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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

TATI PALÁCIO ENTRE A FOICE E O MARTELO

O blogue do jornalista Itevaldo Junior anuncia: a ex-primeira dama de São Luís, Tati Palácio, vai filiar-se ao PC do B.

Ela aproximou-se dos comunistas no segundo turno da campanha eleitoral de 2008, quando seu ex-marido e ex-prefeito Tadeu Palácio (PDT) apoiou a candidatura de Flavio Dino (PC do B) a prefeito, na coligação Unidade Popular, que tinha como vice Rodrigo Comerciário (PT).

A recepção a Tati ficará a cargo dos comunistas. Já os petistas vão torcer para que ela traga bons fluidos ao campo da esquerda, porque a administração de Tadeu Palácio foi desastrosa para São Luís.

Mas a culpa não é só de Tadeu. O caos na capital vem de 20 anos da administração de Jackson Lago & Cia na Prefeitura, que continua agora com mais quatro anos sob o coturno do sarneísta João Castelo (PSDB).

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

SARNEY REPUDIA VENEZUELA NO MERCOSUL

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), está concedendo entrevista agora à tarde, na GloboNews, ao jornalista Alexandre Garcia.

“Chávez é um coronel. Sua entrada no Mercosul será motivo de perturbação”, afirmou Sarney, manifestando sua repulsa à integração latino-americana com a participação da Venezuela.

Em outras ocasiões, como nos artigos na "Folha de São Paulo" e no jornal "O Estado do Maranhão", o coronel maranhense já havia manifestado sua posição anti-chavista e anti-esquerdista na América Latina.

Nesse tema, Sarney iguala-se aos tucanos e ao DEM, para quem a eleição de vários presidentes com perfil de centro-esquerda é considerada preocupante e perigosa.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

MERA COINCIDÊNCIA

Dois jornalistas, um deles recém-chegado da região tocantina, conversavam ontem à tarde em um restaurante de São Luís.

Papo vai papo vem, um deles perguntou:

- Como vai a Vila do Frei?

- "Um horror. Só buraco", devolveu o colega, entusiasmado com a comida.

Depois de umas garfadas, ergueu a cabeça para mastigar e quase teve um engasgo ao ver aquela cena - o prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB), acabava de chegar ao restaurante. Entrou no salão, passou pela mesa dos jornalistas e sentou-se no canto.

Ironias à parte, Madeira tem tudo para fazer uma boa administraçaõ: vontade, experiência, equipe técnica, apoio forte do Governo do Estado etc.

Só não faz se não quiser.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

LUIS NASSIF DESVENDA JARBAS VASCONCELOS

O blogue do jornalista Luis Nassif (http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/) traz um texto elucidativo sobre a entrevista do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Veja como a cena foi armada:

A estratégia Jarbas
Não é difícil entender as razões por trás da entrevista do senador Jarbas Vasconcellos à revista Veja.


Na entrevista ele acusa seu partido, o PMDB, de abrigar corruptos e lutar por cargos. Faltou explicar onde está a novidade.


No governo FHC, esse mesmo PMDB, tendo como pontas-de-lança o Ministro dos Transportes Eliseu Padilha e Gedel Vieira Lima, uma seleção enriquecida por Gilberto Miranda e outros notáveis, negociou cargos, benesses e massacrou Itamar Franco na convenção do partido.


E os episódios ocorreram nos tempos em que Jarbas era dos grandes nomes do partido. É o mesmo PMDB de agora, com os mesmos personagens de antes.


O papel do PMDB e as formas de cooptá-lo fazem parte do know-how de governabilidade criado por FHC e apropriado por Lula. Então, qual a razão da indignação tardia de Jarbas? É aí que se entra na parte mais interessante da entrevista: a maneira como foi preparada.


Na semana passada Lula colocou o bloco de Dilma na rua. O fato veio acompanhado da divulgação das pesquisas de popularidade do governo, da constatação de que as medidas anticíclicas começam a dar certo, do encontro de prefeitos.


Esse início, aparentemente avassalador, assustou o PSDB. Serra ensaiou seu PAC contra a crise (cinco meses depois da crise deflagrada!) . E, em reunião na casa de FHC, decidiu-se, de um lado, acirrar os ataques ao governo no Congresso, dificultando a aprovação de medidas. De outro, criar um fato político que contrabalançasse o jogo.


Não havia denúncias à mão. As grandes denúncias ficaram no primeiro governo Lula. As denúncias-tapioca não pegam mais.


Decidiu-se, então, pela entrevista do Senador Jarbas Vasconcellos à revista Veja. Jarbas é ligado a Serra e, muitas vezes, pensou-se na dobradinha para as eleições presidenciais.


Há tempos perdeu o ímpeto político. Na segunda metade do seu governo, praticamente passou o comando ao vice-governador e alienou-se completamente da administração.


