domingo, 30 de novembro de 2008

PT: ARTICULAÇÃO EM MOVIMENTO

A tendência Articulação “Unidade na Luta” prepara encontros regionais e um seminário estadual para avaliar o resultado das eleições de 2008 e traçar a estratégia para a disputa interna do partido.

O Processo de Eleições Diretas (PED) será realizado em novembro de 2009 para renovar as direções municipais, estaduais e nacional do PT.

Os encontros e o seminário da Articulação estão programados para ocorrer no início do ano que vem.

Algumas pré-candidaturas a deputado estadual da tendência começaram a ser ventiladas, como a do ex-superintendente do Incra, Raimundo Monteiro; o ex-gestor do Luz para Todos, Edmilson Carneiro; o vice-prefeito de Coroatá, Domingos Alberto; e o vice-prefeito de Açailândia, Antonio Erismar.

Erismar foi Secretário de Agricultura de Açailândia e nas eleições de outubro compôs a chapa do tucano Ildemar Gonçalves, prefeito reeleito.

Dentro da Articulação forma-se um núcleo de militantes e dirigentes com disposição de debater novos rumos para a tendência, sem romper com os históricos, mas apresentando propostas e uma metodologia mais democrática no debate interno.

Esse novo núcleo defende, por exemplo, que a definição sobre candidaturas ao PED e às eleições 2010 seja feita de forma mais aberta e participativa.

Entre os componentes do núcleo estão o jornalista Ed Wilson Araújo; o gestor do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Inácio Rodrigues; o relações públicas Marlon Botão; o sindicalista Marlon Henrique; e o dirigente da Juventude PT, Paulo Romão. O professor universitário Almir Bruno também dialoga sobre novas perspectivas para o partido.

Eles pregam a unidade, mas querem discutir a renovação de quadros. Pretendem ainda dialogar com outros setores dentro da Articulação. Na conjuntura estadual, defendem a construção de uma terceira via que supere o maniqueísmo Sarney/Jackson.

sábado, 29 de novembro de 2008

MORADORES DO BARRAMAR DENUNCIAM DERRUBADA ILEGAL DE PALMEIRAS DE BABAÇU

Moradores do condomínio Barramar e comunidades adjacentes discutiram a agressão ao meio ambiente e outras irregularidades que vêm sendo praticadas pelas construtoras Gafisa e Franere.

Um dos pontos que chamou a atenção dos moradores e denunciados na reunião foi a devastação de árvores nativas e a derrubada de cerca de mil palmeiras de babaçu, entrecortadas pelo rio Pimenta, no feriado do dia 15 de novembro, contrariado o acordo que a empresa teria feito com órgãos da área ambiental e antecipando-se à votação do projeto de Lei que tramita na Assembléia Legislativa, que permitiria esse tipo de crime ambiental.

Outro ponto questionado pelos moradores do Barramar é situação irregular da área. Segundo informações colhidas pelos próprios condôminos, a área em questão pertencia à massa falida da Master Incosa Engenharia, de Fortaleza-CE, e mais de cem lotes da mesma teriam sido dados como garantia ao Banco do Nordeste, em função do financiamento feito pela construtora há cerca de 20 anos.

A massa falida da construtora cearense teria, ainda, outros débitos, dentre os quais o IPTU, que em 2004 já chegava a cerca de R$ 2 milhões, segundo informações colhidas na Secretaria Municipal da Fazenda.

A empresa também não cumpriu a Lei do Muro, deixando a área propícia a invasões, várias vezes impedidas pelos próprios moradores do Barramar.

Por todos esses fatos listados na reunião, os moradores mais antigos do Condomínio Barramar questionam o seguinte:

Quem e quando autorizou a venda da área?

Como foi negociado o pagamento dos débitos atrasados?

Quem emitiu as certidões negativas para que as empresas Gafisa e Franere iniciassem, há mais de um ano, a venda dos apartamentos, e agora, os serviços de terraplanagem?

Quem autorizou ou fiscalizou o desmatamento da área?

Os moradores estão cobrando um posicionamento por parte de órgãos como a Promotoria do Meio Ambiente do Ministério Público Estadual, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), da superintendência local do Ibama e das secretarias municipais que tratam da questão de terra e urbanismo (como Semthurb e Semtur).

Outra preocupação dos moradores diz respeito à situação futura do trânsito naquela região de São Luís, onde residem mais de 5 mil pessoas, dispondo apenas de uma via de acesso para o Condomínio Barramar - a partir da avenida dos Holandeses.

Diante da situação, eles estão reivindicando a construção de uma nova pista, paralela à já existente, melhorando, assim, a entrada e saída de veículos para o Condomínio, além da manutenção do atual canteiro de coqueiros, construído pelos próprios moradores.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

AGRICULTORES MARANHENSES EXPÕEM PRODUÇÃO EM FEIRA NACIONAL

O Maranhão participa da V Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária (Fenafra), no Rio de Janeiro, promovida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

Organizados em 14 grupos de produtores de diversos municípios do estado, agricultores, assentados da reforma agrária, extrativistas, mulheres trabalhadoras rurais, indígenas e quilombolas maranhenses expõem desde quarta-feira centenas de produtos do campo. A feira encerra domingo.

Os expositores levaram 125 frascos de mel e 70 embalagens artesanais; 452 produtos em cerâmica; 1.053 artigos indígenas; 2.000 sabonetes, 500 sabões, 50 kg de mesocarpo e 70 l de óleo babaçu; 400 rizomas de flores tropicais e 450 flores tropicais, 2.085 artesanatos de babaçu; 700 kg de farinha de mandioca; 230 produtos em fibra de bananeira e 60 kg de polpas de frutas, aproximadamente. Os produtos estão avaliados em R$ 65 mil reais.

A expositora Maria Domingas Marques Pinto, do União Clube de Mães de Itapecuru-Mirim, explica que essa é uma grande oportunidade de divulgar e comercializar os sabonetes, sabões, mesocarpos e óleos, todos feito com o babaçu.

“Nosso objetivo é divulgar os produtos e o trabalho do Clube de Mães. A feira é um espaço importante para arrumarmos compradores”, disse, acrescentando que a iniciativa do MDA vai fortalecer o trabalho.

