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sábado, 31 de agosto de 2013

NO CONGRESSO DE RÁDIOS COMUNITÁRIAS, FLÁVIO DINO REAFIRMA COMPROMISSO COM A DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO

Dino falou aos dirigentes de rádios comunitárias e criticou a censura no Maranhão
O presidente da Embratur e pré-candidato a governador Flavio Dino (PCdoB) fez uma saudação aos participantes do 5º Congresso da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias no Maranhão (Abraço-MA), na manhã deste sábado, na sede do Cesir/Fetaema, em São Luis. 

Ele reconheceu a importância das rádios comunitárias no trabalho de dar visibilidade para os setores da população que não têm acesso aos meios de comunicação convencionais e criticou o monopólio das comunicações. "Se eu tiver a honra de governar o Maranhão, não posso montar um grupo de comunicação pra mim, porque vai se perpetuar a situação que nós temos hoje: quem paga, recebe. É por isso que as verbas são concentradas em poucos grupos econômicos, seja nacionalmente, seja aqui no estado", destacou.

Dino reiterou o compromisso com a construção de políticas democráticas de comunicação, enfatizando o papel das rádios comunitárias e dos meios alternativos. Para o presidente da Embratur, a comunicação pública permite que "as vozes não ouvidas possam ser ouvidas e que o sentimentos não registrados na pauta oficial possam se fazer perceber e os invisíveis tenham visibilidade", sublinhou Dino.

Censura

Durante sua participação no 5º Congresso da Abraço-MA, Flavio Dino fez referência ao recente episódio da censura ao jornalista Clodoaldo Correa, de O Imparcial, perpetrada pelo Secretário de Estado da Comunicação Sergio Macedo. "Liberdade de expressão e pensamento é parte integrante da construção de uma democracia autêntica", anotou, acrescentando que em um eventual governo dele (Flavio Dino) o secretário de Comunicação não vai fazer interferência nos jornais, rádios, portais ou TVs.

Para Dino, é fundamental fortalecer a política pública de comunicação naquilo que ela tem de fundamental que é a busca pelo debate público com independência. Ele chamou atenção ao principal benefício das práticas democráticas de comunicação, voltada principalmente para atender aos excluídos socialmente.

"As rádios comunitárias são porta-voz daquilo que é ocultado pela política dominante", enfatizou Dino, ressaltando a importância das rádios comunitárias no processo de democratização da comunicação no Maranhão.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

RÁDIOS COMUNITÁRIAS PARTICIPAM DO 5º CONGRESSO ESTADUAL DA ABRAÇO-MA

Começa hoje, às 19 horas, o 5º Congresso da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias no Maranhão (Abraço-MA). O evento será realizado até 1º de agosto, no Cesir/Fetaema, na estrada do Araçagi, reunindo comunicadores(as) das emissoras comunitárias de todas as regiões do estado.

O congresso terá palestras, painéis e debate sobre conjuntura nacional e estadual, com ênfase no papel das rádios comunitárias na luta pela democratização da comunicação. No evento também será eleita a nova diretoria da Abraço-MA e aprovado o plano de trabalho para os próximos três anos. Serão eleitos também os representantes do Maranhão ao Congresso Nacional da Abraço.

Parte do evento será dedicada a ouvir as sugestões, críticas e propostas dos representantes das emissoras sobre a condução da Abraço no Maranhão, com o objetivo de colher subsídios para elaborar o planejamento estratégico de lutas das rádios comunitárias.

Campanha - A solenidade de abertura começa às 19 horas de sexta-feira 30, seguida de uma palestra sobre a campanha “Para expressar a liberdade: uma nova lei para um novo tempo”, proferida pelo professor da UFMA Ed Wilson Araújo. A campanha, organizada pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), visa colher assinaturas para ingressar com projeto de lei de iniciativa popular visando regulamentar os artigos da Constituição Federal de 1988 relacionados à liberdade de expressão e manifestação do pensamento, defesa do conteúdo nacional, produção independente, distribuição de verbas publicitárias e valorização da comunicação pública.

A Abraço Maranhão vai se engajar na campanha e deflagrar a coleta de assinaturas no Maranhão. A meta do FNDC é reunir 1,3 milhão de assinaturas para subsidiar o projeto de lei de iniciativa popular. No Brasil já existem 39 entidades envolvidas na campanha.

“O 5º Congresso da Abraço no Maranhão será um momento importante para que as rádios comunitárias se envolvam com mais força na luta nacional pela democratização da comunicação e essa campanha do FNDC é muito importante para todas as pessoas que interagem com os meios de comunicação”, explicou o presidente da Abraço MA, Luis Augusto Silva Nascimento, diretor da rádio Bacanga FM.

Mulheres – Durante o congresso haverá um painel sobre a participação das mulheres no movimento de rádios comunitárias, com a participação da professora doutora do departamento de Biblioteconomia da UFMA, Mary Ferreira.

O congresso tem o apoio da Prefeitura de São Luis, que será representada pelo secretário municipal de Comunicação, Marcio Jerry, um dos fundadores e ex-presidente da Abraço no Maranhão. Dialogar com os movimentos sociais também é um dos objetivos do congresso, que terá um painel com a participação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

EXPOSIÇÃO SOBRE ARQUITETURA HISTÓRICA FAZ HOMENAGEM A SÃO LUÍS

Exposição do artista plástico mineiro Anderson Braga será aberta na próxima quarta-feira, 4, na Galeria Hum

Quando teve a ideia de realizar uma exposição em homenagem a São Luís, o artista plástico mineiro Anderson Braga intuiu que deveria passar um longo período na cidade, para mergulhar, de forma minuciosa, na identidade cultural e no ambiente histórico da capital maranhense. A imersão foi feita e o resultado pode ser conferido no dia 4 de setembro, às 19h, na abertura da exposição "Azulejos: luz e sombra", em cartaz na Galeria Hum (Rua Um – nº 167 - São Francisco).

Anderson Braga escolheu como tema principal os azulejos que dão vida e marcam o tempo nas fachadas dos prédios históricos da capital. Mas a percepção do artista não se debruçou somente sobre esse aspecto, retratando também outros detalhes, como grades de sacadas, paredes e rebocos castigados pelo tempo e pela poluição visual provocada pelo homem. "Fui observando a cidade e escolhi aspectos que me encantaram mais. Mas infelizmente percebi, durante esse processo, um certo descuido com o acervo arquitetônico e resolvi explorar este lado também", contou.

Os trabalhos igualmente abordam a luminosidade característica de São Luís, principalmente a dourada e serena dos fins de tarde mais aprazíveis. São recortes da beleza do ambiente histórico, com marcas do descaso.

Ao todo, a exposição "Azulejos: luz e sombra" é formada por 21 trabalhos feitos em técnica acrílica sobre tela. O artista utiliza o pigmento de forma pura, em pasta (empaste), o que dá um resultado muito próximo ao da pintura a óleo, intensificando as cores e produzindo texturas e relevos. A pincelada remete ao traço dos pintores impressionistas, porém, possui conceito expressionista e está adaptada à contemporaneidade. "Sempre gostei de trabalhar com tinta a óleo. Desta vez, optei pela acrílica, mas mantive a característica do empaste, da tinta sem diluição, porque aprecio as texturas, que resultam disso", enfatiza.

