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quarta-feira, 30 de abril de 2014

24ª ROMARIA DO TRABALHADOR MOBILIZA COMUNIDADES DA ÁREA ITAQUI-BACANGA

Concentração neste dia 1º de maio, quinta-feira, às 14h, em frente ao Ministério Público Federal (MPF), na Areinha. A cerimônia de encerramento terá missa na Vila Embratel.

A Romaria do Trabalhador aborda o tema do tráfico humano, vinculado à Campanha da Fraternidade 2014.

O objetivo da romaria é manter viva a tradição de caminhada realizada todos os anos, desde 1990, em favor da vida dos trabalhadores, desempregados, marginalizados e excluídos, reivindicando o direito à saúde, alimentação, educação, trabalho, cultura, lazer, esporte, moradia, saneamento básico, segurança, paz, pela garantia da aplicação das políticas públicas a para que todo ser humano tenha direito e construir uma sociedade mais justa e fraterna.

A romaria tem ainda como eixos:

“ANUNCIAR a fé, a união, a força e fortalecimento da nossa caminhada, para mostrar que estamos vivos e ativos no sentido de reivindicar e concretizar novas conquistas sociais para mudar a atual realidade da área Itaqui-Bacanga. ANUNCIAR que somos cristãos, pois Deus é a fonte da vida e não permite que a vida se torne uma mercadoria. Lutamos para que a dignidade humana seja garantida, a fim de que se cumpra o projeto de Deus.

DENUNCIAR: A Romaria do/a Trabalhador/a tornou-se tradição para a área Itaqui-Bacanga, pois o 1º de maio é um dia de memória das lutas e esperanças dos trabalhadores do mundo inteiro e os trabalhadores da área Itaqui-Bacanga mais uma vez levam seu grito às ruas para denunciar as mais diversas formas de violação de direitos e violências contra o ser humano como: trabalho escravo e tráfico humano, tráfico de drogas e o aumento da violência, abuso e exploração sexual de mulheres, crianças e adolescentes, violência contra os idosos, violência doméstica, violência e extermínio de jovens, em especial os empobrecidos, o desemprego, o trabalho mal remunerado, a insegurança, a falta de respeito com a população, a exploração em cima do homem e da mulher, a falta de justiça, a falta de uma educação de qualidade, a falta de condições de saúde pública, a discriminação e falta de respeito com as pessoas com deficiência e pessoas idosas, a criminalização dos movimentos sociais e da Igreja, etc.

CELEBRAR:

- A realização das reuniões e seminários preparatórios para a organização da romaria;

- A realização do 4º Domingão dos Romeiros;

- Mobilização das paróquias, entidades, sindicatos e movimentos sociais para caminhar conosco e fortalecer a luta pela dignidade, a resistência e a organização da luta a favor da vida e criar a cultura da paz;

- Celebração da nossa caminhada à luz da Palavra de Deus, clamando pelo fim do tráfico humano e lutando pela preservação da vida em busca do Reino com Justiça e paz para todos;

CELEBRAR também as inúmeras conquistas ao longo dos anos como:

- A posse de terra da Vila Ariri;

- A unificação das três paróquias;

- A posse de terra da comunidade do Taim;

- Instalação dos boxes da Polícia Militar (que hoje é preciso retornar) e a criação dos Conselhos de Seguranças (Vila Embratel e Anjo da Guarda);

- A melhoria da infra-estrutura do Conselho Tutelar da Área Itaqui-Bacanga;

- Os jovens das nossas comunidades que entraram na Universidade Pública;

- Cobertura da mídia e o reconhecimento do valor que tem a romaria para todos que participem;

- Realização de audiência com as autoridades;

- Vários abaixo-assinados reivindicando políticas públicas para a nossa área (saúde, como a implantação do hospital da mulher e sua melhoria ao longo do tempo; educação, construção de escolas de 2º Grau no Anjo da Guarda e na Vila Embratel; transporte que precisa melhorar; saneamento; emprego; moradia com título de posse das casas da Mauro Fecury I e II, bem como da Vila Nova etc)

- A implantação dos bancos Caixa, Bradesco e Brasil.”

terça-feira, 29 de abril de 2014

MORADORES DO CENTRO DENUNCIAM A FALTA DE ÁGUA E NEGLIGÊNCIA DA CAEMA

Veja o relato de uma leitora encaminhado ao blogue:

"Nós, moradores do Centro, precisamos de sua ajuda para veicular o absurdo que estamos passando com a falta d'água. Há 8 dias, uma grande parte do Centro não é abastecida. 

Alguns vizinhos ligaram ontem para a CAEMA e, cada um deles, recebeu uma explicação diferente. Hoje, o 0800 não funciona e não conseguimos falar com os 3 números da Ouvidoria. 

Entrei em contato com a Promotoria de Defesa do Consumidor, e a funcionária me informou que a Promotora entrou com uma ação judicial contra as cobranças abusivas e a interrupção no fornecimento de água, porém, o TJ não deu provimento à ação, que está em grau de recurso. 

Será que isso vai acabar como sistema penitenciário,que continua precário, sem solução e caído no esquecimento? Por último, informo que estamos fazendo um abaixo-assinado para o MP (Ministério Público)"

segunda-feira, 28 de abril de 2014

ELIZIANE GAMA: O ENIGMA DA IRMÃ

A deputada não disse até agora se será candidata a governadora nem se apoia Dino ou Edinho
Desde que declarou "neutralidade" no segundo turno da eleição de 2012 para a Prefeitura de São Luis, a deputada estadual Eliziane Gama (PPS) pode ter começado a cavar um buraco na sua trajetória política.

Eleição é dissídio, guerra, luta entre opostos, mesmo que lá no fundo os candidatos sejam iguais. No momento da disputa eleitoral, político profissional tem de ter posição.
Castelo gostou da "neutralidade" de Eliziane Gama em 2012: "ela não está contra mim"
Eliziane, contrariando a regra, não marchou nem com João Castelo (PSDB) nem com Edivaldo Holanda Junior (PTC) no segundo turno de 2012.

Boicotada dentro do seu próprio partido, ela foi candidata a prefeita em condições adversas e ainda assim ficou em terceiro lugar, com cerca de 70 mil votos, acima do então vice-governador Washington Oliveira (WO), humilhado em quarta colocação com o apoio de Lula, Dilma, Roseana, José Sarney e o escambau.