O delegado do MDA no Maranhão, José Inácio Rodrigues, diz que o MDA vem realizando diversos projetos que visam fortalecer a agricultura familiar. “A Fenafra é o maior evento da agricultura familiar brasileiro. A exposição é uma vitrine e o nosso objetivo de trazer o agricultor familiar maranhense para a feira é aproximar o comprador do produtor e desta forma reforçar a comercialização dos produtos”, assegurou Rodrigues.


Fonte: Lanna Dryele Morais da Costa (Ascom/MDA-MA)

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

SIMPÓSIO MARCA DOIS ANOS DO CURSO DE JORNALISMO EM IMPERATRIZ

Memória da mídia, apresentação de trabalhos científicos, oficinas, exposições e debates vão marcar o 2º Simpósio de Comunicação da Região Tocantina, de 3 a 5 de dezembro, no campus da UFMA, em Imperatriz.

O simpósio celebra dois anos de implantação do curso de Jornalismo no campus II, destacando também os 200 anos da Imprensa no Brasil.

A conferência de abertura, com o tema “A arte de tecer o presente: os desafios diários do jornalista”, será proferida pelo presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sergio Murillo de Andrade, dia 3 (quarta-feira), às 19h.

Radialistas e jornalistas de Imperatriz vão participar do simpósio, dia 4, às 18h, em mesa redonda sobre experiências da mídia local.

Durante a tarde, estudantes e professores do curso de Jornalismo vão apresentar trabalhos científicos e exposições sobre mídia e história no Maranhão, com ênfase na região tocantina.

Haverá ainda oficinas temáticas sobre webjornalismo, telejornalismo, criatividade em assessoria de comunicação, cerimonial e protocolo.

No encerramento, dia 5, haverá a apresentação de trabalhos de professores sobre história da mídia no Maranhão. Ed Wilson Araújo vai abordar as rádios comunitárias, José Reinaldo Martins discorrerá sobre a história da fotografia e Roseane Pinheiro sobre a trajetória do jornalismo impresso.

Segundo a coordenadora do simpósio, professora Roseane Pinheiro, cerca de 300 pessoas devem participar do simpósio nas áreas de Comunicação, História, Letras, Direito e afins.

“É um momento de pensar os novos caminhos da imprensa no só no Brasil, mas da mídia local. O curso de Jornalismo em Imperatriz vai ter um papel muito importante na renovação do trabalho jornalístico na região tocantina”, destacou Pinheiro.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

MULHERES LANÇAM CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA

Movimentos sociais vinculados à condição feminina deflagraram ontem à noite, na praça de Fátima, em Imperatriz, a campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres.”

Realizada há 18 anos, em 154 países, a campanha tem o objetivo de denunciar e pedir providências para os casos de violência praticados contra mulheres em todo o mundo.

Em Imperatriz, militantes do Fórum de Mulheres montaram uma tenda com exposição de fotos, documentários em vídeo, folders e cartazes para divulgar o evento e chamar a atenção da sociedade sobre o tema.

As organizadoras do evento também estenderam faixas pretas com os nomes de mulheres vítimas da violência. Elas denunciaram que somente em novembro de 2008 quatro mulheres foram assassinadas em Imperatriz. Duas por envolvimento com drogas e duas por namorados.

Crimes passionais contra mulheres têm forte incidência na região tocantina, comentam observadores do sistema policial.

Abrangendo pastorais sociais e escolas, a campanha visa ainda esclarecer a população sobre os benefícios da Lei Maria da Penha e envolver os homens no trabalho de sensibilização sobre o tema da violência contra as mulheres.

Durante a abertura das atividades, várias crianças de escolas locais recitaram poemas em homenagem às mulheres, destacando-as como mães, trabalhadoras do campo e da cidade, parlamentares e profissionais liberais.

A campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres”
foi precedida de debates, seminários e palestras em diversos setores sobre a violência doméstica, sexual e no trabalho.

Segundo Gilvânia Ferreira da Silva, integrante do Fórum de Mulheres de Imperatriz, um dos objetivos da campanha é incentivar as mulheres a denunciar os casos de violência. “Elas precisam superar a vergonha e o medo”, afirmou.

A campanha prossegue até dezembro. Nesse período haverá palestras e exibição do material de divulgação nas escolas e entidades da sociedade civil, finalizando dia 10, com a entrega da medalha “Padre Josimo” ao professor Geraldo Costa, militante dos direitos humanos.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

MST DIVULGA CARTA EM DEFESA DO GOVERNO JACKSON LAGO

Através da Via Campesina, organização que congrega vários movimentos sociais, o MST circula uma carta denunciando a “montagem de um golpe” para derrubar o governo Jackson Lago (PDT) e entregar o comando do Estado ao grupo Sarney.

Sempre vigilante na formação política, o texto do MST peca na definição de oligarquia, como se o termo fosse referência apenas aos 40 anos pós-vitorinismo.

Nesses 40 anos fizeram parte da oligarquia muitos próceres da Frente de Libertação que elegeu Jackson Lago em 2006: dos Rocha aos Lago, mais o PSDB hegemônico no atual governo.

Na definição sociológica mais explícita, o método sarneísta de governar e até exacerbado em vários setores do governo Jackson Lago.
Leia o documento abaixo.
CARTA EM DEFESA DA DEMOCRACIA NO MARANHÃO

"A Via Campesina Brasil, composta pelos movimentos sociais do campo, pastorais e entidades – MAB, MPA, MMC, MST, PJR, CPT, CIMI, FEAB E ABEEF – vem expressar sua posição e denunciar à sociedade brasileira a ação traiçoeira que a oligarquia Sarney tenta impor ao povo do Maranhão.

"O Maranhão é um dos lugares do mundo que mais concentra terra. E isso é fruto da política latifundista e concentradora desenvolvida há mais de 40 anos por esta oligarquia.

Em 2006, o povo maranhense, em eleição democrática e popular, escolheu Jackson Lago governador do Maranhão e derrotou assim a mais atrasada e cruel oligarquia do país - a família Sarney.

Por isso, repudiamos os atos que a oligarquia Sarney vem fazendo para tentar reverter sua derrota nas eleições de 2006 e no pleito de 2008. E denunciamos para a sociedade brasileira a ação traiçoeira que esta oligarquia tenta impor ao povo maranhense.