Sobre a luz presente em suas pinturas, ele comenta: "Gosto do contraste de luz e sombra, que remete a grandes pintores, como Rembrandt", disse, referindo-se ao artista holandês do século XVII.
Outro importante e sutil aspecto da obra de Anderson Braga é a disposição geométrica dos traços, sem rigidez matemática. E está enganado quem pensa que a temática escolhida é óbvia e repetitiva, porque o trabalho está repleto de inquietude e provocação, além do valor estético, resultado do apuro técnico deste artista que vive para a sua pintura.

Sobre o trabalho de Anderson Braga, o professor e doutorando em artes visuais, curador da exposição, Almir Valente Costa, afirmou: "Quando nos deparamos com o conjunto das obras do artista Anderson Braga da exposição 'Azulejos: luz e sombra', elas provocam no espectador uma sensação visual tátil, sinestésica; convoca-nos a olhá-las com as mãos, pela aproximação e a tocá-las com os olhos, pelo afastamento. Com uma linguagem pictórica de forma e cores vibrantes pelo empaste de tinta, revelam imagens ora abstratas, ora figurativas, cuja força expressiva se traduzem em um lirismo poético de cunho expressionista".

A mostra "Azulejos: luz e sombra" fica em cartaz até o dia 30 de setembro.

O ARTISTA

Natural de Formiga (MG), Anderson Braga já participou de exposições coletivas em Minas Gerais e em São Paulo. Em São Luís, ele integrou a I Coletiva Traços do Maranhão, que ficou em cartaz num shopping da cidade.

SERVIÇO

Exposição "Azulejos: luz e sombra", de Anderson Braga

Quando: Dia 4 de setembro

Local: Galeria Hum (Rua Um - nº 167 - São Francisco)
Aberto ao público
 
O artista conversará com a imprensa, das 17h às 19h, no dia 3 de setembro, terça-feira, na Galeria Um.
 
Contatos:
Anderson Braga: (98) 81383967
Ana Luiza: (98) 99740048
Jornalista responsável:
Eduardo Júlio: (98) 88218601/ (98) 81754624

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

ATÉ PRÉDIO ALUGADO À POLÍCIA MILITAR FOI ASSALTADO EM SÃO LUIS

Uma padaria instalada no térreo de um sobrado, na Cidade Olímpica, foi assaltada no início da noite de ontem 27. Na parte superior da casa fica instalada a 3ª Companhia da Polícia Militar, vinculada ao 6º Batalhão PM, sediado na Cidade Operária.

O imóvel locado à PM fica na avenida 2, quadra 47, casa 1, na Cidade Olímpica. Segundo testemunhas, dois jovens, aparentando 20 e 25 anos, chegaram ao local em uma bicicleta. Armados com um revólver, eles insultaram e renderam os dois funcionários da padaria, levando cerca de R$ 300,00.

De acordo com moradores do bairro, durante o assalto havia três policiais militares na sede da 3ª Companhia, mas eles não perceberam a ação dos assaltantes e também não fizeram buscas porque não havia nenhuma viatura no momento do roubo.

A instalação da 3ª Companhia da PM na Cidade Olímpica foi conquistada após muitas reivindicações da comunidade. O imóvel assaltado é o segundo locado para abrigar os policiais na Cidade Olímpica.

Antes de instalar-se na quadra 47, a 3ª Companhia do 6º BPM locava outro imóvel na avenida 2, mas teve de mudar por falta de pagamento do aluguel.

O Governo do Estado nunca assumiu o aluguel. O pagamento era feito pelos próprios moradores da Cidade Olímpica, que todos os meses faziam “vaquinha” nas residências e nos estabelecimentos comerciais para arrecadar dinheiro e pagar o dono do imóvel.
Após uma ameaça de despejo, a companhia mudou-se para a mesma avenida, na quadra 47, casa 1, onde ocorreu o assalto à padaria.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

MORADORES DO MAIOBÃO CORTAM ÁRVORES PARA FAZER BLOQUEIO E DENUNCIAR A PREFEITURA

De facões em punho, um grupo de moradores da avenida 1, no Maiobão, cortou as árvores de um terreno baldio e utilizaram os galhos e troncos para bloquear a via pública, hoje pela manhã.

O terreno baldio, que deveria ser uma praça, já começa a ser tomado por lixo e pasto de animais. As únicas árvores que restavam na área verde começaram a ser derrubadas pelos próprios moradores das proximidades.
Os galhos e troncos cortados serviram para fazer uma barricada e impedir o trânsito de veículos.

O bloqueio visa protestar contra o abandono da avenida, tomada por buracos e poeira. "Limpamos nossas casas toda hora, mas não adianta, porque a poeira é insuportável", reclamou um dos moradores, após derrubar um tronco e arrastá-lo pela rua.
Outro morador reclamava da precariedade no sistema de saúde. O bairro do Maiobão pertence ao município de Paço do Lumiar, sob a gestão do prefeito Josemar Sobreiro (PR).

Antes de Sobreiro, o município era des(governado) pela prefeita Bia Aroso, que terminou o mandato presa e algemada no tornozelo pela Polícia Federal, acusada de desvio de recursos públicos.


As avenidas do Maiobão lembram uma imagem de guerra após um bombardeio aéreo. Buracos, crateras e poeira tomam conta das principais vias de acesso ao bairro

A Assessoria de Comunicação da Prefeitura pode se manifestar sobre o assunto neste blogue.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

RÁDIOS COMUNITÁRIAS REALIZAM CONGRESSO ESTADUAL

Cerca de 200 representantes das emissoras comunitárias de todas as regiões do estado devem participar do 5º Congresso da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias no Maranhão (Abraço-MA), nos dias 30, 31 de agosto e 1º de setembro, no Cesir/Fetaema (estrada do Araçagi). 

O congresso terá palestras, painéis, oficinas e debate sobre conjuntura nacional e estadual, com ênfase no papel das rádios comunitárias na luta pela democratização da comunicação. No evento também será eleita a nova diretoria da Abraço-MA e aprovado o plano de trabalho para os próximos três anos.

Parte da manhã de sábado 31 será dedicada a ouvir as sugestões, críticas e propostas dos representantes das emissoras sobre a condução da Abraço no Maranhão, com o objetivo de colher subsídios para elaborar o planejamento estratégico de lutas das rádios comunitárias.

Campanha - A solenidade de abertura começa às 19 horas de sexta-feira 30, seguida de uma palestra sobre a campanha “Para expressar a liberdade: uma nova lei para um novo tempo”, proferida pelo professor da UFMA Ed Wilson Araújo. 

A campanha, organizada pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), visa colher assinaturas para ingressar com projeto de lei de iniciativa popular visando regulamentar os artigos da Constituição Federal de 1988 relacionados à liberdade de expressão e manifestação do pensamento, defesa do conteúdo nacional, produção independente, distribuição de verbas publicitárias e valorização da comunicação pública.

A Abraço Maranhão vai se engajar na campanha e deflagrar a coleta de assinaturas no Maranhão. A meta do FNDC é reunir 1,3 milhão de assinaturas para subsidiar o projeto de lei de iniciativa popular. No Brasil já existem 39 entidades envolvidas na campanha.

“O 5º Congresso da Abraço no Maranhão será um momento importante para que as rádios comunitárias se envolvam com mais força na luta nacional pela democratização da comunicação e essa campanha do FNDC é muito importante para todas as pessoas que interagem com os meios de comunicação”, explicou o presidente da Abraço MA, Luis Augusto Silva Nascimento, diretor da rádio Bacanga FM.

