O mês de julho de 2011 é marcado por dois episódios na Segurança Pública do Maranhão: o retorno do delegado Luís Moura aos quadros da Polícia Civil e o afastamento do seu colega Alberto Castelo Branco.
Moura volta após uma temporada na prisão, depois da CPI do Crime Organizado, que também levou à cadeia o delegado Almir Macedo, já livre das grades, e outros policiais.
Alberto Castelo Branco teve uma punição leve depois de espancar um funcionário da Caema quando o operário trabalhava em uma rua de São Luís e a obra bloqueou a via onde o delegado dirigia.
Os dois delegados, guardadas as devidas proporções, demarcam uma imagem pejorativa de parte da Polícia Civil no Maranhão - a de policiais violentos e arbitrários.
As histórias reais e as lendas sobre o delegado Moura, sua esposa Ilce Gabina, os filhos Lennon e Luizinho dariam para escrever muitos volumes sobre as tramas do submundo da Segurança Pública Maranhense.
Ao tentar puxar um fio da meada, o delegado Stenio Mendonça foi assassinado, na década de 1990, quando investigava o roubo de cargas no Maranhão. Foi o estopim. Fuzilaram na sequência o Bando Bel e recentemente Joaquim Laurixto. Outros menos famosos tombaram no meio do caminho.
Daria coletânea também a famosa Operação Tigre, desencadeada no sul e sudoeste do Maranhão, quando João Alberto era governador.
O Maranhão sempre foi território fértil para o crime, desde a era Vitorino Freire, até hoje. O latifúndio, a concentração de renda, a miséria, a corrupção desenfreada e a cultura do abandono proporcionaram um ambiente promíscuo generalizado.
Esse caldo de bruxaria política e econômica alimentou o sistema de Segurança, onde existem ainda representantes da polícia corrupta.
Mas há também bons policiais. Os delegados estão em greve, reivindicando melhores salários e condições de trabalho, concurso público etc. É grave a situação das delegacias na capital e no interior do Maranhão.
Sem delegados, agentes e escrivães em quantidade suficiente, a Segurança Pública no Maranhão é caótica. Quem sabe agora, com a volta de Luís Moura, a polícia bota pra quebrar no "melhor governo da minha vida".
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