Eliziane saiu derrotada eleitoralmente mas vitoriosa politicamente, com cacife para as disputas futuras. Era o momento ideal para uma tomada de posição, com Castelo ou Edivaldo.

Devia declarar, pelo menos, voto nulo!

Mas ela preferiu sucumbir em uma nota à população, dizendo que não ia se posicionar.

Em 2014 ela também parece sucumbir. Não diz com quem está, de que lado milita, com quem anda e também não define se é candidata a governadora.

No tempo das amarrações eleitorais, ela não define se vai com Edinho Lobão (PMDB), Flavio Dino (PCdoB) ou com os partidos radicais PSTU, PSOL ou PCB.

Evangélica, Eliziane é uma esfinge. Enigmática, vai deixando o monstro devorar a todos, incluindo ela própria, que pode perder o trem da História.

domingo, 27 de abril de 2014

A VANTAGEM DA VANTAGEM DE FLAVIO DINO

Todas as pesquisas de opinião indicam a tendência de vitória folgada de Flavio Dino (PCdoB) no primeiro turno. Na média das últimas cotações, ele tem 60% das intenções de voto.

O adversário melhor posicionado, Edinho Lobão (PMDB), é um projeto de candidatura, feito para perder.

Nesse cenário, a candidatura de Flavio Dino provoca um arrastão no mundo político maranhense.

Nunca antes uma disputa eleitoral congregou tantas forças políticas em torno de uma candidatura para derrotar José Sarney (PMDB).

Dino atrai os apoiadores por gravidade. E cada dia chega mais gente, de todos os naipes.

Nesse momento da disputa eleitoral, todo apoio cabe. Dino não pode se dar ao luxo de rejeitar ou desprezar qualquer força.

Seria uma demonstração de arrogância e uma tremenda falta de habilidade política.

Assim, ele vai construindo uma aliança gigante, um exército imbatível, uma coligação muito heterogênea.

Objetivamente, a vantagem desta vantagem é que Flavio Dino, no posto máximo do Olimpo eleitoral, não ficará devendo a todos igualmente.

Os iguais serão tratados com desigualdade, para que haja justiça. Nem todos os corruptos que ajudarem na vitória serão beneficiados com os privilégios do governo.

Muitos vieram fugindo do naufrágio no barco de José Sarney (PMDB), principalmente os ratos, tentando encontrar um abrigo no porão do transatlântico comunista.

Uma parte da estrutura corrupta do sarneísmo está na cola de Flavio Dino. Aqueles que diminuíram seus privilégios na oligarquia tentarão reconquistá-los no governo comunista.

A vantagem da vantagem de Flavio Dino pode ser um contraponto a essa avalanche de oportunistas.

“Ganhei com todos, mas nem todos serão beneficiados”, é a frase que Flavio não pode pronunciar publicamente.

No mundo dos ingênuos, todo sonho é possível!

CASA d'ARTE REALIZA CERIMÔNIA DE INAUGURAÇÃO

sábado, 26 de abril de 2014

DISPUTA PELA VICE-GOVERNADORIA: PDT APOIARÁ FLAVIO DINO DE QUALQUER JEITO

No amor e na doença, o PDT está casado com Flavio Dino (PCdoB) na eleição de 2014, mesmo que não tenha o posto de vice-governador na chapa liderada pelo comunista.

Acostumados ao poder, os pedetistas já sentiram o cheiro de vitória e não pretendem fazer cavalo de batalha para exigir a vice de Flavio Dino.

Na montagem da estratégia de campanha, os comunistas foram em busca do que não tinham - o PSDB - porque o PDT já estava conquistado e pode ser compensado com cargos no governo.

Dino deve ter apresentado bons argumentos para sacar Márcio Honaiser (PDT) da vice e emplacar o deputado federal Carlos Brandão (PSDB).

O PDT vai engolir seco o descarte de Honaiser, mas sabe que haverá vantagens depois. O suposto levante trabalhista, ameaçando lançar a candidatura própria de Hilton Gonçalo, é tiro de festim.

O PDT já é sócio do condomínio de partidos que ocupa a Prefeitura de São Luís desde 1989, no primeiro mandato de Jackson Lago. De lá para cá, raramente os trabalhistas ficaram fora da máquina municipal.

Nesse período, os pedetistas enraizaram-se nos bairros, através da máquina da Prefeitura, dominando associações de moradores e diretorias de escolas.

Com Dino governador, o PDT seguirá no poder, sem a vice, mas com outros espaços no governo municipal e estadual.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

PT DE SARNEY FICOU MENOR E TRISTE NO MARANHÃO

O naufrágio da candidatura de Luis Fernando Silva (PMDB) e a substituição por Edinho Lobão (PMDB) deixou o PT da base de Sarney ainda mais tonto no Maranhão.

Os sarnopetistas chegaram a ensaiar a realização de um grande encontro para anunciar o apoio a Edinho, mas não conseguiram reunir nem 20 pessoas (veja a imagem).
Petista fala para Edinho. Monteiro, ao centro, de camisa azul, fica de cabeça baixa
Na foto acima os petistas parecem pouco entusiasmados com o filho de Lobão. Nem parece com a imagem de 2010, quando Washington Oliveira (WO) e Raimundo Monteiro davam gargalhadas ladeando Roseana Sarney, vestida com a camisa do PT.
Em 2010 WO e Monteiro eram só alegria ao lado de Roseana Sarney
Sentindo o cheiro da derrota de Sarney, a maioria da militância do PT está com Flavio Dino (PCdoB) e deu as costas para Monteiro e WO.

Agora, nem Lula convence o PT do Maranhão a votar no candidato de Sarney. É caixão e vela!

quinta-feira, 24 de abril de 2014

EDINHO LOBÃO ARREGAÇA AS MANGAS DA CAMISA E CHAMA PARA BRIGA

A imagem publicitária da pré-campanha do senador Edinho Lobão (PMDB) é um fiasco. A foto com as mangas da camisa arregaçadas ficou parecida com desafio para briga de rua.

Algo parecido com os bordões do tipo "quer engatar"?, muito comum nos anos 1970 e 1980 nos bairros da São Luís bucólica e provinciana, antes do surgimento das gangues e do crime organizado.

Ele próprio já havia dito ao amigo Lula que é puro sangue, bom de briga.