Mulheres – Durante o congresso haverá um painel sobre a participação das mulheres no movimento de rádios comunitárias, com a participação da professora doutora do departamento de Biblioteconomia da UFMA, Mary Ferreira.

O congresso tem o apoio da Prefeitura de São Luis, que será representada pelo secretário municipal de Comunicação, Marcio Jerry, um dos fundadores e ex-presidente da Abraço no Maranhão. Dialogar com os movimentos sociais também é um dos objetivos do congresso, que terá um painel com a participação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Inscrições: Estudantes e profissionais de Comunicação interessados em participar do congresso podem fazer inscrição no próprio local do evento (Cesir/Fetaema), dia 30 (sexta-feira), a partir das 19 horas. Valor: R$ 10,00 (dez reais).

domingo, 25 de agosto de 2013

MADEIRA E O POVO DE IMPERATRIZ: PISTA DUPLA EM 2014

Beiram o desespero os intensos movimentos do prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira (PSDB), para viabilizar o candidato a governador da oligarquia Sarney – Luis Fernando Silva – na região tocantina.

Na última sexta-feira, uma nova investida madeirista reuniu 30 prefeitos do sudoeste maranhense em um jantar com Luís Fernando, o homem que não decola nas pesquisas.

Nunca antes na História do Maranhão um candidato da oligarquia Sarney investiu tanto na região tocantina, em permanentes visitas e parcerias administrativas patrocinadas pelo Governo do Estado.

Imperatriz é o segundo colégio eleitoral do Maranhão. O prefeito Sebastião Madeira apoia o candidato da oligarquia Sarney, mas precisa combinar o jogo com os eleitores, que sempre rejeitaram Roseana.

Nas últimas eleições para governador, a tendência do eleitorado é despejar 80% dos votos na oposição. Qualquer que seja o candidato a governador indicado por Sarney, sempre é rejeitado na região tocantina.
Imperatriz parece ser uma pista eleitoral de mão dupla. O prefeito quer o candidato do governo, mas o povo prefere a oposição.

Os municípios do sudoeste maranhense cultivam duas tradições: o sentimento separatista e o voto anti-sarneísta.

As pesquisas vêm confirmando a larga vantagem do candidato da oposição Flavio Dino (PCdoB) para a eleição de 2014, mas Luis Fernando insiste. Visita constantemente as cidades, celebra convênios, assina termos de parceria, promete obras etc, mas o eleitor parece indiferente.

Por mais que Luis Fernando tente ser simpático e operante, o eleitor o nega. E Madeira pode se expor a uma derrota acachapante.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

PAPOETICO DIVULGA REGULAMENTO DO II FESTIVAL DE POESIA

II FESTIVAL DE POESIA DO PAPOÉTICO

“Prêmio Nauro Machado”

 Regulamento

O Projeto PAPOÉTICO realizará, nos dias 1, 2 e 3 de outubro de 2013, em São Luís, oII FESTIVAL DE POESIA DO PAPOÉTICO, com a finalidade de estimular e socializar a atual produção poética realizada em língua portuguesa por autores inéditos. O projeto foi idealizado e é executado pelo poeta e jornalista Paulo Melo Sousa. O festival, que integrará a Feira do livro de São Luís – FELIS 2013, adotará como patrono o poeta maranhense “Nauro Machado”, sendo regido pelo seguinte regulamento:

Artigo 1 – Poderá participar do Festival qualquer pessoa que escreva poesia em língua portuguesa, e que não tenha livros publicados.

Artigo 2 – O IIFESTIVAL DE POESIA DOPAPOÉTICO será realizado em São Luís, capital do estado do Maranhão, nos dias 1, 2 e 3 de outubro de 2013 de 2013, com a apresentação (interpretação) de 20 (vinte) poemas finalistas (dez poemas no primeiro dia, dez no segundo dia e os 10 finalistas no último dia), previamente selecionados pela Comissão Julgadora de Mérito Literário (a divulgação dos escolhidos para a fase final será feita no dia 20 de setembro de 2013), após a avaliação de todos os poemas inscritos. Ao final da sessão de interpretação dos poemas, serão revelados os nomes dos vencedores. 

Artigo 3 – Participarão da sessão os autores que tiverem seus textos selecionados pela Comissão Julgadora de Mérito Literário. A audição dos poemas acontecerá nos dias 1, 2 e 3 de outubro de 2013de 2013 e será acompanhada por duas comissões julgadoras (Comissão de Mérito Literário e Comissão Julgadora de Interpretação) que indicarão os autores e intérpretes premiados após a apresentação final.

Artigo 4 – As Comissões Julgadoras serão compostas da seguinte forma:

Comissão Julgadora de Mérito Literário: formada por 3 (três) poetas atuantes no meio literário. Escolherá os 3 (três) melhores poemas concorrentes, independentemente da interpretação dos poemas.

Comissão Julgadora de Interpretação: formada por 3 (três) atores atuantes no meio teatral. Escolherá as 3 (três) melhores interpretações dos poemas finalistas.

Artigo 5 – Será obrigatória a apresentação dos poemas, que poderão ser interpretados pelos próprios autores ou por pessoas indicadas por eles.
          Parágrafo Primeiro: Na ausência de indicação de intérprete, o poema poderá ser lido para garantir a validade da participação.
          Parágrafo segundo: A interpretação dos poemas concorrentes não influenciará no julgamento do mérito literário dos mesmos.
          Parágrafo terceiro: Os intérpretes poderão utilizar recursos audiovisuais, tais como: som, slides, figurino.
          Parágrafo quarto: Concorrentes de outros estados ou de outros países de língua portuguesa terão garantida a interpretação / leitura dos seus poemas.

Artigo 6 – Cada concorrente poderá inscrever apenas um poema, inédito, com temática livre, até o limite de duas laudas, assinado com pseudônimo.

Artigo 7 – As inscrições serão feitas por e-mail. O autor deverá enviar:

Preenchimento da ficha de inscrição;

Poema digitado na fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento 1,5;

                    c) Dados biográficos do autor (sete linhas). São solicitados ainda os seguintes dados: Nome do (a) autor (a); Endereço; RG: CPF; Fone; E-mail; Nome do poema; Pseudônimo.
           
Artigo 9 – As inscrições serão entregues por e-mail, através do endereço eletrônico papoeticofestival@gmail.com, entre os dias 9 de agosto de 2013 e 13 de setembro de 2013.

Artigo 10 – O II FESTIVAL DE POESIA DO PAPOÉTICO – PRÊMIO NAURO MACHADO oferecerá aos vencedores do evento premiação em dinheiro, conforme discriminação abaixo:

Melhores Poemas:

 1º Lugar: R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais);
 2º Lugar: R$ 500,00 (quinhentos reais);
 3º Lugar: R$ 300,00 (trezentos reais).

Melhores Intérpretes:

                  1º Lugar: R$ 500,00 (quinhentos reais);
                  2º Lugar: R$ 300,00 (trezentos reais);
                  3º Lugar: R$ 200,00 (duzentos reais).

Artigo 11 – Os 20 poemas finalistas serão publicados na Coluna Alça de Mira, do JP Turismo (Jornal Pequeno – São Luís / MA), que circula semanalmente às sextas-feiras.

Artigo 12 – Não será permitida a participação, no Festival, de familiares dos membros das Comissões Julgadoras e/ou da Comissão Organizadora do evento.

