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domingo, 31 de janeiro de 2016

DETRAN-MA VAI PREMIAR PREFEITURAS COM MELHORES INICIATIVAS PARA A SEGURANÇA NO TRÂNSITO

Serão abertas, na segunda-feira (01), as inscrições para o concurso “Prefeito defensor da vida no trânsito”. Promovido pelo governo do Estado, por meio do Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran-MA), a iniciativa vai premiar as três administrações municipais com melhor desempenho, em 2015, na aplicação de políticas públicas voltadas para a melhoria do trânsito nas cidades.

O município vencedor do concurso receberá um cheque nominal no valor de R$ 100 mil; o segundo e o terceiro lugar receberão R$ 70 mil e R$ 30 trinta mil reais, respectivamente.

Os prêmios em dinheiro são oferecidos pelo Sindicato das Empresas de Seguros Privados, de Resseguros, de Previdência complementar e de Capitalização (Sindseg) do Norte Nordeste. Além dessa premiação, os municípios vencedores do concurso receberão do Detran-MA os mesmos valores, convertidos em sinalização viária.

De acordo com as regras do concurso, a premiação deverá ser investida em ações educativas voltadas para a segurança no trânsito do município premiado. A comprovação da aplicação dos recursos deverá ser feita em até 180 dias.

“Esse concurso é mais uma iniciativa do governo Flávio Dino para reduzir a incidência de acidentes de trânsito”, explica o diretor geral do Detran-MA, Antonio Nunes. “Nesse trabalho permanente pela preservação de vidas, as prefeituras têm um papel fundamental”.

Só podem participar do concurso municípios maranhenses integrados ao Sistema Nacional de Trânsito e conveniados ao Detran-MA. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até o dia 01 de março, na Coordenadoria de Educação para o Trânsito do Detran-MA, na sede da instituição, no bairro Vila Palmeira, em São Luís. Os requisitos para a participação estão disponíveis no edital do concurso, publicado no site do Departamento (www.detran.ma.gov.br).

No ato da inscrição, as prefeituras participantes devem entregar a documentação especificada no edital e o material de comprovação das ações voltadas à educação executadas pelos órgãos municipais de trânsito no ano passado. A análise e a seleção do material serão feitas pela Coordenadoria de Educação do Detran-MA em 5 fases. O resultado do concurso será divulgado no dia 29 de abril.

Secom

sábado, 30 de janeiro de 2016

NOME DE JOSÉ SARNEY SERÁ SUBSTITUÍDO NO FAROL DA EDUCAÇÃO DO RENASCENÇA

Biblioteca será denominada “Genoveva Pia”, personagem do livro “Os tambores de São Luís”, de Josué Montello.

Quando fevereiro chegar, um enxame de gente vai se reunir em mutirão para reabrir o Farol da Educação “José Sarney”, no bairro Renascença, área nobre de São Luís.

Farol da Educação é uma biblioteca. No Maranhão existem cerca de 170, espalhados em São Luís e diversas cidades do interior. O projeto foi criado no governo Roseana Sarney. No Renascença, a biblioteca é batizada com o nome “José Sarney”, pai da ex-governadora e ex-presidente da República.

Muitos faróis estão fechados e abandonados.

A ideia de reabrir o Farol do Renascença e rebatizá-lo é uma iniciativa do escritor Bruno Azevêdo e já ganhou muitas adesões nas redes sociais.

O rebatismo vai homenagear a personagem “Genoveva Pia”, criada no livro “Os tambores de São Luís”, do escritor maranhense Josué Montello.

Segundo Azevêdo, a mobilização nas redes sociais está ganhando o apoio e incentivo de estudantes, educadores, músicos, fotógrafos, ambientalistas, artistas plásticos e ativistas das boas causas.

Na reabertura serão realizadas várias atividades culturais, varal fotográfico, oficina de música, teatro, roda de leitura e grafitagem no muro da biblioteca, entre outras.

Não há parlamentares envolvidos, nem candidatos a cargos eletivos. “A Secretaria de Estado da Educação tomou conhecimento da mobilização pelas redes sociais e vai participar do evento, articulado pela sociedade civil”, explicou Bruno Azevedo.

