sábado, 29 de novembro de 2014

DUELOS MUSICAIS: JAZZ & BLUES AGUARDAM DISPUTA ENTRE PABLO E WESLEY SAFADÃO

A onda de sofrência que tomou conta de São Luis no último fim de semana é um duro golpe na ditadura dos forrozeiros.

Nas ruas esburacadas da cidade, a poluição sonora dos carros de luxo e caminhonetes trocou os Aviões do Forró pelos melodramas sonoros do pablismo.

Pablo é um símbolo da pedagogia do (coração) oprimido.

No fim de semana em que mataram 23 pessoas na região metropolitana de São Luís, a 15ª cidade mais violenta do mundo, falar de amor é fundamental.

Mas, a multidão da sofrência embarca hoje no forró de Wesley Safadão, o mais esperado do ano, segundo seus divulgadores.

Da disputa entre Pablo e Safadão vai sair o adversário do festival Jazz e Blues de São José de Ribamar, de 5 a 7 de dezembro.

Mississipi em chamas. A cidade balneária vai pegar fogo com os acordes e sopros das guitarras e metais universais.

Quem vai para a final? Bluseiros, forrozeiros ou sofrêncios?

Falando sério, está começando a pintar um clima democrático nas ondas sonoras do Maranhão.

Pablo conseguiu derrubar o avião forrozeiro que despeja toneladas de decibéis pelas ruas todos os dias, a qualquer hora, repetindo as surradas rimas sobre as intrigas entre a mulher safada e o homem raparigueiro.

Precisamos de mais jazz e blues no Maranhão, até agora restritos a poucos espaços culturais e emissoras onde se pode ouvir algo diferente do convencional.

Queremos também a ampliação do chorinho, do samba, da MPB, do rock, do merengue, rumba, salsa e o escambau. A rádio Universidade FM é nosso porto seguro.

Aplausos para a Satchmo Produções e suas ótimas sacadas musicais, envolvendo uma trupe de bons artistas e sonoridades poéticas.

Na Internet, a rádio da vanguarda revolucionária do movimento estudantil solta uma seleção musical de primeira qualidade, retirada do fundo do baú de sonhos e heterotopias da geração dos 80’s Oitentistas UFMA.

Falando mais sério ainda, é hora de dar um cavalo de pau na política cultural do Maranhão, no que diz respeito à diversidade musical e à produção independente, fomentando velhos e novos talentos da nossa terra.

Queremos diversidade. Chega da ditadura do forró. Ninguém é obrigado a ouvir as mesmas músicas todos os dias, no último volume das caminhonetes forrozeiras.

É hora de criar a Orquestra Sinfônica do Maranhão.

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