WASHINGTON GANHA PRÉVIA NO PT CADA DIA MAIS DEGRADADO

O vice-governador Washington Oliveira (WO) venceu a prévia indireta do PT, totalizando 1035 votos, contra 808 do adversário Bira do Pindaré.

Seis chapas disputaram a prévia indireta, sendo três alinhadas a cada um dos dois candidatos. (veja abaixo o resultado por chapa).

A votação definiu também o número de delegados de cada força interna ao encontro do dia 15 de abril, quando será escolhido o candidato do PT à Prefeitura de São Luís.

WO terá 124 delegados e Bira do Pindaré 96. Os delegados serão escolhidos criteriosamente para evitar defecções.

Durante todo o dia de ontem os filiados dirigiram-se aos locais de votação, em um processo eleitoral que em quase nada lembra o PT.

Uma variedade de fatos pitorescos marcou a disputa. Uns hilários, outros grotescos, os episódios da prévia petista revelam um partido degradado.

Antes do resultado oficial, mas já confirmada a vantagem de WO, uma filiada deslumbrada gritava: “Roseana ganhou, Roseana ganhou!”

Na fila de votação da Ubra, no Anil, este blogueiro travou um diálogo com um eleitor, vestido com a camisa da chapa 1 (WO).

- Você está com qual grupo? Indaguei. - Sei lá! Vim aqui votar nesse aqui, disse, desinteressado, mostando um santinho.

Em uma das seções de votação, uma senhora com a escrita precária teve muitas dificuldades de assinar o nome. Na hora de preencher a cédula, ela perguntou:

- Como é que eu faço para votar? - Marque aí nesse quadradinho tal, indicou espertamente o militante.

Ao final da apuração, ontem à noite, homens de negócios entoavam palavras de ordem do PT fisiológico.

A degradação ocorre em todos os níveis. Em privado, WO refere-se a Rodrigo Comerciário e Joab Jeremias como a “chapa da cracolândia.”

Orgulhoso da vitória de Roseana, entregue a Sarney, este PT atravessou o Rubicão. E parece não ter mais volta.

DELEGADOS Washington Oliveira: 124

Bira do Pindaré: 96

CHAPAS ALINHADAS A WO: 1035 votos

Construindo uma Nova São Luís (Washington Oliveira): 675 votos, 81 delegados

Novos Petistas e Vanguarda (Eri Castro e Dimas): 63 votos, 8 delegados

Renovar é Preciso Sempre (Joab Jeremias e Rodrigo Comerciário): 297 votos, 35 delegados

CHAPAS ALINHADAS A BIRA DO PINDARÉ: 808 votos

Mensagem ao Partido, Bira Prefeito (Augusto Lobato e Reage PT): 152 votos, 18 delegados

Bira Prefeito, Resistência Petista (Bira do Pindaré): 590 votos, 70 delegados

Sou Mais Lula e Dilma (Marcio Jardim e Thais): 66 votos, 8 delegados

PT COMEÇA A DECIDIR CANDIDATURA DE PREFEITO

A partir das 17 horas deste domingo começa a apuração da prévia indireta do PT, que vai definir a candidatura do partido à Prefeitura de São Luís.

A votação está chegando ao final e logo depois as urnas começarão a ser abertas. O resultado sai ainda na noite de hoje, se tudo correr normalmente.

Seis chapas participam da prévia. Três são alinhadas ao deputado estadual Bira do Pindaré, do campo Resistência Petista, e três associadas ao vice-governador Washington Oliveira (WO), que tem o apoio da oligarquia Sarney.

Cada chapa, de acordo com a votação obtida hoje, terá direito a indicar delegados para o Encontro Municipal do dia 15 de abril. Os delegados vão votar para decidir entre Bira e WO.

Bira do Pindaré está otimista com a mobilização para a prévia de hoje. Várias tendências do PT, reunidas no campo Resistência Petista, participaram ativamente do processo eleitoral com três chapas competitivas.

ENCONTRO COM CINEMA EXIBE GODARD

“Nossa Música”, de Jean-Luc Godard, é o filme deste sábado do projeto Encontro com Cinema, no Chico Discos, às 19h. Veja a sinopse:

Um filme em três partes: inferno, purgatório e paraíso. No inferno, imagens da guerra. Aviões, tanques e navios, explosões, execuções, populações em fuga, campos e cidades devastados. Imagens silenciosas, quatro frases, quatro peças musicais.

No purgatório, a cidade de Sarajevo contemporânea, martirizada como tantas outras. Personagens reais e imaginários. Uma visita à ponte de Mostar enquanto ela é reconstruída representa a passagem da culpa ao perdão.

No paraíso, uma jovem mulher, que vimos no purgatório, encontra paz à beira d'água, em uma pequena praia guardada por fuzileiros navais norte-americanos.