Artigo 13 – Os casos omissos serão resolvidos pela Comissão Organizadora do Festival.

Artigo 14 – A inscrição implica na aceitação integral do presente regulamento.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

PARTO NA CALÇADA E SÍRIO LIBANÊS

Era reveion, em Barreirinhas. Aproximava-se a meia-noite, quando o vice-prefeito da cidade subiu ao palanque para dizer umas palavras e saudar o ano novo.

No seu discurso, o vice informava que o prefeito do município, à época Albérico Filho (PMDB), estava em Nova Iorque, nos Estados Unidos, passando uma temporada.

Albérico é primo do senador José Sarney (PMDB) e governou Barreirinhas após cassar o prefeito Miltinho (PT).

O mandato de Albérico foi tão ruim que ele sequer conseguiu a reeleição, perdendo em 2012 para Léo Costa (PDT).

O episódio do reveion apenas ilustra essa diáspora de luxo da elite maranhense. Quando precisam se divertir e cuidar da saúde, a família Sarney e seus correligionários sempre buscam outros ares: Las Vegas, Nova Iorque e o hospital Sírio Libanês.

O Maranhão é apenas o lugar da expropriação, uma terra arrasada pela qual os governantes dos últimos 50 anos não têm qualquer tipo de sentimento, a não ser o apego aos seus negócios privados acima de qualquer interesse público.

Quando precisou de tratamento de saúde mais qualificado, Sarney foi para o hospital dos bilionários – o Sírio Libanês – enquanto uma jovem fazia trabalho de parto na calçada de uma maternidade em São Luís.

O vídeo (VEJA AQUI) com a garota dando à luz na calçada foi uma das mais expressivas demonstrações de falta de humanidade já vistas no governo oligárquico.

Sarney não confia nos hospitais do Maranhão, mesmo havendo bons profissionais de Medicina aqui. Na verdade, ele não confia e nem considera ninguém, a não ser em meia dúzia de familiares, no máximo.

Todo o resto ele despreza. A saúde dos maranhenses, a educação, o meio ambiente, a vida das pessoas comuns não têm nenhum valor, não significam nada.

Se Sarney tem o Sírio Libanês, pouco importa se se morre de parto ou de fome no Maranhão. Só importa a ganância, a avareza e a corrupção para acumular riquezas em uma só família.

José Sarney não honra sequer a memória de um dos seus principais colaboradores, o poeta e jornalista Bandeira Tribuzzi, cujo memorial está abandonado na península da Ponta d’Areia.

Só honra a si mesmo no culto doentio à própria personalidade ou nas suas crônicas dominicais onde profere amor falsificado pela “sua” terra.

Depois do parto da menina na calçada da maternidade, o que mais o Maranhão vai parir?

É preciso abortar os demônios em série fabricados na mesma forma política do Maranhão, antes que nasçam e procriem. Vade retro!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

ELIZIANE GAMA NA ERA DA INCERTEZA

A dúvida, a falta de um posicionamento claro, a ausência de uma definição começam a fazer parte do conceito político da deputada estadual Eliziane Gama (PPS).

Sem tomar posição sobre a disputa eleitoral de 2014, a exemplo do que fez em 2012, a deputada começa a construir o conceito negativo de político sem lado, daquele tipo que está sempre em cima do muro, esperando a melhor oportunidade.

Não quero dizer, com isso, que Gama tenha de registrar em cartório uma declaração de apoio a Flávio Dino (PCdoB), Luis Fernando (PMDB) ou ao candidato dos partidos de esquerda - PSOL, PSTU ou PCB.

Até porque ela anuncia que o PPS tem projeto para 2014 e ela será candidata a governadora.

Mas, o problema de Eliziane é a incerteza sobre o futuro. Caso não chegue ao segundo turno, quem ela vai apoiar? O candidato da oligarquia Sarney (Luis Fernando Silva) ou o nome da oposição?

Eliziane não pode nem deve repetir o erro de 2012, quando fez uma ótima campanha para prefeita de São Luis, mas manteve-se "neutra" no segundo turno, frustrando seus admiradores e eleitores.

A suposta "neutralidade" de Eliziane Gama em 2012 pode até levar o eleitor a pensar que ela estava favorecendo o prefeito e candidato à reeleição João Castelo (PSDB).

Eliziane Gama tem todo direito de ser candidata a governadora. Acho até que a candidatura dela vai dar uma qualidade especial à disputa e colocar ao eleitorado um ingrediente a mais diante da polaridade entre Flávio Dino e Luis Fernando Silva.

Porém, a "neutralidade" só prejudica o debate. O Maranhão segue dividido. Ou se está com a oligarquia Sarney ou contra eles. Eliziane Gama não pode omitir do eleitor sua posição. Essa e uma questão ética, pedagógica, ideológica e, sobretudo, política.

A população do Maranhão não merece ser enganada com supostas posições de neutralidade que beiram o oportunismo.

Andar por cima do muro pode ser o caminho mais perigoso. Basta ver as casas e condomínios do Maranhão, todas com cercas elétricas ou cacos de vidro sobre os muros, para se proteger dos ladrões.

O muro, Eliziane, é perigoso! E você pode se ferir feio, deixando uma cicatriz para sempre na sua imagem política.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

SÃO LUÍS: PARA ONDE VÃO AS EMENDAS DOS VEREADORES?

O mau exemplo do VLT abandonado não deve ser seguido na nova gestão. Foto: Biaman Prado
A ocupação da Câmara Municipal de São Luís, cujos desdobramentos ainda estão por vir, começou a iluminar as regiões mais obscuras do Legislativo da capital.

Uma das cobranças da ocupação foi a abertura das contas do local de trabalho dos vereadores. A cidade quer saber quantos funcionários do quadro e contratados há na Câmara, bem como os cargos de confiança.

Além disso, a cidade quer saber para onde, quando e como são designadas as emendas dos vereadores para obras e eventos em São Luís.

Quais são os beneficiários das emendas? Quais entidades recebem dinheiro público em São Luís para realizar eventos?

Quanto em dinheiro cada vereador disponibiliza nas emendas parlamentares?

A cidade de São Luís quer saber, os vereadores e a Prefeitura têm a obrigação de prestar contas sobre os gastos com o dinheiro público.

As emendas são elaboradas na Câmara e aplicadas pela Prefeitura, através das secretarias. Cabe aos dois poderes, Legislativo e Executivo, dar ampla publicidade aos recursos aplicados (ou não!) em São Luís.

Queremos saber também qual o plano de execução das obras e o cronograma. Quando serão cumpridas e entregues à população?

Os protestos de junho, que ainda seguem nas principais capitais, os movimentos de ocupação nas casas legislativas e as organizações institucionais que atuam pela ética na política estão cobrando dos legisladores e executores total transparência nos gastos públicos.

O mínimo que a Câmara pode fazer, juntamente com a Prefeitura de São Luís, é abrir as planilhas e mostrar claramente quem gasta, como gasta e onde é utilizado o dinheiro do contribuinte ludovicense.

domingo, 18 de agosto de 2013

RÁDIOS COMUNITÁRIAS PREPARAM 5º CONGRESSO ESTADUAL

A diretoria plena da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias no Maranhão (Abraço) reuniu sua diretoria plena neste domingo, em São Luís, para acertar os detalhes da realização do 5º Congresso Estadual das Rádios Comunitárias.

