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terça-feira, 31 de maio de 2011

XI SEMANA DE COMUNICAÇÃO ABRE COM PALESTRA DA ESCRITORA LUCIA SANTAELLA

Começa hoje, às 18 horas, a XI Semana de Comunicação da UFMA, com oficinas, apresentação de trabalhos científicos, mesas redondas e mostra de filmes. O tema da semana, “Comunicação Compartilhada e Redes Sociais”, será abordado na palestra de abertura pela escritora Lucia Santaella, nesta terça-feira, às 19 horas, no auditório da biblioteca setorial do Centro de Ciências Sociais (CCSo).

Paralelamente à Semana, serão realizadas a I Jornada de Pesquisa e Extensão e a II Semana do Audiovisual. Os dois eventos visam promover um espaço de trocas de informações entre professores e alunos do curso de Comunicação Social da UFMA nas suas três habilitações (Jornalismo, Rádio e TV e Relações Públicas) acerca dos debates teóricos no campo da Comunicação bem como das novas mídias e suas relações com a sociedade da informação.

A semana terá também a participação dos expressivos pesquisadores Marcos Palácios (UFBA), Joana Puntel (PUC-SP), André Pase (PUC-RS) e Erick Felinto (UERJ). Eles vão participar de mesas redonda e conferência nos dias 1º, 2 e 3 de junho, das 16h às 18h.

André Pase será o palestrante na mesa redonda “Uma TV e várias telas: desafios da TV Digital e das redes sociais”, dia 1º, às 16h. O tema “Jornalismo Participativo na Web Mídia Tradicional: alguns problemas éticos decorrentes da incorporação de Conteúdos Gerados por Usuários” será apresentado por Marcos Palácios e Joana Puntel, dia 2, às 16h.

A conferência de encerramento será proferida pelo professor Erick Felinto, com o tema “Tramas de um ‘Metaconceito’: notas sobre o Imaginário das Redes”

Veja a programação completa:

Dia 31 de maio, às 19 horas: Conferência de abertura com Lucia Santaella.

MANHÃ: dias 1º a 3 de junho

Oficinas II Semana do Audiovisual

(1) Telejornalismo Participativo

(2) Narrativas Hipermidiáticas

(3) Apresentação de TV

TARDE: dias 1º a 3 de junho

14h às 16h

I Jornada de Pesquisa e Extensão: apresentação de projetos experimentais e trabalhos científicos de alunos e professores

16h às 18h

DIA 1/6

Mesa Redonda 1:

Uma TV e várias telas, desafios da TV Digital e das redes sociais

Prof. André Pase (PUC/RS)

DIA 2/6

Mesa Redonda 2:

Jornalismo Participativo na Web Mídia Tradicional: alguns problemas éticos decorrentes da incorporação de Conteúdos Gerados por Usuários
Prof. Marcos Palácios (UFBA e Profa. Joana Puntel/PUC-SP

DIA 3/6

Conferência encerramento:
Tramas de um "Metaconceito": Notas sobre o Imaginário das Redes
Erick Felinto (UERJ)

NOITE

Dia 01/06

19h – Cine Praia Grande: Lançamento do filme “O céu sem eternidade”, de Eliane Caffé, e debate

Dia 02/06

Exibição dos filmes Bandeiras Verdes (1979/87) e Fronteiras da Imagem (2010), de Murilo Santos, com relato de 30 anos de experiência do cineasta a partir do reencontro das imagens.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A LAMBANÇA COROADA DE NATALINO SALGADO

Flávio Reis
Professor do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMA

Natalino Salgado assumiu a reitoria da UFMA em 2007, após dez anos à frente do Hospital Universitário, que expandiu e ao mesmo tempo enredou numa série de práticas clientelistas. Logo no início de sua gestão, pressionado pelo MEC e com atraso em relação à maioria das outras universidades federais, impôs a aceitação das regras do projeto de expansão do governo federal (Reuni) sem maiores discussões.

E se assim começou, assim continuou. Era preciso não perder o bonde das verbas e promover as melhorias de que a universidade necessitava. Na verdade, estava dado o sinal para a sucessão de trapalhadas que culminaria numa reportagem do Jornal da Globo exibida nesta semana, integrando uma série especial sobre o ensino superior no país e cujo tema eram exemplos de abandono de instalações.
A cena é impagável, o repórter Rodrigo Alvarez está diante do Laboratório de Tecnologia Farmacêutica (LTF), completamente abandonado, devidamente fechado e não podendo ser aberto à reportagem senão com a autorização do reitor. Contactado pelo celular, ele responde de forma quase inaudível que não acha necessário autorizar a entrada, agradece e desliga o telefone com o repórter ainda na linha. Este se dirige em seguida ao prédio da faculdade de Fármácia, no centro da cidade, prédio tombado que está caindo aos pedaços (a exemplo de outro, mais exuberante e importante, onde funcionava o departamento de assuntos culturais) e vai ao Laboratório de Bioquímica Clínica, que encontra desativado.

Instada a explicar a situação, a chefe do departamento fala que são sete laboratórios com um orçamento anual de R$ 10 mil! Ao final, vemos a palavra do reitor Natalino Salgado, o homem que, na intuição certeira do repórter, detém as chaves da Universidade Federal do Maranhão. Diz exatamente tratar-se de um prédio abandonado há quinze anos, com equipamentos enferrujados e que não havia necessidade de filmar nada lá, principalmente quando existiriam tantos “projetos estruturantes” nesta universidade que estava passando por “grandes transformações”.

