terça-feira, 30 de setembro de 2014

"O DOIDO", ELEIÇÕES E EXCEÇÕES NO MARANHÃO

Vários meses antes da eleição, já se sabe quem vai ocupar as vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados.

As projeções são feitas com base no "volume de campanha" e na "estrutura" das candidaturas, ou seja, a máquina de fazer votos, geralmente associada ao poder aquisitivo dos políticos.

O poderio financeiro dos candidatos chama-se "o doido". Quando esse personagem entra em cena, todas as outras armas são inválidas.

MAIS DO MESMO

Nas regiões mais pobres da capital, São Luis, e no interior do Maranhão, onde o voto é vulnerável, "o doido" é definitivo.

Gente de classe média alta e ricos também se beneficiam do "doido", com muitos privilégios antes, durante e depois das eleições.

E assim vão se reproduzindo os deputados estaduais e federais, em bancadas geralmente iguais, submetidas aos interesses do Palácio dos Leões.

Nas prefeituras, a situação é pior. Os gestores municipais, submissos ao Governo do Estado, mudam de posição ao sabor dos convênios fabricados às vésperas das eleições.

Foi assim com Roseana Sarney e com o ex-sarneísta José Reinaldo Tavares, formando-se a procissão de prefeitos para assinar a liberação de dinheiro, fruto dos convênios, que nunca se concretizam em benefícios para a população.

Concorrendo com o dinheiro oficial, os agiotas são fortes financiadores de campanha, obtendo privilégios em troca dos mandatos que garantem.

RENOVAÇÃO

Na reta final da campanha surgem as matérias sobre "renovação" nas casas legislativas. Essa renovação, geralmente, é a troca de seis por meia dúzia.

Sai um deputado e entra outro, sem que mude o perfil parlamentar.

Geralmente ganha alguém que teve mais força para arregimentar recursos e articular apoios, mas nada altera na atuação do "novo" deputado.

A troca de um parlamentar por outro, de qualquer partido, pouco muda a situação do Maranhão, que segue o pior em todos os indicadores sociais.

As listas dos prováveis eleitos já começaram a ser divulgadas. Entre os contemplados estão Ana do Gás, empresária de Santo Antônio dos Lopes; e Josimar de Maranhãozinho, conhecido como "o moral da BR", em referência à estrada federal 316, que corta os municípios do Alto Turi até a fronteira com o Pará.

Das 42 vagas da Assembleia Legislativa e 18 da Câmara Federal, nem todas são ocupadas por parlamentares oriundos de esquemas financeiros.

Como toda regra, há exceções. Sobram duas ou três cadeiras disputadas por candidatos alternativos.

O deputado Bira do Pindaré (PSB) fez um bom mandato e merece ser reeleito. Ex-petista, militante histórico vinculado aos movimentos sociais, Pindaré consta na lista dos eleitos com mérito.

Ele merece um novo mandato.

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