É preciso saber que há quase dois anos está em curso a montagem de um golpe, que tenta cassar na Justiça o mandato popular do Jackson Lago, para entregá-lo a Roseana Sarney, a filha do velho oligarca.

Além da petulância de por várias vezes marcar a data de cassação de Jackson, espalha que ainda este ano o governador será cassado pelo TSE. Reiteramos aqui nossa crença no dever de isenção do TSE enquanto gestor dos processos eleitorais que garantem à sociedade a plena manifestação de sua vontade, pelo exercício do direito de votar e ser votado.

Repudiamos, assim, todas as ações realizadas nos municípios nos quais os representantes da oligarquia tentam, através de ações judiciais, impedir a posse de prefeitos eleitos por partidos contrários à oligarquia.

Nós da Via Campesina Brasil somos solidários ao povo maranhense, ao governador Jackson Lago e apoiamos as mobilizações populares em defesa de suas escolhas e conquistas. "
NÃO AO GOLPE. VIVA A DEMOCRACIA NO MARANHÃO!"

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

PARALISAÇÃO DE ADVERTÊNCIA NA SEMA

Os analistas e técnicos ambientais da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) vão paralisar as atividades de 25 a 27 de novembro.

Pretendem sensibilizar o Governo do Estado e solicitar melhores condições de trabalho. Eles já reivindicaram a incorporação das gratificações ao salário, mas o processo foi indeferido na Secretaria de Planejamento (Seplan).

“No último dia 11 de novembro foram protocoladas junto ao Governo do Estado as reivindicações do Grupo Ocupacional Atividades de Meio Ambiente (AMA). Demos um prazo de sete dias para o Governo receber a comissão de negociação...não obtivemos nenhuma resposta. Esta posição monárquica reflete o desprezo e o descaso com o funcionalismo público”, afirmam os servidores.

Além da incorporação das gratificações, querem reajuste salarial e cumprimento do Decreto 5.497 de 21/07/05, que garante a ocupação de 70% dos cargos comissionados por funcionários de carreira.

sábado, 22 de novembro de 2008

PREMIADA EM CONCURSO LITERÁRIO DENUNCIA DESCASO NA FUNC

UMA DAS VENCEDORAS DO CONCURSO LITERÁRIO E ARTÍSTICO “CIDADE DE SÃO LUÍS”, Denise Paiva da Silva ainda não recebeu o dinheiro da premiação. Em carta desabafo, classifica a gestão municipal da cultura de “descaso” e “caloteira”. A Func é comandada pelo secretário Adirson Veloso. Leia abaixo:

CARTA DE REPÚDIO À FUNC

“Essa carta tem por objetivo tornar pública a falta de respeito da Func aos artistas da cidade de São Luís. Muito tempo e paciência se passaram até ela ser escrita.

“Adiei essa atitude na esperança talvez inocente de ser atendida sem que fosse preciso apelar para maiores escândalos. No entanto tamanha paciência só me fez ver de perto o tipo de cultura promovida pela FUNC: A CULTURA DO DESCASO.

Em julho de 2007, inscrevi-me no Concurso Literário e Artístico da cidade de São Luís, realizado anualmente por essa instituição.

No regulamento, constava que a premiação seria em dinheiro, além da publicação das obras literárias e exposição das obras de artes plásticas por ocasião do aniversário da cidade de São Luís.

Em setembro (2007), no aniversário da cidade, a apuração do concurso nem tinha sido feita e a comemoração do aniversário da capital maranhense foi com uma artista baiana.

Nessa época, o comentário geral que circulava era que a Func tinha gastado a verba do concurso e de outros fins com o show de Daniela Mercury.

O resultado do concurso saiu em abril de 2008, quando eu tive a notícia de ter sido contemplada, para a minha infelicidade.

Desde então, fui encaminhada para diferentes funcionários que nada sabiam e portanto nunca tinham um posicionamento claro sobre o andamento do concurso. São Luís fez aniversário novamente.

Eu liguei dias e dias para o departamento financeiro até que percebi que o departamento financeiro nunca atende telefonemas. Então estive pessoalmente na sede da Func.

No 1º dia, antes de entrar, uma cena bem simbólica: passando pela rua do Ribeirão, um copo plástico caiu na minha direção.

Olhei para cima indignada, o copo vinha da janela da própria Func. Um rapaz que observava me disse: “Eles são loucos!” e eu disse a ele: “Eles não são loucos, eles são péssimos!”, com bastante ênfase no péssimo, pois essa é a marca dessa gestão.

Todos que prestam serviço ou contam com o apoio dessa Fundação sabem bem do que eu estou falando.

A fama de caloteira da Func é grande e minha experiência com essa farsa de concurso só me fez constatar de que é verdadeira.

Das 10 vezes que estive lá para resolver essa questão junto ao departamento financeiro, 4 o responsável não estava, apesar do horário de funcionamento normal.

Duas vezes me informaram que ele não estava atendendo as pessoas naquele dia. Uma das vezes, eu mesma desisti, pois o número de pessoas para entrarem na sala do departamento financeiro era tão grande: dentro e fora do prédio da fundação.

Sim, ali na Fonte do Ribeirão, porque não cabia tanta gente lá dentro. Pessoas inclusive, ligadas à cultura popular, porque os mais humildes acabam sendo os mais oprimidos. Infelizmente.

Esse dia saí de lá com um aperto na garganta diferente da raiva com que saí nos outros dias.

Então das 10 vezes que estive lá, 6 que eu não fui atendida e uma que eu desisti, sobraram 3: depois da 3ª visita, e de esperar mais de uma hora em pé para ser atendida, o diretor do departamento financeiro finalmente me convenceu de que ele próprio nada poderia fazer.

Então ele me disse: “Concurso Literário e Artístico só falando com o ministro da fazenda ou o presidente.” Eu respondi que falaria aos jornalistas.

Um evento que deveria incentivar a produção artística da cidade é invertido pela Fundação de Cultura: o incentivo que a Func dá aos artistas É a humilhação. Func: cultura do descaso!”

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

RESUMO DA NOVA SEDE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

Uma obra exagerada


Possivelmente superfaturada


A reserva do Rangedor profanada


Hipocrisia generalizada

LAÇOS DE FAMÍLIA

As investigações sobre um suposto esquema de formação de quadrilha, que seria comandado pelo empresário Fernando Sarney, podem revelar as relações perigosas entre o empresário Eduardo Lago o grupo Sarney.

