sexta-feira, 27 de maio de 2016

MINHAS MEMÓRIAS DE PAPETE

Eu ainda era menino, morando no Apeadouro, quando pela primeira vez ouvi a voz de Papete, no disco Bandeira de Aço.

O som chegou lá em casa atravessando a rua Sousândrade, vindo da casa dos vizinhos recentemente chegados ao bairro.

Vez por outra eles colocavam esse disco, e outros, de cantores e compositores do Maranhão, que passaram a fazer parte da minha formação musical.

Na feira do João Paulo, onde meu pai tinha uma quitanda, a freguesia do fiado era ilustrissimamente representada por Dona Teté do Cacuriá, uma das arteiras do Laborarte.

Assim, passei a ouvir cacuriá e outras facetas da cultura popular do Maranhão.

No Apeadouro, na década de 80, existia um dos maiores arraiais de São João de São Luís. Os moradores se reuniam, montavam as barracas e enfeitavam as ruas com ariri e bandeirinhas.

Muitas brincadeiras que passavam no Arraial do Apeadouro vinham do João Paulo, mandadas por Zé Cupertino.

As barracas do arraial sempre tocavam as músicas de Papete. Quando ingressei na UFMA, no curso de Jornalismo, Papete dava o tom nas festas do Comunicarte, a Mostra de Arte do Curso de Comunicação.

Das músicas cantadas por Papete, a mais emblemática sempre me vem à cabeça, quando chega o mês de maio e aproximam-se os festejos juninos:

"Mamãe eu tô com uma vontade louca
De ver o dia sair pela boca
De ver Maria cair da janela
De ver maresia
Ai maresia"

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