Genoveva Pia

No livro “Os tambores de São Luís”, Genoveva Pia é uma negra alforriada. Ela comprou sua liberdade vendendo doces de tabuleiro. A narrativa de Montello construiu a personagem talhada no discurso e na luta contra o regime escravocrata, protegendo os negros que fugiam do cativeiro e ajudando a libertá-los. Genoveva Pia foi assassinada por policiais quando tentava dar fuga a um grupo de escravos.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

EM GREVE, VIGILANTES TERCEIRIZADOS DA UFMA COBRAM SALÁRIOS ATRASADOS

Segurança da UFMA paralisou para cobrar o pagamento dos trabalhadores
O Sindicato dos Vigilantes do Maranhão (Sindvig), filiado à CTB, realizou um protesto hoje pela manhã, na entrada principal da cidade universitária Dom Delgado/UFMA, em São Luís, com o objetivo de cobrar o pagamento dos salários e do auxílio alimentação atrasados.

Os vigilantes são vinculados à empresa Potencial, que mantém contrato de terceirização com UFMA. O sindicato informou que cerca de 90 guardas trabalham nos prédios da Universidade em São Luís e estão parados. A greve atinge todos os campi da UFMA, a Univima e o Viva Cidadão, onde trabalham seguranças contratados pela Potencial, assegurou o diretor de Comunicação do Sindvig, Dionilson Rodrigues de Freitas.

O sindicalista afirmou que a empresa devia dois meses de salário, mas quitou um mês após a deflagração da greve. O auxílio-alimentação permanece com dois meses de atraso.

Segundo o sindicato, a Potencial não cumpre as obrigações trabalhistas
Os trabalhadores queixam-se também do atraso no pagamento das férias, diferença no valor do salário, além da negligência no plano de saúde. De acordo com o sindicato, a empresa Potencial desconta o valor do plano de saúde dos vigilantes, mas fica inadimplente com as operadoras e os hospitais não atendem.

O presidente do sindicato, Raimundo Benedito Raposo, denunciou que vários trabalhadores entram de férias e voltam a trabalhar sem receber os valores devidos pela empresa.

Até o momento não houve negociação entre o sindicato e a Potencial.

MOBILIDADE URBANA É PONTO FRÁGIL DE EDIVALDO HOLANDA JUNIOR

Vídeo da cadeirante se arrastando no chão do ônibus é o filme do caos no transporte público de São Luís

É de amplo conhecimento que o Sindicato das Empresas de Transporte (SET) tem influências sobrenaturais na administração de São Luís.

Sai prefeito, entra sucessor e a regra permanece: o poder público viabiliza os interesses das empresas de ônibus e a população paga uma das tarifas mais caras do Brasil, considerando a péssima qualidade do transporte coletivo.

O problema é antigo, mas a bomba vai explodir em 2016. Mobilidade urbana será um tema de forte agendamento na campanha eleitoral e pode afundar o projeto de reeleição do prefeito Edivaldo Holanda Junior (PDT).

As obras de mobilidade urbana tocadas pelo secretário de Trânsito e Transportes, Canindé Barros, são planejadas para facilitar o fluxo de veículos e dão pouca atenção aos pedestres e usuários de transporte público.

A maioria da população sofre nos ônibus velhos, lentos e sujos. Os novos, equipados com elevadores de acessibilidade, não funcionam a contento.

O vídeo da cadeirante se arrastando no chão do ônibus é o filme do caos no transporte público de São Luís.

LICITAÇÃO OBSCURA

O prefeito teve uma chance de dialogar com a população, se fizesse um debate amplo e participativo para construir as regras da licitação do transporte público.

Mas, os interesses do SET prevaleceram. Primeiro, a Câmara Municipal garantiu uma regra esdrúxula para a licitação, aprovando uma emenda do vereador Pavão Filho (PDT) que concede à empresa vencedora um prazo de até seis meses para se adequar à exigência de 50% da frota com ônibus fabricados a partir de 2013.

Depois de aprovar tudo na Câmara, a Prefeitura convocou uma audiência pública para discutir com a população o que já estava definido pelos vereadores.

Para piorar, a Prefeitura não queria permitir que os participantes da audiência pública tivessem direito de falar. 