Os publicitários tentaram associar o senador a um empreendedor, o homem que tira o paletó e dobra a camisa para para trabalhar pelo Maranhão.

Isso não cola na cabeça do eleitor. Edinho não segura nem o primeiro round eleitoral, é ruim de debate e já começa com o estigma de político sem voto.

É sabido que o primogênito da família Lobão virou senador sem um sufrágio, pois ascendeu à Câmara Alta como suplente do próprio pai, o ministro Edison Lobão (PMDB).

Os marqueteiros também mudaram o nome do candidato. Edinho virou Lobão Filho. A ideia é associá-lo ao pai, desfazendo o estigma do homem de negócios maldosamente pejorativado por uma alcunha relacionada a supostos percentuais cobrados para execução de obras no Maranhão.

Mudaram o nome, mas não o homem. Edinho é o que é. Um legítimo representante da oligarquia Sarney que há 50 anos amaldiçoa o Maranhão.

Cada dia mais perdidos, os marqueteiros dos Leões já não sabem o que fazer com os Lobão. E inventam qualquer coisa, como esta foto sem qualquer sentido utilitário.

Com as mangas arregaçadas, Edinho pode ser mal entendido pelo eleitor, que, em vez de tê-lo como candidato, pode vê-lo como inimigo ou adversário em briga de rua.

Quem vai encarar?

quarta-feira, 23 de abril de 2014

FLAVIO DINO APRESENTA DIRETRIZES DO PROGRAMA DE GOVERNO

Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (23), o pré-candidato a governador do Estado, Flávio Dino (PCdoB) apresentou 53 Propostas para um Maranhão com Desenvolvimento e Justiça Social ao lado do pré-candidato a senador pela oposição, Roberto Rocha (PSB), lideranças políticas e entidades civis. As diretrizes destacam ações nas áreas da Saúde, Educação, Saneamento, Segurança e Moradia. Mais Médicos Maranhão, rede estadual de ensino profissionalizante, Pacto pela Vida, Minha Casa Meu Maranhão e Água para Todos são alguns dos programas propostos a partir do Diálogos pelo Maranhão.

“Esse documento é mais uma etapa que cumprimos nessa pré-candidatura, que foi lançada em outubro de 2013 com milhares de pessoas presentes. Ele é fruto de uma grande mobilização social em todo o estado num sonho conjunto de busca de mais justiça social. Buscamos equacionar essas seis letrinhas: PIB e IDH e, com isso, promover desenvolvimento com justiça social”, explicou Flávio Dino. Ele apresentou todas as propostas e a fonte de recursos para a implantação de cada uma delas.

Flávio Dino defende o cumprimento do direito a uma saúde digna a todos os maranhenses. Ele destaca que hoje o Maranhão possui o menor número de médicos por habitante e o menor investimento proporcional em atenção básica do Brasil. A melhoria da oferta dos serviços de saúde perpassa o acesso à água, saneamento e habitação do Brasil. 

Para isso, defende o “Água para Todos” e o “Mais Médicos Maranhão. O primeiro é uma garantia de água e banheiro na casa de todos os maranhenses. O Atlas do Desenvolvimento Humano 2013 (PNUD e IPEA) aponta que somente metade da população maranhense vive em casas com água encanada e banheiro. Para os municípios não atendidos pela CAEMA, serão feitos convênios com o governo do estado.

Já o “Mais Médicos Maranhão” vem com a finalidade de combater o déficit de profissionais no Estado, pior relação do país, com 0,7 médicos para cada 1.000 habitantes. A ideia é complementar o programa nacional com a articulação e parceria com a Universidade Federal do Maranhão, criar mais um curso de Medicina na Universidade Estadual do Maranhão, em região não atendida pelos cursos existentes e; implantar carreira de Estado para os médicos, similar a dos juízes, garantindo presença de profissionais em todas as regiões, estabilidade, remuneração adequada e promoções por mérito.

Para estabelecer um novo modelo de governança da segurança pública no Estado com instituição de metas para redução de crimes, Dino defende o “Pacto Pela Vida”. A proposta é de articular as políticas de prevenção e repressão ao crime, numa ação conjunta entre governo e comunidade, envolvendo o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a Assembleia Legislativa, os municípios e a União.
O direito à moradia será assegurado através do “Minha Casa, Meu Maranhão”, em parceria com o Governo Federal para construção de casas, com a meta de reformar ou construir 200 mil unidades habitacionais no Maranhão.

Para diminuir as desigualdades sociais no Maranhão, Flávio defende uma política moderna e transformadora. Ele destaca as condições do estado, com recursos naturais, posicionamento geográfico estratégico, múltiplas vocações econômicas, energia, água abundante, terras férteis, belas paisagens, enorme potencial turístico e diversidade cultural.

Para isso, a proposta de governo traz a reestruturação de todo o sistema administrativo de apoio e assistência técnica à agricultura familiar, com destaque à Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão – AGERP e ao ITERMA. O quadro técnico desses órgãos será ampliado e incentivado. Esses órgãos passarão a ser vinculados à Secretaria da Agricultura Familiar, que será criada e terá orçamento crescente ano a ano, de acordo com o crescimento da produção do setor.

Também para investir no desenvolvimento econômico do estado, Flávio defende a ampliação do benefício fiscal de dispensa parcial do pagamento do saldo devedor do ICMS para até 95%, nos casos de indústrias classificadas como de alta relevância para o desenvolvimento do Maranhão (por exemplo, agroindústrias) ou estabelecidas em municípios com baixo IDH. 

Como política de governo, a Proposta por um Maranhão de Todos Nós defende a criação da Secretaria de Transparência e Combate à Corrupção, com remanejamento de cargos do Gabinete do Governador e da Casa Civil.  A Secretaria irá realizar o controle interno da administração, garantir o cumprimento da Lei de Acesso à Informação, apurar denúncias contra áreas do governo e fiscalizar a execução das despesas públicas, inclusive as realizadas mediante convênios. Além disso, sob a coordenação da Secretaria de Planejamento, um sistema de metas de desempenho para todas as áreas de governo. As metas serão públicas e fiscalizadas pela sociedade.

Fonte: Ascom / Flávio Dino

terça-feira, 22 de abril de 2014

PT E PCdoB: ALIANÇAS EXTREMAS SÃO ANTIGAS NO MARANHÃO

O tucano Aécio e o comunista Dino: namoro passageiro
A fotografia de Flavio Dino e Aécio Neves, amarrando a coligação entre o PCdoB e o PSDB, dá margem a reflexões sobre o comportamento dos partidos nos jogos eleitorais.

