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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

AMARC BRASIL QUER NOVA LEI PARA RÁDIOS COMUNITÁRIAS

Cecília Bizerra
Observatório do Direito à Comunicação

A Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC Brasil) realizou, na última quinta-feira (22), na Câmara dos Deputados, em Brasília, o Seminário Internacional “Direito à Comunicação, Democracia e Convergência Tecnológica” para marcar o lançamento do Programa Mundial de Legislações e Direito à Comunicação da entidade no Brasil.

O evento, que contou com a participação de autoridades, especialistas e militantes ligados à pauta da comunicação, também marcou o encerramento do Ciclo de Seminários Regionais realizados pela AMARC nas cinco regiões do Brasil durante 2012 e apresentou uma prévia da sistematização das propostas apresentadas nos seminários.

“O objetivo dos seminários era descentralizar o debate sobre a lei de rádios comunitárias com as rádios que estão espalhadas pelo Brasil e que vivem de fato o cotidiano das rádios comunitárias”, explicou Arthur William, representante nacional da AMARC, acrescentando que, a partir das discussões regionais, a Associação chegou uma série de consensos e avaliações que foram apresentadas em linhas gerais na abertura do seminário desta quinta.

“Uma das principais avaliações a que chegamos é a de que a lei de rádios comunitárias que temos hoje no Brasil não serve. Não adianta remendá-la, é preciso uma nova lei”, pontua. “Vamos sistematizar essas contribuições e a perspectiva é que, junto com o movimento de rádios comunitárias, a gente decida como vai encaminhar estes resultados: se como projeto de lei de inciativa popular, como substitutivo de projeto de lei já existente, enfim, vamos dialogar com o restante do movimento”, completa o representante da AMARC no Brasil.

“Não temos quer ser poucas, pobres e pequenas (rádios comunitárias). Queremos e podemos ser muitas, fortes e autossustentáveis”, ressalta o coordenador executivo da AMARC Brasil, João Paulo Malerba. Para o coordenador, também é preciso facilitar o processo de outorga, que ainda é burocratizado. “Reconhecemos que houve certa desburocratização nos últimos tempos, mas ainda é insuficiente”, pontua João Paulo Malerba”.

O diretor do Departamento de Acompanhamento e Avaliação de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Octavio Pieranti, afirma que no órgão existem muitos consensos em relação a pontos que devem mudar na lei de rádios comunitárias, inclusive, no que se refere à potência.

No entanto, o diretor deu a entender que o tema ainda está pouco amadurecido dentro do governo. “É uma discussão interna, dentro do Ministério das Comunicações, e mesmo no governo, os diversos ministérios têm suas opiniões sobre a radiodifusão comunitária.

Agora é uma questão de encaminhamento para se mudar isso. O processo de como encaminhar uma lei, seja ela qual for, ultrapassa os limites de um ministério. Envolve estratégia no legislativo, tempo, decisão política”, diz Pieranti, que também não soube dizer quanto tempo a sociedade vai esperar para ver essas mudanças acontecerem.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

MONGE SS CHANDRAMUKHA SWAMI APRESENTA PALESTRA SOBRE YOGA


Encontro será repleto de mantras, cânticos devocionais e culinária vegetariana

Autor de 15 livros sobre a tradição filosófica indiana dos vedas, o monge SS Chandramukha Swami proferirá a palestra "Yoga e Meditação para a atualidade", na Casa Verde (Renascença), em 30 de novembro (sexta-feira), às 19h. O evento é aberto ao público.

A noite será repleta de mantras, cânticos devocionais e uma prazerosa degustação lacto-vegetariana de alimentos santificados (prasada).

Monge vaishnava praticante da consciência de Krishna (Deus) desde 1979, Chandramukha Swami reside em Teresópolis (Rio de Janeiro), onde coordena o Ashram Vrajabhumi, comunidade voltada para a propagação da cultura védica e sede da Escola Vedanta Vaishnava Yoga, que forma instrutores de Hatha-Yoga e desenvolve vivências de Bhakti-Yoga.

O devoto também é músico, sendo autor de seis CDs de mantras. O último é uma edição com 60 minutos do maha-mantra Hare Krishna em várias melodias.

SS Chandramukha Swami virá a São Luís acompanhado do casal Tulasi Bhakti Das e Radharani Devi Dasi. Ele é maranhense e dirige o Centro de Cultura Védica em Miguel Pereira, no Rio de Janeiro. Ela é professora de Hatha-Yoga e Bhakti, com formação em Yogaterapia Integrativa e especialista em culinária lacto-vegetariana.

SERVIÇO

Palestra do monge hare krishna SS Chandramukha Swami

Data: 30 de novembro, sexta-feira

Hora: 19h

Local: Casa Verde

Endereço:Rua das Macaúbas, casa 8 - quadra 28 - Praça Pe. Joci - Renascença I
Aberto ao público

Contatos: Ana Paula Pires
Tel: (98) 91125754

V MIX DE COMUNICAÇÃO


LÉO CAPIBA, SAMBAS E CANÇÕES

O cantor e grande pandeirista Léo Capiba é atração do Quinta de Bamba, nesta quinta-feira, dia 29 de novembro, no bar Barulhinho Bom. O show terá participação especial Milla Camões.