Perguntado se não achava que a falta dos laboratórios prejudicava a formação dos alunos, saiu com esta pérola: “eu não tenho nenhum estudo para avaliar as atividades dos nossos alunos depois de formados”. É de espantar, pois estamos falando de laboratórios para cursos de farmácia e bioquímica... poderiam não ser essenciais? E o reitor Natalino Salgado é médico, goza de bom conceito como urologista. A explicação para tal disparate parece estar no seu tão propalado “modelo de gestão”.
Natalino Salgado não deixou passar oportunidade de angariar recursos através da aceitação sem controle dos programas de expansão do MEC, prometendo dobrar o número de alunos da UFMA num prazo muito curto. Tratando das reformas patrimoniais, centralizou as importantes decisões da esfera acadêmica na Pró-Reitoria de Ensino, que passou a distribuir determinações, muitas vezes por cima de suas atribuições estatutárias, lá colocando um professor alheio aos quadros desta ou de outra universidade, no melhor estilo “cargo de confiança”.

Paralelamente foram se esvaziando os conselhos universitários, de maneira que decisões de suma importância como a definição dos horários e do planejamento acadêmico quase foram alterados drasticamente de uma canetada, este último implicando em grande perda para as atividades de pesquisa.

Já vimos este filme inúmeras vezes, um círculo restrito de professores burocratas transforma tudo em números e gráficos, trata a universidade como se fosse uma coisa só, desconhece seus problemas e nem quer ouvir as unidades, acha que tem um modelo ideal, que, no caso, é apenas tentar se ajustar de qualquer forma às metas acordadas com o MEC.
Nestes anos, tornou-se visível que muitas verbas apareceram. Os recursos captados vão a mais de 200 milhões. Sem saber de detalhes dos números, os olhos não param de perguntar como eles foram utilizados, quando vemos várias obras interminadas, algumas se arrastando há dois anos e outras claramente escandalosas, compreensíveis apenas dentro de uma visão da instituição como empresa, onde, como diz o velho ditado, a propaganda é a alma do negócio.
No final de 2008, ano em que os recursos do Reuni começaram a chegar, estava na abertura do Encontro Humanístico, naquela ocasião com a presença do professor Paulo Arantes, quando ouvimos estupefatos o magnífico reitor anunciar em seu discurso uma reforma dos banheiros do CCH, para aplauso da galera. Parecia um político em palanque de interior anunciando obras. Aquela cena dizia muito sobre o estilo em questão. A tal reforma atravessaria mais de um ano em execução e este seria o padrão comum. Elenco apenas aquelas com que deparo no cotidiano: a construção de um prédio pequeno destinado à pós-graduação das ciências humanas se arrastou durante anos; a reforma de banheiros do CCSo, já entrando no terceiro semestre; a incrível obra de antiengenharia que é a construção das rampas de acessibilidade no mesmo prédio, que também já está pelo terceiro semestre, e torna o prédio ainda mais quente quando talvez fosse mais barato instalar um elevador exclusivamente para este fim; a obra do pórtico de entrada, licitada no valor de 400 e poucos mil para entrega em três meses, já estando com pelo menos o dobro, além de todo o plano viário, pois parece que saíram arrebentando tudo ao mesmo tempo sem nenhum planejamento.

Algo de importância óbvia para o funcionamento diário de uma instituição onde se movimentam milhares de pessoas é tratado com um simples “desculpem os transtornos” e pelo visto vai atravessar o semestre. O prédio Paulo Freire, foi “inaugurado”, com festa e presença do ministro, mas ainda está daquele jeito. Prédio que, diga-se, é a expressão da devastação ambiental promovida sem pena pela Prefeitura de Campus nestes anos.

É coisa feita sem nenhuma perspectiva ambiental mais ampla, e que só fica bem mesmo nas imagens caprichadas das maquetes. O centro de convenções, a TV universitária, a concha acústica, a nova biblioteca central, a biblioteca setorial do CCH, o auditório central, a fábrica Santa Amélia, todas são obras que caminham muito fora dos prazos. Longe de ser um bom administrador, Natalino Salgado parece ser um mau gerenciador de recursos.

A gastança, promovida principalmente através da Fundação Josué Montelo, com certeza não resiste a uma auditoria. Atento ao que interessa nestes tempos de propaganda e espetáculo, o reitor tratou logo de ampliar a assessoria de comunicação da universidade, a ASCOM, transformando-a em autêntica agência de publicidade de sua gestão. E passamos a receber um jornal com vinte páginas, de que ele se orgulha da tiragem aos milhares, cheio de matérias falando de maravilhas, projetos em andamento e do mundo novo a vir, repleto também de fotos do reitor em setores e ocasiões diferentes.

Existia ali clara obsessão com a construção de uma imagem de inovação e empreendedorismo. Recebemos mesmo um kit com dvd mostrando a Ufma como verdadeira potência rumo à excelência, um delírio só. Nos números, jogados em comparações soltas, parece interessante, mas na realidade cotidiana é outra coisa. Aí as instalações são inadequadas, os professores insuficientes, a biblioteca é muito ruim, as salas de aula quentes e desconfortáveis, as salas de projeção foram desativadas, laboratórios sucateados ou fechados, os terminais de computadores seguem insuficientes, não há espaços de convívio, tudo continua feio e destruído.

Exemplos de compras mal feitas e desperdício existem aos montes, mas vou ficar com as centenas de bebedouros recentemente adquiridos com a voltagem imprópria. Academicamente, a expansão à toque de caixa vem criando problemas e gargalos nos cursos, muitas vezes surpreendidos com decisões tomadas à revelia dos colegiados pela poderosa Proen, tendo que operar malabarismos, já cada vez mais difíceis de disfarçar, quando o número de disciplinas sem oferta aumenta e logo vai estourar. No departamento de sociologia e antropologia, por exemplo, que atende a toda universidade, foram cerca de trinta disciplinas sem condições de oferta no semestre em curso.

Em dois ou três semestres a situação ficará insustentável. Os Centros continuaram anêmicos e quase sem função, como quer a reitoria e parecem concordar os respectivos diretores, que agem como se não tivessem sido eleitos e sim nomeados pelo reitor. Concordam com tudo e mais alguma coisa, não articulam os cursos e vão apenas tocando o expediente.