A imagem serve, também, para educar os militantes muito jovens e os maduros iludidos sobre uma suposta linha imaginária entre esquerda e direita.

Até onde a vista alcança e a memória recupera, as coligações no Maranhão nem sempre mantêm coerência com as supostas linhas ideológicas dos partidos.

Tomemos como exemplo duas legendas emblemáticas: o PT e o PCdoB.

Em diferentes momentos, os dois partidos transitaram por espectros distintos de um suposto enquadramento ideológico – o chamado campo democrático-popular. Vejamos:

PCdoB e a Força Total

Em 1985, grande parte do chamado campo da esquerda reunia-se em torno da candidatura de Haroldo Sabóia (PMDB), contra Jaime Santana (PFL), candidato da oligarquia Sarney, com o poderoso bordão de “Força Total.”

Santana tinha o apoio do então presidente da República José Sarney, do governador Luiz Rocha e do prefeito Mauro Fecury, todos do PDS, antiga Arena, base da ditadura militar.

Aos 45 minutos do segundo tempo, o PCdoB, que namorava a candidatura de Haroldo Saboia, desembarcou da canoa oposicionista e acoplou no foguete da “Força Total”.

Mesmo com o apoio do presidente, do governador e do prefeito, Santana perdeu a eleição para Gardênia Gonçalves, esposa do ex-governador João Castelo.

PCdoB com Roseana Sarney e FHC
A governadora Roseana na base do PSDB, inaugurando pólo falido de confecções

Os comunistas estiveram com Roseana Sarney nos dois mandatos de governadora, quando ela militava no PFL (ex-PDS) e tinha apoio do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Nesse período (1995-2002), o PCdoB ocupou cargos importantes no setor agrário, tendo como figuras destacadas o austero comunista Marcos Kowarick, no Incra; e o presidente do Iterma, Stefano Silva Nunes.

A lógica do PCdoB, concebida na estratégia partidária, era ocupar espaços no governo oligárquico para miná-lo por dentro, explorando as contradições internas do bloco hegemônico.

Algo parecido com o pensamento do PT, a partir de 2006, conforme abaixo.

PT com Sarney
Ex-dirigente do PCdoB, o líder do PT Washington Oliveira consolida a aliança com Sarney

Consolidado em 2010, o noivado entre o PT e a oligarquia Sarney no Maranhão começou em 2006, quando a candidatura de Lula selou uma aliança longa com o PMDB.

Ex-dirigente do PCdoB, o líder petista Washington Oliveira (WO), que viria a ser vice-governador de Roseana Sarney, raciocinava semelhante aos comunistas: precisamos minar a oligarquia por dentro, fazendo uma aliança com Sarney.

O PT entrou no barco da oligarquia em um momento muito propício à vitória das oposições, em 2010, quando as candidaturas de Jackson Lago (PDT) e Flavio Dino (PCdoB) quase derrotam Roseana Sarney (PMDB).

Foi decisiva, portanto, a aliança do PT para o prolongamento da oligarquia no Maranhão.

Novas novidades em 2014
Sarney e o último suspiro com Lula, que depende do PMDB para reeleger Dilma
Na política profissional, os movimentos dos partidos na formação das coligações visam a um acúmulo de forças no médio e longo prazo ou à vitória eleitoral imediata.

Flavio Dino tentou aliança com o PT para ter no seu palanque as presenças de Lula e Dilma, tentando convencê-los de descartar a oligarquia. Não foi possível.

O outro caminho era coligar-se ao adversário (momentâneo) de Sarney no plano nacional, formando um palanque estadual forte. E assim foi feito, objetivando a conquista imediata do poder.

Ao longo dos últimos 29 anos os comunistas e os petistas estiveram em vários lados, com e contra Sarney, a favor e distantes de Lula.

As táticas eleitorais oscilam a cada eleição, mas em todas elas há sempre uma retórica comum: renovação, mudança e liberdade. São três palavras mágicas que sempre funcionam e empolgam os militantes jovens e os maduros iludidos.

As palavras mágicas encaixam-se perfeitamente na imaginária linha divisória entre esquerda e direita, mesmo que a suposta esquerda esteja com os tucanos e com o PT/Sarney, simultaneamente.

Para o senso comum, uma frase explica tanta complicação: “os políticos são todos iguais.”

Mas, nem sempre é assim. Há governos melhores ou piores que outros, fruto de coligações, pessoas, ideias e projetos.

No Maranhão dos últimos 50 anos, tem sido sempre pior. Vamos ver se a aliança dos comunistas com os tucanos melhora nossos indicadores. O tempo dirá!

segunda-feira, 21 de abril de 2014

ESTADO LAICO: NÃO HÁ NADA MELHOR PARA AS RELIGIÕES

Carlos Agostinho Couto *

De quando em quando vemos ressurgir no cenário sociopolítico brasileiro opiniões a favor e contra a adoção de diretrizes religiosas para enfrentarem-se problemas e discussões que estejam em voga.

Muito recentemente houve uma espécie de crise envolvendo os partidários da presidente Dilma Rousseff, quando um deputado ligado a um movimento religioso, e de cariz claramente conservador,  presidiu a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. De um lado os políticos religiosos que davam apoio ao então deputado-presidente e às suas ideias, de outro, deputados de outras religiões (ou sem nenhuma) que se contrapunham ao pensamento do presidente da Comissão.

O problema é que boa parte dos deputados que se digladiaram na defesa ou na contraposição ao presidente da Comissão são da base aliada da presidente da República, que teve que administrar os interesses dos dois grupos, mas com vontade de não contrariar a nenhum. Tal situação expôs um problema importante no debate sobre a adoção de uma religião oficial (os chamados Estados Confessionais) pelos países de tendência democrática.

Ainda resistem Estados Confessionais no mundo, que não podem ser confundidos com Estados Teocráticos. Nestes últimos, o poder é exercido diretamente por algum líder religioso, que se arvora de representante divino e político. Nos primeiros o que existe é uma religião reconhecida como oficial. Em ambos os casos, os preceitos religiosos são muito relevantes, até excludentes socialmente.