Léo Capiba volta ao palco com o show Sambas e Canções, no qual cantará e homenageará a música brasileira, interpretando belos sambas e canções compostos pelos maiores expoentes da nossa música.

Estarão presentes através de suas memoráveis músicas Noel Rosa, Paulinho da Viola, Antônio Vieira, Cartola, Paulo César Pinheiro, Wilson das Neves, Dona Ivone Lara, Tom Jobim, Johnny Alf, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Eduardo Gudin e muitos outros. 

Cá entre nós, são verdadeiros bambas que povoam a mente e a alma dos brasileiros com canções que já se transformaram em clássicos, as quais serão douradas na voz e pela fantástica capacidade interpretativa de um dos melhores cantores de samba, que é Léo Capiba; um artista de esmero musical por ser exímio instrumentista do pandeiro e do canto, além de possuir um grande carisma que se traduz na evidente empatia  do artista com seus fãs. Afinal, com Capiba cantando é a certeza de uma noite cheia de beleza musical e de muita alegria.

Sempre bem humorado e dono de um riso contagiante e largo, Léo Capiba com seu inseparável pandeiro é figura de proa na música feita no Brasil e já há muito merece maior reconhecimento.

No show Sambas e Canções, que é produzido pela Satchmo Produções, Léo Capiba terá o acompanhamento luxuoso além de seu elegante pandeiro, dos grandes músicos Celson Mendes (violão), Daniel Miranda (trombone) e Júlio Figueredo, no trompete.

Como se ainda fosse pouco, completando o encanto da noite, a cantora Milla Camões fará uma participação muito especial na noite em que se homenageia a música brasileira, logo ela que tem lugar cativo quando o assunto é cantar e encantar muito bem. Quem a conhece se regozija quando a ouve cantar; se você ainda não a conhece, esta é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada.

Serviço

O QUÊ: LÉO CAPIBA, SAMBAS E CANÇÕES

ONDE: Bar Barulhinho Bom, Rua do Maçarico, Lagoa da Jansen.

QUANDO: Quinta-feira (29/11), a partir das 21h. Entrada: R$ 10,00

Realização: Satchmo Produções – 87163850 ou 96186643

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

FLAVIO DINO: “VAMOS ELIMINAR O CORONELISMO E O PATRIMONIALISMO”

Flavio Dino defende aliança ampla e governo participativo para mudar o Maranhão

O presidente da Embratur e pré-candidato a governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), concedeu entrevista ao Blogue do Ed Wilson. Pregando a unidade das oposições em uma aliança ampla, Dino propõe um governo participativo voltado para superar os péssimos indicadores sociais. “Chega de ver o Maranhão como campeão de injustiça social”, protestou.

Ele considera a mudança no Maranhão uma tarefa das forças progressistas, democráticas e populares. Colocando-se à “margem esquerda do rio”, Flavio Dino defende um debate autêntico e respeitoso sobre o Maranhão e queixa-se dos ataques da mídia sarneísta.

“Eles não aceitam que eu tenha recusado, e continue a recusar, as tentativas de me comprar ou de me intimidar. Sei que minha coragem e dignidade os incomodam. Mas com a proteção de Deus e a força do nosso povo vamos vencer”, destacou.

VEJA ABAIXO A ENTREVISTA COMPLETA.

Blogue – Qual o significado da vitória de Edivaldo Holanda Junior (PTC) em São Luís?

Flavio Dino – Um novo caminho para a gestão pública em São Luís, que resultará em melhoria da qualidade de vida na nossa cidade. No plano político, a vitória de Edivaldo representa o fortalecimento do campo democrático e popular contra o poder dos coronéis.

Blogue – O sucesso ou fracasso da gestão de Edivaldo Holanda Junior vai impactar na sua candidatura ao governo. Quais as expectativas em relação ao novo prefeito?

Flavio Dino – As melhores possíveis. Ele fará uma administração inovadora, com muitos avanços. Ao fim dos 4 anos, ele será avaliado como um grande prefeito.

Blogue – Além da vitória na capital, como foi o desempenho do seu grupo político nos outros municípios do Maranhão?

Flavio Dino – Trabalhamos em aliança com vários partidos e obtivemos muitas vitórias políticas e eleitorais, enfrentando fraudes, violência e abuso do poder econômico. Estou satisfeito.

Blogue – Sua pré-candidatura já tem um esboço do programa de governo? Quais seriam as diretrizes para alavancar o desenvolvimento do Maranhão?