Ex-dono da Coca-Cola no Maranhão, Eduardo tem dois primos ilustres: o governador Jackson Lago e o chefe da Casa Civil Aderson Lago.

O outrora homem forte da Coca-Cola mantém ainda profundas relações de amizade com a família Sarney, inclusive como financiador de campanhas.

Eduardo é casado com Rosa Murad, irmã de Jorge Murad, que vem a ser o marido da senadora Roseana Sarney.

Em 2000, Jackson Lago elegeu-se Prefeito de São Luís com o apoio de Roseana. Brindaram, tomaram champanhe e tudo mais.

É por isso que não cola o surrado bordão do “fim da oligarquia”. O sarneísmo continua com Jackson “agora vai” no comando.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

ELEIÇÕES 2008: QUAL A VITÓRIA DE FLAVIO DINO?

Prof. Robison Pereira*

Eis a retumbante vitória eleitoral de João Castelo-PSDB, em São Luís, diante do pressuposto de que a democracia é a vontade de uma parte do corpo social, ou seja, a sociedade é dividida em classes, etnias, grupo de interesses etc. Quero dizer, a nossa democracia não é sinônimo de igualdade, é sim um meio-termo justo, em que há uma imposição das suas instituições para dirimir conflitos inerentes à sociedade.

Com efeito, compreendo que há também outro vencedor do processo eleitoral, na Ilha do Upaon-Açu, quero dizer, o ganhador da política na capital maranhense: Flávio Dino (PC do B). Ou seja, para um jovem político que até dois anos atrás não tinha sequer concorrido em eleições representativas do nosso arranjo democrático, com menos de dois anos de mandato de deputado federal não só disputou a Prefeitura municipal, mas liderou metade da cidade em torno de idéias alternativas de poder na capital maranhense, o que não é pouco.

Várias são as razões que levaram o candidato comunista a não vencer as eleições. Algumas exógenas à sua organização de campanha, a exemplo de práticas fundamentadas no clientelismo dos “opacos” agentes do governo estadual; a política subterrânea executada pelos tucanos/pedetistas; a excelente campanha de rádio e TV do seu adversário; o lugar que o prefeito eleito João Castelo (PSDB) ocupa no coração de parte dos desvalidos e desavisados, sobretudo pela sua linguagem que parece signo de fé religiosa, em que a transcendência é instrumento de convencimento, pelo menos metaforicamente. Isto é, a palavra é mais uma bandeira do que uma idéia.

Mas não são apenas os adversários responsáveis pela sua derrota eleitoral. Não foram poucos os erros nas estratégias de campanha, a começar pelo seqüestro do fazer política, em que, em quase toda a campanha, houve excesso de propostas de governo muito parecidas com as do seu adversário e cuja técnica de campanha ostentava o candidato como se fosse um “produto” pouco palatável aos “consumidores” do tempo da política.

Observava-se um Flávio Dino amarrado, ainda, às suas estratégias que o conduziram à Câmara Federal; quero dizer, alianças passadas que não podiam ser desatadas em 2008. Isso sem contar o desperdício de tempo para responder às agressões que tinham como objeto exatamente imobilizar a campanha de Flávio Dino, que se perdeu em querer mostrar-se um bom cristão de “família” e amigo das criancinhas.

Acredito que tais embaraços devem servir de aprendizado a quem sai do pleito como a maior liderança de esquerda do Maranhão. É evidente que falo de esquerda que tem como objetivo ascensão ao poder no Estado, sobretudo, com a firme inclinação do PDT à direita, suas práticas nada republicanas como governo e a desintegração do PT, o maior derrotado nas eleições 2008, que não elegeu sequer um vereador. São Luís continua sendo, salvo melhor juízo, a única capital brasileira em que o PT não tem vereador já por duas legislaturas.

Além de ter perdido um enorme patrimônio político, o PT ficou sem lenço, sem documento, sem capital político. Se os seus mais graduados dirigentes tivessem coadunado com as suas últimas ações políticas, uns bandeariam ou retornariam ao PC do B, e outros cerrariam fileiras no PSDB, mas creio mesmo é que continuarão na pequenez das brigas fratricidas por cargos nos seus diretórios.

A vitória política de Flávio Dino lhe impõe um grande desafio, qual seja: mobilizador, articulador e condutor de milhões de corações e mentes exteriorizados em indivíduos políticos e não políticos, no sentido de não filiação partidária, para a reflexão, discussão e elaboração de um verdadeiro projeto de poder para o Estado do Maranhão.

E o caminho parece ser o da independência política. Em outras palavras, sem sucumbir aos afagos do grupo Sarney e, sobretudo, afastando-se dos assédios dos tucanos/pedetistas, na perspectiva da reedição da “Frente de Libertação”.

Como o próprio Dino nos fez entender, ele pode ser o novo timoneiro desta empreitada, já que goza de prestígio de boa camada da intelectualidade maranhense, caminha com leveza entre os movimentos sociais e sindicais no Maranhão, é agora um político conhecido dos maranhenses e um bom aliado do poder central. Agora, é pagar para ver!

* Robison Pereira é professor, sociólogo, especialista em História do Maranhão e mestre em Ciências Sociais

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O TRIUNFO SOBRE WALL STREET

Leia abaixo um artigo do deputado Maurício Rands (*), publicado no jornal O Globo, edição do dia 1º de novembro:
Maurício Rands (*)
A primeira resposta dos governos mundiais à crise foi a intervenção articulada dos bancos centrais para capitalizar instituições financeiras e ampliar linhas de crédito para fomento à liquidez, constituindo a maior concertação não-militar de governos em toda a História. Como salientou o Nobel Paul Krugman, a ação inicialmente mais decisiva veio do governo inglês do trabalhista Gordon Brown, porque o americano, no fundo, é prisioneiro do dogma de que o privado é sempre bom e o público é sempre ruim.

Os que há pouco cultuavam a desregulamentação dos mercados agora falam de "reformulação do sistema financeiro internacional". Não é coincidência que as ''reconversões'' de liberais conservadores tenham sido mais enfáticas na Europa do Welfare. Sarkozy, liderando uma coalizão de centro-direita na França, disse que o laissez-faire está morto, assim como a idéia da infalibilidade do mercado. A alemã Angela Merkel insiste em uma maior regulamentação dos mercados financeiros.