O evento será realizado dias 30 e 31 de agosto e 1º de setembro, no Centro de Formação (Cesir) da Fetaema, na estrada do Araçagi.

O congresso vai eleger a nova diretoria da Abraço e terá também oficinas de formação, além de aprovar o plano de trabalho da próxima gestão.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

OPOSIÇÃO FLAVISTA ESPEROU LOBÃO SENTADA

Eleição é sempre tempo de especulação. Nos últimos dois pleitos para o governo, havia sempre a hipótese, levantada por setores da oposição, principalmente ligadas a Flavio Dino (PCdoB), de que o ministro Edison Lobão (PMDB) romperia com o senador José Sarney (PMDB).

Tempo vai, tempo vem, enquanto uma parte da oposição sonha, o lobo do homem fica do lado onde sempre esteve - a oligarquia - da qual ele é um dos satélites mais prósperos.

No começo de 2013, o senador Edinho Lobão (PMDB), filho do ministro, tirou fotos com o prefeito Edivaldo Holanda Junior (PTC), até agora aliado de Flavio Dino na eleição para governador.
Edinho, ao centro, papeia com Holanda Junior: aparências nada mais.
Logo logo alguns analistas políticos interpretaram a visita de Edinho a Holanda como um sinal de que a família Lobão estaria em rota de colisão com Sarney.

Lobão pode até não gostar do tratamento que recebe em algumas questões pontuais, mas, no geral, do ponto de vista da manutenção e controle do poder, ele engole a seco as desavenças e marcha é com Sarney.
No momento Lobão está com Luís Fernando e engole Roseana
Foi assim que o lobo-pai veio a público anunciar que desistiria da disputa para o governo e vai apoiar Luis Fernando Silva, candidato oficial da família Sarney. 

Não foi uma decisão fácil, mas Lobão teve de recuar.

Olhando as pesquisas de consumo interno do Palácio dos Leões, o lobo-pai viu que em qualquer cenário, confrontando-se o quesito geracional, a tendência do eleitorado é optar pelo candidato mais jovem, caso a diferença de idade seja grande.

Conclusão: Lobão perde para Flavio Dino.

Mas, o Maranhão é o Maranhão, onde tudo pode acontecer, inclusive Lobão mudar de lado.

Isso só aconteceria no cenário de eclipse do senador José Sarney e na oferta de bons negócios no Governo do Estado, numa eventual vitória de Flavio Dino.

Só os interesses privados no governo, caso sejam vantajosos, podem levar os lobos a trair o urso. 

Até o momento, a oposição flavista espera sentada o lobo mudar de lado.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

MEUS TRÊS LEITORES

MARCOS FÁBIO BELO MATOS
JORNALISTA E PROFESSOR DOUTOR DO CURSO DE JORNALISMO DA UFMA/IMPERATRIZ
marcosfmatos@gmail.com
Comecei a escrever muito cedo, aos dez, onze anos. Minha irmã achou, um dia desses, uma peça de teatro que eu fiz aos doze anos – história de uma menina com um palhaço. De lá pra cá, muitos textos. Poucos leitores. A escassez de leitores é a primeira certeza que um escritor periférico pode ter. A segunda é que, em geral (e muito em geral), ele vai ter que fazer outra coisa para pagar os seus boletos mensais.
Antigamente, quando não havia a internet, a gente escrevia e guardava no fundo da gaveta. Ou deixava trancado nos cadernos – alguns até com cadeado. Depois, quando eu ganhei uma máquina de escrever (daquelas que têm uma capinha que fecha, não lembro mais o nome), comecei a encadernar os escritos, ou deixar em pastas, organizadas por assuntos – poesias, crônicas, contos, romance (sim, há um, nunca publicado – sem chance!). Mas ainda assim pouca gente lia.
Depois surgiu a possibilidade de ir colaborando, bissextamente, para alguns jornais de São Luís, lá pelos anos 90. Um textinho aqui, outro ali. Um arrazoado de palavras para comemorar uma data especial na cidade, umas 30 linhas para falar de um assunto que tomou conta do noticiário nacional ou local aquela semana ou a passada. Essas coisas. Poucos leitores ainda.
E aí veio a internet. Primeiro se arrastando, discada. Depois, melhor. E melhor. E os textos foram migrando para as novas plataformas. Primeiro, no blog. Depois, nos murais de escritores. Agora, nos e-books, no Facebook e nos jornais e revistas virtuais. A consequência natural dessa localização, agora planetária, foi a hiperpotencialização de leitores. Agora, dezenas – já uma hipérbole.
Um escritor periférico nunca reclama dos poucos leitores que tem. Ao contrário, pensa neles a cada texto que escreve. E por conhecê-los, quase intimamente, lapida o texto, como um ourives, para entregá-lo, o melhor que pode, a eles, para fazer com que eles se lembrem, na montanha de outros textos que lerão, daquele.
Hoje a internet permite a interatividade. E o escritor periférico recebe um montão de e-mails ou comentários nas redes sociais sobre os textos que ele escreveu e publicou. Uns dois ou três.
E ele exulta com toda essa enxurrada de e-mails e comentários. Ele os lê, exaustivamente, sem cansaço. E ele prepara respostas para todos eles. Algumas vezes, por conta da enormidade de respostas, não consegue mandá-las. Então ele as guarda, para um dia entregá-las, talvez pessoalmente.
Aquele chavão que diz que o importante não é quantidade, é qualidade, não serve para o escritor periférico. Para ele, quantidade e qualidade são ao mesmo tempo essenciais, são como gêmeos univitelinos. Isso porque a sua matemática é simples: um bom leitor já é multidão!

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

EBSERH: ESTRATÉGIA DO GOVERNO FEDERAL PARA CONTROLE DOS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS

Publicado no blog da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde em 12/08/2013


 
Por APRUMA,
Associação dos Professores da Universidade Federal do Maranhão

A história da adesão da Universidade Federal do Maranhão à EBSERH é mais um exemplo do autoritarismo reinante na instituição, o qual se estabeleceu a partir de 2007 e se fortaleceu no Governo Dilma. 

Em 21/03/2012, o Conselho de Administração do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (Conadm/HUUFMA) foi convocado para 23/03/2012 com a seguinte pauta: a) obras do Hospital Universitário (HUUFMA); b) inclusão de pauta; e c) outros assuntos. Esse Conselho tinha a maioria de seus membros em situação irregular. Ademais, representantes dos departamentos com projetos de Ensino, Pesquisa e Extensão no HUUFMA, mas não integrantes do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, a exemplo de Serviço Social, Psicologia e Comunicação Social, não foram convocados. 

Na reunião, para surpresa de alguns participantes, estavam presentes o reitor da UFMA e o procurador-chefe da União junto à universidade, este último sempre à disposição da Reitoria e da direção do HUUFMA quando foi necessário convencer a comunidade acadêmica sobre a legalidade da EBSERH e da empresa ser a “solução” para os problemas apontados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) com relação ao subfinanciamento e a má-gestão nos hospitais universitários, a terceirização dos servidores e as irregularidades cometidas pelas fundações ditas de apoio. 

É possível concluir, a partir do escrito na Ata, que a reunião tinha a EBSERH como tema central. O reitor falou sobre a grave situação do HUUFMA, com déficit orçamentário e muitos profissionais contratados irregularmente através da fundação de apoio. Alguns conselheiros fizeram intervenções que foram respondidas pelo procurador federal, de forma a tranquilizar sobre a adesão à empresa. 