Desse jeito, o prefeito Edivaldo Holanda Junior já nem precisa de adversários. Ele é o seu próprio inimigo.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

GOVERNADOR FLÁVIO DINO INAUGURA HOSPITAL REGIONAL DE CAXIAS

Governador Flávio Dino cumprimenta paciente na inauguração do novo hospital
O governador Flávio Dino inaugurou quarta-feira 27 o Hospital Regional de Caxias Dr. Everaldo Ferreira Aragão. Mais de 783 mil maranhenses que vivem em 26 cidades da região leste serão beneficiados com o novo hospital. Os pacientes encaminhados pelos hospitais municipais terão atendimento médico-hospitalar em cirurgia geral, clínica médica, neurologia, ortopedia, oftalmologia, cardiologia, pediatria e gastroenterologia.

“Este hospital é de grande importância para a população dessa região, pois aqui serão feitos procedimentos de saúde de alta complexidade. Estamos na direção correta, desenvolvendo uma política de saúde que parte da atenção básica, valorizando a prevenção das doenças, mas que também segueos critérios da regionalização, com hospitais de grande porte que resolvam efetivamente os problemas. Sabemos que será um grande investimento mensal no custeio desse hospital, mas ele cumprirá o seu papel de atender bem os pacientes de Caxias e de toda a região leste”, afirmou o governador durante a inauguração do hospital.

Flávio Dino destacou que essa é uma forma de ajudar os municípios, melhorando a vida das pessoas. “Conhecemos o chão do Maranhão, por isso estamos fazendo as coisas certas para melhorar a saúde de todos” complementou o governador Flávio Dino.

Com investimento de mais de R$ 21 milhões, do Tesouro Estadual e Governo Federal, o Hospital Regional de Caxias Dr. Everaldo Ferreira Aragão fará com que os pacientes da região leste maranhense possam ser atendidos próximos de suas cidades, com maior comodidade e conforto, sem precisar fazer grandes deslocamentos. Osmaranhenses que iam até Teresina, capital do Piauí, para conseguir atendimento médico especializado, a partir de agora serão atendidos em Caxias.

“Este governo está resgatando a maneira correta de se fazer saúde, praticada em qualquer lugar do mundo, mas que no Maranhão era feito diferente. Hoje o estado tem uma política de saúde responsável, que pensa nas pessoas, que tem um fluxo assistencial. Uma saúde forte se faz primeiramente na prevenção e depois no que estamos fazendo aqui hoje, priorizando os hospitais estratégicos como esse”,disse o secretário de Estado da Saúde, Marcos Pacheco.

O deputado Humberto Coutinho, presidente da Assembleia Legislativa, destacou a importância do hospital para a população caxiense. “Estou aqui testemunhando a alegria do povo de Caxias hoje, por receber esse hospital com tudo funcionando. Fico muito feliz ao ver tantas pessoas que estavam à espera de cirurgias, vindas de Timon e outras cidades vizinhas, sendo atendidos nos mutirões ortopédicos e oftalmológicos que começaram ontem”.

Léo Coutinho, prefeito de Caxias, explicou que o hospital trará um grande benefício não só para a cidade de Caxias, mas para todos os 26 municípios que serão atendidos a partir de agora com serviços de alta complexidade no novo hospital. “Agradecemos ao nosso governador Flávio Dino por esse hospital, pois ele complementará os serviços de saúde pública em nossa região, que já contava com quatro hospitais públicos municipais. Os hospitais do município continuarão funcionando normalmente, pois estamos aqui para fortalecer e ampliar o acesso a uma saúde de qualidade a população”, explicou o prefeito Léo Coutinho.

O HOSPITAL

Por meio de processo seletivo, o Instituto Corpore para o Desenvolvimento da Qualidade de Vida, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que possui contrato de gestão com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), contratou 402 funcionários dos níveis médio, fundamental, técnico e superior para atuar no hospital. O corpo clínico contará com 50 enfermeiros e 70 médicos, aproximadamente.

O hospital possui 122 leitos de internação, sendo 26 leitos de clínica médica, 26 leitos de clínica pediátrica, 26 leitos de clínica ortopédica, 26 leitos de clínica cirúrgica, 12 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 6 leitos de UCI (Unidade de Cuidados Intermediários).