Questões existenciais compreensíveis, pelas quais passam todas as pessoas. Mas tem uma bela reputação, formada nos tempos em que era do extinto PMDB autêntico.


Foi convocado, então, para criar o fato político. O órgão escolhido foi a revista Veja – com a qual Serra mantém relações recentes, porém estreitíssimas (é ele, por exemplo, o principal avalista do tipo de jornalismo praticado por Reinaldo Azevedo).


A entrevista de Jarbas é um prato feito e óbvio. Primeiro, critica seu próprio partido, para ganhar credibilidade – e porque o partido está na base de sustentação do governo.


Depois, parte para os ataques seletivos. Ataca o presidente do Senado José Sarney, que é contra Serra, e poupa o da Câmara, Michel Temer, que é a favor. A rigor, não existe diferença de estilo entre ambos.


Até pouco tempo atrás, a Codesp era loteada para Temer. Depois, atacou Renan Calheiros, que é contra Serra, e poupou o alvo preferencial dos moralistas políticos do passado, Orestes Quércia – que virou serrista.


Julgando ter passado uma visão desprendida da política, uma visão escoteira do sujeito só e com sua consciência, Jarbas ganha moral para avançar no alvo que interessa.


Aponta a conivência de Lula com a corrupção – por só demitir acusados depois de comprovada a culpa -, deixa de lado pontos chatos – como o amplíssimo sistema de cooptação montado por Eliseu Padilha no DNER, no tempo de FHC. Critica a Bolsa Família e se refere assim aos possíveis candidatos de 2010:


Sobre Dilma
Como o senhor avalia a candidatura da ministra Dilma Rousseff?
A eleição municipal mostrou que a transferência de votos não é automática. Mesmo assim, é um erro a oposição subestimar a força de Lula e a capacidade de Dilma como candidata. Ela é prepotente e autoritária, mas está se moldando. Eu não subestimo o poder de um marqueteiro, da máquina do governo, da política assistencialista, da linguagem de palanque. Tudo isso estará a favor de Dilma.

Sobre Serra

O senhor parece estar completamente desiludido com a política...
Não tenho mais nenhuma vontade de disputar cargos. Acredito muito em Serra e me empenharei em sua candidatura à Presidência. Se ele ganhar, vou me dedicar a reformas essenciais, principalmente a política, que é a mãe de todas as reformas.


Ou seja, a opinião sobre Serra é desinteressada, apenas de um apaixonado. Mesmos os amigos mais fiéis de Serra jamais deixaram de reconhecer nele as características que Jarbas aponta em Dilma: autoritário e prepotente. Mas a paixão é cega.


Dado o tiro de largada, ontem o Jornal Nacional repetiu e hoje os analistas políticos passam ao seu esporte predileto: a indignação seletiva.


A política brasileira é uma colcha de retalhos, com furos para todos os lados. O que a imprensa faz é selecionar o furo que lhe convém e aplicar na defesa dos seus próprios interesses – e de seus aliados.


Só que a imagem de imprensa neutra e defensora dos altos valores da moralidade já não existe: se esboroou a partir da campanha de 2006.


Um ano depois, alguém ousaria dizer que Veja é melhor do que Renan?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

MUITO BARULHO POR SERRA

O circo armado pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) para atacar o PMDB e o governo Lula foi um dos muitos factóides combinados pela direita para antecipar a disputa eleitoral de 2010.

Com uma vasta cobertura da mídia, Vasconcelos atacou o PMDB e Lula para, no fundo, defender a candidatura presidencial de José Serra. Essa foi a notícia principal, diluída em acusações genéricas sobre corrupção no seu próprio partido e no governo.

Repare que a coletiva do senador revoltoso ocupou grande parte dos telejornais e jornalões impressos, como se ele tivesse descoberto a saída para a crise internacional.

Uma pauta programada, pré-fabricada e com alvo certo. Outras coletivas desse tipo virão até 2010. A direita vai escalar dissidentes de todas as cores partidárias e ideológicas para atacar tanto o governo Lula quanto a candidatura de Dilma Roussef (PT).

O governo e o PMDB reagiram certo, não dando a mínima importância para as bravatas vasconcelistas. E tudo não passou de um factóide mal elaborado, fabricado na usina de maldade dos tucanos, com o desenho da mídia golpista de direita.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

DUTRA “RIFA” BIRA DA DISPUTA PARA O SENADO

Começa a ganhar mais força no PT a empreitada do deputado federal Domingos Dutra para compor a chapa ao Senado junto com o ex-governador José Reinaldo (PSB) em 2010.

Essa chapa majoritária teria ainda o governador Jackson Lago (PDT) candidato à reeleição com o deputado federal Roberto Rocha (PSDB) de vice-governador.