Antes dessa reunião, em 06/03/2012, o reitor da UFMA enviou o Ofício GR n° 132/MR ao presidente da EBSERH comunicando o “[...] interesse desta instituição em aderir ao novo modelo de gestão preconizado pela Lei 12.550 [...]”, e lembrando-o que a UFMA “[...] desde o início apoiou, incentivou e lutou pela criação da EBSERH [...]”.

Como falar em déficit orçamentário grave, se a Fundação Josué Montello (FJM), no ano de 2004, em substituição à fundação de apoio da Universidade de Brasília (UNB), a qual estava sendo investigada, pagou mais de R$ 200.000,00 reais a terceirizados do MEC, o que deu origem a uma Tomada de Contas Especial contra o presidente da FJM, que também era o diretor do HUUFMA? 

A FJM teve uma previsão orçamentária de 86 milhões para 2012. Seu diretor financeiro, um médico, assumiu o cargo dizendo (está na ata de posse) “não dominar contabilidade e números”. Escutou do Diretor Presidente: “suas dúvidas serão imediatamente esclarecidas e a documentação para assinatura será encaminhada de pessoa competente para explicações necessárias.”

O Sindicato dos Professores e o Diretório Central dos Estudantes não conseguiram representantes da Administração Superior nos debates que organizaram. Nenhum gestor da UFMA se fez presente por ocasião da ida de integrantes da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde na SBPC, realizada em 2012, na UFMA, nem na reunião convocada pela FASUBRA. A maioria dos professores só obteve informações sobre a EBSERH através do sindicato, por ocasião da participação de diretores nas assembleias departamentais ou pelos documentos sindicais. Três reuniões com os servidores do Ministério da Saúde foram realizadas no HUUFMA, uma delas convocada pelo Sindicato que os representa. Uma foi realizada para alguns chefes de serviços e a terceira foi divulgada para aqueles que trabalhavam no hospital universitário. 

Servidores do Ministério da Saúde se sentem ameaçados. Alguns se queixam de ter sofrido assédio moral em seus locais de trabalho. Aqueles que serão devolvidos para o núcleo do Ministério da Saúde em São Luís não terão onde trabalhar e ficarão à disposição, com redução de salário. Funcionários contratados pela Fundação Josué Montello têm sido demitidos antes mesmo do propalado concurso da EBSERH. O lançamento do edital do concurso tem sido adiado desde março, sendo o último decorrente do cancelamento do edital do HU da UnB, que feria a isonomia entre os candidatos.

Convencer os professores tem sido fácil: não serão obrigados a aderir à EBSERH e evitarão o “fechamento” do HUUFMA. Os que não leram os documentos elaborados pela EBSERH desconhecem que seus projetos de Ensino, Pesquisa e Extensão, se de alguma forma ligados aos Hospitais Universitários, precisarão da aprovação da EBSERH. Se assumirem uma função, precisarão aderir à empresa. As metas de desempenho, indicadores, prazos de execução e acompanhamento das atividades realizadas nos hospitais universitários serão definidas pela Empresa e o reitor. 

É preciso atenção com estas afirmações da EBSERH: 
“[...] A critério da CONTRATANTE [universidade], os servidores públicos em exercício no hospital na data da assinatura do contrato permanecerão em seus postos exercendo as mesmas atividades [...] A CONTRATANTE deverá fornecer a relação dos nomes desses funcionários à CONTRATADA que fará a gestão administrativa. [...] Para exercer função gratificada, o servidor deverá ser cedido à EBSERH. [...] Fica estabelecido que o servidor que vier para a Empresa por processo de cessão será regido pelo Plano de Cargos e Carreiras do órgão de origem. [...]”
A APRUMA esperava que o reitor levasse a decisão final ao Conselho Universitário, o que não aconteceu. Entrou com uma ação na Justiça Federal e aguarda decisão.

O contrato empresa/universidade não foi “amplamente” divulgado, como previsto, assim como o relatório de diagnóstico da situação do HUUFMA, que foi elaborado pela EBSERH.

Para a APRUMA: 

a) O TCU não recomendou a criação da EBSERH, mas a realização de concurso público para admissão de servidores e a criação de um projeto de reestruturação dos Hospitais Universitários, o que foi feito com o REHUF

b) A EBSERH não respeitará a autonomia universitária e não se dedicará apenas a contratação de pessoal. Somente o Superintendente será preferencialmente do quadro permanente. Seus gerentes não serão escolhidos pela comunidade acadêmica. Se há respeito à autonomia, como ocorreu e quem participou da elaboração de metas, indicadores e de outras ações? 

c) Saúde pública e formação profissional não são mercadorias. A Lei que criou a EBSERH diz que empresa pública de direito privado serve para exploração de atividade econômica. Todos nós conhecemos as disputas dos partidos políticos pela Caixa Econômica Federal, BNDES e CORREIOS. E seus gestores poderão ser trocados a cada mudança de Ministro de Educação. 

d) A EBSERH é privatização disfarçada dos Hospitais Universitários. Pode criar subsidiárias que, por lei, lhes é permitida ter participação em empresa privada. Ela cria uma segunda porta de entrada para os dependentes de planos privados. Chama os usuários dos hospitais universitários de consumidores. Os recursos financeiros podem ser de todo tipo, inclusive aplicação em bolsa de valores. Pode financiar os fundos de pensão. Quem está financiando a empresa até agora? Como rapidamente “apareceu” recursos financeiros? Estamos trocando autonomia acadêmica por dinheiro? 

e) Com a EBSERH, não teremos mais o ingresso de servidores públicos federais nos hospitais universitários. 

A cada dia, tudo fica mais claro com relação à EBSERH e à privatização da Saúde. O Programa MAIS MÉDICOS, no seu Artigo 20, afirma: Fica a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH autorizada a conceder bolsas para ações de saúde, a ressarcir despesas, a adotar outros mecanismos de incentivo a suas atividades institucionais, e a promover as ações necessárias ao desenvolvimento do Programa Mais Médicos, observada a Lei no 12.550, de 15 de dezembro de 2011.”

terça-feira, 13 de agosto de 2013

CAOS NA SAÚDE: FALTA HUMANIDADE NO GOVERNO ROSEANA SARNEY

AÇAILÂNDIA: PIQUIÁ DE BAIXO REIVINDICA DESAPROPRIAÇÃO PARA REASSENTAMENTO

Em carta aberta enviada ao Governo do Estado do Maranhão, ao MPE, à DPE e aos meios de comunicação do Maranhão, o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos, a Paróquia S. Luzia de Açailândia e a rede Justiça nos Trilhos expressam sua forte preocupação pelo clima de tensão social em que se encontra o município de Açailândia-MA.

Veja a íntegra da carta:

O Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos “Carmen Bascaran”, a Paróquia Santa Luzia de Açailândia e a rede Justiça nos Trilhos vêm expressar, através dessa carta aberta, sua extrema preocupação a respeito do clima de tensão e conflito social que está crescendo no município, especialmente pelo que se refere à demora na resolução definitiva das reivindicações da comunidade de Piquiá de Baixo.