Serviço:

Dia 24 de março, às 19h

Chico Discos

Rua de São João, esquina com Afogados

Entrada franca

A DECADÊNCIA DO CONSENSO DE WASHINGTON

Em ligeiras palavras, o Consenso de Washington é uma expressão utilizada para designar o conjunto de políticas neoliberais formuladas em 1989, sob o manto do FMI, como receita econômica de sucesso para o mundo.

Ronald Regan (EUA) e Margareth Tatcher (Inglaterra) foram os ícones desta cartilha econômica fracassada: privatizações, flexibilidade dos direitos trabalhistas, Estado mínimo e ampla liberdade para o capital.

A submissão da economia internacional às regras do Consenso de Washington mostrou-se equivocada. Os resultados estão aí: a Europa quebrada, a Grécia falida e o espectro da crise rondando o mundo todo.

Meramente ilustrativos, os parágrafos acima servem apenas para ornamentar, por coincidência de nomes, uma situação política interessante de observar na conjuntura local.

No Maranhão exótico também houve um consenso de Washington. Quando o atual vice-governador Washington Oliveira (WO) militava no PT e no movimento sindical, a velha tendência Articulação (hoje CNB) rendia-lhe culto.

Havia um alinhamento às diretrizes do consenso. Mas, foi-se o tempo em que a formação dos diretórios do PT era feita nas listas de WO, anotadas em um caderno de doze matérias.

Hoje é diferente. A CNB no Maranhão virou uma confederação de subtendências e agrupamentos com vários líderes: Joab Jeremias, Rodrigo Comerciário, Mundico Teixeira etc.

O consenso de Washington entrou em franca decadência. Para conseguir maioria nas disputas internas do PT, o vice-governador tem de render-se aos outros líderes.

Em várias ocasiões, os chefes das subtendências negociam direto com o Governo do Estado, sem a mediação do vice, quebrando-lhe a autoridade.

Sem Jeremias e Comerciário, por exemplo, WO é certamente derrotado em todas as disputas.

Candidato a vereador, Joab Jeremias sabe que corre o risco de ser apedrejado nas ruas de São Luís se andar à tira-colo com o vice-governador, carimbado de Roseana Sarney e Ricardo Murad.

No pragmatismo de Jeremias o mandato na Câmara dos Vereadores virá com um bom candidato majoritário puxador de votos, como Bira do Pindaré.

Joab tem força na prévia do PT e sabe que Bira é o melhor nome para ganhar de Castelo e eleger uma bancada de vereadores petistas.

Se aderir ao consenso decadente, todos perdem.

A vice-governadoria transformou-se em uma confederação de pessoas físicas e jurídicas neoliberais sem nenhum projeto sólido, a não ser os interesses imediatos de WO.

Visando atingir seus objetivos, o vice utiliza as subtendências para formar uma base instável, podendo trocar a qualquer momento Joab Jeremias e Rodrigo Comerciário por outros operadores.

E cada dia chega mais. A nova aquisição da vice-governadoria é um jovem de nome Sadam Hussein, importado de Coroatá, onde militava nas fileiras de Ricardo Murad.

Se Joab e Rodrigo não se cuidarem, logo logo Sadam Hussein funda uma tendência, dá um golpe e assume o comando.

ALICE CONVERTEU-SE À UNIVERSAL DO REINO DE DEUS

Sangue de Jesus tem poder. Leitor(a) assíduo deste blogue deve lembrar do texto As desventuras de Alice com a Força Nacional.

Depois da queda na rua Grande, Alice operou uma transformação radical na vida. Virou empreendedora em uma lanchonete/restaurante no centro de São Luis e converteu-se à Igreja Universal do Reino de Deus. Agora, é obreira do bispo Edir Macedo.

Foi um açoite nos meus olhos vê-la sem as tranças rastafari e os saltos altos com as fitas coloridas amarrando as pernas torneadas.

De cabelo curto e avental, está dedicadíssima à nova empreitada, desta feita não em busca do homem de formas perfeitas, mas da prosperidade pela força do trabalho e com os milagres da Universal.

Dizimista inveterada, deposita na conta do bispo Macedo o dinheiro outrora investido nas ações da AmBev, nos ingressos das festas de reggae, na choperia Cabão e no churrasquinho do fim-de-noite para matar a larica.

A lanchonete passou por uma ampla reforma, proporcionando um vai-e-vem de pedreiros e ajudantes a cortejar com os olhos as feições da moça. Ela está sempre de calça jeans, mas as formas permanecem perfeitas, inspirando os operários da obra.

Alice mudara, mas ficou nela, metafisicamente, aquela saborosa malandragem do olhar, a faceirice do sorriso e o bailado dos quadris. Não há como separá-la dessas imagens. Na essência, é a mesma; porém, com muitas reservas.