A negociação contempla ainda a influente Nubia Dutra, esposa do deputado Dutra, que seria candidata a deputada federal.

O blogue já havia noticiado essas articulações há cerca de dois meses, mas agora já é corrente nos bastidores do PT que o pretenso candidato a senador, Bira do Pindaré (PT), estaria rifado por um dos seus principais aliados: Domingos Dutra.

Dutra negociou o apoio do PT ao governo Jackson Lago e à campanha da reeleição em 2010. Em troca, quer ser candidato a senador e ter a esposa Nubia na Câmara Federal.

Os acordos celebrados por Dutra, no entanto, passam pela eleição interna do PT, o PED, que será realizado em novembro de 2009.
Quem controlar a máquina partidária a partir do final desse ano vai dar as cartas em 2010.
Presidente estadual em dois mandatos, Dutra deve indicar como seu sucessor o dirigente Augusto Lobato, nome alinhado ao Governo do Estado e ao PSDB.

O agrupamento de tendências governistas do PT engloba ainda o casal Jomar e Terezinha Fernandes, além do próprio Bira do Pindaré. Geralmente essas forças políticas fecham em bloco contra a Articulação, atual CNB (Construindo um Novo Brasil), tendência afinada ao comando nacional do PT e ao governo Lula.

O atropelo à candidatura de Bira do Pindaré ao Senado, que já vem sendo proclamada desde 2006, pode provocar uma dissidência no bloco petista-governista e dificultar a vitória de Dutra no PED.

Outra variável a ser avaliada é a dos palanques de 2010. A chapa majoritária provavelmente liderada por Jackson Lago-Roberto Rocha e José Reinaldo-Dutra vai apoiar a candidatura de José Serra (PSDB) a Presidente da República.

O editor do blogue defende uma chapa formada pelo deputado federal Flavio Dino (PC do B) candidato ao Governo e Bira do Pindaré ao Senado, o palanque ideal para a presidenciável Dilma Roussef (PT), a candidata apoiada por Lula.

Eis um bom momento para Bira do Pindaré refletir e decidir. A chapa PC do B-PT, diferenciada dos grupos Sarney e Jackson, é o melhor caminho para as forças de esquerda no Maranhão.
Rifado lá, Bira será bem recebido pela militância dos petistas e comunistas.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

COMEÇOU A CAMPANHA PRÓ-SERRA

O site da Folha de São Paulo de hoje coloca o governador José Serra como salvador da crise econômica.


Nas manchetes, nada sobre as medidas do governo federal.


Só deu Serra, assim:

Governo Serra anuncia pacote de R$ 21 bi para economia de SP

DECADÊNCIA LUDOVICENSE

Impressionante como São Luís está cada dia mais decadente, comparada às capitais do Norte e Nordeste.


Nestas, pelo menos o cuidado básico com as praças, as calçadas e as ciclovias é tomado. Dá gosto caminhar no centro de Belém, por exemplo, admirando as belos e bem conservados espaços verdes.


São Luís não tem sequer um parque público decente. A cidade, da periferia à elite, está tomada por esgotos e buracos. As praças transformaram-se em feiras livres, sujas e fedorentas.


Não existem as diretrizes básicas de urbanidade. Quando surge uma beleza natural, como a Lagoa das Garças, no Angelim, o esgoto é logo despejado dentro.


Dá até uma saudade dos bons tempos de Jackson Lago na Prefeitura, quando o lema era "trabalho e honestidade."

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

EDUARDO LAGO, O OPERADOR DA OLIGARQUIA

As escutas telefônicas da Polícia Federal, capturando conversas entre José Sarney e Fernando Sarney, remetem aos esquemas operados pelo empresário Eduardo Lago, primo do governador Jackson Lago (PDT), a favor das empresas do grupo Sarney.
Segundo o blogue do jornalista Walter Rodrigues, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, monitorava o trânsito de R$ 2 milhões depositados por Eduardo nas contas do casal Fernando e Teresa Sarney, gestores do Sistema Mirante.
"O Coaf havia detectado “movimentação atípica” de R$ 2 milhões nas contas pessoais de Fernando e sua mulher Teresa Cristina Murad Sarney, nas vésperas da eleição de 2006 (quando Roseana, irmã de Fernando, foi candidata ao Governo do Maranhão). Dinheiro depositado por Eduardo Lago, concunhado de Fernando e primo do governador Jackson Lago (PDT) e sacado em dinheiro pelos beneficiários", diz o blogue de Walter Rodrigues.
Eduardo Lago sempre teve trânsito livre nas famílias Sarney e Lago. Quando este posou para a foto ao lado de Roseana, em 2000, comemorando a vitória na eleição para a Prefeitura de São Luís, estava tudo em casa.
Veio o caso Lunnus, Roseana foi rifada da disputa presidencial e Jackson voltou para a oposição, mas o primo continuou operando...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

