quinta-feira, 9 de setembro de 2010

FUTEBOL MARANHENSE NA LAMA

A várzea, campo improvisado e nascedouro de tantos craques, está à frente de qualquer denominação do futebol profissional maranhense. Este vive na lama fofa e putrefante, onde é impossível bailarem os pés dos jogadores.

Como quase tudo no Maranhão é atrasado, o futebol é o retrato grotesco desse mandonismo perverso. Ouço no rádio a falência do Moto Clube, um dos times tradicionais do Maranhão. É revoltante.

Os novos clubes como o JV Lideral, de Imperatriz, sofrem as perseguições dos esquemas da Federação Maranhense de Futebol (FMF).

Nosso futebol vive de heróis - os torcedores e jogadores - que mesmo sob todas as dificuldades conseguem ir a campo tentar fazer da cartolagem bizarra um espetáculo esportivo.

O resto é deprimente. O estádio Castelão passa por uma reforma interminável. O presidente da FMF, Alberto Ferreira, perpetua-se no cargo.

O Moto está morto e com ele uma parte da alegria do futebol maranhense.

Um comentário:

  1. Já era de se esperar uma notícia como essas mais cedo ou mais tarde. Kléber Verde foi demitido a bem do serviço público e deixou mais essa herança ao povo do Maranhão.
    O que se passa é que no Maranhão, a perpetuação de modelos, símbolos, significados, práticas e paradigmas antigos leva ao fracasso tudo e todos nesse Estado, onde mais da metade da população está sem trabalho e agora mais um clube morre no tempo pelas práticas inescrupulosas ge grupos aquém de seu tempo.
    Há tempos escrevi que as políticas públicas de esporte e lazer padecem de problemas de ordem conceitual e de cunho operacional no Maranhão.
    O esporte e o lazer se modificaram a passos largos ao longo dos últimos 60 anos, enquanto que no Maranhão o paradigma político permanece o mesmo inerte há mais de 50 anos, o resultado não poderia ser outro.
    O esporte e o lazer no Maranhão restringem-se a direitos de poucos, muito poucos mesmo, um modelo fruto da mesma gestão política que está nesse meio século perpetuando-se no poder ano após ano.
    Foram vários os textos, foram muitos os avisos e nada foi atentado, o que hoje se restringe a um clube facilmente vai nos levar ao limiar do fim das políticas públicas de esporte e lazer no Estado do Maranhão.
    Ricardo André
    Mestre em Gestão Desportiva pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
    Membro do Partido Comunista do Brasil do Diretório Municipal de São Luís - Ma.

    ResponderExcluir