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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

“QUEREM ACABAR COM A NOSSA ILHA”

GIORDANO MOCHEL ALERTA SOBRE AS TERMELÉTRICAS EM SÃO LUÍS

"Até hoje muitos pensam que a primeira das seis termelétricas [a carvão mineral e/ou óleo] que diversos grupos empresariais – MPX, VALE, Alumar, Gentech e outros – estão propondo encravar na Ilha de São Luís, essa ora badalada da MPX & EBX, é de apenas 360 MW, com consumo de 2.500.000 litros de água do mar e 130 toneladas de carvão mineral POR HORA!!! NÃO É VERDADE.

Todos os dados de consumo e de poluição, portanto, devem ser multiplicados por dois: é tudo em DOBRO, pois a UTE da MPX & EBX prevê formalmente a geração de 720 MW!

A Usina Termelétrica UTE-PORTO DO ITAQUI, antiga UTE-Termomaranhão, é um empreendimento promovido pela empresa Diferencial Energia, sendo esta 100 % de propriedade da MPX Energia S.A., a qual, por sua vez, é controlada pela holding EBX, empresas estas todas controladas e orientadas com mão de ferro pelo multibilionário empresário EIKE Fuhrken BATISTA, golden boy, filho dileto do famoso ex-presidente da CVRD, (agora apenas VALE), Eliezer Batista.

Os dirigentes da MPX & EBX, em pessoa e por via de matérias pagas, insistem em tergiversar, omitir, iludir, dissimular fatos como esses, e reiteram, na maior cara de pau, que a UTE-Porto do Itaqui é de apenas 360 MW, apesar do que já foi informado em documentos oficiais ao mercado acionário de todo o país e do mundo [via CVM e Bovespa e anúncio público de 13/12/2007].

Os dirigentes da MPX & EBX e seus vassalos locais, ainda por cima, propalam inverdades e tentam iludir olhos, corações e mentes com folders bem impressos, mas recheados de placebos e insuportáveis chavões dos "cantos-de-sereia" do diálogo, transparência e honestidade.

Essa atitude nefasta vem provocando alto nível de desinformação e embates fratricidas entre a imensa e desinformada turma do "a favor do progresso a qualquer custo ambiental" e os defensores do desenvolvimento sustentável com inteligência, dignidade e cidadania.

Apesar do Ministério Público, Assembléia Legislativa e órgãos da sociedade civil estarem agindo e protocolando diversos recursos e tentando embargar a obra, parece que tudo está saindo como planejado pela empresa, pois mais de 80 famílias da Vila Madureira já estão sendo indenizadas e reassentadas.

A empresa inclusive destinou uma verba de 70 milhões de reais a título de "incentivo", e parece que tem dado certo, principalmente na Prefeitura de São Luís e na FIEMA. E pelo visto continuará com força total na gestão subseqüente.

É preciso que a sociedade tome conhecimento de tudo isso e se mobilize. Apenas o fato de propagar esse assunto que vem sendo trancado a sete chaves pela imprensa (provavelmente por causa do "incentivo") já ajuda a evitar a destruição do ecossistema da ilha Upaon-Açu.
Digo destruição e vou enumerar os fatos que podem ocorrer:

* Destruição completa de todo o ecossistema de mananciais da região, devido ao despejo da água aquecida para o resfriamento da turbina. São 2 milhões e meio de litros de água por hora! Se tiver algum pescador nas imediações ficará literalmente cozido! Isso provavelmente desequilibrará todo o ecossistema da ilha.

* Poluição do ar por carvão. Com certeza, por mais ventilada que seja nossa ilha, não haverá dissipação suficiente do pó de carvão na atmosfera, ou seja, toda a vegetação nas imediações irá fatalmente morrer, incluindo a região do lindo Maracanã. Imaginem o que acontecerá com as pessoas...

* Poluição por CO2. Se não bastasse o carvão, a população terá que viver caçando ar. O nível de CO2 aumenta absurdamente e os problemas respiratórios serão enormes. Seria ótimo para a floresta local essa quantidade de CO2, pena que estará coberta de carvão...

* Poluição sonora. Morar perto de uma usina destas é como dormir do lado de um trilho onde passa um trem de um infinito número de vagões. Provavelmente nem as pessoas nem a fauna conseguirão sobreviver próximas a ela. A não ser que sejam surdos.

Agora o pior: A maior parte do dinheiro usado pela empresa para construir a obra será proveniente do BNDES e Bird; ou seja, dinheiro público! Vão usar o dinheiro do povo pra acabar com ele.

Ótimo. Principalmente sabendo que as termoelétricas são caras e muito pouco rentáveis, e nunca recomendáveis para países onde a geração hidrelétrica é abundante. Com certeza, parece mais um grande engodo para alguém levar algum.

Tudo isso afetará a ilha inteira! Do Quebra-Pote à Raposa.

Portanto, antes que destruam o que é nosso, vamos fazer alguma coisa!"

Giordano Mochel

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