quinta-feira, 8 de novembro de 2012

MOBILIDADE URBANA E A HERANÇA DO VLT



Acima, as árvores derrubadas para colocar os trilhos. Abaixo, a vala aberta na rotatória de acesso à região Itaqui-Bacanga. Duas imagens da desastrada aventura do prefeito João Castelo (PSDB) para implantar o VLT em São Luís.

Resultado: ficou tudo abandonado após a eleição.

Vala aberta no retorno de acesso à região Itaqui-Bacanga: mais transtornos
no trânsito após o abandono da obra
Qualquer pessoa sensata é favorável às obras que possam melhorar a mobilidade em São Luís.

Temos uma das passagens mais caras entre todas as capitais do país. Os ônibus são sucatas ambulantes, desconfortáveis, demorados, fumacentos e lentos.

Os terminais da integração foram transformados em ringues, onde os mais fortes e habilidosos, no jogo de empurra-empurra, ganham as vagas nos coletivos.

Mas a compreensão de mobilidade não pode ser reduzida à construção de novas avenidas e ruas. São medidas essenciais; porém, a mobilidade vai além da obra grande.

Não temos nenhum metro de ciclovia. As calçadas e meios-fios estão destruídos e as rampas de acesso às pessoas com deficiência, idosos e diabéticos são insignificantes.
A Prefeitura desmanchou os campos de futebol improvisados no Aterro do Bacanga
A ausência de equipamentos urbanos voltados para a mobilidade afeta não só as pessoas que possuem carro, mas toda a população.

Nossa sinalização horizontal e vertical também é precária.

As praças de São Luís, com raras exceções, foram transformadas em depósito de entulho, estacionamentos, camelódromos, lava-jatos ou restaurantes improvisados.
Uma das alças do retorno de acesso à região Itaqui-Bacanga está bloqueada até hoje
A mobilidade passa também por pequenas rotinas administrativas como a capina das sarjetas e meios fios, varrição das ruas, limpeza dos logradouros públicos, manutenção das calçadas e meios-fios.

O morador da cidade precisa desfrutar dos espaços coletivos, exercitando o direito de passear, contemplar e vaguear distraído com o olhar do flanneur.

Portanto, somos favoráveis às iniciativas racionais, planejadas e transparentes que levem à melhoria da mobilidade para todos os moradores da cidade.
Fim da linha para o VLT no trecho próximo ao Mercado do Peixe
O VLT é uma obra importante, mas da forma que foi iniciada, de última hora, com requintes eleitoreiros, deixou um rastro de problemas por onde passou.

Pelas sinalizações iniciais colocadas no percurso do trem, o plano da Prefeitura era fazer o trajeto sobre o canteiro central da avenida dos Africanos, tendo de derrubar todas as árvores no meio do caminho e retirar todos os postes de iluminação pública.

Depois o traçado mudou para a Areinha. E já no final da eleição o prefeito-candidato João Castelo (PSDB) falava de uma linha em direção à área Itaqui-Bacanga.
Depois de desviar a rota inicial, o VLT passaria entre o posto e o Mercado do  Peixe
A eleição passou, a obra parou e ficou apenas a herança das árvores cortadas, a rotatória em frente à capela de São Pedro rasgada ao meio e com uma das alças de retorno fechada.

A rotatória de acesso ao eixo Itaqui-Bacanga, com 46 bairros, recebe ainda o fluxo de veículos e ciclistas da UFMA, do Porto do Itaqui, da Vale e das pessoas que viajam pelo ferry-boat para a Baixada Maranhense.
A vala de Castelo. Após a eleição ficou tudo abandonado
A Prefeitura não só abriu uma vala no meio da rotatória como bloqueou um dos acessos de retorno.

Ao tentar resolver o problema da mobilidade, a obra do VLT acabou conturbando ainda mais o caótico trânsito de São Luís.

No fim do mandato, Castelo se despede da cidade com essas imagens que atestam a gestão dele do começo ao fim – o caos.

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