A investida final é sobre os departamentos, que perderão qualquer autonomia na definição de suas atividades, ou deixarão mesmo de existir, o que já está em vias de ser sacramentado. A expansão da pós-graduação, por sua vez, é feita aos trancos, sem acomodações, com estrutura improvisada e, principalmente, de forma muito isolada, é cada qual por si. Em vez de tentar modificar nossas arcaicas instâncias de decisões no sentido de abrir para a própria comunidade a gestão da universidade, tomou-se decididamente o rumo inverso de concentrar decisões, esvaziar colegiados, uniformizar procedimentos, desconhecendo a realidade efetiva dos diferentes centros. Neste sentido, o “novo marco legal” de que falam desenha uma centralização ainda maior e totalmente contrária aos requisitos de diversificação, autonomia e participação, tornadas apenas palavras constantes nos outdoors.
Por fim, para deixar claro que não convive bem com crítica e opiniões incômodas, o reitor tratou de cooptar o Diretório Central dos Estudantes, com pleno êxito, sendo triste ver um antigo espaço de lutas servindo de agência da reitoria, e chegou a articular uma chapa para tomar a diretoria da Associação de Professores, quase obtendo sucesso na empreitada. Foi por inciativa desta última, aliás, através de ação junto ao ministério público, que finalmente tivemos no início deste semestre as eleições para diretores de centro e chefes de departamento, adiadas sem justificativa há quase um ano. Agiu de forma contrária, célere, quanto à consulta para reitor, processo atropelado com prazo exíguo para registro de candidaturas e poucos dias para campanha. Acima de tudo, era preciso impedir qualquer discussão. Assim, Natalino Salgado seguia em céu de brigadeiro, atropelando tudo, distribuindo em mala direta um luxuoso folder de sua candidatura, papel couche com várias fotos (tudo do que ainda será...) e gráficos, com a propaganda da “gestão de qualidade comprovada”, até a citada reportagem que o pegou no contrapé.
Enquanto se propõe a gastar meio milhão num pórtico de entrada, construir um centro de convenções com auditório de quatro mil lugares e outras prioridades, a reitoria deixa laboratórios e bibliotecas, departamentos e centros à mingua. Se o repórter fosse olhar as tais obras estruturantes encontraria a situação descrita de várias obras inconclusas e sempre com poucos trabalhadores à vista. Tudo fruto de uma forma de gestão que é a própria irracionalidade administrativa. Tal como os políticos, o reitor gosta de atender a pedidos, não trabalha com descentralização de decisões e de recursos, agindo efetivamente como “o homem que detém as chaves da UFMA”.
Duas candidaturas oposicionistas se apresentaram contra essa situação. A professora Cláudia Durans, do departamento de Serviço Social, e a professora Sirliane, do departamento de Enfermagem. O nome da professora Sirliane foi uma surpresa agradável, pelo acerto das bandeiras de campanha Gestão Pública, Democrática e Transparente, exatamente tudo o que Natalino Salgado não faz, e por sinalizar novamente, apesar do tempo exíguo e da articulação menor, algo que a candidatura do professor Chico Gonçalves há quatro anos trouxe, a esperança de que os professores, alunos e funcionários desta universidade percebam um dia que podem caminhar fora da canga imposta por círculos que vivem anos a fio trancados nas esferas da administração superior e pouco sabem do dia a dia da universidade, das pessoas que a compõem, de suas dificuldades e necessidades. Esses senhores de casaca vivem vendendo o faz-de-conta e para isto precisam mesmo de muita propaganda, entretanto, chega uma hora que algo de revelador escapa e a realidade fura o engodo publicitário. Foi o que aconteceu no caso dos laboratórios do curso de farmácia na reportagem do Jornal da Globo, que, num lance, pôs a nu a real qualidade da gestão do reitor Natalino Salgado.

EM PLEBISCITO, BANCÁRIOS DEIXAM A CUT

Cerca de 70% dos bancários do Maranhão votaram SIM no plebiscito organizado pelo sindicato e aprovaram sair da CUT.

Do total de 3.844 bancários aptos a votar, 2.689 (69,98%) compareceram às urnas. Destes, 1.855 (69,58%) votaram no SIM, isto é, pela desfiliação, contra 811 (30,42%), que votaram pelo NÃO.

A direção do Sindicato dos Bancários está sob o controle dos radicais PSTU e PSOL. A idéia de sair da CUT visa fortalecer a ConLutas, a nova central sindical à esquerda.

No Maranhão, a CUT sempre teve forte influência do PT, através da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), ex-Articulação, ligada a José Dirceu.

Dois ex-presidentes da CUT maranhense, Raimundo Monteiro e Fernando Magalhães, são aguerridos militantes do governo Roseana Sarney (PMDB), que tem na vice-governadoria o ex-sindicalista Washington Oliveira.

Apesar de ter ainda bons quadros do movimento sindical que não fizeram aliança com o grupo Sarney, a CUT começa a perder espaço. A desfiliação do Sindicato dos Bancários acendeu o sinal amarelo.

domingo, 29 de maio de 2011

VOTAÇÃO DO CÓDIGO FLORESTAL É AVISO DO PMDB

Quando Dilma Roussef (PT) elegeu-se presidente do Brasil cogitava-se um governo com maioria folgada no Congresso Nacional. Para ter o parlamento sob controle era fundamental uma aliança sólida com o PMDB.

Veio a votação do Código Florestal e o governo foi derrotado, entre outros fatores, pela ação dos peemedebistas.

Dilma já avisou: haverá veto ao código. O projeto vai voltar à tramitação na Câmara dos Deputados.

Nesse intervalo o PMDB vai fazer o que mais sabe - pedir cargos ao governo federal. Muitos espaços do segundo e terceiro escalão ainda estão em aberto, esperando negociações a serem cumpridas.

Não nos surpreendamos se, em outra votação após o veto de Dilma, os mesmos peemedebistas mudarem de idéia.

A postura do PMDB na primeira votação foi uma, mas pode ser outra no segundo embate. Se O governo abrir as portas dos cargos, os peemedebistas mudam de opinião rapidamente.

sábado, 28 de maio de 2011

QUESTÃO DE GÊNERO

Há tempos é corrente em setores da sociedade civil, especialmente nos movimentos sociais, fazer abertura de eventos públicos assim: “gostaria de saudar a todos e todas...” ou “saúdo a todos e todas”.