Sabe-se que a luta dessa comunidade para fugir da poluição demora há muitos anos. Depois de muitas manifestações de protesto e denúncias, começou um processo de negociação entre as partes responsáveis pelas violações de direitos humanos sofridas no bairro Piquiá de Baixo, a saber: empresas siderúrgicas instaladas em Açailândia, empresa Vale S.A., Prefeitura Municipal de Açailândia e Governo do Estado do Maranhão.

Esse processo tem avançado lentamente, conseguindo algumas vitórias que porém ainda são incompletas. A comunidade de Piquiá de Baixo reivindica com vigor a regularização definitiva da desapropriação do terreno para o reassentamento, bem como a aprovação por parte da Prefeitura de Açailândia do projeto urbanístico e arquitetônico apresentado dois meses atrás.

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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

PETISTA PEDE PARA SAIR EM VITORINO FREIRE E ACUSA MONTEIRO DE CONFISCAR SENHA DO FILIAWEB

O vice-presidente do Diretório Municipal do PT de Vitorino Freire, Jozimar Oliveira Chaves, apresentou ofício solicitando seu desligamento da legenda. 

A desfiliação de Chaves decorre, segundo ele, das atitudes “desrespeitosas, autoritárias e antidemocráticas” do presidente estadual do partido Raimundo Monteiro.

Candidato à reeleição para a presidência do diretório estadual, Monteiro é homem de confiança do vice-governador Washington Oliveira (WO) - agente da oligarquia Sarney no PT.

WO e Monteiro estão “operando” em todo o Maranhão para controlar os diretórios municipais e formar maioria no Processo de Eleição Direta (PED), que será realizado em novembro e vai decidir o comando petista para a eleição de 2014. 

WO prega a reedição da aliança com o PMDB de José Sarney e quer o PT indicando novamente o candidato a vice-governador na chapa do Palácio dos Leões.

TRATOR EM VITORINO FREIRE

Segundo Josimar Chaves, Monteiro atropelou a autonomia do diretório de Vitorino Freire, praticando dois atos autoritários: “confisco da senha do FiliaWeb em 2012 e a inclusão de vários filiados sem qualquer tipo de comunicação com o diretório ou membros do Diretório Municipal.”

FiliaWeb é o sistema que controla o ingresso de novos petistas aptos a votar no PED.

Ainda de acordo com Chaves, Monteiro impôs “uma lista de candidatos que não participaram de nenhuma reunião, debate ou deliberação pela instância municipal.”

FILIAÇÕES E PODER ECONÔMICO

As filiações em massa, sem qualquer critério, constituem uma das maiores deformações do PED. Nessa primeira etapa, o grupo de WO e Monteiro “incha” o partido com centenas de pessoas capturadas a qualquer custo.

Além das filiações em massa, a Vice-Governadoria age com ameaças, chantagens e oferta de vantagens aos filiados, mas a grande decisão ocorre no dia da votação, quando a força do poder econômico decide quem vai mandar no PT.

Na lista de denúncias do ex-vice presidente do PT de Vitorino Freire, Jozimar Chaves, o presidente estadual Raimundo Monteiro também atropelou as resoluções do Encontro Municipal, realizado em 16 de junho de 2012, “determinando que fosse anulada” a decisão do evento.

Chaves ainda tentou, em vão, obter a devolução da senha do FiliaWeb, mas não obteve retorno do confiscador Monteiro.

Só restou a Chaves lamentar e pedir para sair. Veja o trecho final da carta de desfiliação do vice-presidente do PT de Vitorino Freire:

“O PT de Vitorino Freire, fundado por filhos de Vitorino Freire, preocupados com os destinos de sua terra e que ao longo de sua existência agregou outros valores e se credencia hoje como um dos importantes instrumentos de proposição e de controle social no município, tendo na sua composição, trabalhadores rurais, professores, mães e pais de famílias, micro empresários, estudantes, quebradeiras de côco, taxistas e demais trabalhadores, hoje encontra-se vitimado e estuprado irresponsavelmente por aqueles que atendendo aos interesses meramente pessoais, têm tomado atitudes desrespeitosas, autoritárias e antidemocráticas, utilizando-se de ultrapassados instrumentos, dentre eles o da IMPOSIÇÃO.

Por esses e outros motivos, é que nesta data solicito formalmente o meu desligamento do Partido dos Trabalhadores e por entender que o comando do Partido no nosso estado não se pauta no campo do debate de ideias e propostas, mas, no enfoque rasteiro que já não mais corresponde aos anseios de uma sociedade já amadurecida politicamente.

Vitorino Freire, MA, 09 de agosto de 2013.

Jozimar Oliveira Chaves

domingo, 11 de agosto de 2013

“SEGURANÇAS” AMEAÇARAM ESTUDANTES DA UFMA QUE OCUPARAM A CÂMARA DE SÃO LUIS

“Depois que acabar essas manifestações vocês vão ver o que eu vou fazer com vocês!”

Essa frase, somada a outras provocações e intimidações, foi dita por um dos “seguranças” da Câmara Municipal de São Luís a um grupo de três estudantes da UFMA que almoçavam na feira da Praia Grande.

As ameaças ocorreram após a sessão plenária do dia 7 de agosto, que deveria ser o início de uma série de debates com participação popular no Legislativo Municipal.

Os “seguranças” primeiro agiram com violência dentro da Câmara, utilizando até spray de pimenta contra os manifestantes.

Acabado o conflito nas instalações do prédio, três universitários da UFMA que haviam participado de todo o processo de ocupação foram almoçar na feira da Praia Grande.

Ao sentarem em uma das barracas, foram “acompanhados” na mesa ao lado por cinco seguranças, um deles identificado como o que já havia agredido uma das ocupantes no enfrentamento da Câmara.

Enquanto esperavam o almoço, os estudantes foram sofrendo ameaças dos cinco homens, sempre utilizando expressões intimidatórias e ameaças quanto às futuras mobilizações dentro e fora da sede do Legislativo.

CÂMARA OPEROU A BALBÚRDIA

Estudantes, lideranças comunitárias, militantes partidários e ativistas independentes decidiram ocupar a Câmara após os protestos de junho e uma série de audiências com o prefeito Edivaldo Holanda Junior (PTC).

As reivindicações focavam principalmente medidas para melhorar a mobilidade urbana e o transporte público.

Sem solução da Prefeitura diante da pauta de reivindicações apresentada, os movimentos que fizeram os protestos de junho tomaram a Câmara durante uma semana para pressionar os vereadores.

O processo de desocupação foi negociado, mediante o compromisso da realização de uma sessão plenária dia 7 de agosto com a participação de 10 representantes dos movimentos de ocupação e a garantia de que o espaço da galeria fosse cedido aos movimentos de ocupação.

A pauta da sessão deveria abordar três pontos: mobilidade/transporte, regularização fundiária e transparência nas contas públicas.

Bem antes de começar a sessão, a própria direção da Câmara, sem interesse no debate, tratou de descumprir o acordo de acomodação dos ocupantes na galeria.

No dia 7 quase toda a galeria já estava tomada, desde cedo, por “militantes” sem vínculo com a ocupação, gerando protestos sobre a quebra de acordo entre os ocupantes e a direção da Câmara.

Sem interesse no debate, a direção da Casa mandou reprimir os manifestantes que pretendiam ocupar a galeria (já tomada pelos “militantes” possivelmente contratados pelos próprios vereadores).

Houve tumulto, os seguranças utilizaram spray de pimenta contra os manifestantes e os vereadores, previamente combinados, trataram de inviabilizar a sessão.

