sábado, 25 de outubro de 2014

POLARIZAÇÃO PT x PSDB CHEGOU AO LIMITE

O cenário de uma disputa acirrada entre os candidatos à Presidência da República aponta duas certezas a partir de segunda-feira:

1)      Quem ganhar a eleição terá oposição forte;

2)      O PSDB voltou a sonhar com o governo;

Desde a reeleição de Lula, em 2006, todas as previsões dos tucanos apontavam o cenário de um jejum prolongado, que se confirmou na eleição de Dilma Roussef (PT) em 2010.

Tudo estava tranquilo para renovar o mandato petista, até a queda do avião que matou Eduardo Campos (PSB).

Esse fato inusitado mudou todo o panorama eleitoral. Marina Silva (PSB) disparou e desidratou rapidamente, sob intenso bombardeio do PT, que esqueceu Aécio Neves (PSDB).

Contrariando as pesquisas, o tucano ultrapassou Marina e ameaça Dilma no segundo turno.

Ibope e DataFolha dão vitória a Dilma. As pesquisas do PSDB indicam o contrário.

Antes da queda do avião Dilma tinha larga vantagem. Os números de hoje apontam vitória apertada.

Aécio Neves, se for derrotado, vai “perder ganhando” porque enfrentou dois candidatos: Lula e Dilma, turbinados pela máquina do governo.

Esse é o ponto central da análise. No dia seguinte à eleição, o PSDB começa a campanha de 2018, liderando a oposição a Dilma.

Resultado: o Brasil ficará quatro anos refém da polaridade entre petistas e tucanos. Teremos, durante esse período, o replay dos insossos debates da campanha eleitoral.

GOVERNABILIDADE

No cenário da disputa eleitoral acirrada, o vencedor terá de construir a maioria com base nos velhos métodos pragmáticos do balcão de negócios no Congresso Nacional.

O “preço” dos partidos para aderir ao governo tende a crescer, estimulando a corrupção, animada com a eleição do Congresso mais conservador desde 1964 (veja aqui).

O perfil do Congresso Nacional é de maioria conservadora e eleita por esquemas de corrupção. Nessa fauna de maioria bandida, dificilmente vinga qualquer proposta séria de reforma política.

No seu projeto de manutenção do poder, o PT vai ampliar os métodos e programas eleitoreiros, de olho em 2018, quando o PSDB virá com mais força.

ALTERNATIVA

O PT e o PSDB precisam de um concorrente. Marina Silva seria a alternativa, mas foi um projeto fracassado. Será, no máximo, um anexo dos tucanos na próxima eleição.

A Rede Sustentabilidade tem apenas um bordão - “nova política” – mas é a velha direita.

Há espaço e oportunidades para um novo partido, capaz de colocar-se como alternativa ao assistencialismo petista e à meritocracia tucana.

Os debates na TV entre Aécio e Dilma ficaram nesse lugar comum, de onde não pretendem sair, sob pena de prejudicarem seus projetos eleitorais.

PT e PSDB não são esquerda nem direita. Transformaram-se no velho “Centrão” do espectro partidário brasileiro, alimentados pelo do PMDB, o parceiro de todas as governabilidades.

Petistas aliam-se a José Sarney e Collor de Melo. Tucanos abraçam Silas Malafaia e Jair Bolsonaro.

Essa polaridade entre semelhantes definha nossa democracia. Eu voto 13, mas sem esperança.

2 comentários:

  1. Professor Ed Wilson

    Leia esse texto interessante sobre "onda conservadora" nessa eleição.

    Marizélia Ribeiro

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  2. Professora Marizélia Ribeiro, não veio oo link do texto. Mande novamente, por gentileza.

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