Wyllys, do PSOL, critica a posição do PSC nas temáticas dos direitos humanos |
por Jean Wyllys, deputado federal (PSOL-RJ)
"Graças ao jogo de
interesses entre os partidos da base aliada, é quase certo que o pastor e
deputado Marco Feliciano presidirá a Comissão de Direitos Humanos e
Minorias da Câmara dos Deputados.
Esse fato não é escandaloso
--e eu não me oponho a ele-- pelo simples fato de ele ser pastor. Se o deputado
Marco Feliciano fosse um pastor identificado com a garantia dos direitos
humanos e da dignidade das minorias estigmatizadas, não haveria problema algum
e eu não faria qualquer oposição.
Acontece que o deputado Marco
Feliciano é um inimigo público e declarado de minorias estigmatizadas e tem um
discurso público que estimula a violação da dignidade humana desses grupos.
Como pode presidir uma
comissão de direitos humanos e minorias um deputado que disse que o problema da
África negra é "espiritual" porque "os africanos descendem de um
ancestral amaldiçoado por Noé", revivendo uma interpretação distorcida e
racista da Bíblia, que já foi usada no passado para justificar a escravidão dos
negros?
Como pode presidir uma
comissão de direitos humanos e minorias um deputado que se referiu à Aids como
"o câncer gay"? Um deputado que defende um projeto de lei para obrigar
o Conselho Federal de Psicologia a aceitar supostas "terapias de reversão
da homossexualidade" anticientíficas e baseadas em preconceitos.
Um deputado que quer
criminalizar o povo de terreiro e enviar pais e mães de santo à cadeia por
rituais religiosos que estão presentes nos mesmos capítulos da Bíblia que ele
usa para injuriar os homossexuais? Ele lê a Bíblia com um olho só. Um deputado
que apresentou um projeto para anular diversas (boas) decisões do Supremo
Tribunal Federal, entre elas a sentença que reconhece as uniões homoafetivas
como entidades familiares.
Na verdade, para ser justo, o
acordo realizado para dar a presidência da CDHM ao PSC, com ou sem Marco
Feliciano, já era um grave problema. Trata-se de um partido que fez campanha
definindo a família de uma maneira que exclui não só gays e lésbicas, como
também as famílias monoparentais, as com filhos adotivos e tantas outras.
Trata-se de um partido que defende posições fundamentalistas que vão contra os
direitos de muitas das minorias que essa comissão deve proteger.
Eu me formei num cristianismo
que acolhe os diferentes, respeitando sua dignidade. Eu me apaixonei na
juventude por esse cristianismo que deu origem à Teologia da Libertação, que
participou da luta contra a ditadura e que nos deu grandes referências.
O PSC, lamentavelmente, não
tem nada a ver com isso. E Marco Feliciano menos ainda! Que ele seja o novo
presidente da comissão é uma contradição: é como colocar à frente das políticas
contra a violência de gênero um cara que bate na mulher.
É isso que milhares de
brasileiras e brasileiros estão sentido nesse momento: que a Câmara bateu
neles. Em nós --confesso que eu também senti. Às vezes, me pergunto o que estou
fazendo aqui. Mas depois vejo a mobilização de milhares de pessoas para impedir
essa loucura e penso: é isso que estou fazendo, tentando representar aqueles
que, como eu, sempre receberam mais insultos e porradas que direitos e estima!
Saibam que não estão sozinhos! Luta que segue!"
JEAN WYLLYS, 38, é deputado
federal pelo PSOL-RJ
um pouquinho sobre direito, democracia e respeito as instituições
ResponderExcluiranos atras um bispo iurd cutucou com o pé uma imagem catolica de seus cultos, ele foi criticado e afastado, cometeu vilipendio do objeto sacro. é direito e lei.
diz a CF Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 3º é reconhecido a união estavel entre homem e mulher - de onde os constituintes tiraram isso? eles não inventaram nem criaram nada - isso parte da tradição dos judeus confirmado pelo cristianismo - portanto FAMÍLIA e CASAMENTO é uma imagem imaterial e objeto de culto que faz parte do rito no cristianismo.
vivemos no regime democratico, certo? então como o stf quer mudar a constituição na base da caneta? podem eles querer pegar uma imagem de rito religioso e vilipendiar sem ninguem poder fazer nada? vivemos democraticamente e a anos que pessoas fazem o que querem com suas vidas na sociedade, mas se eles querem mudar os conceitos da base da sociedade que façam isso democraticamente, que mudem a CF mas sem usar os termos familia e casamento que são objetos de direito cristão. ter direito é bom mas que ele fique limitado onde começa o direito do outro.
democracia sim, mas com responsabilidade, justiça e respeito aos direitos individuais e coletivos.