PT EM FESTA

O Diretório Municipal do PT de São Luís convida a militância para celebrar os 29 anos do partido. A festa, na sexta-feira 13, vai ter ato público e jantar, no restaurante Picuí Tábua de Carne.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A (NEO) NEUROSE DO MEDO NÃO É MERA FICÇÃO

Professor Robison Pereira analisa a política maranhense à luz das disputas golpistas vivenciadas no início do século XX. Leia o artigo

A (NEO) NEUROSE DO MEDO NÃO É MERA FICÇÃO


Robison Pereira

Penso que o que há é uma eterna repetição desse fenômeno político que decorre por dois aspectos: primeiro, o que há na política maranhense e, em especial, nas elites políticas é ausência de ideologia político-partidária, motivo pelo qual, como diz João Lisboa no Jornal de Timon, as elites, naquela época provincianas, cuja análise pode ser aplicada a tempos contemporâneos, em que as ditas elites oligárquicas, tomadas pelo “egoísmo” e pelo “personalismo”, os partidos e seus respectivos governos são desprovidos de “fé política”, de “motivos importantes de luta que o possa elevar e enobrecer”.


Tanto os meios como os fins utilizados são “mesquinhos e nulos”. Ou seja, a prevalência é o mexerico e a vingança; é nessa rede nada republicana que a política se define.


Nascimento Morais, jornalista, romancista e político de oposição, em “Neurose do medo”, de 1922, analisa a política maranhense na década de 1920, mormente as administrações de Urbano Santos e Raul Machado, compreendendo e refletindo sobre aspectos minúsculos da ação política desses gestores, em uma psicanálise política que é um verdadeiro dedo na ferida de governos carcomidos pela violência e pelo medo.

O presidente Raul Machado foi deposto, e o Exército brasileiro o reconduziu ao comando do governo do Estado. Depois de reposto, o primeiro ato de Machado foi vingar-se prendendo os militares e políticos envolvidos no golpe que o levou à deposição. Repreendido pelo comandante do 24º. Batalhão de Caçadores sobre tal atitude ser um erro, Raul Machado, em uma clara neurose peculiar aos potentados maranhenses, entrincheirou-se no Palácio dos Leões e montou um exército particular de facínoras, bajuladores e alguns militares, todos também medrosos, precavendo-se do que sua mente patológica inventara. Havia um novo golpe em curso, desferido por quem o recolocou no poder.

O aparato ilegal foi de tamanha violência que oposicionistas e até oficiais do Exército, incluindo o comandante do Batalhão de Caçadores, eram vigiados cotidianamente. Instaurou-se a neurose do medo, possivelmente inaugurada por seu antecessor, Urbano Santos, que andava madrugadas a fio na sala da sua residência esperando um ataque inimigo que nunca existira. A anormalidade foi seguida também por outros mandatários, ao longo da vida política maranhense, inclusive, no(s) governo(s) José Sarney e no governo Jackson Lago.

Por isso, para eles (mandatários e seguidores) se justificam o ódio, a perseguição e o ataque, não político, mas eivado de questiúnculas, e, sobretudo, o medo, medo de perder as vantagens protagonizadas pelo poder, medo este desvelado por Moraes (1982) ao interpretar a política maranhense no início do século passado, quando se analisa que continua atual o medo que é decorrente do apego patológico ao poder, à posição política das famílias ou seus pequenos grupos e a vaidade personificada em seus chefes.

Ou seja, a cultura política reinante parece ser uma eterna crisálida que, por mais nova que se mostre, é a velha repetição do passado, que teima em não passar. Aqui, a metamorfose do casulo gera raposas, camaleões, carcarás, águias, gambás, lobões, etc., nunca uma borboleta. O Estado continuou cheio de maranhas em águas que correm brigando para os donos do mar ou inúmeros lagos; onde palafitas, desempregos, fome, violência dividem com os homens e mulheres sua sinceridade em uma eterna pororoca.

* Robison Pereira é professor, sociólogo, especialista em História do Maranhão e mestre em Ciências Sociais.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

UM CONTO PARA DESCONTRAIR

Prezado(a) leitor(a),
Algumas vezes, para relaxar, escrevo umas crônicas, poemas e contos. Não tenho nenhuma pretensão de fazer textos literários, apenas uma curiosidade sobre narrativa para brincar com as palavras.
Abaixo, um dos contos de minha autoria. Se você tiver tempo e paciência, aproveite.

OS MÓRBIDOS DA RUA GROW

Pof! O som da fruta caída, rachada, ecoava no quarteirão deserto ao meio dia. Era sagrada a sesta em Província. Raros passantes atreviam-se a encarar o sol escaldante.