A população terá, ainda, serviço de apoio de diagnóstico, com laboratório, radiologia, ultrassonografia, tomografia, endoscopia, eletrocardiograma, densitometria, ecocardiograma, diagnósticos oftalmológicos, mamografia entre outros.

No segundo semestre desse ano, será implantada dentro do hospital uma unidade oncológica com cirurgia e quimioterapia, para atender os maranhenses que ainda se servem da rede de saúde do Piauí, para fazer o tratamento de câncer.

MUTIRÕES

A primeira grande ação realizada no hospital foi o início da realização dos mutirões de cirurgias ortopédicas e cirurgias oftalmológicas. Nesta terça-feira (26), começaram a ser realizadas parte das 172 cirurgias ortopédicas, que serão concluídas até dia 15 de fevereiro. Todos esses pacientes residem na região de Caxias e aguardavam na fila pela cirurgia.

Washington Almeida, de 19 anos, sofreu um acidente de moto no último dia 18, fraturando o braço e o fêmur. Foi atendido no hospital municipal de Caxias e removido para o Hospital Regional ontem (26) para a realização da cirurgia. “Gostei muito do atendimento do novo hospital. Espero ficar bom em breve para voltar a andar e trabalhar”, contou o auxiliar de marmoraria.

O mutirão de cirurgias oftalmológicas começou nesta quarta-feira (27), com 82 cirurgias de catarata e glaucoma de pacientes da região de Caxias. Até o dia 16 de fevereiro, outros 100 pacientes das regiões de Timon e São João dos Patos realizarão cirurgias para correção de doenças na visão, chegando a um total de 182 cirurgias nessa primeira etapa do mutirão oftalmológico no novo hospital.

Estiveram na inauguração do hospital, o prefeito de Caxias, Léo Coutinho; o secretário de Saúde, Marcos Pacheco; o secretário de Agricultura Familiar, Adelmo Soares; Dra. Cleide Coutinho; o deputado federal Rubens Júnior; o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Humberto Coutinho; o deputado estadual Rafael Leitoa; o deputado estadual Ricardo Rios; o deputado estadual Fábio Braga e a deputada estadual Ana do Gás.

MUNICÍPIOS BENEFICIADOS

Região de Caxias: Afonso Cunha, Aldeias Altas, Buriti, Caxias, Coelho Neto, Duque Bacelar e São João do Sóter.

Região de São João dos Patos: Barão de Grajaú, Benedito Leite, Buriti Bravo, Carolina, Jatobá, Lagoa do Mato, Mirador, Nova Iorque, Paraibano, Passagem Franca, Pastos Bons, São Domingos do Azeitão, São João dos Patos, Sucupira do Norte e Sucupira do Riachão.

Região de Timon: Matões, Parnarama, São Francisco do Maranhão e Timon.

HOMENAGEM

O nome do hospital é uma homenagem ao médico caxiense Everaldo Ferreira Aragão, falecido em 2010, após três anos de luta contra um câncer nos rins. Everaldo Aragão atuou por 33 anos nas áreas de cirurgia geral, ginecologia, obstetrícia e ultrassonografia.

A autoria da indicação é dos ex-deputados Cleide Coutinho e Arnaldo Melo, aprovada pelo plenário da Assembleia Legislativa em dezembro de 2014, Lei n° 228/2014. A homenagem se dá em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à população caxiense na área da saúde.

Secom

ERRADICAÇÃO DO ANALFABETISMO CONTINUA COMO META NÃO ALCANÇADA

Ricardo Costa Gonçalves

Professor de Matemática da Rede Estadual de Ensino do Maranhão, Mestrando em Estado e Políticas Públicas pela FLACSO/FPA


A erradicação do analfabetismo é a primeira das dez diretrizes estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE), no qual duas metas tentam atacar diretamente este problema. Presente em planos anteriores, o objetivo de combater o analfabetismo no país se desenvolve a passos lentos, com redução muito pequena nos índices a cada ano. De acordo com a última Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2009, o Brasil possui ainda 14, 1 milhões de analfabetos e mais de 20% da população é considerada analfabeta funcional. Questões como a formação de educadores, as estratégias para manter adultos nos programas de alfabetização e o próprio conceito de analfabetismo estão presente na discussão sobre como evitar que a meta tenha que ser prolongada para o decênio seguinte.

