Inspirado
nas atitudes transgressoras dadaístas do início do século XX, meio sem pedir
licença, como se fosse um ‘Sem Espaço’, o artista visual Cláudio Costa vai se
apropriar poeticamente da Casa de Nhozinho, espaço cultural na Praia Grande, em
São Luís, promovendo no local exposição, happening, além de oficinas de construções
coletivas, toque de caixas e recitais de poesia.
O patrocínio
é do I Edital Universal de Apoio à Cultura Maranhense, da Secretaria de Estado
de Cultura (Secma). A ocupação abriu sábado e prolonga até 15 de julho. Nesse
período, o público poderá apreciar instalações, shows e inúmeras atividades
oferecidas gratuitamente.
Cláudio
Costa vai mostrar em São Luís, em especial para artistas, fragmentos de uma
longa experiência estética no campo das artes visuais ocorrida nos últimos 12
anos por meio do Projeto Rotas Geopoéticas, que ele vivenciou viajando, em embarcações,
por isolados comunidades do Litoral do Maranhão.
Na Casa
de Nhozinho, o Projeto Rotas Poéticas é uma exposição resultante das viagens de
Cláudio Costa na embarcação-atelier, quando ele e um grupo de artistas
construíram e levaram expressões da arte contemporânea e educação para um
público diferenciado. A vivência promoveu cultura e a arte contemporânea entre povos
que vivem em distantes e isoladas localidades da costa maranhense.
As
apresentações na casa de Nhozinho Claudio Costa nominou de ‘Estas+Dias
Geopoética’. “É o termo que uso para a ação de permanência nas localidades que
encontrei ao longo da Litoral do Maranhão. É algo como uma medida
espaço-temporal onde se desenvolve a relação de convívio com os moradores de
ilhas distantes”, expressou o artista.
Para
ele, a exposição na Casa de Nhozinho é o afloramento do espaço remetido à
pausa, ao pouso, à permanência etérea. “É a própria ação dentro do tempo e do
local, o espaço do encontro e o momento das trocas, onde são realizadas
apropriações de elementos poéticos da paisagem marítima do Maranhão”.
Em
outras palavras, Cláudio Costa vai oferecer jóias da arte construídas nestes últimos
anos. São fragmentos e relatos dos inúmeros trabalhos construídos durante as
viagens.
Vivenciaram
as rotas poéticas, com Cláudio Costa, os poetas Paulo Melo e Souza, Henrique
Santos, Kátia Dias, Luiz Henrique Resende e Couto Correa Filho; Rose Coureira
(arte-educadora) Luiz Pazzine (teatrólogo e professor da Ufma), Juliana Manhãs
(arte-educadora), Periandro Barreto (psicanalista), Sérgio Castanheira
(músico), Silvio Botelho (pintor), Luiz Inácio de Oliveira (filósofo), além do Mestre
Lourimar que comandou a embarcação.
O
cineasta Beto Matuck, que também participou das Rotas Geopoéticas, está realizado
um documentário, no qual estão algumas das passagens, formas de criação e
instalações vivenciadas por Cláudio Costa durante as rotas.
Da
vivência das Rotas Geopoéticas restaram fragmentos que estarão presentes na
exposição. “Os fragmentos, os restos das viagens de Claudio Costa denunciam e,
também, representam, de forma viva, o todo desse trabalho inédito e criativo. É
isso que estamos traduzindo na Casa de Nhozinho”, afirmou o diretor da Casa,
Jandir Gonçalves.
Atividades
da Ocupação
A
abertura dos trabalhos será com a ocupação de ranchos de taipas instalados na
área externa da Casa de Nhozinho. Nestes locais serão colocadas obras em
tecido, objetos e construção coletiva de obras. Até o dia 23, serão realizadas
visitas monitoradas e oficinas como a experiência estética na construção de
figurinos com o grupo teatral Cena Aberta da Ufma, participação de estudantes
universitários e aberta a alunos do Ensino Médio.
No dia
23, véspera de São João, às 12h, a ocupação se concretiza definitivamente, com
uma feijoada regada a toque de caixeiras de Dona Tereza Aroucha, de Cajueiro
(município de Viana). Neste dia, os artistas fazem um relato das Rotas Poéticas
com projeção de imagens.
SERVIÇO:
O QUE: Lançamento
da exposição ‘Estas+Dias Geopoéticas’ de Cláudio Costa e convidados
QUANDO: até
15 de julho
ONDE: Casa
de Nhozinho (Rua Portugal na Praia Grande, no centro histórico de São Luís)
PÚBLICO:
Aberto, gratuitamente, para todos os públicos.
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