Virou quase uma regra a referência ao gênero feminino, em função dos parâmetros decorrentes de espaços conquistados pelas mulheres.

Certa vez fui chamado às falas por uma amiga, durante uma palestra, quando abri a boca e proferi somente “boa noite a todos”.

Ela disse-me no reservado o novo modo correto de dar boas vindas a uma plenária: “boa noite a todos e todas”, em respeito às mulheres. Seria assim o politicamente correto.

Para fugir da nova regra, tem gente dizendo “boa noite a todas as pessoas deste plenário”. Uma boa saída.

É tão crescente esta prática do “todos e todas” que a chefe do Palácio do Planalto, Dilma Roussef, prefere presidentA a presidentE. Se a língua permite, pod valer.

A medida passou a ser utilizada também nos textos dos sindicatos e entidades assemelhadas. Sempre vem escrito “companheiras(os)” ou “companheiros(as)” com os parênteses adicionando as designações de gênero.


Ocorre que seria impraticável “parentesiar” inteiramente os textos longos. Obrigatoriamente, onde houvesse “o” teria de ter “a” no final das palavras.

Fiquei a observar esse problema até que, um dia, chegou à minha caixa de mensagens um texto “arrobado”.

Tod@s os “a” e “o” finais foram substituídos pela arroba, como se fosse uma solução salomônica para resolver a cansativa colocação de parêntesis.

A arroba é um símbolo hermafrodita. É “a” e “o” ao mesmo tempo agora, tudo em uma só coisa. Um dia desses, trabalhando na madrugada, alguém soltou no twitter um torpedo assim: “bom dia, arrobad@s!”

A @ é masculino e feminino, e, se duvidar, singular e plural. A porção mulher do “o” é invadida pelo “a”. Esta, por sua vez, mora no casulo do “o” à sua volta.

Há um certo erotismo nesses grafismos. Um está dentro d@ outr@, cada qual à sua maneira, mantendo as suas singularidades, mas constituindo uma só universalidade.

Coisas das modernas tecnologias. Impossível viver hoje sem @. Ela veio intempestiva e ficou. Manda e desmanda na internet. Significa o domínio dos nossos endereços eletrônicos.

Ela nos mapeia no universo da WEB, dando a exata localização dos nossos domínios, como se fosse um GPS do ciberespaço.

O que seria do twitter sem @?

A @ está nas nossas vidas como as orações matinais, os copos d’água, o alimento dos textos. Sem ela, quase nada é feito no mundo contemporâneo.

A língua é essa teia mutante, dinâmica, incontrolável, subversiva e aventureira. Uma pele renovável que vai envolvendo a nossa vida e sempre rejuvenescendo.


De repente, com uma rápida manobra no teclado, surge um sentido novo e fica à espreita para observar as nossas reações.


Por exemplo: Se se tira ou põe uma vírgula, ou mudamos de lugar, todo o sentido da sentença é alterado.

Veja:

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM, A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER, ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

Ainda bem que a @ veio para contemplar os dois lados, fazendo valer a rima de Pepeu Gomes: “ser um homem feminino, não fere o meu lado masculino.”

A @ foi incorporada à nossa escrita eletrônica. Demos mil vivas a todas as mudanças. Saudemos a subversão, assim como fizeram muitas mulheres maravilhosas merecedoras de reconhecimento: Chiquinha Gonzaga, Maria Aragão, Maria Firmina, Olga Benário e tantas outras lembradas nesse texto do maio crepuscular de 2011.

Boa noite a tod@s. E bom final de semana.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A CIDADE PERDIDA

A semana vai chegando ao fim foi marcada pela greve dos motoristas de ônibus e pela guerra do IPTU. Duas situações diretamente ligadas ao solo urbano, à mobilidade, ao direito à cidade, à vida dos pedestres, ciclistas e motoristas.


Os ônibus caindo aos pedaços, circulando pelas ruas e avenidas esburacadas, com motoristas estressados no trânsito caótico, pararam de vez. E o dinheiro arrecadado pelo IPTU, que em tese serviria para melhorar a cidade, está praticamente inviabilizado na forma programada pela Prefeitura.


A GREVE E A GUERRA


Os rodoviários paralisaram toda a frota desde segunda-feira, contrariando a determinação do TRT, que obrigava a categoria a manter 80% em circulação. Decisão absurda porque inviabilizaria a greve.


O Sindicato dos Rodoviários desobedeceu a orientação do tribunal e manteve toda a frota parada.


Há também uma forte suspeita de que por trás da greve haja um acordo entre o sindicato e os empresários, que estão de olho na próxima licitação da linhas de transporte.


Sempre que há paralisação dos rodoviários fica a suspeita de um acordo prévio com os empresários para aumentar o preço das passagens e em contra-partida oferecer reajuste aos cobradores e motoristas.


Agora, os indícios levam à licitação das novas linhas. É uma mina de ouro ter ônibus coletivo em São Luís. A empresa coloca qualquer sucata para circular, presta um péssimo serviço à população e fatura alto.


Além da crise no transporte coletivo a cidade vive a guerra do IPTU. O deputado Roberto Costa (PMDB), cria do senador João Alberto (PMDB), é o porta-voz dos contrários às novas regras do imposto.


O última batalha foi vencida pelo parlamentar, com a decisão do Tribunal de Justiça (TJ) suspendendo a cobrança do IPTU. Em decorrência da liminar do TJ, a audiência pública prevista para hoje na Assembléia Legislativa foi inviabilizada, em meio à troca de acusações entre o deputado Roberto Costa e a secretária municipal de planejamento Maria do Amparo.


E assim segue a cidade. Os rodoviários mantêm a greve e a Prefeitura não tem interesse em mediar, porque a licitação das novas linhas mexe com grandes interesses financeiros. Um dos operadores no negócio das linhas é o poderoso SET (Sindicato das Empresas de Transporte).


