quarta-feira, 7 de maio de 2008

Grilagem no Cerrado e Baixo Parnaíba

FÓRUM DENUNCIA NOVA GRILAGEM NO CERRADO E BAIXO PARNAÍBA

* Financiamento vem do Banco Mundial

* Sojeiros e algodoeiros serão beneficiados

O IFC (International Finance Corporation), braço financeiro do Banco Mundial, emprestará US$ 40 milhões de reais para o grupo SLC, empresa que planta soja e algodão nos estados do Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia e Maranhão.

O empréstimo destina-se à compra de terras por parte da SLC em todo o Brasil. O IFC apresenta-se como uma instituição que "promove o investimento em projetos sustentáveis do setor privado em países em desenvolvimento, como uma maneira de reduzir a pobreza e melhorar as condições de vida de suas populações."

No caso do empréstimo do IFC à SLC, o Fórum Carajás e as suas instituições parceiras se espantam com a falta de transparência do banco, que em nenhum momento buscou diálogo com as organizações locais e regionais que atuam nas regiões do Maranhão onde provavelmente a empresa fará ofertas: Cerrado Sul-Maranhense e Baixo Parnaíba.

Acaso o IFC providenciasse o mínimo de abertura com as organizações para informá-las a respeito do empréstimo, seria bem informada que a SLC, pelo menos no Baixo Parnaíba, é marcada por inúmeras irregularidades na aquisição de mais 11 mil hectares da fazenda Palmeira, nos municípios de Buriti de Inácia Vaz e Mata Roma.

A propósito, o Fórum Carajás teve acesso a documentos que comprovam que boa parte da propriedade da fazenda do grupo SLC está assentada em terra pública que foi grilada no ano de 2002 com as anuências do cartório do município de Buriti e do escritório regional do Ibama, então sob responsabilidade de Antônio Moisés, indicação do grupo Sarney

Para comprovar a veracidade da denúncia na Gleba F foi autorizado o desmatamento de todos os seus 888 hectares de Cerrado sem previsão de reserva legal e sem a averbação em cartório da área do lote e da área de reserva legal.

Outra denúncia diz respeito ao aterramento da nascente do riacho Estrela, tributário do rio Munim, conforme relatos de moradores da região.

Os moradores relatam ainda a morte de trabalhadores que manuseavam agrotóxicos.

Onde está a sustentabilidade apregoada pelo IFC?

É necessário que o banco se informe melhor sobre o requerente e sobre as áreas onde eles atuam.

Fonte: Secretaria Executiva do Fórum Carajás

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