- Muitos homens aqui pedem meu telefone, mas eu não dou mesmo!, enfatizou com um abanar de cabeça, depois de instaurar um inquérito na minha vida.

Enquanto servia-me um café quentinho feito na hora, perguntou sobre meu estado civil, a profissão, o trabalho, os relacionamentos anteriores, as minhas aventuras amorosas, meu bairro e minhas preferências diversionais num falatório sem fim.

Até Leidiane, a tia de Alice, enfiou-se na conversa pedindo-me um conselho sobre o uso da pílula do dia seguinte. Recém-casada, Leidy (com ípsilon, para os íntimos) estava temerosa de uma gravidez não planejada por conta de um estouro do preservativo na noite anterior.

Fora esses parêntesis de Leidiane, a tagarelice de Alice á uma prosa surreal. Vai misturando os assuntos, entrando e saindo de mil papos, entrecortados com os comentários sobre as novelas e o noticiário da televisão, que ela detesta.

- Só tem tragédia na TV.

- Pois é, parece até um boletim de ocorrência. Rebati em cima da bucha.

- Olha, mudando de assunto, quem sabe um dia eu dou meu telefone para o senhor. Vamos ver se a gente faz dois mais dois virar cinco.

- Como assim? Indaguei, engasgando-me na xícara de café com a surpresa da proposta inusitada que me encheu de esperança.

Ela virou o rosto para um lado, deu uma rebanada, soltou uma gargalhada discreta e retomou o ar de sobriedade, fitando-me fixamente:

- Ah! A gente pode até dar uma volta, mas só até o Canto da Fabril. Se o senhor se converter para a Universal e pagar o dízimo, é assim que dois mais dois vira cinco.

Foi dessa forma que Alice me prendeu até hoje à lanchonete, onde sempre passo para tomar um café delicioso e fumar um cigarro, até criar coragem de ir à Universal.

Deus haverá de prover.

IMPERATRIZ: LILIA DINIZ LANÇA "SERTANEJARES"

por Lúcia Pacheco

A poeta Lilia Diniz faz o lançamento do livro "Sertanejares", hoje (21), às 19h, no auditório da Universidade Federal do Maranhão de Imperatriz, com o apoio da Academia Imperatrizense de Letras e Casa das Artes.

O livro, além de exaltar as raízes do sertão brasileiro, homenageia mestres da cultura popular de Imperatriz como Dona Francisca do Lindô, seu Marcelino, dona Ritinha da Pintada e seu João da Cruz.

Poetas amigos da escritora farão parte da programação do lançamento formando um grande sarau poético. A publicação da obra "Sertanejares" foi possível através do Edital Universal da Cultura Maranhense em 2011.

"Sertanejares" é fruto de uma análise sobre a linguagem dividida em três temas mais o Palavreado, uma novidade que ajudará os leitores a entender o linguajar específico do sertão.

O primeiro tema aborda uma questão política sobre a vida das quebradeiras de coco babaçu nos povoados maranhenses e a questão indígena, inserindo realidades de outras cidades como Arame e Tanque, retratando a imagem do interior do Maranhão.

Homenageando a Literatura de Cordel, o segundo tema apresenta poemas rimados ou “contar os causos” do sertão.

O terceiro tema é dedicado a versos líricos sobre o cotidiano dos romances sertanejos. O formato do livro é uma peculiaridade presente nas obras de Lilia, distribuído dentro de uma caixinha feita com madeira de buriti e o livro Sertanejares.

Foto: Tauari Formiga

LEMBRANDO GERÔ NO DIA ESTADUAL DE COMBATE À TORTURA

O Papoético desta quinta-feira 22 faz uma homenagem póstuma ao artista maranhense GERÔ, assassinado por PMs em março de 2007. Iniciativa conjunta do Papoético, Chico Discos e Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH).

O Dia Estadual de Combate à Tortura foi instituído depois do assassinato de GERÔ, poeta popular, cordelista e repentista. Gerô gravou quatro CDs e diversos jingles de campanhas políticas e eleitorais.

Será exibido um filme abordando o tema da tortura, seguido de debate com Cinthia Urbano e Joisiane Gamba, da SMDH.

O Projeto Papoético existe desde novembro de 2010 e acontece semanalmente, reunindo um grupo seleto de convidados que se encontram para debater arte e cultura.

Completamos no dia 25 de novembro de 2011 o primeiro aniversário do Papoético, que acontece no Sebo do Chiquinho.

Endereço: rua de São João (esquina com rua dos Afogados, 389 – A, altos do Banco Bomsucesso). A entrada é pla rua de São João.

No Chico Discos funciona um barzinho com som de primeira e petiscos. Entrada franca.