Como se não bastasse essa ópera bufa, os seguranças ainda foram à Praia Grande ameaçar os estudantes na hora do almoço.

Essa Câmara de São Luís, salvo raras exceções, é de dar vergonha.

sábado, 10 de agosto de 2013

VILANIA E BELEZA NAS TELENOVELAS SÃO TEMA DE PESQUISA EM DOUTORADO

Doutoranda em Comunicação pela PUC-RS, a professora do Departamento de Comunicação da UFMA, Larissa Leda Fonseca Rocha, desenvolve o projeto de teseMá-ravilhosa: o crepúsculo da feia ou quando a vilã torna-se rica, loura e linda.

Larissa Leda tem especialização pela PUC-MG em Docência do Ensino Superior, mestrado em Comunicação (UFF) e coordena o projeto de pesquisa "Maldade em outra ótica: a feiura moral sob o véu da beleza na narrativa da telenovela."

A professora é também editora da revista Cambiassu, do Departamento de Comunicação Social da UFMA e autora do livro "Diluindo fronteiras: hibridizações entre o real e o ficcional na narrativa da telenovela", editado pela EdUFMA em 2011. Leia a entrevista:

Blogue – Como você desenvolveu a sua trajetória acadêmica até a chegada ao doutorado?

Larissa Leda - Já desde a graduação me dei conta que gostaria de ser professora. Mas a vontade de ser pesquisadora apareceu um pouco depois, já durante o mestrado. Assim que me formei, fiz um concurso para professora substituta, na UFMA, e passei. E me apaixonei pela carreira. Para ser professora efetiva de uma universidade pública federal era necessário ter, no mínimo, mestrado e fui correr atrás disso. Fui para o Rio e algum tempo depois da minha defesa surgiu um concurso na UFMA, primeiro para a cidade de Imperatriz em uma área que eu curtia, webjornalismo, mas não amava. Passei e poucos meses depois apareceu um novo concurso, para a UFMA de São Luis, para a área de TV, desde sempre minha área de pesquisa e paixão. Aí deu tudo certo! Fiz o concurso e comecei a dar aulas na área. O doutorado, nesse momento, era o caminho mais natural. E também um caminho desejado. É uma grande alegria, apesar do esforço intelectual duro, fazer o doutorado.

Blogue Qual o tema de estudo no doutorado?

Larissa Leda - Minha pesquisa é sobre televisão, sobre telenovela especificamente. Estou preocupada em entender o processo de embelezamento das vilãs da telenovela, mas um embelezamento que não parece acontecer para aliviar a maldade das vilãs, mas como parte constituinte da identidade da vilania. Na verdade, o trabalho buscará fazer uma "galeria de vilões" na dramaturgia para tentar entender como aconteceu o processo de embelezamento da vilania que vemos todos os dias nas novelas. Não precisamos fazer grande esforço para lembrar da beleza e do glamour das vilãs (meu trabalho faz um recorte em vilãs, deixando de fora os vilões), somente para citar as mais recentes: Carminha (Avenida Brasil), Tereza Cristina (Fina Estampa), Constância (Lado a Lado), Lívia (Salve Jorge). Mas não foi sempre assim e é fundamental não naturalizar esse processo pois ele fala de algo maior: de uma relação sofisticada e complexa - e que permeia nosso cotidiano - entre beleza, bondade, vilania e maldade e os padrões que são estabelecidos, negociados e consumidos ao redor disso.

Blogue - Qual a delimitação do seu objeto de pesquisa?

Larissa Leda - Este é um desafio que ainda está sendo trabalhado na tese. O que pode parecer estranho a quem não produz uma tese ou não tem intimidade com a pesquisa acadêmica, mas a verdade é que uma tese é construída ao longo de quatro anos e algumas certezas e decisões que estavam bem estabelecidas no começo, no projeto de tese, se bagunçam para se reorganizarem lá na frente. E creio que este é o caso do meu trabalho. Mas para construir uma "galeria de vilãs" na dramaturgia é necessária uma análise histórica que me dá imenso prazer em fazer, mas que demanda um tempo - e um fôlego - consideráveis. Veja, analisar o embelezamento das vilãs significa ir bem além das telenovelas, significa pensar na dramaturgia como um todo para dar conta de compreender o processo, de onde ele vem e pra onde ele vai. Mas é sempre necessário um recorte e creio que farei isso a partir da segunda metade do século XIX, quando se estabelecem os princípios de uma produção visual do entretenimento massivo e da condução dos olhares gulosos e curiosos do público por um sistema que mais tarde, a partir do século XX,  podemos chamar de midiático.

Blogue – Com quais autores e teorias você pretende abordar o tema escolhido?

Larissa Leda - Alguns autores ainda serão descobertos, certamente. E aqui apenas resumo a lista, mas inicialmente poderei contar com a ajuda de Martín-Barbero e sua preocupação com a produção audiovisual e da telenovela na América Latina, com Foucault e seus estudos sobre a monstruosidade humana, com Courtine e seu valoroso estudo histórico da instituição do espetáculo da monstruosidade no século XIX e XX, de Vigarello e seus estudos sobre a beleza feminina e de autores que se preocupam em pensar a telenovela, como Immacolata, por exemplo.

Blogue – Quais os objetivos da sua pesquisa?

Larissa Leda - Há um objetivo geral que é analisar a construção imagética dos vilões da telenovela brasileira que se estabelece com uma imagem cada vez mais de acordo com o padrão de beleza vigente em uma aparente contraposição à vilania. E há objetivos específicos, que são: a) compreender o movimento de mudança dos olhares e sensibilidades em direção ao monstro humano/monstruoso na cena do espetáculo de massa; b) definir como se deu a construção dos padrões de beleza hoje massivamente difundidos e utilizados pelo sistema midiático; c) analisar os padrões narrativos da telenovela brasileira – e suas modificações – para compreendermos como se estruturam os papéis de protagonistas e antagonistas nas narrativas e como se instituem os vilões e os mocinhos e, por último, d) analisar os motivos que levam à relação entre a imagem atual dos vilões, cada vez mais bela, e sua vilania, e a atração que esse vilão, assim construído, exerce sobre nós.

Blogue – Qual a relevância da sua pesquisa para a sociedade?

Larissa Leda - Creio que voltamos ao que falei no princípio. É fundamental não naturalizar certos processos sociais, certos processos de produção, distribuição e consumo midiáticos sob pena de não conseguirmos ver elementos importantes ali. Quando naturalizamos, deixamos de problematizar e sem problemática não há ciência. A telenovela é a maior narrativa ficcional da América Latina e para além de um divertimento despreocupado - e tolo, dirão os intelectuais de plantão - é uma peça fundamental no jogo da construção das identidades, um modo de nos imaginarmos como nação e de participarmos dessa nação imaginada. Um recurso de pesada importância na atualização, discussão e reorganização de nossa sociabilidade. E, ainda bem, a academia vem despertando para a necessidade de estudá-la. Este trabalho, espero eu, pode ter uma modesta contribuição para compreendermos a telenovela, essa narrativa que, presente no nosso cotidiano, fala de nós para nós, mas nós também a pegamos na mão para tentar entender a sofisticada e complexa trama de nossas identidades. Há um ir e vir entre a telenovela e a vida que, além de fascinante e absolutamente rotineiro, nos exige um olhar científico para podermos dar conta do que ela fala de nós e do que falamos dela e de nós, através dela.