Quem arriscava uma saída apressada ouvia nas calçadas apenas o ranger das cordas e os estalos das correntes embalando as redes nas enferrujadas escápulas de ferro. Preguiça, mormaço e sono dominavam o ambiente após o almoço.

No meio da tarde, a cena era outra. Na temporada de jambos, a cidade coloria. As frutas vermelhas, carnudas, com cheiro inebriante, vicejavam nas praças, quintais e sítios da cidade nos meses de julho e agosto.

Robustos e amaçanados, os jambos ruborizavam Província. Os maduros, quando mordidos, pareciam derreter na boca, deixando escorrer o mel nos cantos dos lábios, como se fossem grandes uvas roxas.

Ao redor dos jambeiros formavam-se enormes tapetes avermelhados de flores caídas.
Todas as manhãs e ao cair da tarde as crianças corriam em cambadas pelas ruas na fuzarca de baladeiras, pedradas e pauladas para derrubar os frutos preferidos.

Mas em uma dessas manhãs alegres um outro vermelho tomou conta do mais frondoso jambeiro da cidade. A notícia correu rápido como rastilho de pólvora. E quase toda a cidade acudiu para ver aquele acontecimento.

Do alto do jambeiro-mor, um corpo amarrado pelos pés, com a cabeça decepada, gotejava sangue. O líquido viscoso misturava-se ao tapete de flores esparramado ao redor da árvore.

Província era uma cidade remanescente do ciclo do ouro. O garimpo havia enriquecido várias famílias e abasteceu o tesouro da Igreja, em nome de Santa Maria do Oeste, a festejada padroeira do lugar.

Religiosa, pacífica e próspera, a pequena cidade vivia agora o crescimento do rebanho de gado após a decadência da mineração. Um corpo sem cabeça, pendurado no bosque, era um acontecimento macabro para os viventes de Província.

A polícia foi acionada e as investigações começaram. O corpo seguiu em comoção para a capela central de Santa Maria, enquanto procissões de beatas tomavam conta da cidade.

Durante o dia inteiro os moradores revezavam-se para ver o morto sem cabeça. Toda a cidade queria matar a curiosidade. O velório entrou pela madrugada, sem que ninguém aparecesse para identificar o corpo.

Província não dormiu. Na manhã seguinte, uma chuva fina e gelada cortava a primeira segunda-feira de agosto. Em passeata pela paz, as carpideiras soltavam cantos agudos, com os terços entrelaçados nas mãos, contando minuciosamente os pais nossos e as ave-marias.

Ao passar pela rua Grow, um burburinho tomou conta do cortejo, estranhando a ausência da caminhonete da família Strong na porta de casa. Todos os dias, bem cedo, era ritualística a movimentação na morada dos mais esquisitos habitantes da cidade.

Os pais e filhos, àquela hora, sempre arrumavam as caixas de verdura na caminhonete e partiam para a roça, acompanhados do modorrento cachorro Lontra. Eles viviam do cultivo de beterraba e abóboras, no solo propício da região. Mas àquele dia, as portas fechadas e o silêncio imperavam na soturna casa 7 da rua Grow.

Descendentes de nórdicos, vieram ao Brasil em busca do clima tropical, devido aos problemas respiratórios dos gêmeos Bob e Roms, primogênitos de uma prole de quatro filhos.

A doença pulmonar dos meninos agravou-se na juventude, com os exageros de uma fase punk intensamente vivida nas ruas de Londres, onde moraram uma temporada antes de migrar ao nordeste brasileiro.

Os gêmeos haviam experimentado várias substâncias alucinógenas que deixaram seqüelas na maturidade. E os médicos haviam recomendado a agricultura como espécie de terapia ocupacional a toda a família, herdeira das perturbações dos rapazes.

Os Strong moravam na rua Grow havia três décadas e cultivavam hábitos estranhos. Macambúzios e ensimesmados, quase não se relacionavam com ninguém. Mantinham a rotina da casa para a roça e nada mais além dos poucos afazeres domésticos.

À noite, sentavam-se à porta com o cachorro Lontra, companheiro de todas as horas, inclusive no trabalho da roça. A casa dos gringos, como eram conhecidos, tinha um cheiro característico de mofo e vinagre, facilmente perceptível quando abriam a porta à noite para tomar fresca na calçada.

As cadeiras enfileiradas, Lontra esfregando-se entre os pés dos donos e o silêncio raramente entrecortado por poucos ruídos eram a tradicional visão noturna de quem passava pela rua Grow.

Apenas a bengala do velho Strong era acionada para indicar o tom dos resmungos emitidos esporadicamente, entre uma e outra troca de monossílabos e das baforadas de fumo forte do velho.

Cabelos médios, barba embranquecida, o pai dos gêmeos tinha um olhar profundo de arrependimento e tristeza. A esposa, magra e mal cuidada, roupas por coser, sentava-se ao lado e vez por outra batia o leque nos mosquitos persistentes sobre o pelo sujo de Lontra.