A Câmara dos Vereadores é inespressiva. Salvo um ou dois parlamentares, nada de interessante é debatido ou encaminhado no legislativo municipal. O Prefeito João Castelo (PSDB) é um administrador sórdido e perverso. Não dá a mínima para a situação da cidade.


A única obra de Castelo foi eleger a filha Gardeninha (PSDB) deputada estadual. Tucanagem dupla e nada mais. Mesmo assim, ele é um candidato forte em 2012. Castelo representa o voto malufista ludovicense. Tem muita gente ainda que lhe é fiel.


Por enquanto ele vai traindo até seus discípulos, que, como ratos, esperam o navio ir a pique para pular fora.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

COMUNISTAS COM NATALINO SALGADO NA UFMA

Dirigentes, militantes e o ex-deputado federal Flavio Dino (PC do B) vestiram a camisa e estão a todo vapor na campanha à reeleição do reitor da UFMA Natalino Salgado.

O Diretório Central dos Estudantes (DCE), onde o PC do B é forte, oficializou o apoio ao reitor.

Os comunistas estão com Salgado desde a eleição de 2007, quando a oposição era liderada pelo professor Francisco Gonçalves, protagonista da esquerda no Maranhão.

Na eleição de 2011 Natalino tem duas adversárias: Sirliane Paiva e Claudia Durans. Paiva foi ativa militante do movimento estudantil nos anos 80. Durans é expoente do PSTU.

Ambas queixam-se do tempo curto da campanha e da falta de debate para confrontar propostas com o reitor. A Associação dos Professores da UFMA organizou um debate, no início da semana, mas Natalino Salgado não compareceu.

A consulta à comunidade universitária é dia 31 de maio.

VOLTA TRIUNFAL

Fontes bem situadas no PT nacional dizem que os ataques ao ministro da Casa Civil Antonio Palocci tem as digitais de... José Dirceu.


Operando nos bastidores, Dirceu liderou a volta do ex-tesoureiro Delúbio Soares ao PT. O retorno dos velhos companheiros é parte da recomposição de forças da ala dirceísta.


José Dirceu estaria minando Palocci para retomar o comando em áreas estratégicas do partido, interferindo no governo.


Um dos maiores inerlocutores de José Sarney (PMDB), Dirceu é líder da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), ex-Articulação, que ordenou a aliança do PT com Roseana Sarney no Maranhão em 2010.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

SEMANA DE COMUNICAÇÃO VAI OFERECER OFICINAS

A XI Semana de Comunicação da UFMA começa dia 31 de maio, às 19h, com a palestra de abertura proferida pela escritora Lucia Santaella. A partir do dia 1º de junho a semana vai oferecer as oficinas de Telejornalismo Participativo, Narrativas Hipermidiáticas e Apresentação de TV.


As oficinas serão ministradas, respectivamente, pelos professores do Departamento de Comunicação Marcio Carneiro, Patrícia Azambuja e Cecília Leite.
Todas as oficinas serão realizadas pela manhã, das 8h às 12h, do dia 1º ao dia 3 de junho, integrando a II Semana do Audiovisual, evento paralelo da XI Semana de Comunicação.


Com o tema “Comunicação Compartilhada e Redes Sociais”, a XI Semana de Comunicação terá a participação de expressivos pesquisadores. Além de Lucia Santaella, estão confirmados Erick Felinto (UERJ), Marcos Palácios (UFBA), André Pase (PUC/RS), Joana Puntel/PUC-SP e a cineasta Eliane Caffé/SP.

Segundo a organização do evento, o tema proposto vem para ampliar os horizontes de professores e estudantes e oportunizar a troca de informações no campo das novas mídias e suas relações com a sociedade da informação.

Outro evento paralelo da semana é a I Jornada de Pesquisa e Extensão, onde os professores e estudantes terão oportunidade de apresentar os projetos experimentais e os trabalhos científicos resultantes de atividades em pesquisa ou extensão.

A jornada também acontece no período de 1º a 3 de junho, das 14h às 16h. As mesas redondas e a conferência de encerramento estão programadas também à tarde, das 16h às 18h.

Mais informações no site

terça-feira, 24 de maio de 2011

NOVA LINHA DE SANDÁLIAS HAVAIANAS



A desmoralização do prefeito João Castelo (PSDB) ganha mais força nas redes sociais. A ironia da vez foi a criativa adaptação das tradicionais sandálias havaianas para a cidade de São Luís. Veja:

PAPOÉTICO TERÁ DIÁLOGO SOBRE QUADRINHOS

Nesta quinta-feira, às 19 horas, o Papoético vai receber os gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá, quadrinhistas de reconhecimento internacional.


Fábio Moon e Gabriel Bá mapeiam a capital maranhense a partir desta terça-feira (24) para novo livro da série “Cidades Ilustradas”. Visitar monumentos, conhecer as pessoas, o folclore, a culinária, as particularidades e também os recantos desconhecidos de São Luís é a missão dos quadrinistas.


Eles chegaram à capital do Maranhão nesta terça-feira (24) para sentir a cidade, que será interpretada em desenhos para a 11ª edição da coleção “Cidades Ilustradas”, da editora carioca Casa 21.


Autores – Os paulistas Fábio Moon e Gabriel Bá (34), convidados a lançar esse olhar sobre a diversidade da capital maranhense, tornaram-se referência no cenário dos quadrinhos brasileiros e conquistaram também o mercado internacional, trabalhando para grandes editoras como DC Comics, Image e Dark Horse.



Vencedores de vários prêmios, como o Jabuti, Eisner, Harvey, HQ Mix, Angelo Agostini e Xeric Foundation Grant, já publicaram no Brasil, Estados Unidos, Espanha, França, Alemanha e Itália. Atualmente, publicam a série Daytripper (Vertigo) e a tira Quase Nada (Folha de São Paulo).

O livro “Cidades Ilustradas – São Luís” deve ser lançado na capital maranhense em 2012, quando a cidade completa 400 anos.