Não se pode esquecer, entretanto, que, via de regra, a adoção de uma vertente religiosa pelo Estado - aqui visto como instituição - é geralmente seguida de pouca tolerância com as demais. Não podemos esquecer do forte cristianismo da Idade Média que tanto foi intolerante quando teve os católicos à frente (lembremos da Noite de São Bartolomeu, na França), quanto quando viu crescer o protestantismo (o movimento iconoclasta pela Europa, como reforço do desenvolvido no Império Bizantino, é um exemplo). Assim o foi também com o pensamento nazista contra os judeus e o é em alguns países muçulmanos em relação a outras formas de expressão da fé.

Há casos em que o Estado Laico, aquele que não possui religião oficial, persegue grupos religiosos, como acontece com os monges (budismo vajrayana) no Tibete desde a invasão chinesa na década de 1950, mas isso tem mais a ver com geopolítica (combate à influência inglesa na região na época da invasão) do que com religiosidade. De qualquer forma, é uma situação diferente, pois a China não pode ser considerado um Estado democrático.

É comum, e até esperado, que os grupos que chegam ao poder desejem que seu pensamento prevaleça, mas, do ponto de vista do direito à liberdade religiosa e à livre manifestação do pensamento, é um risco a ideia de que uma orientação religiosa específica deva hegemonizar a política. Risco que a própria história demonstra. Quase sem exceção, a religião preponderante foi intolerante com as demais e com as liberdades daqueles que agissem diferente dos seus dogmas, o que é um risco para a democracia e para a sobrevivência das próprias religiões.

Suponhamos, tomando o Brasil como exemplo, que algum grupo chegue ao poder e determine que, por maioria constitucional ou pela força, o país adotará uma religião qualquer. O que seria das demais? O que seria das religiões vindas da África se fosse determinado que o tambor não poderia ser usado em cultos? O que seria dos católicos sem suas imagens de veneração? O que seria dos evangélicos históricos sem sua liberdade de crítica à tradição? O que seria dos pentecostais sem o seu direito de fazer culto-show? O que seria dos budistas se não pudessem raspar os cabelos para expressar sua fé? O que seria dos indígenas sem a pajelança? O que seria de alguém que optasse por não seguir nenhuma religião?

Correríamos o risco de ter que mudar a religião oficial para os religiosos poderem ter liberdade num eterno sem-fim religioso? Correríamos o risco de compatriotas lutarem por causa de religião, como houve/há no Reino Unido?

Quem crê que acredite: nada melhor para as religiões do que o Estado Laico, pois todas subsistirão.

* Carlos Agostinho Couto é jornalista e professor da UFMA

domingo, 20 de abril de 2014

PÁSCOA E JUMENTOS: COM FERNANDO GABEIRA E LUIS NASSIF

Neste domingo de Páscoa, ofereço à comunidade leitora do blogue o revival com um texto sobre jumentos, o animal que carregou Jesus na entrada triunfal de Jerusalém.


Hoje, na GloboNews, às 18h30, tem uma reportagem especial de Fernando Gabeira sobre o abandono dos muares.

Num tempo em que se adora tanto os bichinhos, olhemos para os burros e jegues tristes nas estradas e o perigo para os motoristas.

Registro também a replicação do meu texto no blog do Luis Nassif.

sábado, 19 de abril de 2014

OS TRÊS PALANQUES NACIONAIS DE FLAVIO DINO AMEAÇAM SARNEY

Para a grande massa de eleitores, indiferente às questões ideológicas, o voto é pessoal. Pouco importa a coerência dos partidos na formação das alianças.

Esse é o ponto que move os políticos profissionais em campanhas. Sabedores da natureza dos eleitores, os candidatos deslizam de um lado e outro em busca da melhor oportunidade para vencer.

Os palpites do ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) têm sido fundamentais na eleição de 2014 no Maranhão.

Filho postiço de José Sarney, com quem rompeu devido problemas familiares, José Reinaldo conhece a fama e a lama da política local.

Tavares sabe que apenas uma aliança ampla, sem qualquer tipo de restrição, pode levar Flavio Dino (PCdoB) a uma vitória contra a oligarquia Sarney.

O ex-governador sabe também que precisa atrair os palanques nacionais para o Maranhão, porque é em Brasília que residem os maiores tentáculos da manutenção do poder oligárquico.

Tavares foi um dos principais incentivadores da aproximação entre o PCdoB e o PSDB para construir no Maranhão o palanque do tucano Aécio Neves colado no líder das pesquisas: Flavio Dino.

A condição de principal candidato da oposição agrega ao comunista não só o palanque do PSDB nacional.

Dino tem ainda a vantagem de oferecer palanque ao candidato Eduardo Campos (PSB), até agora órfão de um nome ao governo no Maranhão.

Diante da indecisão da deputada estadual Eliziane Gama (PPS), é Flavio Dino o principal interlocutor de Campos.

O comunista controla também uma banda do PT, a Resistência Petista, que recentemente realizou um encontro ovacionando Dino como candidato de Lula e Dilma.

Dino está com Aécio Neves (PSDB), mas é tão lulista que até já colocou na sua plataforma de campanha a versão estadual do programa Mais Médicos, lançado pela presidente Dilma Roussef (PT).

Da aliança com o PSDB de Aécio Neves, passando pelo namoro com Eduardo Campos (PSB), até a paquera com a Resistência Petista, Flavio Dino segue costurando uma das mais amplas alianças nacionais no Maranhão.

Ele tentou à exaustão ser o candidato oficial de Lula e Dilma. Não deu. Agora é com o PSDB, até que as urnas sejam abertas e novos realinhamentos sejam feitos.

Inclusive a volta de Flavio Dino para a base do PT, caso Dilma seja reeleita. 

Foi assim em outras campanhas. Pode ser novamente. É tudo uma questão de acomodação das forças para as batalhas.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

DOIS TEXTOS SOBRE GARCÍA MÁRQUEZ E O MARANHÃO

O mundo perde Gabriel García Márquez, escritor de linhagem nobre na Literatura. Obras como “Cem anos de solidão” e “O amor nos tempos do cólera” são obrigatórias.

Algumas pitadas de García Márquez ilustraram nossos escritos sobre política.

Em “O Maranhão desgovernado”, o blogue recomendava o cenário inspirador do realismo fantástico proporcionado pelas absurdidades da oligarquia Sarney.

Um dos escritos de García Márquez seria reservado ao rodízio de governadores que deve chegar ao fim esta semana, caso não haja um fato novo que coloque no Palácio dos Leões um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus ou o pai-de-santo Bita do Barão – famoso terecozeiro de Codó.