Na altura da rua Grow, o cortejo das beatas foi bruscamente interrompido por um comboio de viaturas da polícia. Aqueles homens de preto, óculos espelhados, as cabeças cobertas por boinas, armados até os dentes, silenciaram os cantos fúnebres e anunciaram a identificação do corpo sem cabeça: era Bob, o loiro dos Strong.

A pista para descobrir o corpo foi dada pela vendedora de uma das lojas de calçados da cidade. Acompanhando o velório na madrugada, ela percebeu os resquícios de uma tatuagem localizada próxima ao tornozelo do defunto, vista há meses quando Bob foi comprar umas botas para o trabalho na roça.

Foi difícil juntar as letras para formar as palavras, porque os tornozelos estavam deformados em virtude das cordas que seguraram o corpo de cabeça para baixo. Com a ajuda de um professor de inglês, os peritos decifraram a expressão. Estava escrito “never more.”

Os policiais haviam cercado o quarteirão e começaram a varredura em cada milímetro antes de entrar na casa 7. Ao arrombarem a porta, depararam-se com a casa vazia, sem qualquer vestígio dos esquisitos moradores.

Encontraram somente umas abóboras e beterrabas podres, as cadeiras enfileiradas e poucos móveis maltratados pelo tempo. Um dos policiais, no entanto, percebeu o cheiro e resquícios de terra úmida espalhados pelo corredor, na cozinha e no quarto.

Ao pisar no canto do cômodo, sentiu o assoalho ceder e descobriu, por baixo do tapete sujo, um corte retangular na madeira, com dois furos laterais. Sacou da faca, enfiou na fresta, puxou uma das tábuas e sentiu uma brisa refrigerada de ar condicionado na cara.

Estava descoberto o túnel que ligava a casa dos Strong ao principal banco da cidade. Naquele exato momento, a multidão curiosa na rua Grow somava-se ao desespero do gerente que acabara de chegar para abrir a agência. O maior assalto bancário de Província estava consumado.

As jóias das carolas, o tesouro da igreja, o dinheiro dos fazendeiros... tudo havia evaporado dos cofres.

Imediatamente uma parte do comboio deslocou-se para a roça dos Strong. Estava um deserto. No alpendre, ao fundo, a cabeça de Bob amarrada em uma viga ainda soltava as últimas gotas de sangue sobre um velho baú de madeira.

E dentro do baú, uma carta manuscrita dizia assim:

“Quando o assalto for descoberto, estaremos longe demais e inalcançáveis. Durante uma década planejamos essa façanha. Tudo foi meticulosamente pensado.

A cada dia cavávamos um trecho do túnel, levando os entulhos nas caixas de verdura para a roça, na madrugada. Foi uma década de trabalho árduo.

Misturávamos a terra e triturávamos toda a parte de concreto e pedra. Roms usou de suas habilidades técnicas para desativar os alarmes e descobrir os segredos dos cofres.

Sacrificamos um dos nossos próprios familiares para causar uma comoção na cidade e desviar as atenções da população para o bosque.

Há dez anos nós sabíamos que cortaríamos na própria carne, sacrificando uma de nossas cabeças. A perda necessária.

Na antevéspera do assalto, fizemos o sorteio e Bob foi escolhido. Não vacilamos. A cabeça cortada foi uma estratégia para dificultar a identificação do corpo, bem como os tornozelos amarrados para confundir a tatuagem.

Pensamos em tudo. As nossas três décadas de vida recolhida, insignificante, estão agora recompensadas.

Adeus!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

FLÁVIO DINO DEFENDE MINI-CONSTITUINTE EM 2011

Os deputados José Carlos Aleluia (DEM-BA) e Flavio Dino (PC do B-MA) participaram de entrevista na TV Câmara, no início da semana, avaliando o resultado das eleições à presidência das duas casas legislativas.
Dino propôs uma mini-Constituinte em 2011 para regulamentar temas essenciais da Carta, como as reformas política e tributária, além do sistema financeiro e questões trabalhistas.
“A Câmara precisa de uma agenda realista, trabalhada com os acordos possíveis”, disse, adotando cautela diante da grande quantidade de temas a serem legislados.
Para Dino, o PMDB retoma o poder formal, mas não tem o poder real. “As funções do Congresso Nacional estão esvaziadas devido à interferência das agências de poder”, criticou o parlamentar.
Deputado de quinto mandato, Aleluia rejeitou a idéia da mini-Constituinte e introduziu no debate o “medo da onda latino-americana”, referindo-se às mudanças constitucionais na Bolívia e na Venezuela.
Ainda segundo Dino, com a vitória do PMDB na Câmara e no Senado o PT perdeu o comando do parlamento e deixa de ser o líder da coalizão do governo Lula.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O SURRADO CHAVÃO ANTI-SARNEY NÃO CONVENCE MAIS

Votei em Jackson Lago várias vezes, quando o PT não teve candidato próprio ou coligação. Mas desde 2006 estou descolado da linha imaginária que divide o mundo entre Sarney e anti-Sarney. Esse maniqueísmo formulado com muita habilidade conseguiu convencer muita gente.

