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segunda-feira, 11 de abril de 2011

ESBOÇO DE UMA SERPENTE

Entre as árvores, a brisa embala



A víbora que me veste...



Um sorriso, que o dente trinca



E o apetite apresta ao teste.



Sobre o Jardim arrisca a cauda



E meu triângulo esmeralda



Mostra a língua de duplo fio...



Cobra serei, mas cobra arguta



Cujo veneno, ainda que vil,



Deixa longe a douta cicuta!



(Paul Valéry – tradução de Augusto de Campos)

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