Veja tudo AQUI

Outro artigo, inspirado em García Márquez, é uma carta escrita por mim a um suposto leitor de Beverly Hills, cidade indicada no globo geolocalizador do blogue.

Nesse texto, comparo o Maranhão com Macondo, cidade imaginada por Márquez no genial livro “Cem anos de solidão”.

A nossa Macondo é o lugar onde sempre falta água porque o “sistema” está em manutenção e na semana seguinte há velhas notícias sobre os mesmos assuntos há várias décadas e a água nunca chega regularmente nas casas.

Veja o texto integral AQUI

Se estivesse vivo e conhecesse o Maranhão, Gabo teria um imenso manancial de coisas absurdas para transformar em obras de arte.

Essa nossa realidade patética só serve para inspirar escritores. Pelo menos isso há de bom na tragédia maranhense.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

LULA DANÇA COM LOBOS E EMPURRA FLAVIO DINO PARA OS TUCANOS

Lula com a família Lobão: PMDB e PT novamente juntos no Maranhão.
Foto: Heinrich Aikawa/ Instituto Lula
A foto e o apoio de Lula à candidatura de Edinho Lobão (PT) ao governo do Maranhão viraram o jogo eleitoral e levaram Flavio Dino (PCdoB) à coligação com o PSDB.

Neste novo desenho da disputa, os tucanos podem ter a vaga de vice-governador na chapa liderada por Dino, excluindo o PDT da cadeira número dois no Palácio dos Leões.

O posto de vice-governador, quase prometido aos pedetistas, deve ser do deputado federal tucano Carlos Brandão.

Perseverança e pragmatismo
Tucanos e comunistas selam casamento. O PSDB ganha a vice na chapa de Flavio Dino
Flavio Dino tentou à exaustão obter o apoio de Lula e Dilma contra José Sarney (PMDB), mas o casamento não foi possível.

No encontro com Lobão Filho (PMDB) e o ministro Edison Lobão, Lula bateu o martelo: o PT estará novamente com Sarney no Maranhão.

Para Flavio Dino não restou outra opção de palanque. Os comunistas vão com Aécio Neves (PSBD). Esta opção pode ser uma declaração de guerra ao PT nacional, que sempre teve o PCdoB como aliado inconteste.

As opções de Lula e Dino são fruto da simples pragmática eleitoral. Para ganhar, Dilma está refém do PMDB e Dino precisa do PSDB na sua coligação.

Tensão no cenário nacional

A direção nacional do PT tem dúvidas sobre a reeleição de Dilma Roussef no primeiro turno. O cenário no momento é favorável à vitória, mas a incerteza sobre protestos na Copa do Mundo leva o petismo a radicalizar a aliança com o PMDB.

Lula, o presidente de honra do PT, sabe do risco de um segundo turno, principalmente se Dilma cair nas pesquisas após os protestos, a exemplo do que ocorreu em 2013.

Na estratégia da reeleição, o PMDB é tudo! Por isso precisa amarrar os palanques nos estados, onde for possível casar os dois partidos.

Além disso, Lula não tem qualquer problema em declarar apoio a Edinho Lobão, depois de ter abraçado e elogiado Paulo Maluf e José Sarney várias vezes.

Resistência Petista

Flavio Dino ficou sem o apoio oficial do PT, mas terá a militância da Resistência Petista, grupo dissidente da aliança com Sarney no Maranhão, que terá agora de engolir o palanque comunista com Aécio Neves e a vice-governadoria entregue aos tucanos.

Sócios majoritários do PT, Lula e José Sarney jogaram as cartas e não faz qualquer sentido o PT maranhense realizar encontro de tática eleitoral, se a decisão de apoiar Edinho Lobão já foi tomada.

Agora, como diz a música, é cada qual no seu quadrado.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

EDUARDO CAMPOS E OS PALANQUES NO MARANHÃO

Definida a chapa presidencial do PSB - Eduardo Campos e Marina Silva - as próximas articulações caminham para formar os palanques estaduais.

No Maranhão, o perfil da chapa socialista está mais próximo da candidatura de Flavio Dino (PCdoB), cuja aliança já reúne o PSB, controlado pelo vice-prefeito de São Luis Roberto Rocha.

Pela ordem natural da política, os comunistas abrigariam Campos, mas Flavio Dino sabe que precisa do apoio do governo federal para ganhar a eleição no Maranhão.

No plano nacional, o PCdoB, bem relacionado com o Palácio do Planalto, tenta aproximar os petistas Lula/Dilma do comunismo maranhense.

Oficialmente, o PT do Maranhão tende a indicar o vice-governador na chapa do PMDB, liderada por Edinho Lobão ou João Alberto, pré-candidatos de José Sarney.

Até agora, o alinhamento dos partidos e candidaturas pode ser: Flavio Dino com Eduardo Campos e o candidato de Sarney com Lula/Dilma.

É pouco provável que Dino faça qualquer sinalização à candidatura de Aécio Neves (PSDB). Seria uma declaração de guerra ao PT nacional.

O PCdoB raciocina da seguinte maneira: se não pode contar com Lula/Dilma no seu palanque no Maranhão, melhor não tê-los como adversários.

Dino vai lutar pelo apoio do governo federal até o fim, mas no calor da campanha terá de fazer opção nos materiais impressos e na propaganda eletrônica. 

Oficialmente, tudo indica que os comunistas estarão nas fotos com Eduardo Campos, apesar da preferência por Lula/Dilma, que estarão com Sarney, apesar dos pesares.

EDINHO LOBÃO É CANDIDATURA DE TESTE

Pouca gente no mundo político levou a sério o lançamento da candidatura do senador Edinho Lobão (PMDB) ao governo do Maranhão.

Mais frágil e despreparado que o ex-candidato Luis Fernando Silva (PMDB), Edinho Lobão é um presente para o oposicionista melhor colocado nas pesquisas - Flavio Dino (PCdoB).

Edinho está derrotado antes do tempo, até mesmo dentro da oligarquia Sarney, onde o império parece desmoronar.

Tudo indica que Edinho será trocado pelo senador João Alberto (PMDB), que encarna o papel de justiceiro e pode até ser bem aceito pelo eleitorado sedento pelo combate agressivo à criminalidade informal.