No PNE, a meta número 5 (cinco) prevê a alfabetização de todas as crianças até, no máximo, o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental. A estratégia apresentada para consecução desta meta é ampliação do ensino fundamental para nove anos, já implementada em todo país. Segundo o texto do PNE, o objetivo é garantir a alfabetização plena de todas as crianças, no máximo, até ao final do terceiro ano, como recomendado pela Conferência Nacional de Educação (CONAE). Atualmente, as crianças de seis anos devem estar matriculadas no 1º ano, encerrando aos oito anos o chamado ciclo de alfabetização, de forma que o último ano da pré-escola configura agora o primeiro ano do ensino fundamental. No entanto, esta estratégia ainda parte da ideia de que aumentar o tempo dedicado à alfabetização é a solução para o problema do fracasso escolar. Medidas como esta já foram adotadas anteriormente, sem dar resultados expressivos.

Outra estratégia assinalada para atingir a meta 5 (cinco) é aplicação de exames para avaliação alfabetização de crianças. Em 2008, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) aplicou a primeira Provinha Brasil, cujo objetivo é avaliar a alfabetização de crianças matriculadas no segundo ano de escolarização das escolas públicas do país. Os resultados da Provinha é de uso privativo dos professores e gestores das escolas, que interpretam os resultados a partir de orientações contidas no material distribuído pelo Ministério da Educação (MEC) às escolas.

Outra meta é a número 9 (nove) que propõe elevar a taxa de escolarização da população com 15 anos ou mais para 93, 5% até 2015 e erradicar até 2020, o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional. Esta meta tem relação com o compromisso firmado no Fórum Mundial de Educação em Dakar, em 2000, mas enfrenta um imenso desafio: a evasão de adultos dos programas de alfabetização.

Em 2003, o governo federal institui o Programa Brasil alfabetizado (PAB). Este programa é voltado para a educação de jovens e adultos (EJA), através de apoio a estudantes e aos professores da rede pública. Conforme dados da página do programa na internet, relativos a 2010, mais de um milhão e meio de pessoas estão sendo alfabetizadas por meio do PBA. No entanto, os resultados ainda estão distante do esperado. Entre 2000 e 2010, a taxa de analfabetismo entre a população a partir de 15 anos caiu de 13,63% para 9,63%, segundo IBGE.

Em relação ao analfabetismo funcional, os dados coletados pelo IBGE seguem as recomendações da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), que considera analfabetismo funcional aquele que teve menos de quatro anos de estudos completos. A partir desse critério, é possível afirmar que mais de 20% da população é analfabeta funcional. Contudo os números não refletem a realidade da população brasileira quando se fala em habilidades de leitura e escrita e no conceito de letramento, ou seja, o uso social dessas habilidades.

Outra questão é em relação ao conceito de analfabetismo. A própria diretriz indicada pelo plano pode ser considera inadequada. A diretriz parte da visão errônea de que o analfabetismo é uma doença, um câncer, uma peste que precisa ser erradicada, curada de forma radical. A grafia erradicação só serve para situar o analfabetismo na ordem do biológico, do psicológico, do individual, escondendo a sua natureza social, ou seja, que é resultado das desigualdades e dos processos de marginalização social que sustentam o desenvolvimento das sociedades capitalistas. A diretriz deveria ser alterada para universalização da alfabetização.

Embora as metas estabelecidas no PNE sejam consideradas difíceis de atingir, alcançá-las pode não significar o avanço que se espera na educação brasileira. Portanto, precisamos refletir sobre “que tipo de educação estamos buscando”? Apenas de números ou realmente uma educação que busque o desenvolvimento pleno, crítico, cidadão desse sujeito? Logo, a questão do analfabetismo é uma questão de justiça social, portanto, exige uma atuação conjunta que leve em consideração as condições estruturais de exclusão política, socioeconômica, pedagógica e cultural.