Divulgação: Paulo Melo Souza

segunda-feira, 23 de maio de 2011

CÓDIGO FLORESTAL NA TV

O advogado e jornalista Josemar Pinheiro é o convidado especial do programa “O Povo com a palavra”, apresentado pelo radialista Jairzinho da Silva, na TV Record News, canal 23, nesta terça-feira 24/05, às 13 horas.

Josemar Pinheiro vai comentar os trâmites do polêmico Código Florestal e fazer uma abordagem sobre os fundamentos jurídicos e viabilidade na criação dos novos municípios.

Ao lado de Nascimento de Morais Filho, Josemar foi um dos fundadores do “Comitê de Defesa da Ilha”, importante fórum de debates ambientais em São Luís.

Veterano nas lutas sociais no Maranhão, o advogado teve participação em vários programas de rádio e televisão, como “A Lei para Todos”, “Destaque da Imprensa” (com Jota Kerly, Jersan Araújo, Nonato Santos e Othelino Filho) e com participações especiais em “Trânsito Livre” e “Educadora Totalmente Livre”.

Coordenou e apresentou o programa “Fórum do Povo” , sob a direção de Gilberto Lima, na Rádio Timbira do Maranhão.

Recentemente, Josemar Pinheiro concedeu entrevista sobre questões jurídicas e recursos hídricos a um grupo de estudantes da habilitação de Rádio e TV da UFMA.

O advogado também foi professor dos cursos de Comunicação Social (Jornalismo) e Direito Agrário na UFMA.

PSOL ALERTA PARA RISCOS NO CÓDIGO FLORESTAL

Um roteiro para entender um dos mais importantes temas da agenda política nacional está no caderno "Código Florestal: os riscos para o meio ambiente e biodiversidade brasileira", lançado pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP).

Sob intenso debate na Câmara dos Deputados, o relatório do deputado Aldo Rebelo (PC do B – SP) sobre o Código Florestal é bombardeado na publicação de Ivan Valente.

O parlamentar alerta especialmente para a flexibilização das Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais.

“Como está, o relatório Aldo Rebelo é um convite à impunidade e representa uma drástica flexibilização à legislação ambiental”, diz o texto.

Abaixo, leia a apresentação do caderno e ao final o link para ver o documento na íntegra:



O Brasil possui, até hoje, uma das mais avançadas legislações ambientais do mundo. Mas deixará de tê-la caso o projeto de novo Código Florestal, já aprovado em Comissão Especial, passe também no plenário da Câmara dos Deputados.



As mudanças previstas no chamado “relatório Aldo Rebelo” são extremamente temerárias não só para o meio ambiente, mas para toda a sociedade brasileira, que corre sério risco de ver agravadas as condições de vida, produção e ocupação do território nacional.



As mudanças atentam contra as Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais, levando ao desmatamento e a não recuperação de áreas de risco e de florestas nativas.



Os prejuízos são incalculáveis para a nossa rica biodiversidade, a água e o solo, comprometendo o futuro das próximas gerações. Trata-se, portanto, de uma imensa irresponsabilidade.



Por trás do discurso de apoio ao pequeno agricultor e à agricultura familiar estão, naverdade, nefastos interesses em prol da exploração acelerada dos recursos naturais.

O relatório fragiliza áreas estratégicas para o desenvolvimento nacional, como a biodiversidade brasileira, os recursos hídricos e florestais, e desrespeita a diversidadesociocultural e o conjunto dos ecossistemas, comprometendo o ambiente global.

É uma decisão estrategicamente equivocada para o desenvolvimento do país. Esse caderno quer informar, denunciar e chamar a sociedade brasileira a dizer NÃO a estas mudanças no Código Florestal.

Não queremos e não precisamos de reformas que fragilizem ainda mais as condições de vida em nosso país e que priorizem mais uma vez o grande capital e a monocultura de exportação.

Não queremos deixar impunes aqueles que se acostumaram a descumprir sistematicamente a lei ambiental e a mudá-la quando lhes convém, segundo seus próprios interesses.



Mudanças no Código Florestal devem caminhar no sentido de modernizá-lo e aperfeiçoá-lo à luz dos avanços científicos acerca da preservação da natureza, da questão climática e das funções institucionais das Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais.



Como está, o relatório Aldo Rebelo é um convite à impunidade e representa uma drástica flexibilização à legislação ambiental. Para barrar as alterações previstas, é preciso muita mobilização popular.



A correlação de forças estabelecida no Congresso Nacional é desfavorável, com uma enorme bancada suprapartidária de fazendeiros defendendo seus interesses, também expressos pela grande mídia, que é financiada por esses grupos.



Somada à omissão do governo federal, sempre em busca de uma governabilidadeconservadora, tal conjuntura mostra que somente a luta pela defesa do interesse público pode evitar que o Brasil cometa tamanho retrocesso.

CLIQUE ABAIXO E LEIA A CARTILHA NA ÍNTEGRA:

A PEQUENEZ POLÍTICA DO PREFEITO DE IMPERATRIZ

Liderança expressiva do PSOL, o historiador Carlos Leen critica o prefeito Sebastião Madeira pela parceria com a governadora Roseana Sarney. Veja:

A ilha rebelde agora é nas terras do frei. A segunda cidade do Maranhão levantou expressiva votação na ultima disputa eleitoral em beneficio dos opositores, dizendo um sonoro não ao grupo oligárquico que sabe-se lá Deus como, ainda venceu.

Com a crise acentuada entre PDT e PSDB em Imperatriz fica mais evidenciado o que todos já sabem: Sebastião Madeira há muito vêm tentando cair nas graças de sua majestade de bigode, Roseana Sarney.

Não obstante é salutar evidenciar outra questão: não tardará muito para Madeira ter o seu tapete puxado por conta dos gracejos feitos a Jackson Lago em 2010. O sentimento de rancor da oligarquia alia-se também ao velho jogo político que já tem cartas marcadas. LEIA TUDO EM:

domingo, 22 de maio de 2011

DE VOLTA...