Flavio Dino – Vamos construir o programa de governo de modo participativo, como sempre fizemos. Naturalmente as diretrizes que apresentamos em 2010 permanecem válidas. Queremos um novo modelo de desenvolvimento para o Maranhão, voltado para superar os péssimos indicadores sociais. Chega de ver o Maranhão como campeão de injustiça social. Além disso, vamos eliminar o coronelismo e o patrimonialismo no comando do aparato público estadual.


Blogue – Você é candidato pelo partido comunista, mas talvez a solução para o Maranhão seja a abertura para o capitalismo produtivo como forma de quebrar o esquema patrimonialista. O que pode surgir dessa contradição?

Flavio Dino – Os investidores privados são importantes para gerar empregos e oportunidades de negócios para as empresas locais. Os empresários não serão mais extorquidos ou chantageados. Não quero ser sócio de ninguém. Quem cumprir as leis, respeitar os direitos humanos e preservar o meio ambiente será muito bem tratado.

Blogue – Há um sentimento de renovação no Maranhão, mas além do aspecto cronológico e dos significados do dicionário, o que sua candidatura representa de novo no cenário político?

Flavio Dino – Mudar o Maranhão de verdade não é tarefa para uma única pessoa. É preciso reunir forças progressistas, democráticas e populares em torno de um programa avançado, com mudanças claras. É isso que estamos fazendo, com coragem e serenidade.

Blogue – Como estão as articulações para a construção da frente de oposição à oligarquia Sarney? Quais partidos serão convidados?

Flavio Dino – Precisamos de uma aliança ampla. Todos que quiserem acabar com a pobreza, as injustiças, a negação de direitos ao povo, estão convidados.

Blogue – Cogita uma aliança com o PSDB?

Flavio Dino – Claro que sim.

Blogue – Qual será o tamanho do ex-governador José Reinaldo Tavares na frente de oposição?

Flavio Dino – O governador Zé Reinaldo é uma grande liderança, teve um papel decisivo para a vitória de Jackson Lago em 2006. Foi o terceiro senador mais votado em 2010. Sua presença foi e é muito importante. Zé Reinaldo e todas as lideranças do PSB, como o companheiro Roberto Rocha, serão muito importantes em 2014.

Blogue – Qual será a tendência predominante na coligação que você está liderando para disputar o governo do Maranhão em 2014: esquerda, centro ou centro-direita?

Flavio Dino – Fiz uma opção de vida clara, desde 1983. Sempre estive na margem esquerda do rio. Quanto à nossa coligação, repito: todos que quiserem acabar com a pobreza, as injustiças, a negação de direitos ao povo, estão convidados.

Blogue - Você é criticado pelas aproximações com figuras públicas como o ex-prefeito de Caxias, Humberto Coutinho, a quem denominou de “co-piloto” na sua candidatura ao governo em 2010. Coutinho estará no palanque de 2014?

Flavio Dino – Espero que sim. Humberto fez dois governos muito bem avaliados em Caxias. Por exemplo, construiu 6.500 casas e dezenas de escolas. Além disso, teve muita determinação em 2010. Ele se manteve firme, quando eu não tinha nem 10% nas pesquisas.

Blogue – Você espera obter o apoio de Lula, Dilma e do PT do Maranhão?

Flavio Dino – Ficarei muito honrado com esses apoios. Espero que aconteçam. Tenho certeza de que esse é o desejo da imensa maioria dos petistas, em todo o país e no Maranhão. Lembro que vencemos a convenção estadual do PT em 2010. E, por decisão da presidenta Dilma, faço parte do seu governo.

Blogue – A deputada estadual Eliziane Gama (PPS) pretende liderar uma terceira via, colocada como alternativa aos grupos liderados por você e pelo senador José Sarney (PMDB). Como analisa esse movimento?

Flavio Dino – Eliziane é uma amiga muito querida, admiro seu mandato parlamentar. Desejo que ela esteja conosco em 2014. Mas se outra for a opção dela, respeito democraticamente.

Blogue – Qual será o melhor adversário na eleição para o governo em 2014: o ministro das Minas e Energia Edison Lobão ou o chefe da Casa Civil Luís Fernando Silva?

Flavio Dino – Esse é um assunto interno da oligarquia Sarney. Creio que nesse momento em que há uma disputa no grupo deles, devemos aguardar respeitosamente.

Blogue – Qual o maior desafio para mudar o Maranhão?

Flavio Dino – Enfrentar as baixarias de quem não quer um debate político autêntico e respeitoso. Todos os dias a máquina de propaganda da oligarquia Sarney mente e me agride. Eles não aceitam que eu tenha recusado, e continue a recusar, as tentativas de me comprar ou de me intimidar. Sei que minha coragem e dignidade os incomodam. Mas com a proteção de Deus e a força do nosso povo vamos vencer.

Blogue – Você pretende solicitar observadores nacionais para acompanhar o processo eleitoral de 2014?

Flavio Dino – Nunca pensei nisso. Vamos analisar no tempo próprio.

Blogue – Na condição de executivo do turismo (presidente da Embratur), como você avalia as súbitas mudanças sobre poluição e despoluição nas praias de São Luís?