O diagnóstico da origem da crise parece ser aceito por todos. Nos EUA, os excessos cometidos pelos bancos só ocorreram por lá haver um sistema financeiro mal regulado e pouco transparente, produto do dogma liberal. Tanto no diagnóstico como na receita, a crise produziu um retorno a Keynes.

O Estado precisa intervir. Primeiro, como já ocorre, capitalizando as instituições financeiras para ampliar a liquidez e drenar a economia real, o que dissipa desconfiança de empresas e consumidores. Depois, com estímulo à economia real, investindo em infra-estrutura e serviços públicos, e garantindo a transferência de renda aos desfavorecidos, para que se mantenha o ritmo da atividade econômica.

Haverá reflexos até em países como o Brasil. O Governo do PT e aliados avançou em todas as direções. As reservas saltaram de US$ 16 bi em 2002 para os atuais US$ 207 bi. A relação dívida/PIB saiu dos 52% para os atuais 38%. A inflação sob controle. Saldo das exportações de US$ 190 bi entre 2003 e 2007. O mercado interno (86% da economia) cresceu com os 9,4 milhões de empregos formais criados desde 2003; e mais de 20 milhões de pessoas ingressaram na classe C. O sistema financeiro e as empresas estão sólidos; as contas públicas, equilibradas.

Reconhecem todos a situação mais favorável do Brasil mesmo entre os emergentes. Como o Governo Lula nunca foi prisioneiro do dogma liberal, foi capaz de aumentar a capacidade de consumo e investimento de setores que antes quase não tinham renda, e de articular o PAC, com investimentos em infra-estrutura e serviços públicos da ordem de R$ 503 bi.

Governos de esquerda, como o atual, estão mais bem posicionados para adotar as políticas de ativação da economia real depois da crise financeira. Primeiro, porque suas propostas sempre tiveram o corte keynesiano, agora aceito até por liberais e conservadores que viam o Estado mínimo como panacéia. Depois, porque suas políticas distributivistas de renda estimulam o mercado interno, vital diante da desaceleração externa.

O que impressiona é que diante da falência do liberalismo e da desregulamentação, os partidos de oposição no Brasil insistam com as velhas teses. Imaginam como resposta o mero corte de gastos, a diminuição do papel do Estado. Poderiam consultar a direita européia que acaba de reconhecer o triunfo do Welfare State Keynesiano sobre o liberalismo e o fundamentalismo de mercado de Wall Street. Ou poderiam aprender com Boaventura de Souza Santos: 'o impensável aconteceu - o Estado voltou a ser solução'.

(*) O deputado federal Maurício Rands (PT-PE) é líder do partido na Câmara.

BLOGUE DA DILMA

A provável candidata do presidente Lula à sucessão presidencial de 2010 já tem até blogue. Acesse e confira.
http://dilma13.blogspot.com/

domingo, 16 de novembro de 2008

DIREITA BOMBADA

Cresce o diálogo visando à fusão do PSDB com o PPS. Tucanos e “ex-comunistas” liderados pelo liberal Roberto Freire avançam no debate para formar um grande partido da direita liberal-conservadora-entreguista.

A fusão mira a sucessão presidencial de 2010 para alavancar a candidatura do tucano José Serra.

Freire quase enterra o PCB e fracassou nas tentativas de candidato a presidente. Sem perspectivas para o PPS, viveu um tempo à sombra dos tucanos.

Agora, assumiu de vez a carapuça neoliberal e vai entregar-se ao PSDB.

A fusão dos dois partidos será uma arma poderosa em 2010. Já começam a circular na internet os primeiros torpedos eletrônicos contra Dilma Roussef, a candidata de Lula à sucessão presidencial.

Fiquemos atentos. A nova batalha já começou.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

ASCOM DA UFMA DIVULGA AÇÕES EM IMPERATRIZ

A assessora de Comunicação da UFMA, Gisele Marques Gonçalves, apresentou hoje à tarde, no Campus II (Imperatriz), as diretrizes, metas e serviços que envolvem a política de Comunicação da instituição.

Em palestra a estudantes e professores do Curso de Jornalismo, Gisele Gonçalves traçou um panorama das atividades da Assessoria de Comunicação (Ascom), ressaltando a visibilidade da UFMA através do trabalho de Assessoria de Imprensa, Propaganda e Relações Públicas.

Ela enfatizou diversas situações em que a comunidade acadêmica obteve repercussão das pesquisas através das iniciativas da Ascom, inclusive a inserção de temas locais na mídia nacional, a exemplo da participação da pesquisadora Teresinha Rego em várias reportagens.

Gonçalves anunciou ainda a disponibilidade de uma bolsa para estagiário do Curso de Jornalismo de Imperatriz, visando integrar a equipe da Ascom.

O estagiário a ser selecionado, sob a supervisão da professora Roseane Arcanjo, será responsável pela divulgação das atividades da Ufma Imperatriz no portal da instituição (
www.ufma.br).

Além da palestra aos estudantes e professores de Jornalismo, a assessora cumpriu agenda de visita às instalações do Campus II, concedeu entrevistas e tratou de temas administrativos com o diretor da instituição em Imperatriz, Antonio Jefferson de Deus Moreno.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

BAIXA NO PT DE IMPERATRIZ

A derrota de Jomar Fernandes na disputa pela Prefeitura de Imperatriz provocou estragos no PT tocantino.

O ex-bancário e sindicalista Réden Viana e sua esposa Iracilda Viana já deixaram o partido.

Os Viana participaram da gestão de Fernandes na Prefeitura. Iracilda foi Secretária de Saúde e Réden dirigiu o Banco do Povo.

O influente empresário Raimundo Siqueira, muito próximo de Jomar, desligou-se do petismo antes do início da campanha.

Reden disse que o comerciante Roberto Nipel também está fora do PT.

Divergências de avaliação levaram ao rompimento. Réden queria a participação do PT na construção de uma frente. “Candidatura isolada é suicídio”, recomendava o ex-bancário nos fóruns petistas.

A aliança não vingou, entre outros motivos, porque a Direção Nacional do PT vetou parcerias com os tucanos em cidades estratégicas.

Os ex-petistas vão buscar abrigo em outros partidos da base do governador Jackson Lago, provavelmente no PDT.

