Marizélia Ribeiro
Professora UFMA/Departamento Medicina III
Mapa da greve de 2012, tendo à frente o ANDES-SN |
Todos nós, docentes das universidades federais, quer ativos
quer aposentados, fomos beneficiados com os ganhos da greve nacional dos
docentes federais de 2012. Inclusive os que foram contra e decidiram continuar
com suas atividades acadêmicas por motivos institucionais (prazos da CAPES,
conclusão de pós-graduações, consultas ambulatoriais agendadas e etc.) e
pessoais (férias programadas e outros interesses).
Nossa greve começou grande e forte e foi deflagrada também
em 4 das 6 seções ligadas ao PROIFES, à CUT e ao governo Dilma.
Se não obtivemos o plano de cargos e salários nem a carreira
que pretendíamos, não foi por falta de enfrentamento do ANDES-Sindicato
Nacional ao Governo Dilma, um patrão que é opressor e ameaçava cortar salários
dos dias paralisados.
Do 0% de aumento na iminência da greve, conseguimos reajustes
para ativos e aposentados, os quais minimizaram as perdas inflacionárias.
Também a incorporação de uma gratificação ao vencimento básico das carreiras de
Magistério Superior e EBTT e o fim de concurso para o docente ascender à classe
Titular. Interrompemos a criação da classe Sênior, que estendia a nossa
carreira por mais 8 anos, uma das perversidades pretendidas pelo governo Dilma.
Tenho orgulho de ter participado desse movimento em minha
primeira experiência como diretora de uma seção sindical do ANDES-Sindicato
Nacional, a APRUMA-SS.
Sei que a liberdade de pensamento faz parte da democracia.
Sempre respeitei colegas que resolveram romper com a APRUMA-SS por divergências,
mas nunca se voltaram contra a nossa categoria. Fui capaz de não responder às
provocações sobre o pouco trabalho acadêmico dos que estiveram à frente da greve
por aproximadamente 4 meses.
O atual momento é outro. Estamos diante de mais uma tentativa
da Reitoria da UFMA de organizar um pretenso “sindicato” em sintonia com o
Governo Dilma e outros reitores. Saibam: não o será de direito porque não pode
haver mais de um registro sindical de uma categoria no Cadastro Nacional de
Entidades Sindicais, segundo o § II do Art. 8° da Constituição Federal.
O que significa a criação desse pretenso “sindicato”? Um
engodo para enfraquecer nossa luta. Alternativa encontrada diante das derrotas
da chapa branca nas disputas eleitorais da APRUMA-SS, em 2010 e 2012.
Precisamos de um sindicato que defenda a universidade
pública, autônoma e de qualidade, a nossa carreira, o trabalho docente e o
professor, sob pena de:
a) Perda de ganhos conquistados;
b) Expansão da previdência complementar – professores
recém-ingressos consultaram a assessoria jurídica da APRUMA-SS porque estavam
sendo pressionados a aderirem ao FUNPRESP, mesmo aprovados em concurso anterior
à lei que criou essa crueldade para a aposentadoria;
c) Professores serem demitidos de forma arbitrária. Não
esqueçamos que o professor Wildoberto Gurgel teve sua demissão assinada pelo
Reitor e publicada sem ter sido avaliada pelo CONSUN, contrariando a Portaria
430/2009 do MEC. Que, levada ao CONSUN, a demissão foi aprovada com votos de todos
os conselheiros que ocupavam cargos de confiança. E suspensa pela Justiça Federal,
em decorrência de ação judicial impetrada pela assessoria jurídica da APRUMA-SS;
d) Obras com preços estratosféricos (a reforma da entrada do
campus de Chapadinha custou mais de 750 mil reais) e não concluídas anos após
os prazos;
e) Paralisações discentes por inadequada assistência
estudantil;
f) Concursos à margem de leis e resoluções;
g) Haver privilégios na comunidade acadêmica;
h) Intervenções como a que ocorreu no COLUN;
i) Manter a falta de critérios isonômicos para transferência de
professores entre campi;
j) Agravar ainda mais a evasão discente (taxa de sucesso da
graduação próxima a 50%);
k) Produtivismo cada vez mais intensificado;
l) Aprovação de resoluções que dificultarão sobremaneira a progressão
na carreira. Já leram a minuta das normas regulamentadoras da carreira de
Magistério Superior? Viram que propuseram 2 pontos para orientação finalizada
de doutorado e 10,5 pontos por interstício para cargo de direção CD3?;
m) Adoecimento de docentes e
n) Outras mazelas a depender dos interesses dos gestores das
universidades federais.
Aos docentes que comungam com esse pretenso “sindicato”
ligado às Reitorias e ao MEC, meu “sinto muito”.
Vale informar que professores da UFMA têm se filiado à
APRUMA-SS ao se defrontarem com arbitrariedades institucionais.
Como servidora pública federal e não empregada da
Administração Superior de uma universidade, eu tenho liberdade e sigo sob as
leis que disciplinam e regem o meu trabalho.
Artigo sem estrutura. Falta coerência: começo, meio e fim. Ainda tentando entender.
ResponderExcluirBastante incoerente é o comentário anterior, isso sim, que peca ao tentar imitar o estilo de Dad Squarisi (com suas frases curtíssimas, porém de muito efeito). Quanto ao artigo, este está muito bem escrito. Consegue transmitir claramente a opinião da autora quanto à questão sindical da UFMA, além de apoiar-se em informações relevantes,como o histórico recente dos docentes e as leis pertinentes. Mas o que não faz uma funçãozinha de confiança, hein?!
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