A importância da alfabetização, como se pode inferir não só dos PNEs elaborados até o momento atual, mas da própria constituição brasileira, das discussões nas diversas instâncias da educação no país, governamentais ou não, é questão unânime, porem repleta de incongruência. Portanto, não basta afirmar que a alfabetização e a escolarização constituem objetivos prioritários. É necessário muito mais que isso. Há que traduzir tal discurso em fatos concretos: em dotação orçamentária adequada, em prédios escolares que mereçam o nome de escolas, com a devida infraestrutura e equipamentos; em docentes em número suficiente, qualificados e devidamente remunerados.

JORNAL VIAS DE FATO COBRA O GOVERNADOR FLÁVIO DINO SOBRE O MEMORIAL DE JOSÉ SARNEY

Em editorial e vídeo, o jornal Vias de Fato faz uma retrospectiva da Fundação da Memória Republicana e questiona a manutenção do memorial no governo Flávio Dino (PCdoB)

Editorial* - Chamem o caminhão da mudança!

São Luís, janeiro de 2016. O governo Flávio Dino mantém a memória de Sarney dentro do Convento das Mercês. Após um ano da nova gestão, não são percebidas mudanças relativas à invasão e golpe ocorridos em 1990, no famoso e imponente prédio que ocupa, no Centro Histórico, uma área de 6500 m² e teve sua construção iniciada no século XVII.

O problema começou e continua a partir da existência da antiga Fundação José Sarney, novamente disfarçada com o nome de Fundação da Memória Republicana. Foi com ela que o ex-senador do Amapá tomou posse do imóvel e lhe transformou numa extensão da Ilha de Curupu. Trata-se de uma instituição idealizada por ele há mais de 25 anos e reorganizada no último governo de Roseana, ocasião em que foi denunciada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA). Esta denúncia da OAB foi apenas mais uma na folha corrida desta Fundação, que já foi uma instituição privada e agora sobrevive camuflada de pública.

Neste processo de usurpação do Convento, Sarney e a Fundação tornaram-se uma coisa só. E é esta mesma Fundação - que tem uma vida marcada por fraudes, farsas e esbulhos - que continua permitindo a presença de documentos, presentes, livros, estátua, carros, fotos, vídeos e frases impressas nas paredes, exaltando o insistente candidato a faraó. Segue a afronta. E Flávio Dino prometeu que “devolveria o convento ao povo”. Hoje, em janeiro de 2016, a promessa ainda não foi cumprida e ficam no ar as seguintes perguntas:

Por que o atual governo não extingue a Fundação e tira o acervo dela do Convento? A quem interessa a Fundação? À história da república brasileira? À sociedade? Aos estudantes? Aos pesquisadores? À autoestima maranhense? Ou ao oligarca que lhe idealizou? Em que outro lugar do Brasil tem um espaço que reflita tamanho atraso e submissão política? O dinheiro do contribuinte vai continuar financiando esta tentativa de fraudar a história? De forjar uma biografia? Para a Fundação continuar existindo houve uma conciliação? Por que segue tudo praticamente igual? Flávio Dino, que prometeu mudança, vai consolidar a vinculação da memória de Sarney ao patrimônio histórico? Será este o papel do “proclamador da república”? O atual governo vai legitimar a falaciosa “memória republicana”. Ou Flávio Dino mudou de planos e resolveu ser um primeiro ministro, na monarquia maranhense? Vai prevalecer, então, a lei do quero, posso e mando? Alguém perguntou à sociedade, aos donos do imóvel, se eles queriam entregá-lo? Por que os documentos ligados à fatídica presidência não podem ser guardados em outro local? Qual o motivo? Tem que ser, obrigatoriamente, no Convento das Mercês? É por que ele faz parte do “patrimônio cultural da humanidade”? Esta é a razão? Esta é a vontade do “Dono do Mar”? Ele ainda manda na província? Manda no atual governo? Qual é? Existe algum pedido especial? Estamos mesmo num período de mudanças? Por que o silêncio em torno do assunto? Cadê o atrevimento do começo do ano passado? Eram bravatas?