Depois da Semana Santa, Edinho pode ser devorado pelo carcará. Vamos aguardar conferir.

sábado, 12 de abril de 2014

RESISTÊNCIA PETISTA COM FLAVIO DINO, ESPERA APOIO DE LULA E DILMA NO MARANHÃO

O campo Resistência Petista, formado por várias tendências não alinhadas à oligarquia Sarney, realiza um encontro neste domingo para manifestar o apoio à candidatura de Flávio Dino (PCdoB) ao governo do Maranhão.

"Somente um governo estadual comprometido com as mudanças pode ajudar a presidenta Dilma a fazer as reformas que o Brasil precisa e o povo pede", diz a convocatória do encontro, sinalizando a candidatura de Flavio Dino como a melhor alinhada ao governo federal.

Em Brasília, o PCdoB nacional dialoga com a cúpula do PT para viabilizar o apoio a Dino e o descarte de Sarney.

No Maranhão, a outra ala do PT, liderada pelo ex-governador Washington Oliveira (WO), ficou mais tonta depois da avalanche que arrastou Luis Fernando Silva (PMDB), o ex-candidato da governadora Roseana Sarney.

O PT sarneísta sonhava com a indicação do vice na chapa do PMDB, mas o projeto desmoronou e já se fala até em candidatura própria, na verdade um laranja para atuar como linha auxiliar do Palácio dos Leões.

Esta banda do PT, submissa a Lula e a Sarney, tem maioria no partido, controla o cartório dos diretórios e os delegados que decidirão a tática eleitoral.

O maior trunfo do PT sarneísta é o negócio do tempo de propaganda eleitoral, moeda forte nas negociações e na formação de aliança.

Minoria no partido, a Resistência Petista tem a coerência, os militantes históricos e um amor não correspondido por Lula e Dilma.

Quanto mais corteja o ex-presidente e a atual chefe do Planalto, mais a Resistência Petista é desprezada pela cúpula do partido, que prefere o amigo José Sarney (PMDB).

O amor não correspondido será colocado à prova novamente neste domingo, quando a Resistência vai fazer a milésima declaração de fidelidade ao lulismo, enquanto em Brasília a cúpula do PT abraça a desgraça do Maranhão.

Veja o texto-convocatória da Resistência Petista para o encontro:

O Brasil mudou com os governos de Lula e Dilma, mas o Maranhão continua preso ao sistema oligárquico, que compromete a qualidade de vida dos maranhenses.

O Maranhão, como há cinquenta anos, ostenta alguns dos piores indicadores sociais do Brasil, em educação, saúde, saneamento básico e outros.

Para acompanhar o Brasil, o Maranhão precisa mudar. E, pra mudar o Maranhão é preciso mudar a política do Maranhão, o governo do Maranhão.

O Brasil mudou, mas é preciso fazer mais. É preciso, como pede o povo brasileiro, fazer as reformas estruturais e consolidar as mudanças dos últimos anos.

Para fazer as mudanças que o Brasil necessita, o governo da presidenta Dilma precisa contar com aliados comprometidos com as reformas estruturais.

Somente um governo comprometido com as mudanças pode impulsionar um programa de desenvolvimento que melhore os indicadores sociais.

Para que isto aconteça, precisamos reforçar o campo democrático e popular, ganhar as eleições estaduais e mudar a política do Estado do Maranhão.

Com esse propósito, convocamos todos os petistas, que apoiam Flávio e Dilma, para um encontro estadual, dia 13, em São Luís, na sede do Boi Pirilampo, Av. 10 – Cohab, a partir das 9h.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

SÓ NO MARANHÃO: QUEM CONTRATA “DE BOCA” E TERCEIRIZA A SAÚDE PÚBLICA VIRA ESPECIALISTA EM SEGURANÇA PÚBLICA

Marizélia Ribeiro, professora da UFMA e doutora em Políticas Públicas

Sem uma proposta eficiente e eficaz para melhorar as condições de saúde e de vida da população maranhense, o que deve ser finalidade das Políticas Públicas de Saúde, o atual Governo do Maranhão decidiu investir especialmente na construção de Unidades de Pronto Atendimento (UPA), aproveitando-se do financiamento fácil do PAC de Dilma e sabedor que a assistência em serviços de urgência/emergência causa mais impacto no eleitorado porque mexe com o risco iminente de vida, com a possibilidade de realizar e entregar exames em prazo curto e com o alívio da dor e de outros sintomas através de medicamentos.

Segundo o Governo Federal, “As UPAs fazem parte da Política Nacional de Urgência e Emergência, lançada pelo Ministério da Saúde em 2003, que estrutura e organiza a rede de urgência e emergência no país, com o objetivo de integrar a atenção às urgências.”.

As UPAs foram transformadas em um dos “carros-chefe” da próxima campanha para Governador do Maranhão. Em seu dia de “fico”, a Governadora alardeou que vai construir mais hospitais, aumentando o número de leitos.

Alguns municípios precisarão escolher se investirão em Unidades Básicas de Saúde ou com os altos custos de hospitais. É fato notório que doentes crônicos, como os renais, cardíacos e diabéticos, “rodam” pelas emergências e não têm seus problemas resolvidos, mas apenas o alívio das agudizações.

Nas UPAs de São Luís, enquanto não criam a Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares, o contrato com profissionais é de “boca”. O dinheiro pago a eles passa por empresas tipo “cooperativas”. Alguns profissionais já foram demitidos quando se preparavam para assumir o plantão. Não se discute, aqui, o que justificou uma demissão, mas como ela acontece e a falta de contratos de trabalho. É a precarização do trabalhador e a prevaricação de gestores. Fim do servidor público estadual nas unidades de saúde, uma luta para o Conselho Regional de Medicina e o Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão.

Fica a pergunta: o que de tão bom tem feito o gestor maior da Saúde de nosso estado para ter sido presenteado com o cargo de secretário de Segurança Pública? Certamente não foi pelos indicadores de saúde que já vinham melhorando, uma exigência do Governo Federal e de financiadores internacionais.

No caos que se instalou nos últimos anos no setor de Segurança Pública no Maranhão, para dar conta dos inúmeros problemas, seria preciso mais que um político obediente a pretensões eleitoreiras de um grupo que deseja se eternizar como dono do Maranhão.

