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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

SOBRE QUILOMBOLAS, SERRARIAS E O MARANHÃO DO FUTURO

A semana começa a findar com dois agendamentos midiáticos relevantes.

O primeiro, a ocupação do Incra pelos quilombolas e MST, reivindicando regularização fundiária, crédito para a produção e proteção às lideranças ameaçadas de morte.

O segundo, uma megaoperação da Polícia Federal, Rodoviária Federal, Exército e Ibama, em Buriticupu, para combater o desmatamento irregular do que sobrou de mata naquela região.

Há uma relação direta e óbvia entre os dois fatos. O latifúndio e os madeireiros avançam, expulsando as comunidades tradicionais de suas terras nativas.

Quem reage é morto ou jurado para morrer.

Importante ainda observar a conexão entre essas duas atividades econômicas.

Madeireiro e latifundiário são consorciados na utilização da terra. O primeiro faz o trabalho bruto de “limpar” a mata para depois ser transformada em fazenda.

Esse subciclo econômico é extremaente perigoso em um estado onde cerca de 50% da população é rural.

Há também um agravante. Grande parte das terras do Maranhão está tomada pela Suzano (para a plantação de eucalipto) e pelos plantadores de soja. Basta ver o Baixo Parnaíba.

No Corredor Carajás, onde passa o trem da Vale, as carvoarias consomem o resto da mata.

Enquanto o mundo desenvolvido começa a implantar planos de desenvolvimento sustentável, com exploração racional dos recursos naturais, o Maranhão regride aos níveis degradantes de atividade econômica.

No futuro, o que vai sobrar dos maranhenses?

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