Flavio Dino – Falta transparência nesse e em outros temas administrativos. Isso é um grave erro. Sem um sistema respeitado de mensuração da qualidade das praias, não se consegue convencer ninguém e ainda se expõe a saúde da população a riscos. Espero que o governo do estado mude a sua conduta. 

terça-feira, 27 de novembro de 2012

ZECA BALEIRO E ALCIONE NAZARÉ: DOIS MUNDOS DISTINTOS

A semana começou marcada por dois fatos envolvendo artistas maranhenses: a bela carta de Zeca Baleiro sobre a campanha para a Secretaria de Cultura de São Luís e o canto torto de Alcione Nazaré na manifestação do Rio de Janeiro pela exclusividade dos royalties do petróleo.

Enquanto Zeca Baleiro pensa grande, formulando na sua carta os sonhos de uma política cultural, Alcione recolhe o cachê contra os interesses do Maranhão e do Brasil inteiro.

Ela foi uma das estrelas do comício patrocinado pelo governo carioca para concentrar no Rio e nos demais estados produtores os dividendos do petróleo.

O petróleo é uma riqueza nacional, independente de onde é extraído. Todos os estados brasileiros têm direito de usufruir e partilhar das riquezas minerais do país.

Os royalties do petróleo, se bem aplicados, serão importantes para promover o desenvolvimento nacional, incluindo o Maranhão, onde a pobreza é extrema.

Ao cantar pela exclusividade dos dividendos do petróleo para o Rio, Alcione não destrata somente o Maranhão. Ela age na contra-mão de milhões de brasileiros que podem ser beneficiados com a partilha razoável das riquezas oriundas do petróleo.

Ao contrário de Alcione, que envergonha o Brasil e o Maranhão com uma atitude mesquinha, Baleiro dá um exemplo de altivez, coisa de gente grande, ao agradecer carinhosamente o entusiasmo de muitos maranhenses para que ele assumisse um cargo público.

Baleiro agradeceu a mobilização feita nas redes sociais para que ele fosse o secretário de Cultura na gestão do prefeito eleito Edivaldo Holanda Junior (PTC). O cantor reconheceu a força dos entusiastas, mas ressaltou que continuará contribuindo com a cultura, só que em outras dimensões.

O cantor criticou duramente os esquemas na área cultural do Maranhão. “Não se muda o cenário cultural de uma cidade, estado ou país com atitudes paternalistas ou favores de balcão (cultura que aliás sempre imperou no Maranhão), mas sobretudo com uma discussão madura sobre o tema e uma proposta efetiva e plausível de política cultural. Infelizmente o Maranhão – e São Luís a reboque – está ainda na pré-história do debate político sobre cultura, como de vários outros debates (e faço aqui uma exceção honrosa a alguns guerreiros solitários como os amigos Joãozinho Ribeiro e Josias Sobrinho)”, acentuou Baleiro.

Já Alcione, useira e vezeira das benesses do Palácio dos Leões, dá as costas para o Maranhão cantando em prol da exclusividade do Rio de Janeiro sobre o petróleo.

Valeu, Baleiro! Tristeza, Alcione.

Veja abaixo a carta de Zeca Baleiro:

SOBRE CAMPANHA PARA SECRETARIA DE CULTURA

Este texto é para agradecer a mobilização que foi feita nas redes sociais há cerca de um mês pedindo o meu nome para Secretário Municipal de Cultura de São Luís do Maranhão. Naturalmente fiquei lisonjeado com a “campanha”, uma iniciativa de fãs, entusiastas e amigos, mesmo que não tenha sido feito nenhum convite oficial.

Nunca havia passado pela minha cabeça o projeto de assumir um cargo como o de Secretário de Cultura, mas é claro que, uma vez deflagrada a campanha, minha mente sonhadora se perdeu em mil projetos e devaneios. Sonhei festivais, editais, ocupação artística da área histórica, revitalização de fato, oficinas, intercâmbios e troca de conhecimentos com o resto do país. Sempre lutei, à minha maneira e com as armas que tinha, por uma vida cultural proativa, intensa e autossuficiente nas cercanias do Maranhão, estado cuja diversidade culturale racial ímpar faz dele um dos grandes tesouros do país (ainda que bastante escondido).

Mas o cargo de Secretário Municipal de Cultura é um cargo político, e mais que político, burocrático. E eu, por mais que me esforçasse, não me sentiria capaz (não neste momento pelo menos) de desempenhar a função como devida. Sou um artista, e é dessa maneira que sinto que posso ajudar no desenvolvimento cultural do meu lugar de origem. Mas não tenho ilusões. Não se muda o cenário cultural de uma cidade, estado ou país com atitudes paternalistas ou favores de balcão (cultura que aliás sempre imperou no Maranhão), mas sobretudo com uma discussão madura sobre o tema e uma proposta efetiva e plausível de política cultural. Infelizmente o Maranhão – e São Luís a reboque – está ainda na pré-história do debate político sobre cultura, como de vários outros debates (e faço aqui uma exceção honrosa a alguns guerreiros solitários como os amigos Joãozinho Ribeiro e Josias Sobrinho).

