terça-feira, 31 de maio de 2016

RELANÇAMENTO DA ANTOLOGIA DOS PÁRIAS NO PAPOÉTICO

Publicação reúne poemas, fotos e jornais que contam a história do grupo de poetas que editava a revista Uns & Outros nos anos 1980. Evento acontece nesta quarta, dia 1º de junho no projeto Papoético, Taberna da Bossa, Praia Grande, com debate e leitura dos integrantes da Akademia,  dentre eles Fernando Abreu, Paulo Melo Sousa, Garrone, Paulinho Nó Cego, Marcello Chalvinski, Zé Maria Medeiros e Celso Borges.

Nos anos 1980 uma geração de jovens poetas, em sua maioria da Universidade Federal do Maranhão, reúne-se em torno da revista Uns & Outros e formam a Akademia dos Párias. Vestem a roupa da irreverência e assumem uma linguagem que dialoga com a prosa de Charles Bukovski e John Fante, o reggae de Bob Marley e Peter Tosh, a poesia de Leminksi, o rock brasileiro e a geração marginal nascida na zona sul do Rio de Janeiro na década anterior.

Politicamente o Brasil vive a agonia da ditadura militar, o fim da censura e o surgimento da geração coca-cola, conforme leitura do compositor Renato Russo (Legião Urbana), que forma, ao lado de Cazuza (Barão Vermelho) e Arnaldo Antunes (Titãs), o triunvirato do melhor da poesia nascida das letras e atitudes incorporadas ao rock e ao mundo pop daqueles anos. 

Entre 1985 e 1989, principalmente, realizam performances ousadas e espalham pelas ruas, becos e bares da ilha, uma dicção poética até então inédita na cidade. Akademia dos Párias: a poesia atravessa a rua reúne quase 100 poemas dos mais de 420 publicados nas oito edições da revista Uns & Outros, porta voz da Akademia. Na obra estão versos de 25 desses poetas, entre eles Ademar Danilo, Antonio Carlos Alvim, Celso Borges, Fernando Abreu, Garrone, Guaracy Brito Jr, Joe Rosa, Mara Fernandes, Marcelo Silveira (Chalvinski), Paulinho Nó Cego, Paulo Melo Sousa, Rezende, Ronaldão, Ribamar Filho e Suzana Fernandes. 

“Esta antologia não é um acerto de contas com os Párias. Há, claro, algum rigor na escolha dos poemas, mas também um olhar generoso sobre o que aquilo representou, tanto para as pessoas agentes daquela intervenção como também para o momento cultural e político que São Luís vivia”, afirma o poeta Celso Borges, um dos organizadores da antologia ao lado de Fernando Abreu, Raimundo Garrone e Marcelo Chalvinski.

Segundo Garrone, boa parte dos poemas escolhidos sobreviveu esteticamente ao tempo. “Outros, em menor número, já envelheceram, mas estão presentes porque têm a cara daquela década”, diz. 

O projeto gráfico, assinado por Marcelo Chalvinski, mistura ilustrações e grafismos originais com intervenções atuais, além de fotografias da época, a maior parte delas do acervo pessoal de Lisiane Costa, que não era poeta, mas fazia parte da turma. A foto da capa é do músico André Lucap.

O Projeto Papoético retornou com suas atividades culturais na última quarta-feira, 25 de maio, no bar Taberna da Bossa, na Praia Grande (rua do Trapiche). Na ocasião, aconteceu a palestra "A Judicialização da Política", com o advogado Guilherme Zagallo. O projeto, idealizado pelo poeta Paulo Melo Sousa, é articulado pelo Coletivo Papoético, possui formato aberto a todas as linguagens, e prioriza arte e cultura, além de temas atuais. A atividade antecede o projeto semanal de Chico Nô, Juca do Cavaco e convidados, "Conversa de Botequim", com Chorinho e Samba de Raiz.

AKADEMIA DOS PÁRIAS – A POESIA ATRAVESSA A RUA

Lançamento dia 1º de junho, 19h

Projeto Papoético - Bar Taberna da Bossa, rua do Trapiche (Praia Grande)

Com leitura de poesia e debate.

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