Alta - Em Imperatriz a dobradinha PSDB-PT não deu certo, mas na vizinha Açailândia o petista Antonio Erismar, da tendência Articulação, é o vice do tucano Ildemar Gonçalves
.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

MST DENUNCIA PISTOLAGEM NO SUL DO MARANHÃO

A situação na Fazenda Cipó Cortado, em Senador La Roque, no Maranhão, é muito crítica.

O clima de tensão aumentou nestes últimos dias, depois que pistoleiros que aterrorizam há quase um ano as famílias do acampamento “Roseli Nunes” seqüestraram dois trabalhadores acampados.

Após serem seqüestrados, os trabalhadores foram levados até a sede da fazenda, onde foram interrogados sob a mira de armas de fogo apontadas para suas cabeças.

Os jagunços procuravam obter informações sobre as lideranças do acampamento e do MST na região.

A Cipó Cortado está ocupada por 250 famílias sem terra desde novembro de 2007. A fazenda é uma das 12 propriedades que compõem a Gleba Boca da Mata Barreirão.

Em junho deste ano, a Justiça Federal decretou a desapropriação da gleba de 114 mil hectares e cedeu sua posse ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

Porém, até hoje a área não foi retomada pelo órgão por conta da resistência impune dos latifundiários.

Risco de Conflito

Os fazendeiros das áreas Cipó Cortado, Rollete, Boca da Mata e Barreirão contrataram um grupo de pistoleiros que tem como chefe “Zé Bomfim”, jagunço responsável pela morte de muitos trabalhadores em conflitos de terra na região, durante as décadas de poderio da UDR (União Democrática Ruralista).

Há ainda informações de que um sargento e três policiais reformados estão orientando a milícia.

O Incra e o Comando da Polícia já foram comunicados sobre os últimos acontecimentos e sabem que há muito a situação é tensa, porém até agora ninguém agiu.

O decreto que reintegra a posse da gleba ao Incra deu 30 dias para que os fazendeiros desocupassem a área.

Livres pela cegueira da Justiça, armaram-se e mandaram um recado para o acampamento: podiam perder as terras, mas as lideranças do acampamento perderiam a vida.
Fonte: Site do MST

terça-feira, 11 de novembro de 2008

MADEIRA MONTA EQUIPE

O jornalista e dirigente sindical Daniel Souza está cotado para assumir a Secretaria de Educação de Imperatriz, na gestão do prefeito eleito Sebastião Madeira (PSDB).

Esquerdista, com forte atuação nos sindicatos dos Jornalistas e da Educação (Steei), Souza compõe a equipe de transição que está preparando a administração tucana.

Ele foi um dos maiores expoentes da oposição a Jomar Fernandes (PT) na Prefeitura de Imperatriz, principalmente por conta das pendências trabalhistas do prefeito petista junto aos professores.

Daniel Souza e Eurami Reis, no comando do Steei, foram atiradores de elite no alvo petista.

O provável secretário conhece bem os caminhos do movimento sindical e sabe fazer oposição. Agora, caso seja confirmado na equipe tucana, vai experimentar o outro lado da ação política – ser governo.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

JACKSON VAI ESCAPANDO...

Apesar do ânimo do grupo Sarney quanto ao andamento do processo que pede a cassação do governador Jackson Lago (PDT), o esquema de defesa é pesado.

Lago não vai cair fácil, mas será sangrado até o final do mandato.

Nem por isso chegará fragilizado em 2010.

Como reza a tradição, desde a vitória de José Sarney em 1965, o governador faz seu sucessor.

Sob o comando do eficiente Secretário de Planejamento, Aziz Santos, a reeleição de Jackson Lago já começa a ser preparada.

E o palanque presidencial do governador, em 2010, será o da direita. Jackson vai de Serra. São Luis, Imperatriz e Açailândia – grandes colégios eleitorais – vão colocar as máquinas a serviço da tucanagem no Maranhão
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domingo, 9 de novembro de 2008

ARTEIRO NA IMPERATRIZ DOS CONTRASTES

Já está quase pronta a filial da livraria Athenas Maranhense em Imperatriz.

O livreiro Arteiro, batalhador dos bons, vai sentar praça no centro da cidade, próximo à beira do rio Tocantins.

Ele aposta na expansão da UFMA, da UEMA e no crescimento das faculdades particulares.

Imperatriz é assim. Todo dia tem um novo empreendimento no caldeirão dos assaltos rotineiros, crimes sem solução, trânsito mal sinalizado etc.

É a cidade dos contrastes. Neste domingo, depois de um sol escaldante ao meio dia, caiu uma chuva gostosa.

À tarde fez até um friozinho. A floresta vizinha ora aquece ora resfria o tempo daqui.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A MISÉRIA DA POLÍTICA

CAPOVILLA DESMONTA ROCHA
Cristiano Capovilla*
Quero aqui combater uma prática coronelista e anti-republicana que há muito graça pela política de São Luís: a de fazer afirmações peremptórias sem pensar nas condições que tornam possíveis as sentenças serem verdadeiras.

Sem isso, sem essa capacidade de julgar as condições de possibilidade das afirmações, é impossível expor um pensamento minimamente coerente, que conjugue objetividade e racionalidade.

Na medida em que desprezarmos a lógica dos juízos, qualquer afirmação vale por si mesma e nada mais precisa ser demonstrado. A política, o reino do discurso por excelência, passa a ser o vale tudo das palavras vazias, que ganha força à medida que são massivamente divulgadas.

É o que atualmente já estão chamando de “efeito Duda Mendonça” na política maranhense. É a essa prática política de desprezo ao debate racional que volto a minha atenção.

É o caso do deputado federal Roberto Rocha (PSDB). Empolgado pela vitória do arqui-reacionário João Castelo (PSDB) à prefeitura de São Luís, o tucano anda se queixando em notas e artigos que ‘não é direita’, que é de ‘centro-esquerda’, ‘social-democrata’ etc.

Nas suas exposições, confunde conceitos, falsifica a história e descontextualiza as noções de direita e esquerda, tentando escamotear sua verdadeira posição ideológica.

Tudo isso exposto em um rosário de argumentos falaciosos - sempre concluindo algo que não está contido nas premissas – para reescrever a toponímia das forças políticas que emergiram das últimas eleições.