SHOW NESTA QUINTA: LUIZ JUNIOR & CONVIDADOS, NO AMSTERDAM PUB


O show Luiz Júnior & Convidados foi feito sob medida para você que admira o talento desse virtuose das sete cordas e da guitarra. No primeiro set do show, Luiz Júnior e Banda - Rui Mário (acordeon e teclados), George Gomes (batteria), Elton Nascimento (saxofone e flauta) - nos guiarão pelas belezas de sons e cores que a qualidade de sua execução imprime à música instrumental.

No segundo set, o artista recebe convidados especiais que são verdadeiros talentos com reconhecimento público e estilos musicais diversificados, entre eles: Augusto Pellegrini Fllho Pellegrini, Fernando de Carvalho,Lena MachadoSabrina Reis e Wendell Cosme.

Reservas: 96186643 ou 81640488 - Mesa: R$ 100,00 Individual: R$ 20,00

Apoio: Calado & Correa Advogados Associados, Contamaster

Realização: Satchmo Produções

quarta-feira, 9 de abril de 2014

O FICO DESCONSOLADO E MELANCÓLICO

Salvador Fernandes *

A Governadora Roseana Sarney Murad anunciou que fica no cargo até o final do mandato. Há duas vertentes de explicação: uma, de dimensão estritamente pessoal, onde sinaliza que cansou das lides ”politicas” e cogita uma vida longe dos holofotes, cujas prioridades são as relações de cunho familiar; outra, de aspecto institucional, que seria justificada pela necessidade de concluir sua “exitosa” administração estadual, cantada em verso e prosa como o melhor governo de sua vida, aquele que está catapultando os maranhenses ao idílico mundo das nações desenvolvidas.

Sem delongas, esta foi uma decisão política indesejada, consequência do progressivo exaurimento do longo domínio oligárquico no Maranhão, ocasionando, inclusive, a fulminante desistência da capenga pré-candidatura de Luís Fernando Silva ao Governo do Estado. Para isto, contribuiu o precipitado e forçado enclausuramento político do ex-vice-governador na Corte de Contas maranhense, situação que provocou a transferência prioritária do jogo sucessório para o Legislativo estadual. Lá no parlamento, a “Branca” encontrou uma inesperada resistência ao pré-concebido desfecho de sua intrincada equação continuísta.

O Clã precisava de Roseana Sarney com mandato no Congresso Nacional. Afinal, a governadora, ao lado do Senador Sarney, são os principais expoentes da oligarquia, e o êxito de seus negócios depende, sobretudo, da força que exala dos mandatos conquistados.  Porém, para eles, a condução das relações de Poder é, antes de tudo, de natureza familiar. Dessa forma, jamais confiariam, ou terceirizariam, o comando do governo estadual. Seja a uma “estrela” recém incorporada à sua constelação oligárquica, ou, especialmente, a um Presidente de Casa Legislativa sedento pela cadeira do Palácio dos Leões, cujo principal conselheiro é ninguém menos que o Ex-Governador José Reinaldo Tavares – integrante do rol de inimigos mortais do Velho Morubixaba.

O certo é que a Oligarquia não tinha garantias de eleger, pela via indireta, Luís Fernando oficialmente governador do Maranhão. Logo, os outros conluios tentados no Legislativo estadual direcionavam-se para uma possível relativização da necessária fidelidade canina, exigida do sucessor da governadora. Preterida no parlamento, a Oligarquia não podia abdicar da Arca estadual, instrumento primordial e estratégico para buscar, mediante emprego do patrimonialismo escancarado, reverter o quadro eleitoral que se apresenta absolutamente desfavorável. Além disso, não desejam a repetição da malograda experiência de 2006, quando a Oligarquia disputou, com a própria Roseana, o governo estadual, sem estar no seu comando, e foi derrotada pelo saudoso Jackson Lago. Assim, a permanência da Governadora Roseana Sarney hipoteca a viabilização plena do tradicional “modus operandi” eleitoral da Oligarquia.

Todavia, outros estorvos políticos se avizinham. Destaca-se a conjuntura de indefinição nas hostes dos petistas locais, reforçada pela renúncia de Luís Fernando. Antes da desistência do pré-candidato governista, o PT maranhense, nas palavras de seus dirigentes do campo majoritário, seria novamente aliado da Oligarquia no próximo pleito estadual. 

Agora, com a ambiência de crise no “arraiá” oligárquico, potencializada pela perda dos cargos ocupados por petistas na administração estadual, argumentam que a questão da sucessão estadual precisa ser “rediscutida”. No entanto, a instância estadual “opina”, mas não decide.  A deliberação final será da Direção Nacional do Partido. A perspectiva é de modificação de seu posicionamento sobre a conjuntura sucessória local. Isto por conta: do desgaste nacional decorrente da estreita e prolongada relação política do PT com a oligarquia Sarney; da recente queda nas pesquisas eleitorais da candidata Dilma Roussef; e, na esfera estadual, da manutenção persistente da pré-candidatura de Flávio Dino em patamares de intenções de votos superiores a 50%.

Os últimos acontecimentos políticos no seio oligárquico reforçam a tendência de que a sigla trabalhadora descarte um alinhamento exclusivo com as candidaturas majoritárias sarneisistas. Esse novo cenário enfraquece a tese que tenta viabilizar um acordo com as demais forças políticas integrantes da base governista no Estado, enquanto que reforça a idéia de lançamento uma candidatura “pró-forma” ao Governo estadual. 

Entretanto, caso se confirme a propensão de queda da presidente Dilma, e Lula venha substituí-la, acentuam-se as possibilidades da tentativa de imposição de um cenário de coalização partidária. Se não prosperar a ideia do chapão da base aliada estadual, e Lula se torne candidato presidencial, haverá uma revitalização dos laços políticos com a Oligarquia, ficando, mais uma vez, as forças democráticas, hoje majoritariamente aglutinadas em torno do pré-candidato Flavio Dino, num plano secundário.

No processo eleitoral de 2010, o PT foi fundamental ao avalizar uma sobrevida política-eleitoral à oligarquia Sarney. Em 2014, o cenário político-eleitoral aponta para o desfazimento relativo, pelo PT nacional, da eterna gratidão ao “imortal” José Sarney, materializada em substantivos espaços na administração federal e nos apoios ostensivos às candidaturas majoritárias oligárquicas no Estado.

* Salvador Fernandes
Servidor Público Federal
Economista
Ex-Presidente Estadual do PT/MA (1996-1999)