Os museus são instituições que devem ter funções educativas. Tiranos e chefes de quadrilhas, devem ser sempre denunciados (não cultuados), independente se eles foram presidentes, papas ou comandantes do tráfico. Nesses processos de construção de uma memória social, existem acertos entre homens de poder. Mas, na história concreta, registrada no lado B deste mesmo disco, não há entendimento entre a dor do oprimido, com o chicote do opressor.

No Maranhão, por exemplo, não dá para conciliar os traumas e as cicatrizes dos torturados com a truculência do ex-presidente da ARENA, o partido dos torturadores. Não dá para conciliar o sangue dos inúmeros camponeses mortos com a memória de um padrinho da grilagem. Não dá para conciliar a dramática resistência dos povos da terra com a de um aliado de enclaves e madeireiros. Não dá para conciliar o grito dos que lutaram pela liberdade de expressão com o poder de quem concentrou a mídia e usou e abusou da censura. Não dá para conciliar o drama dos que morreram de fome com o mesmo grupo que promove a miséria.

Enfim, é impossível atender ao interesse público num mesmo espaço onde está sendo reverenciada, de forma direta e indireta, a memória de um oligarca, mesma que esta reverência venha a se resumir a livros, presentes e documentos doados... Não se muda uma sociedade com discursos em palanque, propagandas na TV ou frenéticas mensagens em redes sociais. A mudança vem, entre outras ações, junto a processos de formação, subvertendo uma cultura política... Neste caso tratado aqui, o atual governador vacila diante de uma questão simbólica, que seria bem simples de agir. Bastaria extinguir a Fundação de Sarney, mudar o seu acervo de endereço e dar outra função ao prédio. Uma função com verdadeira relevância social.

Mas, como isso ainda não foi feito, o Convento continua a ser um símbolo a ser resgatado. Afinal, São Luís não precisa de um Taj Mahal da vergonha. Em junho de 2013, bem antes da eleição, o povo gritou nas ruas: “Sarney, ladrão, devolve o Maranhão!”. Flávio Dino já esqueceu? A dignidade não faz conciliação com o fascismo, nem com a máfia. Vamos gente! Chamem novamente o caminhão da mudança! Em janeiro do ano passado, ele certamente enguiçou a caminho do Desterro...

*Editorial da 63º edição do jornal Vias de Fato (janeiro de 2016).

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

NOVO MÉTODO NA UFMA: REITORA NAIR PORTELA TROCA A CANETADA POR DIÁLOGO

Audiência pública sugeriu o redimensionamento de gastos para
assegurar o funcionamento do Restaurante Universitário da UFMA
Representantes dos professores, servidores administrativos e estudantes participaram hoje pela manhã de uma audiência pública com a administração da UFMA, convocada pela Reitoria para dialogar sobre a situação do Restaurante Universitário (RU).

Diferente da gestão do reitor Natalino Salgado, quando quase tudo era resolvido por decisão unilateral, sem consultar a comunidade universitária, a reitora Nair Portela vem demonstrando sensibilidade para o diálogo com os três segmentos da UFMA.

A audiência pública deu oportunidade ao debate, indicação de propostas e diálogo entre as partes, com o objetivo de encontrar uma solução para a crise no financiamento do RU, ameaçado de fechar em um dos turnos.

Ao final da audiência, a reitora Nair Portela afirmou que iria analisar as propostas apresentadas pelos professores, estudantes e servidores administrativos, visando encontrar uma solução para a crise no restaurante.

PLANO DE GASTOS

Uma das sugestões apresentadas foi a análise de gastos da instituição, priorizando áreas essenciais como a assistência estudantil, que inclui o pleno funcionamento do RU.

Na contramão da crise, a UFMA consumiu R$ 500 mil com Publicidade e Propaganda, em 2014. Em valores exatos: R$ 479.681,31. Por sua vez, o Hospital Universitário da UFMA gastou R$ 205.809,89 com P&P.

Esses valores foram disponibilizados no "Relatório de Gestão da UFMA 2014". Os dados de 2015 ainda não foram disponibilizados.

Uma das propostas apresentadas na audiência pública sugere o redimensionamento de gastos, dando prioridade aos setores essenciais ao funcionamento da instituição.

"Essa é a primeira das audiências públicas na UFMA", pontuou Portela, ratificando o diálogo com a comunidade universitária.