terça-feira, 22 de julho de 2014

SARNEY DESPREZA A MEMÓRIA DE BANDEIRA TRIBUZZI

Na praia da Ponta d"Areia, as sobras do memorial Bandeira Tribuzzi
O jornalista, poeta e escritor Bandeira Tribuzzi, autor do hino de São Luís, fundador do jornal O Estado do Maranhão, tem um legado cultural a ser respeitado.

À memória de Tribuzzi foi erguido um memorial, localizado na praia da Ponta d"Areia, há tempos em completo estado de abandono.

O jornal criado por Bandeira deu origem ao império midiático de José Sarney - o Sistema Mirante de Comunicação. 

A situação do memorial é lastimável. Tomado pelo mato, o prédio está tão desprezado que não serve sequer para o abrigo de drogados, mendigos ou sem teto.

Vez por outra, Sarney escreve loas a Tribuzzi, mas não tem a consideração de mandar capinar o memorial erguido ao "amigo".

A filha do senador amapaense, Roseana Sarney (PMDB), é governadora do Maranhão pela enésima vez. Ela também nunca se importou com o memorial.

A ponta (e não península), onde foi erguido o memorial, é um cartão postal da cidade. Lá, estão concentrados os apartamentos proporcionalmente mais caros do mercado imobiliário brasileiro, na faixa de R$ 5 milhões.

Os apartamentos são adquiridos por prefeitos corruptos, agiotas, gente enriquecida com a política e profissionais liberais que trabalharam honestamente para comprar um imóvel com vista para o mar.

Em meio aos prédios luxuosos, as ruas esburacadas e sem calçada. Nas proximidades do memorial abandonado, empilharam um monte de pneus velhos para conter a erosão à beira-mar.

Esse é o retrato do Maranhão. Luxo e abandono misturados.

Os prédios caríssimos estavam ameaçados pelo movimento das marés. Rapidamente, a Vale construiu um quebra-mar para proteger o patrimônio da burguesia.

Foi a obra mais rápida construída em todos os tempos no Maranhão, visando também impedir o assoreamento no Porto do Itaqui e no Porto da Vale.

Em tempo recorde, centenas de caçambas foram mobilizadas, com dezenas de metros cúbicos de pedra, para construir o quebra-mar, impedindo a erosão na ponta.

Ali será erguida uma marina, bem próximo ao memorial Bandeira Tribuzzi, que segue abandonado.

Para a oligarquia, há 50 anos no poder, pouco importa se Bandeira Tribuzzi ajudou Sarney a criar um jornal que virou um império midiático, alimentado com as verbas publicitárias do governo.

A obra literária de Tribuzzi também é desprezada na imagem do memorial abandonado.

O poeta da louvação a São Luís é um ser sem memória.

Assim como Tribuzzi, milhões de maranhenses têm o mesmo tratamento - o abandono e o desprezo.

Para Sarney, só a multiplicação da fortuna e dos privilégios da sua família têm sentido e valor.

Todo o resto do Maranhão, é lixo!

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