O que vigora é a “politicagem” mais estéril e infrutífera (frutífera apenas para os bolsos dos beneficiados, que não são poucos) e a briga de interesses tacanhos de grupos políticos e/ou partidários. Ora, a cultura é um bem comum, e deveria estar acima de interesses deste ou daquele. Mas não á assim que acontece, infelizmente.

E assim vai-se levando a carruagem, dando esmolas à nobreza da cultura popular e enriquecendo os cofres de joões-ninguéns articulados e bem relacionados, mas sem nenhum comprometimento com o fazer cultural. Minto, pois eles têm sim um comprometimento com a cultura - a cultura do dinheiro, sujo de preferência, e ganho às custas do suor de poetas, pintores, escritores, músicos, grafiteiros, atores ou simplesmente amantes da arte e da beleza. Enriquecem enquanto morrem à míngua felipes, leonardos, tetés, nivôs e toda a realeza mestiça espalhada (e esquecida) nos guetos de nossa outrora “Ilha Rebelde”.

Pois é justamente o que falta à nossa cidade: rebeldia. Rebeldia de verdade, visceral, guerreira, suicida quem sabe. Aprender a não bater continência aos absurdos e desmandos de governantes, sejam quais forem. Aprender que fazer cultura é muito mais que administrar orçamentos de Carnaval e de São João, prestigiando grupos não por talento ou mérito, mas por retribuição a sei lá que “tenebrosas transações”.

Há muitas pessoas capazes em São Luís – artistas ou não - para ocupar o cargo de Secretário de Cultura. Espero que o prefeito eleito tenha a sabedoria de escolher uma pessoa honesta e realmente comprometida com os rumos culturais da cidade. Nenhum governo, em nenhuma esfera, pode ser considerado “vitorioso” se não se basear no tripé básico Saúde + Educação + Cultura. Desejo sorte a ele e à cidade durante seu mandato.

E se por acaso acontecer de um dia eu ser de fato convidado para cargo semelhante, espero estar à altura de merecê-lo, e ser capaz de fazer metade do que sonho como projeto cultural ideal para minha cidade, cidade que amo, apesar de todos os pesares de toda relação de amor, que pode (e deve) ser crítica, por que não? Isso não torna o meu amor menor. Nem minha revolta. Sim, revolta contra as almas mesquinhas que querem apequenar o que nasceu para ser grande e belo e altivo, como a nossa Ilha de Upaon-Açu, grande desde o nome até o seu destino.

Zeca Baleiro
26 de novembro de 2012 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

LUIS FERNANDO SILVA A CAMINHO DO PT, MAS HAVERÁ RESISTÊNCIA

Este blogue tem dito e repetido: há uma operação em curso para filiar ao PT o chefe da Casa Civil Luis Fernando Silva, provável candidato da oligarquia Sarney ao Governo do Maranhão em 2014.

O mentor da patranha é o vice-governador Washington Oliveira (WO). Depois de visitar o túmulo de Lênin, na Rússia, WO rumou para Brasília, onde conversou sobre a filiação de Luís Fernando com José Dirceu e o presidente nacional do PT Rui Falcão.

Enquanto operava a filiação de Luís Fernando com os chefes do partido na capital federal, WO mandou plantar mentira em um blog aliado, des(informando) na internet sobre uma inexistente filiação de Flavio Dino (PCdoB) ao PT. Ninguém deu valor à falácia.

A mentira plantada pelo vice-governador visava valorizar as ações do PT no Palácio dos Leões, mas a governadora Roseana Sarney (PMDB) sabe como trata os sarnopetistas: esmola, pão e água.

Dino segue firme pré-candidato a governador pelo PCdoB e tem a preferência da maioria dos petistas no Maranhão inteiro, até mesmo daqueles que foram aliados de WO e viram naufragar a aliança de 2010 com a oligarquia Sarney.

É sempre bom recordar que em 2010 o Encontro de Tática Eleitoral do PT decidiu formar aliança com Flavio Dino (PCdoB), mas WO atropelou a votação, desfez o resultado e entregou o partido a Roseana Sarney (PMDB), virando vice-governador.

Há muita gente no PT sarneísta fazendo o caminho de volta, até mesmo lideranças próximas do vice-governador, vislumbrando a possibilidade de vitória com Flavio Dino em 2014.

A posição de repetir a aliança com a oligarquia Sarney em 2014 é cada vez mais isolada, restrita apenas ao vice-governador e pouquíssimos seguidores.

Para tentar sair do isolamento, WO vem pregando a tese de uma candidatura própria do PT, filiando o chefe da Casa Civil Luís Fernando Silva. Se não der certo, o vice-governador vai apresentar um laranja do petismo sarneísta para atacar Flavio Dino na campanha.

