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domingo, 8 de agosto de 2010

LEI DO LIXO

Depois de 20 anos tramitando no Congresso Nacional, finalmente foi sancionada em 2 de agosto a lei que cria a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

O tema passou quase despercebido na agenda midiática nacional. Foi encoberto pelo desfecho das impugnações de candidaturas ao pleito eleitoral de 2010.

Em tese, a nova legislação responsabiliza a sociedade pelo desfecho do lixo. Poder público, empresas privadas e os cidadãos passam a “gerenciar” os resíduos a partir da nova legislação.

Um dos impactos será a extinção dos lixões, principalmente nas capitais e cidades médias, substituindo-os por aterros sanitários, num prazo de dois anos.

Sem os lixões, a meta é acabar com a figura bisonha do catador de lixo e transformá-lo em trabalhador de materiais recicláveis.

As novas denominações chegam à ponta da cadeia do lixo. Resíduo é tudo aquilo que pode ser reciclado ou reaproveitado. E rejeito é a escória imprestável.

A lei obriga empresas de agrotóxicos a criar mecanismos de recolhimento das embalagens vazias, cujo efeito danoso ao meio ambiente prolonga-se mesmo após a utilização dos produtos.

Pelo exposto, percebe-se uma legislação de primeiro mundo para o Brasil, onde a prática mais comum (do pobre à classe média) é jogar lixo pelas janelas dos carros e dos ônibus em qualquer rua.

Em São Luís, a coleta de lixo é um luxuoso objeto de desejo nas negociações entre as empresas coletoras e a Prefeitura.

O esquema com a Limpel/Limpfort montado na gestão de Tadeu Palácio tem cheiro de chorume.

ENQUANTO ISSO, NO REINO DA DINAMARCA....

Lixo vira energia limpa na Dinamarca

No bairro de Horsholm: uma grande usina energética que queima milhares de toneladas de lixo doméstico e industrial 24 horas por dia.

Bem mais limpo que os incineradores convencionais, esse novo tipo de usina transforma o lixo local em calor e eletricidade. Dezenas de filtros retêm poluentes, do mercúrio à dioxina, que há uma década sairiam pela chaminé.

Desde então, essas usinas se tornaram cruciais no tratamento do lixo e como fonte de combustível em toda a Dinamarca.

Seu uso não só reduziu o gasto energético do país e sua dependência em relação ao gás e ao petróleo, como também beneficiou o meio ambiente, minimizando o uso de aterros sanitários e diminuindo as emissões de dióxido de carbono.

O país, de 5,5 milhões de habitantes, tem 29 usinas dessas, atendendo 98 municípios, e outras dez estão em fase de planejamento ou construção. O gasto menor com aquecimento agrada aos moradores.

A queima do lixo gera 80% da calefação e 20% da eletricidade em Horsholm. Em Horsholm de todo o lixo da cidade, 61% é reciclado, e 34% queima em usinas energéticas.

(Folha de São Paulo - 03.04.2010)

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