Os candidatos ao governo do Maranhão precisam
conhecer as pesquisas que estão sendo desenvolvidas no Laboratório de
Convergência de Mídias (Labcom), do Curso de Comunicação da UFMA, coordenado
pelo professor Marcio Carneiro dos Santos.
Em pouco tempo, o Labcom já demonstrou que é possível
desenvolver produtos e compartilhar conhecimentos essenciais à melhoria do
cotidiano das pessoas.
Pelo menos dois exemplos merecem destaque: o aplicativo de
tradução para turistas estrangeiros, que capta a imagem do cardápio em português
e traduz para a língua do visitante; e os experimentos com realidade aumentada,
possibilitando novos arranjos tecnológicos ao estudo de História e patrimônio.
São dois produtos fundamentais para as cidades com grande
potencial turístico, que podem otimizar consideravelmente o comércio e a
fruição estética dos visitantes.
O exemplo do Labcom (veja mais AQUI) é apenas um
recorte da vasta produção em pesquisa e extensão desenvolvidos nas
universidades e nos institutos tecnológicos do Maranhão.
Outros departamentos devem ter trabalhos exitosos, mas pouco
divulgados ou negligenciados no processo de implantação das políticas públicas
pelos governos municipais e estadual.
A maioria dos prefeitos está mais interessada na compra de
caminhonetes de luxo e apartamentos de R$ 5 milhões na península da Ponta d’Areia.
Pouca coisa se pode esperar do governo Roseana Sarney e do
candidato dela, Luis Fernando Silva, sobre a aliança entre ciência, tecnologia
e desenvolvimento.
Os governos da oligarquia Sarney não proporcionaram à
maioria da população do Maranhão sequer o domínio de uma tecnologia primária: a
escrita. O Maranhão ainda é o estado com o maior número de analfabetos
funcionais do Brasil.
Nem água encanada, que depende de uma tecnologia
relativamente simples, a oligarquia Sarney ofertou ao povo maranhense ao longo
de 50 anos.
Enquanto o mundo inteiro alça vôos no mundo digital, o
Maranhão se arrasta no passado analógico. O anacronismo da política é tão
absurdo que o coronelismo, uma prática humana grotesca, ainda é vigente aqui!
Diante de uma expectativa de mudança anunciada pelos
candidatos da oposição, espera-se que incluam nas suas plataformas de governo
um diálogo com a Universidade e os outros pólos de produção científica e
tecnológica.
Quem pretende mudar o Maranhão precisa dar um salto de
qualidade na forma de encarar o conhecimento.
Mas, o interesse dos candidatos pela Universidade não pode
se resumir a uma reunião com o reitor para colocar a foto no jornal.
Tem de ser feito o trabalho completo, um programa permanente de aproximação e diálogo com a produção científica, viabilizando a incorporação dos produtos e serviços da pesquisa e da extensão nas políticas públicas governamentais.
Tem de ser feito o trabalho completo, um programa permanente de aproximação e diálogo com a produção científica, viabilizando a incorporação dos produtos e serviços da pesquisa e da extensão nas políticas públicas governamentais.
É fundamental, portanto, não confundir o título desse texto com a instrumentalização da Universidade para a promoção de candidaturas.
O exemplo da UEMA é péssimo. Com dois ex-reitores eleitos deputados (Waldir Maranhão federal e Cesar Pires estadual), a instituição está na sétima colocação no ranking das piores do Brasil.
É um atestado de incompetência. E Waldir Maranhão ainda vira destaque nas páginas policiais.
Sinal de que a Universidade não pode ser trampolim político, mas deve servir à política através da produção científica e tecnológica voltada para o desenvolvimento.
O Maranhão precisa superar o atraso em todos os sentidos,
na teoria e na prática política. Romper com o sistema oligárquico passa
necessariamente pela abertura de uma janela para a ciência e a tecnologia.
Os experimentos do Labcom já ensinaram a ver a realidade
aumentada. Só falta os políticos enxergarem melhor.
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