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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

ROSEANA SARNEY E RUI FALCÃO: A FERIDA ABERTA NA ALIANÇA PT/PMDB

As cúpulas petista e peemedebista vão sentar para discutir a relação, depois que o presidente nacional do PT, Rui Falcão, foi humilhado pela governadora Roseana Sarney (PMDB).

Nunca antes na vida o homem com sobrenome de pássaro nobre foi tão espezinhado. Roseana, desde criança acostumada a mandar e ser obedecida, tratou o presidente do PT como seu moleque de recados.

A governadora cobrou de Falcão uma decisão imediata sobre o apoio do PT do Maranhão ao candidato a governador do PMDB, Luis Fernando Silva, mas não foi atendida.

Contrariada nos seus interesses, a filha de Sarney disse o diabo ao presidente petista.

Falcão fez questão de revelar o escândalo da governadora à mídia nacional, enfatizando a humilhação que sofreu no Maranhão.

A ferida ficou aberta.

SUSPENSE NO PED

Este episódio protelou a decisão da cúpula petista sobre o litígio no Processo de Eleição Direta (PED) no Maranhão, realizado em outubro 2013.

O candidato a presidente do PT Raimundo Monteiro, preferido de Roseana Sarney, não ganhou a eleição no primeiro turno.

Monteiro esperava levar a presidência no tapetão, contanto com uma nova intervenção do diretório nacional que lhe desse a presidência à revelia da apuração oficial.

O governo Roseana precisa inflar Luis Fernando Silva com o apoio do governo federal. Por isso ela pressionou e humilhou Rui Falcão para nomear Monteiro presidente.

No segundo turno, boicotado por Monteiro, saiu vencedor Henrique Sousa, chefe de gabinete do deputado estadual Zé Carlos, da base de Roseana.

Henrique defende candidatura própria do PT, mas Zé Carlos tem os dois pés no Palácio dos Leões.

Teve papel fundamental no PED a candidatura de Augusto Lobato, que ficou em terceiro lugar, disputando contra duas fortes estruturas de campanha.

A votação de Lobato, no reduto do PT histórico, impediu a vitória de Monteiro e apontou uma luz no fim do túnel para 2014.

Lobato defende aliança com o PCdoB, na chapa liderada por Flavio Dino, mas pode evoluir para a tese da candidatura própria do PT, desde que haja um nome consistente no campo da Resistência Petista, 
conglomerado de forças não alinhado a Sarney.

INTERVENÇÃO EM SUSPENSO

A intervenção no Maranhão sempre esteve na pauta do PT nacional para entregar novamente a estrela a José Sarney.

Porém, a humilhação sofrida por Rui Falcão e a crise de Pedrinhas fizeram o politburo petista recuar.

Falcão está com o orgulho ferido.

Os marqueteiros de Dilma estão de olho também no desgaste que a imagem de José Sarney pode provocar na campanha presidencial.

A era de incertezas com os protestos da Copa do Mundo sugere cautela ao comando da campanha de Dilma.

Sarney é um aliado incômodo na aliança PT/PMDB. Dilma não precisa dele para ser reeleita, mas a recíproca não é verdadeira.


Sem o apoio de Dilma e Lula, a derrota de Sarney é certa no Maranhão.

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