RESISTÊNCIA

Sem filiação partidária, Luís Fernando disputa a indicação de candidato a governador na oligarquia Sarney com o ministro das Minas e Energia Edison Lobão (PMDB) e até com o senador João Alberto (PMDB).

Luís Fernando é um bom técnico a serviço da direita retrógrada maranhense, mas ainda não está garantido candidato ao governo dentro do Palácio dos Leões. Também vai ser difícil filiar-se ao PT.

Para o vice-presidente estadual do PT, Augusto Lobato, haverá muita resistência ao ingresso de Luís Fernando no partido. “A filiação tem de passar pela executiva estadual, formada por 17 integrantes, e WO não tem maioria”, antecipou Lobato.

WO está vendendo uma mercadoria que não pode entregar. Para Luís Fernando entrar no PT teria de haver uma reviravolta nas regras e resoluções congressuais de 2010.

Lobato argumenta ainda que a tentativa de filiar Luís Fernando pode gerar um novo desgaste no partido, com reflexos negativos na candidatura de Dilma Roussef à reeleição.

A tentativa de filiar Luís Fernando no PT revela também mais um passo errado do vice-governador, podendo afundá-lo de vez.

Sem crédito nas bases petistas locais e desprezado no governo Roseana Sarney, WO já é visto com asco pela direção nacional do PT.

No politburo petista WO é tido como alguém que age contra os interesses do próprio partido: ele não é um operador do PT que negocia com Sarney, é um homem de Sarney intervindo no PT.

Essa é a síntese que traduz a tentativa de filiar Luís Fernando Silva.

sábado, 24 de novembro de 2012

SEMINÁRIOS DE DEZEMBRO: PESQUISADORES E MOVIMENTOS SOCIAIS DEBATEM EDUCAÇÃO

O HISTEDBR ( Grupo de Pesquisa História, Sociedade e Educação no Brasil) juntamente com o CEPP (Centro de Estudos Político-Pedagógicos) e o Instituto Formação promovem um encontro anual de pesquisadores, com o propósito de socializar conhecimentos dos seus campos específicos de atuação, junto a profissionais e estudantes da área da educação, história, psicanálise, ciências sociais e políticas.


A partir dessa perspectiva, ocorrem os Seminários de Dezembro, evento que tem sido realizado, desde 2005, sempre na primeira semana de dezembro, colocando em pauta temas instigantes, fomentando a reflexão e o debate coletivo sobre o desenvolvimento humano e o processo continuado de formação de profissionais da educação e de atuação política em favor da construção de outra sociedade.

Neste ano de 2012, excepcionalmente, o VIII Seminário será nos dias 28, 29 e 30 de novembro, pois foi necessário antecipar sua realização, de modo a contribuir com o trabalho das Redes e Fóruns da Cidadania que realizará, no dia 07 de dezembro, a grande marcha estadual em defesa do direito à educação, reunindo educadores de mais de 60 municípios na cidade de São Luís.

Compreendendo a importância desse trabalho de base que professores realizam no Maranhão, o VIII Seminário de Dezembro antecipou sua programação que acontecerá na UFMA, no auditório Mário Meireles, no Centro de Ciências Humanas, reunindo estudantes, professores e  militantes em geral em torno do tema: Reinvenção da Política: contribuições da educação.

A escolha do tema não poderia ser mais acertada, diante da necessidade de se fortalecer as articulações entre os movimentos sociais, organizações de base e sindicatos na luta em defesa da educação pública, que continua a ser ameaçada pelos governantes que insistem em realizar a prática da sonegação desse direito a milhares de cidadãos brasileiros. 

No caso do Maranhão, os indicadores quantitativos se ampliam, enquanto os indicadores qualitativos demonstram a precariedade da educação ofertada, bem como as formas diversificadas de subtração dos recursos dessa área, como apontam denúncias feitas ao Ministério Público e as ações de investigação empreendidas em diversos municípios.

Ampliar a participação de todos os cidadãos/ãs em torno dos debates sobre a política e a educação é uma das finalidades do VIII Seminário, que conta com o apoio efetivo dos sindicatos, organizações  e  movimentos sociais combativos na programação do evento:

VIII Seminário de Dezembro
A Reinvenção da Política – Contribuições da educação

Dia 28 – Abertura – 17 horas
Expressão Cultural
Conferência – Educação e Formação Política
Conferencista: Prof. Dr. Roberto Leher – UFRJ e Fórum Nacional em Defesa da Educação Pública

Dia 29 – Manhã – 9:00 às 12:00
Mesa-redonda : Educação e Sindicalismo
Participantes : APRUMA, SINASEFE, SINTRAP (Caxias), CONLUTAS, Oposições na Educação
 
Dia 29 – Tarde – 14:30 às 17:30
Mesa-Redonda: Educação e Movimentos Sociais
Participantes : ASP, CEPP, Conselho de Direitos, Pastoral do Negro, Redes e Fóruns da Cidadania
Expressão Cultural

