quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O PT EM PEDRINHAS: CEZAR BOMBEIRO NO FOGO CRUZADO

O petista e sindicalista Bombeiro, sob ataque de vários lados na barbárie de Pedrinhas
O petista Cezar Bombeiro, controlador do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindspem), precisa se manifestar sobre duas publicações envolvendo o nome dele nos episódios recentes de Pedrinhas.

Bombeiro é o vice-presidente do sindicato, presidido por Antonio Benigno Portela, mas quem dá as cartas é o petista.

A primeira citação foi no blog do jornalista Marco D’Eça, alertando para o vazamento das imagens de presos degolados, feitas por celular e entregues ao jornal Folha de São Paulo. (reveja aqui)

A Folha informa inclusive que o vídeo foi cedido pelo sindicato comandado por Bombeiro, cujo nome de batismo é Cezar Castro Lopes.

As imagens são a principal peça de acusação contra o governo Roseana Sarney (PMDB), deflagrando o gigantesco desgaste do Maranhão frente à opinião pública internacional.

Marco D’Eça questiona: “como Cezar Bombeiro teve acesso a um vídeo feito por detentos? E quem deu o celular aos detentos para fazer a filmagem?”

O blogueiro só exagera quando insinua ligações entre Bombeiro e Flávio Dino (PCdoB), dentro de uma linha de interpretação do governo Roseana que vê em Dino um manipulador da midia nacional contra os Sarney.

BONS COMPANHEIROS

Cezar Bombeiro foi candidato a vereador pelo PT, em 2012, na chapa liderada pelo ex-vice-governador petista Washington Oliveira (WO), derrotado em quarto lugar na disputa pela Prefeitura de São Luis.

A ligação de Bombeiro é com WO, que ganhou de Roseana Sarney o cargo de conselheiro vitalício no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ainda é mal agradecido.

Se WO fosse solidário à sua companheira Roseana, teria aconselhado o petista Bombeiro a não fazer oposição ao secretário de Administração Penitenciária, delegado Sebastião Uchôa, e recomendaria ao sindicato que não entregasse as imagens dos degolados à Folha.

Cezar Bombeiro é um dos principais opositores do secretário Uchôa, criticado pelo Sindspem desde que assumiu o cargo, em março de 2013.


SINDICATO DEFENDE A TORTURA

Mas o ataque direto ao sindicato veio do advogado Luis Pedrosa, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB no Maranhão, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, feita pela jornalista Mônica Manir, republicada no blog do jornalista Raimundo Garrone

Ao ser indagado sobre o caos em Pedrinhas, Pedrosa afirma que o sindicato “defende a tortura” e levanta a hipótese de que as mortes no presídio começaram após as trocas de comando feitas por Uchôa, afastando os elementos supostamente corruptos ligados ao Sindspem.

Pedrosa refere-se também ao vídeo "fajuto" entregue pelo sindicato ao juiz Douglas de Melo Martins contendo imagens falsificadas que induziam a tortura em Pedrinhas.

Veja as perguntas e respostas, com edição da jornalista Mônica Manir, do Estadão:

A partir de quando a violência fugiu de controle? Houve um estopim?

Luis Pedrosa - Como o método de trabalho deste governo é sempre jogar a responsabilidade em alguém, nessa mesma entrevista a governadora responsabilizou, entre outros setores, um segmento corrupto dos agentes penitenciários, cujo presidente de sindicato na verdade está ligado ao grupo Sarney. É um sindicato que defende a tortura e foi ele quem entregou, em dezembro, um vídeo fajuto ao CNJ de um homem agonizando com uma perna esfolada, após suposta sessão de tortura em Pedrinhas.

A troco de quê o sindicato teria feito isso?

Luis Pedrosa - Com o intuito de derrubar o titular da pasta da administração penitenciária, Sebastião Uchôa, que defende a metodologia de presídio da Apaq (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados), entidade católica que propõe a gestão das penitenciárias pelos próprios presos. A Apaq foi testada em São Paulo e Minas Gerais e diminuiu muito a violência e o índice de fuga. Essa visão de ressocialização entrou em confronto com esse segmento dos agentes penitenciários, ainda mais quando se descobriu a corrupção endêmica que havia dentro dos presídios. Uchôa substituiu os diretores ligados aos sindicatos e aí, coincidentemente, começaram as mortes. Claro que, se não houvesse facções, elas não tinham começado. Mas as facções foram organizadas com o apoio desses segmentos de agentes.

Trata-se de um ataque frontal ao sindicato. O que Bombeiro e seus companheiros têm a dizer?

Marco D’Eça é jornalista fiel do Sistema Mirante.

Pedrosa é pré-candidato a governador pelo PSOL, oposição radical a Sarney.

Apanhando dos dois lados, o sindicato e Bombeiro precisam apagar esse incêndio.

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