Por motivo de viagem, o blogue não pode ser atualizado no fim de semana. Depois do Estreito dos Mosquitos, o acesso à Internet é raro e precário. Coisa do Maranhão subdesenvolvido. A começar de São Luís, o maior exemplo de decadência urbana entre todas as capitais do Brasil.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

PT DA TV É SÓ A METADE

As inserções veiculadas no rádio e na televisão pelo PT maranhense não expressam o pensamento do conjunto do partido. Os pronunciamentos do vice-governador Washington Oliveira e do presidente estadual do PT Raimundo Monteiro também não condizem com a realidade.

Oliveira & Monteiro comemoram uma suposta ocupação de espaços no governo Roseana Sarney (PMDB) e falam de mudanças e desenvolvimento no Maranhão. Duas falácias. O PT só tem a vice e uma secretaria sem orçamento entregue a Rodrigo Comerciário.

Não há um cargo estratégico nem de formulação política ou de comando ocupado por petistas no governo dos Sarney. O PT integra o baixíssimo clero na confraria sarneísta, mas tem seus afagos que elevam a vaidade.

No tema do envaidecimento, o poeta Gregório de Matos faz um alerta fatal: para o barco, o penhasco; à planta, o ferro; e para o deslumbre da rosa, a tarde.

O governo Roseana Sarney sequer começou. Tem apenas a propaganda de um mega-plano para qualificar 400 maranhenses até 2014. Uma meta japonesa para o estado mais miserável e analfabeto do Brasil.

Os protagonistas do comercial do PT na TV só falam por si próprios. A outra parte do PT não apóia o governo Roseana e nem acredita nessas falácias mirabolantes. De propaganda enganosa e traição, os maranhenses estão fartos.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

CAMPANHA PARA A REITORIA DA UFMA EM IMPERATRIZ

A candidata a reitora da UFMA, Sirliane Paiva, faz campanha hoje no campus de Imperatriz. Ela chegou pela manhã e começou a percorrer as salas de aula, conversando com os professores, servidores administrativos e estudantes sobre suas propostas para administrar a universidade.

Em Imperatriz, Sirliane destacou a importância da UFMA para o desenvolvimento da região tocantina e defendeu autonomia para o campus II. A candidata ressaltou a necessidade de instituir mecanismos democráticos na administração, descentralizando a gestão da universidade.


Sirliane vai continuar o diálogo na comunidade universitária nos turnos da tarde e noite, com a distribuição do material de propaganda e apresentação das propostas, colhendo sugestões para incorporar à plataforma de campanha.


Ex-militante do movimento estudantil na década de 1980, Sirliane é enfermeira graduada na UFMA, fez mestrado, doutorado e pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP).


A consulta à comunidade universitária para a formação da lista tríplice será realizada dia 31 de maio. São candidatos também o atual reitor Natalino Salgado e a professora Claudia Durans. A lista tríplice será posteriormente encaminhada ao Ministério da Educação para a escolha do(a) próximo(a) reitor(a) da UFMA.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

LUCIA SANTAELLA ABRE A XI SEMANA DE COMUNICAÇÃO DA UFMA

“Comunicação Compartilhada e Redes Sociais” é o tema da conferência de abertura da XI Semana de Comunicação da UFMA, de 31 de maio, às 18h. A palestra será proferida pela professora titular da PUC-SA, Lucia Santaella, doutora em Teoria Literária e livre-docente em Ciências da Comunicação.


Santeella é presidente honorária da Federação Latino-Americana de Semiótica e correspondente brasileira da Academia Argentina de Belas Artes, eleita em 2002. Recebeu os prêmios Jabuti (2002 e 2009), o prêmio Sérgio Motta (Líber, 2005) e o prêmio Luiz Beltrão (2010). Organizou 11 livros e, de sua autoria, publicou 35 livros e perto de 300 artigos em livros e revistas especializadas no Brasil e no Exterior.

A semana terá também a participação dos expressivos pesquisadores Marcos Palácios (UFBA), André Pase (PUC-RS) e Erick Felinto (UERJ). Eles vão participar de mesas redonda e conferência nos dias 1º, 2 e 3 de junho, das 16h às 18h.

André Pase será o palestrante na mesa redonda “Uma TV e várias telas: desafios da TV Digital e das redes sociais”, dia 1º, às 16h. O tema “Jornalismo Participativo na Web Mídia Tradicional: alguns problemas éticos decorrentes da incorporação de Conteúdos Gerados por Usuários será apresentado por Marcos Palácios, dia 2, às 16h.

A conferência de encerramento será proferida pelo professor Erick Felinto, com o tema “Tramas de um ‘Metaconceito’: notas sobre o Imaginário das Redes.”

Saiba mais sobre a semana no site
www.semanacomunica.ufma.br

Veja o currículo completo dos palestrantes:

Lucia Santaella (PUC-SP)

É professora titular da PUCSP com doutoramento em Teoria Literária na PUCSP em 1973 e Livre-Docência em Ciências da Comunicação na ECA/USP em 1993. É Coordenadora da Pós-graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, Diretora do CIMID, Centro de Investigação em Mídias Digitais e Coordenadora do Centro de Estudos Peirceanos, na PUCSP. É presidente honorária da Federação Latino-Americana de Semiótica e correspondente brasileira da Academia Argentina de Belas Artes, eleita em 2002. Vice-Presidente (1989-1999) da Associação Internacional de Semiótica e Presidente (2007) da Charles S. Peirce Society, USA. Recebeu os prêmios Jabuti (2002 e 2009), o prêmio Sérgio Motta (Líber, 2005) e o prêmio Luiz Beltrão (2010). Organizou 11 livros e, de sua autoria, publicou 35 livros e perto de 300 artigos em livros e revistas especializadas no Brasil e no Exterior.

