segunda-feira, 2 de julho de 2012

CONQUISTAS DA GREVE


Marcos Fábio Belo Matos
Professor doutor do Curso de Comunicação Social –
habilitação em Jornalismo do CCSST.

Junho acabou e deixou um grande legado da greve dos professores das universidades federais. O movimento, que começou tímido em meados de maio, termina o mês com o saldo histórico de 56 universidades de portas fechadas, de norte a sul do país, com adesão de professores, técnico-administrativos e alunos e uma imagem positivada na mídia– fato que pode ser verificado pelas matérias em veículos de imprensa nacionais, denunciando as péssimas condições de algumas universidades e hospitais universitários. 

O governo não acreditava na força do movimento e não o respeitava. Quebrou a cara.

Para nós, da UFMA, os ganhos também foram bastante positivos. Primeiro, conseguimos uma mobilização histórica dos professores. Com “honrosas” exceções, todos os cursos pararam, total ou parcialmente. Tivemos uma aproximação entre a  Apruma  e os campi do continente, o que existia de maneira bastante tímida, fortalecendo e ampliando a nossa representação sindical. 

E conseguimos, de alguma maneira, pautar as ações mais localizadas dos campi que estão fora de São Luís, que têm demandas e carências bastante específicas – prova disso foi o seminário sobre as novas licenciaturas, recentemente promovido, e a colocação na pauta geral das necessidades locais dos vários campi.

Em Imperatriz, também conquistas representativas. Fizemos uma greve positiva, pra cima, e tivemos a adesão da enorme maioria dos professores. Conseguimos ocupar o campus com atividades distintas: minicursos, palestras, sessões de cinema, capoeira, música, eventos científicos, todas abertas à comunidade. 

Tivemos uma cobertura bastante positiva da imprensa local (jornal, sites, rádio e televisão). E houve uma aproximação importante entre os cursos, que em geral não se comunicavam muito – prova disso foi a formação de um comando local de greve com professores representando a maioria dos cursos do CCSST.

Se a greve acabasse hoje, por tudo isso, ela já seria vitoriosa. Mas ela segue. Firme e histórica, com um total já de 95% das federais, até o alcance dos nossos objetivos, que são o respeito à carreira docente e a efetivação de uma educação universitária de qualidade – na mais ampla acepção desse termo.

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