Dia 30 – Manhã – 9:00 às 12:00
Mesa-redonda: Educação e Movimentos Sociais 
Participantes: Anel, Pronera, MST,  Fórum em Defesa da Educação Pública, Fórum em Defesa dos Direitos dos Deficientes

Dia 30 – Tarde – 14:30 às 17:30
Mesa-redonda: Educação e Cultura
Participantes: Quilombo Urbano, GEMARX,  Instituto Formação, Instituto Maracanã
Expressão Cultural

SÃO LUÍS AO POENTE NA BEIRA-MAR

Foto de Anne Glauce Freire

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

DAS 10 PIORES ESCOLAS DO BRASIL, CINCO SÃO NO MARANHÃO

Uol Educação

As 50 piores escolas do Brasil são públicas, segundo dados do Enem por Escola divulgados nesta quinta-feira (22) pelo MEC (Ministério da Educação). A pior escola no ranking é o Centro de Ensino Aquiles Lisboa, de São Domingos do Azeitão, no Maranhão. A escola maranhense obteve média geral 383,71.

A maior nota entre as escolas do país é a do Objetivo Colégio Integrado, de São Paulo, que obteve média geral 737,152.
Este ano, segundo o MEC, as notas da redação foram desprezadas para o cálculo da média geral. Só estão sendo consideradas as notas das provas objetivas.
Na lista das 50 escolas com as piores notas, 24 delas estão no Nordeste. Sendo que o Maranhão é o Estado com maior número de escolas entre as piores: dez.

LEIA MAIS AQUI

PROJETO MÚSICA E MEMÓRIA APRESENTA: ORQUESTRA DE CÂMARA


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

ELIZIANE GAMA E A TERCEIRA VIA NO MEIO DO CAMINHO EM 2014

Gama: Sarney e anti-Sarney é um discurso velho
A última frase da entrevista com a deputada estadual Eliziane Gama (PPS) é a senha: “...saiba que o PPS assim como em 2012 será um grande protagonista das eleições de 2014.”

Eliziane Gama teve ascensão meteórica no cenário político do Maranhão, após uma bem sucedida campanha à Prefeitura de São Luís, posicionando-se em terceiro lugar.

Ato contínuo ela assumiu a presidência do PPS e lidera a formação de um bloco alternativo às candidaturas de Flavio Dino (PCdoB) e da oligarquia Sarney (PMDB) ao Governo do Maranhão em 2014.

Denominado terceira via, o campo liderado pela deputada é criticado por analistas políticos, que vêem na iniciativa um processo de racha da oposição, mas Eliziane contesta: “Esse é o velho discurso Sarney x anti-Sarney. Isso não é real.”

O PCdoB e o PPS foram aliados na eleição para o governo em 2010, na chapa formada por Flavio Dino e Miosótis Lucio.

Em 2012 Eliziane Gama compôs o grupo dos quatro pré-candidatos que orbitavam em torno de Flavio Dino para disputar a Prefeitura de São Luís, formado ainda por Tadeu Palácio (PP), Roberto Rocha (PSB) e Edivaldo Holanda Junior (PTC).

Dino optou pela chapa Holanda Junior – Roberto Rocha. Eliziane e Palácio seguiram vôo solo. Segundo a deputada, a vitória de Edivaldo Holanda Junior “não representa a mudança de verdade” e declarou que vai fazer “oposição com responsabilidade” ao prefeito eleito.

Confira a entrevista ao Blogue do Ed Wilson

Blogue – Qual a sua avaliação do processo eleitoral em São Luís?

Eliziane – O resultado foi muito bom. Conseguimos passar a mensagem que propúnhamos para São Luis. Infelizmente há uma lógica muito ruim na sociedade de que as candidaturas fortes são aquelas que têm grande estrutura de campanha, e isso não tínhamos. Além do mais, nosso tempo de TV era muito pequeno. Somente na semana da eleição que conseguimos um tempo maior na TV, durante o debate, mas já era muito tarde e não deu para chegar ao segundo turno. No primeiro turno só houve um único debate na TV. Achei isso muito ruim porque não tínhamos um espaço democrático com acesso maior da população para acompanhar nossas ideais para mudar São Luis. Na sociedade civil foram realizados 13 debates, não faltei a nenhum deles, mas infelizmente a abrangência não chegava ao grande público. O certo é que de modo geral, considero que tivemos êxito no processo eleitoral!

Blogue – Por que você não tomou posição no segundo turno em favor de Edivaldo Holanda Junior (PTC) ou de João Castelo (PSDB)?

Eliziane – Ed Wilson tudo o que fiz até hoje foi com muita paixão, muita dedicação, me doando de forma muito autêntica e plena. Foi assim em todas as eleições que participei até hoje. Para tomar esta posição fiz uma avaliação detalhada de tudo que pregamos no primeiro turno das eleições, com a proposta da mudança de verdade, slogan de nossa campanha. E não vi em nenhuma das duas candidaturas uma razão para eu me dedicar com essa mesma veemência. Não foi tão simples, porque não é comum ter a terceira posição no processo eleitoral e não fazer uma aliança no segundo turno. Porém, minha vida sempre foi assim mesmo, diferente. Deixei meus eleitores a vontade sem assumir o ônus de induzi-los a uma candidatura. Até mesmo porque não conseguiria, afinal meu eleitor é muito consciente, não seria uma manifestação minha que o levaria para um lado específico!