Uma das premissas falaciosas do deputado é querer criar uma oposição entre ser social-democrata e de direita. A verdade é que a nível internacional a social-democracia, após a queda da URSS, abandonou o keynesianismo e em alguns casos a própria defesa do estado de bem estar social, adotando sem reservas as novas teses, reformas e políticas neoliberais.

Com isso, deslocou-se do centro político (que ocupava durante a guerra fria) para ser a renovação da ortodoxia econômica do capitalismo, efetivando suas políticas nos mercados financeiros liberalizados.

Temos vários casos paradigmáticos desta virada neoliberal da social-democracia, como os casos de Felipe González do Partido Socialista da Espanha; o de Gerhard Schröder do histórico SPD alemão e de Tony Blair do Partido Trabalhista inglês.

Já no Brasil, o PSDB foi quem capitaneou a modernização conservadora da política e da economia. Ao assumir a presidência da república, o PSDB de Fernando Henrique Cardoso em aliança com o PFL (atual DEM) de Antônio Carlos Magalhães, Jorge Bornhausen, Marco Maciel e outros ícones da ditadura militar, conduziu o país pelas diretrizes políticas e econômicas do ‘Consenso de Washington’, tendo como metas fundamentais de seu governo as reformas neoliberais de abertura comercial, privatizações, desregulamentação e liberalização financeira.

Tal receituário iniciou o maior ataque à nação brasileira desde as tentativas das cortes portuguesas de retornar o Brasil à condição de colônia.

O resultado dessa política desastrosa e antinacional nós já conhecemos. O país ancorou seu processo de desenvolvimento no déficit em conta corrente, aumentando o nosso endividamento externo financeiro e patrimonial, provocando um vertiginoso endividamento público, passando de 30% do PIB em 1992 para 56,5% em 2002.

Segundo dados do IPEA, só durante a vigência do câmbio fixo, paridade Real-Dólar, a dívida externa bruta saltou de US$ 148 bilhões em 1994 para US$ 241 bilhões em 1998.

A desnacionalização do parque industrial e de serviços através da transferência de propriedade de empresas nacionais, públicas e privadas, para o capital estrangeiro (leia-se desregulamentação e privatização), provocou a maior onda de desemprego da história recente brasileira.

Segundo o IBGE, em fins de 1994 o desemprego vitimava 4,5 milhões de trabalhadores, ou 6,1% da força de trabalho no país. Ao término do primeiro mandato de FHC em 1998 o desemprego avançara para 7 milhões de brasileiros ou, 9,2% da PEA (População Economicamente Ativa): leia-se, em seu primeiro mandato o PSDB foi responsável por mais 2,5 milhões de desempregados.

Ao final do seu segundo mandato, com o país esfacelado e sofrendo com o apagão de energia, o desemprego emerge para 15% da PEA. Todos nos lembramos da degradação social, do arrocho nos salários e do aumento das desigualdades.

Por isso, Sr. Roberto Rocha, o PSDB e seus líderes são o que há de mais direitista na política nacional e não há nada que você possa fazer a respeito, a não ser mudar de partido!

Outra premissa falaciosa que o deputado tucano utiliza em um de seus textos é o de que existem apenas dois campos políticos no maranhão: o do Sarney e do anti-Sarney.

Com esse maniqueísmo provinciano, Roberto Rocha espera afastar a política nacional do seu terreiro e, de quebra, colocar-se à esquerda de Sarney. Ora, nada mais primário que uma dicotomia entre bem e mal para reduzir a vida política a apenas duas cores. Entretanto, o mundo é mais complexo que supõe os neurônios de um tucano.

Na verdade, desde a redemocratização existem três pólos de poder político em São Luís e no Maranhão. O antigo grupo oligárquico hegemônico, capitaneado por Sarney, forma um desses pólos.

O outro é formado pela oposição intra-oligárquica, de direita, que está tentando ser a oligarquia hegemônica, da qual sempre fez parte o Sr. João Castelo, desde os tempos do PDS, e o próprio Roberto Rocha.

O terceiro pólo é o da esquerda, sempre muito fragmentado entre os dois maiores blocos, mas que tem por centro o PT e o PC do B.

Com o advento das novas forças políticas no comando da nação através da eleição do Lula, o pólo de esquerda fortaleceu-se e, pela primeira vez na história do Maranhão, criou as condições que levaram a disputa de um segundo turno na capital.

Um feito inédito, dada as condições desiguais do embate. Portanto, parece óbvio que o pólo das forças democráticas, progressistas e de esquerda, a partir dessa eleição, entrou definitivamente para a disputa do poder político contra as velhas contendas intra-oligárquicas que tanto alegram o Sr. Roberto Rocha. Aqui, mais uma vez, em nosso estado, o PSDB também encampa as posições de direita.

Não passa despercebido o enorme esforço para ligar a figura de Sarney ao novo pólo de esquerda que se fortalece. Nesse ponto, o deputado tucano recicla os surrados motes mentirosos da campanha eleitoral e os utiliza como mais um argumento falacioso.

Ora, sobre esse assunto será que é preciso trazer a tona à lembrança do papel político de fâmulo que o então governador Luiz Rocha tinha com Sarney? Ou será que devemos lembrar que João Castelo foi outorgado governador pela ditadura militar com o consentimento e apoio do Sarney?

Ou mesmo agora quando Cutrim (DEM ex-PFL), eterno secretário de segurança de Roseana Sarney, oposição a Jackson na assembléia legislativa, votou, pediu votos e liberou lideranças para fazê-lo em prol do candidato do PSDB, não seria suficiente para demonstrar quem é que se beneficia nas relações com o grupo Sarney?

Bastam esses exemplos para provar que quem deve favores e a própria presença na política maranhense ao Sarney são os senhores do PSDB. Essa é a verdade que se tenta esconder com as falácias.

Não podemos deixar que a inverdade e o irracionalismo cubram com o manto da ignorância o desejo de mudança e de transformações sociais que nosso povo tanto precisa.

Temos que desmascarar a miséria política que a nova oligarquia direitista do PSDB quer instalar na nossa cidade e em nosso estado. Isso nós não vamos permitir.

* Cristiano Capovilla é professor de Filosofia COLUN-UFMA

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

GRANDEZA AMERICANA

O discurso do candidato republicano derrotado à Presidência dos Estados Unidos, John McCain, foi um gesto de grandeza política e sensibilidade democrática.

