Algo de estranho acontece na "greve" dos rodoviários.
Toda greve tem conflitos, menos essa do transporte público em São Luís. Observe que não há piquetes na porta das garagens, não foi feita nenhuma passeata ou mobilização e nem assembleias permanentes da categoria para decidir.
Simplesmente, o sistema parou, sem que houvesse qualquer enfrentamento ou resistência entre empregados e patrões.
A perspectiva de solução é construída na Justiça, sem mobilização nem pressão dos grevistas.
Essa situação atípica deixa dúvidas, levando a entender que a greve e o boicote dos empresários andam de mãos dadas.
A paralisação do sistema de transporte público de São Luís dá claros sinais de que é um boicote dos empresários para pressionar a Prefeitura, com quatro objetivos:
1) aumentar o preço das passagens;
2) obter redução ou isenção de impostos;
3) ganhar mais "subsídios" - dinheiro do contribuinte na conta das empresas;
4) impedir o avanço da proposta de licitação para contratar novos concessionários e, consequentemente, manter o monopólio de empresas poderosas como a Taguatur;
Não houve necessidade de piquetes na porta das garagens porque os próprios empresários se encarregaram de recolher os ônibus para "sensibilizar" a Prefeitura.
O prefeito Edivaldo Holanda Junior (PTC) vem se segurando para não ceder ao aumento, que lhe renderia mais desgaste na administração.
A Prefeitura também não quer sofrer o desgaste de uma nova derrama de dinheiro para os empresários, com o nome de "subsídio".
Seria um desgaste tão grande quanto o aumento do preço da passagem.
Para sair da crise, Holanda Junior (PTC) anunciou a licitação, mas só para 2015, depois da eleição, quando outro boicote deve ser armado para extorquir a população, sempre a maior boicotada.
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