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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

UM DESAFIO NA UEMA: É HORA DE MUDAR A GESTÃO

A UEMA está prestes a ingressar na consulta para a formação da lista tríplice, de onde sairão o novo reitor e vice.

Em uma carta distribuída à comunidade universitária e ao conjunto da sociedade maranhense, os professores doutores José Ribamar Gusmão Araujo e João Coelho Silva Filho (foto) expõem uma radiografia estarrecedora da UEMA.

Você pode ler a carta completa AQUI.

Em resumo, segundo o texto, a UEMA é administrada como sucursal dos interesses e práticas oligárquicas no Maranhão. Basta olhar para os ex-reitores Waldir Maranhão e Cesar Pires, transformados em deputados sem qualquer sentido ao parlamento.

Nos últimos 20 anos, diz a oposição, “os gestores da UEMA têm conduzido a Instituição na mesma cartilha voltada para expansão territorial (abertura de campi deficitários ao sabor dos interesses políticos), do uso político (palanque para pretensos candidatos a deputado), do clientelismo, da centralização administrativa, da falta de autonomia financeira, do grande fosso salarial entre docentes e técnico-administrativos, da não aprovação de um plano de carreiras e salários específico para os técnico-administrativos, engessamento da carreira docente, carência de projetos estruturantes, inversão de prioridades nas questões de ensino, tímida evolução da pós-graduação stricto sensu, falta de política de assistência aos discentes e da falta de transparência na aplicação de recursos do orçamento e de convênios.”

Ou seja, a UEMA é o espelho dos desmandos políticos e administrativos da oligarquia. Para manter essa situação, o processo eleitoral foi antecipado e os prazos de campanha reduzidos.

Em 2010, as eleições foram convocadas para o dia 24 de novembro. Estranhamente, em 2014, a consulta será realizada em 25 de agosto de 2014, sem qualquer justificativa.

Tudo indica que essas medidas antecipatórias foram tomadas com o objetivo de formar a lista tríplice ainda em 2014, para que o reitor seja escolhido pela governadora Roseana Sarney (PMDB).

A convocação apressada se deu no recesso das aulas, com os campi esvaziados, desmobilizando todo o interesse pelo momento mais importante da UEMA – a definição da nova administração.

Além de tudo isso, segundo a carta da oposição, “pairam nebulosas também as reais listas dos votantes na UEMA, sempre questionadas pelos outros candidatos, além das várias centenas de cargos comissionados com “direito a voto”. 

Segundo a carta, todo o processo eleitoral pode estar comprometido pela forma como está sendo conduzido pela atual administração, de forma autoritária e sem transparência, prática herdada das gestões anteriores, conforme denuncia a oposição: “Destaca-se que ainda hoje o CONSUN e os demais Conselhos Superiores – CEPE (ensino, pesquisa e extensão) e CAD (administração) - funcionam e decidem sem representação estudantil – maior segmento e razão de ser da Instituição.”

Neste blogue, por diversas vezes, reconhecemos o mérito dos bons e dedicados professores, técnicos administrativos e estudantes da UEMA. Se não fosse por eles, a instituição poderia estar pior.

Uma eleição de reitor e vice não é só a disputa por um cargo central e a distribuição das estruturas administrativas entre amigos e apoiadores.

A UEMA tem um papel fundamental no desenvolvimento do Maranhão, na formação profissional em áreas estratégicas para impulsionar o ensino, a pesquisa e a extensão, motivando o agenciamento dos arranjos produtivos para a geração de emprego e renda.

No cenário de alternância de poder no Maranhão, é fundamental que a UEMA tenha uma nova direção. Do jeito que está, será mais uma vez um quintal dos interesses da oligarquia.

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