Ao reconhecer a vitória do democrata Barack Obama, McCain colocou-se à disposição para ajudar seu ex-concorrete a superar as dificuldades que os Estados Unidos atravessam.

Seus correligionários ensaiaram uma vaia quando McCain pronunciou a vitória do adversário, mas ele próprio pediu silêncio com um delicado “please”.

As diferenças entre democratas e republicanos são sutis. Não existe um oceano Atlântico ideológico entre eles.

Obama tem a vantagem de ser mais aberto ao diálogo e fura um cerco na conservadora sociedade norte-americana branca-superior-poderosa-militar-religiosa.

Os Estados Unidos também não são “a maior democracia do mundo”, como proclama a mídia monopolizada. O voto para presidente é indireto, a abstenção é grande e o interesse por política talvez tenha sido acentuado com a perspectiva de haver um presidente negro na maior nação do mundo.

O que marcou, entre outros fatores, foi a civilidade do derrotado. O truculento e belicista McCain mostrou, na derrota, ternura.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

RETALIAÇÃO

O delegado Jefferson Portela foi “afastado” das investigações sobre a execução do bandoleiro Joaquim Laurixto.

Há uns meses, Portela pediu demissão do comando da Polícia Civil, denunciando corrupção na Secretaria de Segurança.
Faz sentido.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

“QUEREM ACABAR COM A NOSSA ILHA”

GIORDANO MOCHEL ALERTA SOBRE AS TERMELÉTRICAS EM SÃO LUÍS

"Até hoje muitos pensam que a primeira das seis termelétricas [a carvão mineral e/ou óleo] que diversos grupos empresariais – MPX, VALE, Alumar, Gentech e outros – estão propondo encravar na Ilha de São Luís, essa ora badalada da MPX & EBX, é de apenas 360 MW, com consumo de 2.500.000 litros de água do mar e 130 toneladas de carvão mineral POR HORA!!! NÃO É VERDADE.

Todos os dados de consumo e de poluição, portanto, devem ser multiplicados por dois: é tudo em DOBRO, pois a UTE da MPX & EBX prevê formalmente a geração de 720 MW!

A Usina Termelétrica UTE-PORTO DO ITAQUI, antiga UTE-Termomaranhão, é um empreendimento promovido pela empresa Diferencial Energia, sendo esta 100 % de propriedade da MPX Energia S.A., a qual, por sua vez, é controlada pela holding EBX, empresas estas todas controladas e orientadas com mão de ferro pelo multibilionário empresário EIKE Fuhrken BATISTA, golden boy, filho dileto do famoso ex-presidente da CVRD, (agora apenas VALE), Eliezer Batista.

Os dirigentes da MPX & EBX, em pessoa e por via de matérias pagas, insistem em tergiversar, omitir, iludir, dissimular fatos como esses, e reiteram, na maior cara de pau, que a UTE-Porto do Itaqui é de apenas 360 MW, apesar do que já foi informado em documentos oficiais ao mercado acionário de todo o país e do mundo [via CVM e Bovespa e anúncio público de 13/12/2007].

Os dirigentes da MPX & EBX e seus vassalos locais, ainda por cima, propalam inverdades e tentam iludir olhos, corações e mentes com folders bem impressos, mas recheados de placebos e insuportáveis chavões dos "cantos-de-sereia" do diálogo, transparência e honestidade.

Essa atitude nefasta vem provocando alto nível de desinformação e embates fratricidas entre a imensa e desinformada turma do "a favor do progresso a qualquer custo ambiental" e os defensores do desenvolvimento sustentável com inteligência, dignidade e cidadania.

Apesar do Ministério Público, Assembléia Legislativa e órgãos da sociedade civil estarem agindo e protocolando diversos recursos e tentando embargar a obra, parece que tudo está saindo como planejado pela empresa, pois mais de 80 famílias da Vila Madureira já estão sendo indenizadas e reassentadas.

A empresa inclusive destinou uma verba de 70 milhões de reais a título de "incentivo", e parece que tem dado certo, principalmente na Prefeitura de São Luís e na FIEMA. E pelo visto continuará com força total na gestão subseqüente.

É preciso que a sociedade tome conhecimento de tudo isso e se mobilize. Apenas o fato de propagar esse assunto que vem sendo trancado a sete chaves pela imprensa (provavelmente por causa do "incentivo") já ajuda a evitar a destruição do ecossistema da ilha Upaon-Açu.
Digo destruição e vou enumerar os fatos que podem ocorrer:

* Destruição completa de todo o ecossistema de mananciais da região, devido ao despejo da água aquecida para o resfriamento da turbina. São 2 milhões e meio de litros de água por hora! Se tiver algum pescador nas imediações ficará literalmente cozido! Isso provavelmente desequilibrará todo o ecossistema da ilha.

* Poluição do ar por carvão. Com certeza, por mais ventilada que seja nossa ilha, não haverá dissipação suficiente do pó de carvão na atmosfera, ou seja, toda a vegetação nas imediações irá fatalmente morrer, incluindo a região do lindo Maracanã. Imaginem o que acontecerá com as pessoas...

* Poluição por CO2. Se não bastasse o carvão, a população terá que viver caçando ar. O nível de CO2 aumenta absurdamente e os problemas respiratórios serão enormes. Seria ótimo para a floresta local essa quantidade de CO2, pena que estará coberta de carvão...

* Poluição sonora. Morar perto de uma usina destas é como dormir do lado de um trilho onde passa um trem de um infinito número de vagões. Provavelmente nem as pessoas nem a fauna conseguirão sobreviver próximas a ela. A não ser que sejam surdos.

Agora o pior: A maior parte do dinheiro usado pela empresa para construir a obra será proveniente do BNDES e Bird; ou seja, dinheiro público! Vão usar o dinheiro do povo pra acabar com ele.

Ótimo. Principalmente sabendo que as termoelétricas são caras e muito pouco rentáveis, e nunca recomendáveis para países onde a geração hidrelétrica é abundante. Com certeza, parece mais um grande engodo para alguém levar algum.

Tudo isso afetará a ilha inteira! Do Quebra-Pote à Raposa.

Portanto, antes que destruam o que é nosso, vamos fazer alguma coisa!"

Giordano Mochel