No geral, as campanhas
trataram de questões urgentes (educação, saúde, transporte etc), mas faltou um
debate mais profundo sobre as diretrizes do plano diretor e propostas
consistentes acerca da reurbanização de São Luís.
Temas como calçadas,
ciclovias e parques ambientais – tão importantes nas outras cidades – passaram
ao largo dos programas eleitorais.
São Luís está tão abandonada
que o futuro prefeito só precisa tapar os buracos e colher o lixo com
regularidade. É reeleição na certa.
Veja um breve perfil de cada
candidatura:
João Castelo (PSDB)
Televisão é importante, mas
não faz mágica. Com uma gestão desastrada, Castelo se desgastou ainda mais
quando falou de asfaltamento na cidade. As obras eleitoreiras, de última hora,
não conseguiram reverter o quadro negativo da administração tucana. O VLT
voltou-se contra ele. O eleitor de Castelo está envergonhado.
Edivaldo Holanda Junior (PTC)
Conseguiu emplacar o discurso
do novo. Jovem, desenvolto na tela, fez tabela com Flavio Dino (PCdoB) na
estratégia de renovação da política. Até agora não foi atacado nesse item, mas
pode sofrer baixas no segundo turno, quando Castelo expuser as alianças de
Holanda com Weverton Rocha (PDT), por exemplo.
Washington Oliveira (PT)
Por unanimidade, é o pior
candidato. Tentaram de tudo com ele: boné do PT, camisas de várias cores,
entrevista em estúdio, arrastão etc, mas nada adiantou. Virou ventríloco de
Lula e Dilma. Do meio para o fim da campanha, escondeu a madrinha Roseana
Sarney (PMDB). Não fala coisa com coisa. Com um tempo de televisão exagerado
(12min), é um fracasso. Não passou de um laranja de Castelo.
Eliziane Gama (PPS)
Fez a melhor campanha de
televisão, emocionante, criativa, consistente de propostas. Mesmo com pouco
tempo de propaganda, conseguiu superar os adversários em qualidade. É a
candidata mais antenada com as concepções de desenvolvimento sustentável.
Eliziane tem sensibilidade e isso é fundamental em um embate midiático. Já sai
vitoriosa da campanha. O apoio de Marina Silva é merecido.
Tadeu Palácio (PP)
Enfrentou dificuldades
estruturais desde o início da campanha. O último programa, veiculado sexta-feira,
estava com péssimo áudio e qualidade de imagem. Tadeu não conseguiu comparar a
administração dele com a de Castelo. O tempo reduzido também contribuiu para a
derrocada. Palácio também embaralhou a cabeça do eleitor. Fez sucessivos
ziguezages políticos e ao fim das contas não se sabe de que lado ele está.
Marcos Silva (PSTU)
Manteve o discurso
contundente, de resistência ideológica, mas faltou a criatividade das campanhas
anteriores. Faltou o bordão característico do partido, que fez tanto sucesso
nas eleições de outrora: “contra burguês, vote 16” ; “eu acredito é na
rapaziada” e “só a luta muda a vida”. A campanha do PSTU ficou mais pobre na
criatividade. Endureceu, mas perdeu a ternura.
Haroldo Sabóia (PSOL)
O tempo reduzido e a falta de
estrutura abalaram a campanha midiática do socialista. A exemplo de Marcos
Silva, Haroldo também não conseguiu construir um discurso com criatividade e
empolgação. Ficou aquém do esperado na desconstrução dos adversários. Foi
consistente nas propostas sobre serviços e infra-estrutura, mas o formato
poderia ser melhor trabalhado.
Ednaldo Neves (PRTB)
É um laranja demolidor. No
papel de coadjuvante de Edivaldo Holanda Junior (PTC), Ednaldo Neves atacou bem
o prefeito João Castelo (PSDB). Os filmes sobre o VLT desconstruíram a farsa
eleitoreira do prefeito. O bordão “a coragem do novo” até que pegou bem.
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