Depois de aprovar tudo na Câmara, a Prefeitura convocou uma
audiência pública para discutir com a população o que já estava definido pelos
vereadores.
Para piorar, a Prefeitura não queria permitir que os
participantes da audiência pública tivessem direito de falar.
Desse jeito, o prefeito Edivaldo Holanda Junior já nem precisa de adversários. Ele é o seu próprio inimigo.
Na audiência várias pessoas falaram, inclusive um ficou com um guarda-chuva reclamando dos ônibus.
ResponderExcluirFalaram depois de muita reivindicação dos participantes. As audiências públicas da Prefeitura são sempre assim. Tem de brigar para falar. O mesmo aconteceu nas audiências do plano diretor. Eu participei de várias e na primeira a organização não queria deixar falar. Permitia apenas perguntas por escrito. Só depois de muitos protestos e reivindicações, abriram para o público.
ResponderExcluirRevoltante !
ResponderExcluirPrezado companheiro e amigo Ed Wilson,
ResponderExcluirNós, que lutamos tanto nos idos de 1980 para que a população fosse ouvida, durante a campanha de questionamento da planta da Alcoa na Ilha de São Luís, verificamos aos longo desses anos que distorceram completamente o sentido das "audiências públicas" convocadas supostamente para ouvir os interessados. Em vez de falarem primeiro os interessados, é colocada uma mesa com explicações de natureza técnica de pouco alcance para o homem comum, logo após, é concedida a palavra ao plenário geralmente de 3 minutos cada intervenção e ainda para serem feitas perguntas por escrito, e o que é pior as audiências são designadas e convocadas com avisos minúsculos, dificultando a participação dos interessadOS, É o famoso "faz-de-conta" para legitimar as barbaridades. Josemar Pinheiro, advogado e jornalista
Falou tudo, Josemar. A cultura da participação política só piorou nos últimos 20 anos.
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