Moradores de comunidades ribeirinhas terão rádios comunitárias para facilitar a comunicação |
O ministro das Comunicações, André Figueiredo,
anunciou que as comunidades afrodescendentes do Brasil vão ser beneficiadas com
novas rádios comunitárias, além de contar com um reforço nas políticas de
inclusão digital. A revelação foi feita durante Comissão Geral da Câmara dos
Deputados, nesta terça-feira (22), para discutir o tema Discriminação Racial no
Brasil e comemorar o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação
Racial.
André Figueiredo disse que o Ministério das Comunicações vai
lançar, em abril, dois editais de seleção, com 60 rádios comunitárias, para
beneficiar especificamente populações de matriz africana, ribeirinhas,
quilombolas, residentes em assentamentos rurais ou colônias agrícolas. "A
radiodifusão será também um espaço para contribuir com toda a discussão,
divulgação e manifestação cultural dessas comunidades tradicionais".
"Houve conquistas nos últimos anos. Mas precisamos
fazer muito mais para extirpar de vez qualquer tipo de desigualdade",
ressaltou o ministro durante a sessão na Câmara, que foi transformada em
Comissão Geral para debater o tema "Discriminação Racial no Brasil".
Em seu pronunciamento, André Figueiredo lembrou nomes
históricos na defesa da cultura negra e na luta contra a desigualdade racial,
como Abdias do Nascimento e o cearense Chico da Matilde, o dragão do mar. O
ministro frisou que o Ceará, seu estado de origem, foi o primeiro a abolir a
escravidão no País.
O ministro destacou que as políticas públicas de
inclusão digital têm como objetivo reduzir todo tipo de desigualdade.
Atualmente, o Ministério das Comunicações conta com 98 pontos do programa
Governo Eletrônico - Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac), que dão acesso
à internet, em comunidades quilombolas de 22 estados brasileiros. Além disso, há
previsão de ativar outros 39 pontos de conexão à rede.
A Comissão Geral para discutir o tema da discriminação
racial foi proposta pelo deputado Damião Feliciano. "A maioria da
população brasileira se define como preta ou parda. Não vemos uma distribuição
racial, como a retratada pelo IBGE, em nenhum dos poderes da república.
Precisamos de políticas públicas abrangentes para corrigir essa
distorção", afirmou. A solenidade contou com a participação de vários
deputados federais e autoridades representativas da população afrodescendente
brasileira.
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