Alguns estão arrependidos. Outros ainda acreditam que é possível transformar em socialista o governo da Frente de Libertação formado por ex-sarneístas, tucanos, pedetistas e tipo de gente que recebe o atestado de idoneidade moral porque diz estar contra Sarney.

Nos autos dos processos judiciais, os adversários do governador Jackson Lago tentam provar que a sua vitória em 2006 foi comprada, da mesma maneira que Jackson contestou a vitória de José Reinaldo em 2002, ainda no esquema Sarney.

Mas bem antes disso, em 2000, o próprio Jackson Lago reelegeu-se prefeito de São Luís com o apoio desse mesmo esquema Sarney. E para comemorar tomou champanhe ao lado de Roseana Sarney.

O futuro era brilhante para juntar o PDT oligarca municipal ao bloco PFL/PMDB oligarca estadual. Em 2002, Roseana seria candidata a Presidente da República e Jackson ao Governo do Estado. Tudo num só comando.

Aí veio o caso Lunnus e a candidatura de Roseana foi para o espaço. E Jackson, para a oposição. Era mais cômodo. Além disso, o PSDB nacional havia dado a ordem para turbinar os ataques anti-Sarney no Maranhão.

Por enquanto, cito só esses fatos. Nem vou mais aprofundar os detalhes sobre as parcerias e dissensos da gloriosa maranhensidade política.

Podem vir os melhores doutores da Sorbone palestrar sobre oligarquia no Maranhão. Se não incluírem nas suas teses as peripécias de Luiz Rocha até os vôos de helicóptero de José Reinaldo, não têm fundamento.

Então, esse chavão surrado sobre “combate à oligarquia” não consegue convencer mais com tanta força. Está ficando frágil como uma bolha de sabão.

Ou melhor, é que política às vezes dá azia ou má digestão. Para ter aquela sensação de bem estar depois de engolir as teses da Frente de Libertação, fabrica-se esse discurso sonrisal.

Dá um alívio...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

NEGOKAAPOR NO CARNAVAL

A banda NegoKaapor faz show sexta, dia 6, às 20h, na praça Nauro Machado, durante a programação alternativa do Carnaval da Maranhensidade.


O show terá o repertório de músicas que farão parte do novo álbum da banda.
Para ouvir músicas do novo disco, agenda de shows, fotos e release do grupo clique em
www.myspace.com/bandanegokaapor

PROFESSORA REPUDIA CRÍTICAS AO GOVERNO JACKSON

A professora doutora Mary Ferreira, ex-secretária adjunta de Cultura, rebate as críticas ao Governo do Estado e reafirma esperança em Jackson Lago. Em respeito ao bom debate, o blogue publica o texto na íntegra.

"Tenho lido com certa regularidade os artigos que vocês enviam para a rede. Surpreende-me a repetição dos mesmos. Sempre criticando Jackson da mesma maneira, alguns deles chegando ao extremo de achar que Roseana é a melhor solução.

Veja bem, quase todos nós que estamos no PT que somos da geração finais de setenta e oitenta tínhamos (muitos, como eu, ainda tem) como princípio, derrubar a oligarquia.

Para nós Sarney era uma como um câncer enraizado que não tinha mais cura, naquele momento não vislumbrávamos saídas.

Quando Sarney foi empossado após a morte de Tancredo Neves, o semblante de todos nós era de completa desolação, sensação semelhante somente repetimos novamente quando caiu o muro de Berlim e as esquerdas viram ruir seus símbolos.

Após os anos oitenta vimos este senhor ascender sistematicamente e manobrar em todos os momentos no Maranhão e em Brasília, se estendendo até o Amapá. Ou este senhor tem muita competência ou nossas estratégias de oposição são muito frágeis. Acredito nas duas opções.

Bom, para resumir a história, ganhamos a eleição de 2006 e destruímos um mito. O impacto na oligarquia foi tão grande que eles custaram a acreditar que não dominavam mais o poder no Maranhão. Começou-se então a formar o governo de Jackson.

Quando todos nós apoiamos Jackson Lago sabíamos que era um governo de transição, que não seria um governo revolucionário, afinal o conjunto de aliança que ele teve que fazer para garantir sua eleição não deixava muitas perspectivas de mudanças.

Claro que todas/os nós esperávamos muito mais. Aliás, ainda esperamos, afinal queremos um Estado que efetive políticas públicas e garanta alternância de poder, que crie condições para que as mulheres e negros participem das decisões.

