sábado, 10 de novembro de 2012

MEMÓRIA: O MARANHÃO E O NEGÓCIO DA CHINA

Roseana com o tucano FHC: pólo de propaganda

Em 1995, no primeiro mandato da governadora Roseana Sarney, o Maranhão foi palco de mais uma enrolação. Tratava-se da implantação do Pólo de Confecções de Rosário, com o nome de fantasia Kao I, sob os auspícios do empresário Chhai Kwo Chheng.

Pelo nome do homem pairava a desconfiava que era “só agá”, como se diz na farta ironia dos maranhenses.

A falácia da Kao I consistia em transformar centenas de trabalhadores rurais e donas de casa da região do Munim em cooperativados empreendedores.
Só agá: Chhai Kwo Chheng e Roseana durante a inauguração da fábrica
Anunciado com todo o espetáculo pirotécnico que caracteriza as mirabolantes empreitadas do Maranhão, o pólo de confecções foi inaugurado com pompa por Roseana Sarney e o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Nessa época os Sarney odiavam Lula e amavam os tucanos.

Como sempre, na propaganda, a fábrica iria gerar “milhares de empregos” e fazer mais uma revolução na economia do Maranhão.

Resultado: os cooperativados endividaram-se com empréstimos junto ao BNB, a fábrica nunca produziu uma camisa e centenas de pais e mães de família ficaram inadimplentes no Serasa.

O pólo de confecções foi orçado em U$ 84 milhões.

A contrapartida do Governo do Estado seria na área de assistência técnica, treinamento e arranjo produtivo para viabilizar a confecção das peças produzidas na fábrica.

Nada foi cumprido.

Os cooperativados foram induzidos a contrair empréstimos, inicialmente de R$ 35 mil, depois acrescidos de juros que transformaram em um inferno a vida de centenas de trabalhadores humildes da região do Munim.

A Kao I entrou para a lista de engodos do Maranhão. Da fábrica de confecções só restaram os galpões abandonados e as dívidas dos cooperativados.

Chhai Kwo Chheng sumiu e assim concretizou-se mais um negócio da China no Maranhão.

Um comentário:

  1. Salve camarada
    O meu TCC foi sobre isso
    Na época o MAklouf Carvalho fez uma matéria para a Folha, numa edição dominical com chamada de capa,a partir do material que coletamos e enviamos.

    Abraço, Rogério

    ResponderExcluir