Isso não é assunto para brincadeira. As doenças provocadas pelo Aedes aegypti são crueis. Mas, cabe reflexão e até ironia com os tempos e os hábitos em constantes mudanças.
Nas cidades, depois que aterraram os rios, riachos e brejos, os sapos sumiram. Eles eram os predadores naturais dos mosquitos.
Desapareceram também os animais que serviam de alimento aos insetos: pacas, cotias e outros pequenos bichos.
Assim, o mosquito se urbanizou e veio morar dentro de nossas casas, buscando a água limpa que antes havia nos ribeirões das cidades.
O Aedes aegypti é o chupa-cabra pós-moderno, o devorador do sangue humano mais cruel do século XXI no Brasil.
Sem os sapos, o mosquito urbanizado é combatido com os inseticidas. Aí eles foram adaptados da lavoura para os ambientes da cidade.
Nas festas da grafinagem da zona sul carioca o povo chic só cheira a repelente. Nas portas dos condomínios, antes do baile, é obrigatória a higienização da pele.
O status do perfume é um indicador do poder aquisitivo da socialite. Cada chanel representa um papel nas festas das gentes elegantes.
Agora, veio o repelente para atrapalhar a captura dos aromas. São as mutações dos tempos e das coisas.
O cheiro inebriante dos perfumes foi trocado pelo princípio ativo da icaridina, uma das principais substâncias de repulsa ao mosquito.
E assim vamos alternando o perfume das atrações e a antipatia dos repelentes. É a roda viva do mundo.
Daqui a pouco põem aroma no repelente e surge o novo perfume chanel 3: contra dengue, zica e chicungunya.
Já dizem que o perfume Bombshell, da Victoria's Secret, funciona para afastar o mosquito. Leia mais aqui
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