Blogue – Qual será sua postura na gestão de Edivaldo Holanda Junior: apoio ou oposição?

Eliziane – Oposição com responsabilidade. Assim como sou em relação ao Governo do Estado. Reconhecerei seus avanços assim como farei a crítica a suas falhas! Jamais serei omissa em relação a minha querida cidade!

Blogue – Após a eleição você assumiu a presidência do PPS, mas houve questionamento de dirigentes do próprio partido, argumentando que a sua chegada à presidência não foi debatida internamente. Qual a sua posição sobre este episódio?

Eliziane – Não havia necessidade de debate, já que ato espontâneo e natural. Fui eleita vice-presidente do partido nas eleições do ano passado. Com a saída de Paulo Matos minha ascensão à presidência é automática. O fato é que alguns companheiros não me aceitam na presidência, mas isso para mim é absolutamente normal. Afinal, já convivo com essas divergências partidárias há um bom tempo!

Blogue – Vários analistas políticos vêm colocando a possibilidade de uma terceira via na eleição de 2014, com a sua participação na liderança de um bloco distinto dos grupos de Flavio Dino (PCdoB) e José Sarney (PMDB). A terceira via tem futuro?

Eliziane – A terceira via não é um debate só do Maranhão, é uma discussão nacional. Representa a não conivência da dicotomia lado A lado B: no Maranhão Sarney versus anti- Sarney, e no Brasil PT versus PSDB. Há um espaço para um debate mais consistente que não se restrinja apenas ao processo eleitoral, mas que aconteça durante todos os meses do ano, em eleição e fora da eleição.
Para haver uma candidatura forte é necessário espaço com a participação de professores universitários, estudantes, sociedade civil organizada, pessoas simples, que possam juntos debater formas para mudar a cidade e o estado. Não é apenas apontar problemas, é encontrar as soluções juntos. Portanto, a terceira via representa a nova política!

Blogue – Além do PPS e do PSDB, quais os outros partidos e lideranças políticas integrantes da terceira via?

Eliziane – Nós não estamos focando em partidos agora, nosso foco é na construção de um amplo programa para mudar o Maranhão. Temos procurado pessoas que possam contribuir com esse propósito. É claro que nos mais variados tipos de partidos há muitas dessas pessoas, como o PSOL e o PCB, por exemplo. E elas são muito bem vindas. Infelizmente muitos partidos só estão ativos nos meses que antecedem as eleições, e isso se torna uma relação muito despropositada, esta postura não é aceita em nosso debate.

Blogue – Não seria incômoda uma aliança sua com o PSDB, visto que você criticou a gestão do prefeito João Castelo?

Eliziane – Por isso que nosso foco agora está no programa e não em partidos.

Blogue – Pela configuração que está tomando, a terceira via pode ser o palanque presidencial do PSDB no Maranhão em 2014. Seu perfil combina com a linha ideológica dos tucanos?

Eliziane – O PPS é aliado nacional com o PSDB. Analisando pela lógica nacional não haveria nenhuma divergência, mas vamos debater o Maranhão, os problemas e as soluções. Essa é a nossa meta! O PPS apoiou o PCdoB contra essa lógica na última eleição em 2010. E não foi fácil isso acontecer. Tivemos uma travada luta em Brasília. Há quem diga dentro do partido que o PPS jamais teria apoio do PCdoB aqui porque seria divergir muito da determinação nacional. Então, são contradições que precisamos ter muita habilidade para superar!

Blogue – Já existem interpretações que colocam a terceira via como um movimento equivocado que pode rachar os votos da oposição e beneficiar o grupo Sarney na eleição de 2014. Qual a sua posição sobre essa análise?

Eliziane – Esse é o velho discurso Sarney x anti-Sarney. Isso não é real. Vamos apresentar alternativas para o Estado. Quem prega isso é porque tenta colocar em nós algo que não tem sentido. O que mais importa é que há uma grande parcela da sociedade que não consegue se enquadrar em nenhuma das duas propostas. É com essas pessoas que vamos discutir o Maranhão!

Blogue – Não seria mais adequado um alinhamento do PPS à candidatura de Flavio Dino? A senhora aceitaria, por exemplo, um convite para ser candidata a senadora na chapa do PCdoB em 2014 e unificar a oposição em vez de trabalhar uma terceira via?

Eliziane – Só voto por convicção e votei assim no Flávio em 2006, em 2008 e em 2010, mas o processo é dinâmico, dizer que aceitaria ou não é muito precipitado. Mas saiba que o PPS assim como em 2012 será um grande protagonista das eleições de 2014!