Temos esperanças de ver todos os municípios maranhenses com rede de bibliotecas públicas para diminuir a ignorância e estimular o senso críticos, tão necessários em qualquer Estado que prime pelo desenvolvimento do ser humano.

Queremos uma rede de saúde decente que possibilite a população viver com dignidade. Queremos um Estado que valorize seu funcionalismo público com salários decentes e condições de trabalho adequadas.

Ao analisar a situação do governo vejo muitas lacunas, é um governo que ainda não conseguiu articular de forma clara um projeto político de Estado, tem repetido erros que imaginávamos não mais presenciar no Maranhão e tem muitos secretários que ainda não disseram para que veio.

Porém para quem acompanha com um olhar mais atento dá para perceber mudanças nesses dois anos de governo. São poucas é verdade, mas, Sarney ficou 36 anos, e nada fez.

Ao lado de tudo isso tem uma oposição feroz que não deixa espaço para o Governo respirar e uma oligarquia muito forte e zelosa que se alimenta de plantar noticias, distorcer fatos e criar situações, muitas deles agem de forma parcial e irresponsável (e você como jornalista, conhece muito bem como agem os blogueiros, fofoqueiros, articulistas e jornalistas).

Surpreende-me, por exemplo, no meio de todas essas críticas é que estamos em uma cidade recentemente administrada por um Prefeito que a deixou destruída e que está impune.

Ninguém culpa Tadeu Palácio da situação de penúria em que deixou São Luís, buracos e esgotos abertos. Porque nós do PT não movemos uma ação contra ele? Porque Sálvio Dino em vez de processar Castelo não processa Tadeu por má gestão de dinheiro público e tantas outras denúncias que sabemos ele é responsável?

Queremos mudanças e continuamos lutando por ela, nossas esperanças não estão apenas na barganha por cargos, nem na disputa de nomes, como estamos constantemente presenciando.

O PT precisa mudar sua forma de atuar e criar alternativas reais de oposição de forma séria e sem rancor que atrapalha e tira a visão racional de fazer política.

A divisão e as disputas dos grupos somente têm trazido cisão ao Partido. Nesta divisão parte deste partido ajudou a eleger Sarney para o Senado e aumentar mais ainda seu poder.

Isso é que devemos nos preocupar. Eu sinceramente estou pasma da forma como perdemos essa eleição para o Senado. Pelo que acompanhei na grande imprensa, Jackson bem que tentou algumas estratégias para impedir, infelizmente fomos mais uma vez vencidos".

Mary Ferreira, professora doutora da UFMA

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

PMDB: A MEDUSA DA POLÍTICA BRASILEIRA

Saiu agora há pouco o resultado da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados. Michel Temer (PMDB) confirmou o favoritismo e venceu com folga.


O PMDB vai dirigir as duas casas legislativas. Sarney no Senado e Temer na Câmara.


Se eu fosse chargista, ilustrava o papel com uma cobra de duas cabeças figurando os eleitos de hoje.


Porém, o PMDB é mais que cobra bicéfala. É a própria medusa. Com Sarney ressuscita também Renan Calheiros. São muitas cabeças no jogo peemedebista.


Há vários caciques em um só partido.


O problema é saber com quem vai o PMDB na suceção presidencial de 2010. Pode ir com o(a) candidato(a) de Lula (PT), com Serra (PSDB), ou pode até ter candidato próprio.


Em seres assim, com muitas cabeças, nunca se sabe...

A DIREITA EQUILIBRA O JOGO NO MARANHÃO

A vitória de José Sarney (PMDB) na disputa pela presidência do Senado equilibra o jogo com a banda oligárquica liderada pelo governador Jackson Lago (PDT).
Sarney volta a comandar o Senado com força para retomar a base parlamentar que sempre deu sustentação aos governos locais sob seu comando.
Quando Roseana Sarney (ex-PFL) perdeu para Jackson Lago (PDT) em 2006, o novo governador levou para a sua base a maioria dos deputados estaduais do sarneísmo e ampliou a representação governista na Câmara dos Deputados.
Lago dominou a Assembléia Legislativa e tinha força no Congresso.
Com Sarney na presidência do Senado o jogo fica equilibrado entre as duas facções direitistas no Maranhão.
Os deputados federais e estaduais que militam na Frente de Libertação, temendo uma reviravolta no Palácio dos Leões, podem começar a abanonar a nau libertária de Jackson Lago antes mesmo do julgamento do processo de cassação do governador.
Enquanto a direita equilibra o jogo, a esquerda deve começar a pensar logo sobre 2010.
O caminho é com Flavio Dino (PC do B) governador e Bira do Pindaré (PT) senador.
Nem Sarney nem Jackson.