Gestão Holanda Jr escondeu as audiências públicas da população |
A
Prefeitura de São Luís teve diversas oportunidades de dialogar com a população
e fazer a revisão do Plano Diretor na regra democrática, mas não o fez. As
poucas audiências públicas realizadas para modificar a Lei de Zoneamento, sem
divulgação, esvaziadas da participação popular, mais pareciam reuniões de
empreiteiros do Sinduscon (Sindicato da Construção Civil) e dos executivos da
Fiema (Federação da Indústria do Maranhão). Os primeiros, interessados na
especulação imobiliária; os segundos, na expansão do Distrito Industrial.
Não
há nada de errado nos interesses dos grupos econômicos que geram empregos e
dinamizam a economia. São Luís precisa de investimentos necessários ao
desenvolvimento.
O
problema é que os privilégios do empresariado são colocados acima da maioria
dos direitos da população. Qualquer empreiteira ergue um condomínio em áreas de
preservação e joga o esgoto nos rios da ilha de São Luís, sem fiscalização, apenas para ficar nesse exemplo.
Na
revisão do Plano Diretor, os empreiteiros, com o apoio da Prefeitura, impõem a
construção de prédios com 31 andares, invadindo os espaços públicos, sem plano de saneamento ambiental nem o devido cuidado com a mobilidade dos pedestres e ciclistas.
A
Fiema, por sua vez, cobiça a Zona Rural para expandir o Distrito Industrial,
provocando o deslocamento das populações tradicionais da ilha, processo já
iniciado com a implantação da Alumar e da Vale. Em 2016, uma nova investida
pretende radicalizar a ocupação da comunidade Cajueiro para a construção de um
porto privado da WPR.
Se
você cruzar a ponte São Francisco no sentido Centro, pela manhã, vai ver à sua
direita a chaminé da usina termelétrica a carvão mineral expelindo poluentes.
Esse é o futuro da Zona Rural de São Luís, se não houver um freio na expansão
do Distrito Industrial sem respeito à legislação ambiental.
Portanto,
o que está em jogo na revisão do Plano Diretor é a qualidade de vida de toda a
população de São Luís, ameaçada pelos empreendimentos imobiliários, industriais
e portuários sem a devida observância aos indicadores de poluição ambiental,
saneamento e mobilidade, apenas para ficar nesses exemplos.
O
Plano Diretor é uma peça fundamental no planejamento da cidade e tem de ser
debatido com a população de forma transparente, para que os gestores públicos,
o capital privado e os cidadãos encontrem caminhos para o desenvolvimento
humano em plenitude.
Infelizmente,
em São Luís ocorre o contrário. A revisão do Plano Diretor foi feita de forma
obscura do começo ao fim, sem a participação dos principais interessados – os
moradores da cidade.
Nessa
forma de ver a cidade, a Prefeitura age negando o interesse público e se
transforma em lobista do Sinduscon e da Fiema.
De
nada adiantou trocar João Castelo (PSDB) por Edivaldo Holanda Junior (PDT) e
proclamar a mudança, se permanece a gestão conservadora da cidade.
Desde
o início, o processo de revisão da legislação urbanística foi marcado por falta
de habilidade para conduzir um tema de vital importância para a cidade.
Na
reta final, piorou. A Prefeitura “revalidou” a revisão do Plano Diretor
atropelando o Conselho da Cidade. Veja aqui
Assim, é golpe.
Professor, se deixarmos a passionalidade de lado, veremos que trocamos 6 por meia dúzia... infelizmente, o Maranhão carece de políticos que pensem em seu povo, o que não acontece aqui. Os interesses individuais estão acima de tudo, e ninguém tem interesse em escolas boas e que informem os cidadãos maranhenses. Está mais que óbvio isso, com um governo que é "mais do mesmo" com as mesmas práticas (ou até piores, porque alterar números é o fim para quem prega a verdade), e tem as mesmas enganações e personagens que dão nojo ( como aceitar Waldir Maranhão que criou a Univima e acabou com a UEMA?). Infelizmente, essa é nossa realidade nua e crua. Jackson Lago foi o único homem honesto e pagou por sua honestidade... Maria
ResponderExcluirA população tem que dar o cartão vermelho para esse prefeito incompetênte. A hora tá chegando. É em outubro.
ResponderExcluirCaro Ed Wilson,
ResponderExcluirEm matéria da chamada "governança solidária" e "da participação popular", temos vistos desencontros que resultaram no sepultamento do Orçamento Participativo e na falta dos "Diálogos", infelizmente, reduzidos a "Monólogos", precisamos avançar na participação direta do povo, pois, a democracia que aí está não tem povo, uma classe política que não dialoga com a população, pratica o ventriloquismo e assume uma postura autoritária e profundamente avessa à transformação social. Aproveito sua coluna para desmentir que tenha votado alguma matéria na Câmara Municipal de Vereadores do servidores municipais, não tenho nenhuma cadeira ali, que é ocupada por uma pessoa tem meu mesmo sobrenome e que desinformados ou malintencionados têm difundido como se fosse eu confundindo alhos com bugalhos. Josemar Pinheiro