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quarta-feira, 21 de maio de 2014

A GREVE DOS RODOVIÁRIOS E A TAGUATUR

Lentos, sujos e fumacentos: as ônibus-sucata são a galinha de ovos de ouro dos empresários
Quando eu era estudante da UFMA, na década de 1980, já havia muitos protestos contra o monopólio da Taguatur na área Itaqui-Bacanga.

Sem concorrentes, o negócio do transporte coletivo é a maior mina de dinheiro.

Mais de 30 anos depois, explorando com exclusividade as linhas em dezenas de bairros, a Taguatur ampliou seus negócios.

A empresa é também a concessionária da Fiat e opera no ramo de viagens e festas: a Taguatur Turismo e Taguatur Eventos.

Quando mais aumenta seus negócios e lucros, pior é o serviço oferecido à população.

Ônibus velhos e sujos, caindo aos pedaços, em pouca quantidade, continuam circulando pelas ruas esburacadas de São Luís.

É o melhor negócio do mundo: explorar com exclusividade, por quase 40 anos, dezenas de linhas de transporte com uma das tarifas mais caras do país.

PREFEITURA AMIGA

A Prefeitura de São Luís prometeu uma licitação para o transporte público, mas nunca realizou.

Em vez de quebrar o monopólio da Taguatur e democratizar o sistema de transporte público, o prefeito Edivaldo Holanda Junior (PTC) fez o inverso: em setembro de 2013 determinou o subsídio de R$ 2 milhões mensais para as empresas de ônibus.

Quem já ganhava muito, tem mais! E a população segue prejudicada com o péssimo serviço das empresas.

A Primor também é detentora de uma boa parte das linhas de transporte.

Os donos de ônibus são organizados no poderoso SET (Sindicato das Empresas de Transporte), cuja força política transita da Câmara de Vereadores à Assembleia Legislativa.

GREVE

O SET faz dupla exploração: extorque os usuários e sangra a força de trabalho, pagando salários baixos aos rodoviários.

Estes, também são explorados pelo próprio sindicato da categoria, que nem sempre está ao lado dos trabalhadores.

O Sindicato dos Rodoviários é disputado por vários grupos e há suspeita de que algumas ameaças de greve às vezes acontecem no acordo subterrâneo com os empresários, para que haja aumento no preço das passagens.

Em meio a esse conflito, a população de São Luís pode ficar sem ônibus amanhã. É o que promete o Sindicato dos Rodoviários, depois de adiar a paralisação que estava marcada para hoje.

A conferir, enquanto a licitação não vem.

2 comentários:

Alexandre Oliveira disse...

Daí a necessidade urgente de regulamentar a doação de empresas privadas nas eleições. Infelizmente Gilmar Dantas, digo Mendes, está sentado no processo o STF e quando ele devolver não haverá mais tempo para melhorar o processo de escolha das eleições em outubro. Mais um parlamento será eleito com os vícios do dinheiro, onde prepondera o dinheiro, o dinheiro e o dinheiro.

Carlos Luis Lacerda disse...

O pior é que essa licitação do transporte foi utilizada na propaganda eleitoral da atual gestão municipal e como moeda de troca na Câmara Municipal.
Deveríamos tentar entender quais os reais motivos para a concessão do transporte público continuar nas mãos desses empresários e confrontar a Prefeitura e o SET, visto que em todas as discussões a única coisa que é dita é que existe uma defasagem no preço das passagens e que os empresários acumulam prejuízos.