Marcos Palacios (UFBA)

É jornalista profissional, com experiência no jornalismo brasileiro (Tribuna da Bahia) e Ph.D. em Sociologia pela University of Liverpool, Inglaterra. Começou sua carreira acadêmica como docente na University College of Swansea, na Grã-Bretanha, em 1980, tendo trabalhado posteriormente no Centro de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (UFPA), antes de se transferir para a Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 1986. Foi coordenador de vários programas de pós-graduação nas áreas de Sociologia do Desenvolvimento e Comunicação Social, tendo sido um dos idealizadores do Centro de Estudos em Cibercultura da Faculdade de Comunicação (FACOM) da Universidade Federal da Bahia e do Projeto Sala de Aula de Educação à Distância. Ex-diretor da COMPÓS e da SBPJor. Atualmente, coordena o Grupo de Pesquisa em Jornalismo Online (GJOL) da Faculdade de Comunicação da UFBA, onde é Professor Titular de Jornalismo, além de catedrático Visitante na Universidade da Beira Interior (Portugal).

André Pase (PUC-RS)

Jornalista, doutor em comunicação, professor de Comunicação Digital e Coordenador da Especialização em Desenvolvimento de Jogos Digitais na Famecos/PUCRS. Desde 1995 cria digitalmente e pesquisa convergência de mídias, vídeo na Internet, videogames e narrativas transmidiáticas. Pesquisou as transformações das imagens musicais durante o mestrado e no doutorado estudou como o vídeo online pode ser alternativa para a TV Digital.

Erick Felinto (UERJ)

Realizou estágio de pós-doutoramento na Universidade das Artes de Berlim, possui Doutorado em Literatura Comparada pela UERJ e em Línguas Românicas pela Universidade da California (Los Angeles), bem como Mestrado em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É pesquisador do CNPq e autor de cinco livros e diversos artigos em áreas como Cibercultura, Teoria Literária e Estudos de Cinema. Atualmente é professor adunto na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde vem desenvolvendo pesquisas sobre as novas teorias de mídia alemães e a obra de Vilém Flusser.

terça-feira, 17 de maio de 2011

A LOUCURA EM QUESTÃO: 18 DE MAIO É O DIA NACIONAL DE LUTA ANTIMANICOMIAL

O blogue entrevista a professora do Curso de Enfermagem (UFMA) de Imperatriz Priscila Coimbra. Enfermeira, sanitarista, especialista em Saúde Mental pela UFBA e analista institucional em formação pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, Priscila Coimbra fala sobre o Dia Nacional de Luta Antimanicomial - 18 de maio.


O que é a luta antimanicomial e o que pretende?


Priscila - É um movimento nacional que luta por uma sociedade sem manicômios, que objetiva o cuidado a pessoas com transtorno mental em liberdade. E mais que isso, pretende que as pessoas possam se relacionar de outras formas, com alteridade, com abertura da sociedade, com alargamento da cultura, para que a loucura tenha outro lugar na sociedade, para que o louco tenha vez de falar e que sua voz seja ouvida, sem tutela, para além de um sintoma.

Quais são os fundamentos teóricos da corrente antimanicomial?


Priscila - A temática central gira em torno de duas premissas: por uma sociedade sem manicômios e a liberdade terapêutica. Questiona a univocalidade do discurso médico sobre a loucura, e o manicômio/hospício/hospital psiquiátrico como lugar e forma de tratamento sobre a loucura. Fundamenta-se na ideia de que a loucura foi capturada como doença e trancada no manicômio antes por uma questão ética do que por uma questão de saúde, por uma necessidade de ordenamento dos espaços da cidade, controle social. Sendo assim, a luta busca a multivocalidade sobre a questão da loucura, que falem os loucos, que a cultura e arte se alarguem e produzam vida, novas formas de subjetivação e que a cidade seja o lugar de tratar dos loucos, lugar de onde eles nunca deveriam ter sido excluídos.


A corrente antimanicomial encontra resistência em outros setores da Psiquiatria? Por quê?


Priscila - Muito. A psiquiatria tradicional tem grande resistência a outras vozes e outros olhares sobre o fenômeno do adoecimento psíquico. A hegemonia médica é uma grande questão para a vida na atualidade, não à toa tem-se formas de viver tão medicalizadas e o ato médico como uma questão para o trabalho em equipe nos serviços de saúde. Mas é importante dizer que há psiquiatras e psiquiatras... Há setores na psiquiatria alternativos e porque não dizer revolucionários. Grandes expoentes da reforma psiquiátrica no mundo foram psiquiatras: Basaglia na Itália, Saraceno na América Latina, Amarante no Brasil. No Ministério da Saúde, anteriormente e agora os coordenadores da área são psiquiatras, Pedro Delgado e Roberto Tykanori.


Em que fase está a Reforma Psiquiátrica no Brasil?


Priscila - Este ano comemoramos 10 anos da lei da reforma psiquiátrica brasileira, Lei 10.216. Nesta primeira década houve fechamento de manicômios, redução do número de leitos psiquiátricos, abertura e expansão da rede de serviços substitutivos, como CAPS e Residências Terapêuticas, dentre outras ações. Em outras palavras, houve mudanças no modelo de atenção, do psiquiátrico ao psicossocial, com expansão da rede de serviços substitutivos, e inclusive maior financiamento para serviços psicossociais. Porém, tem-se uma grande batalha com o agenciamento social da loucura, a inclusão do louco na cidade, na vida cotidiana, para além dos serviços de saúde.


Qual a estrutura do Ministério da Saúde para o tratamento de pessoas com transtornos mentais?


Priscila - Em nível nacional, no Ministério da Saúde há na Secretaria de Atenção a Saúde a Coordenação Nacional de Saúde Mental. O nível federal deve elaborar, orientar e garantir o cumprimento da Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, formulada e pactuada nas Conferências de Saúde Mental (instância que reúne usuários, trabalhadores e gestores dos serviços, bem como representantes da sociedade civil) a última aconteceu ano passado. É nesse nível que são elaboradas as políticas, bem como as diretrizes, portarias e normas técnicas para funcionamento dos sistemas e serviços de saúde mental no país.


Nos municípios, qual o papel das prefeituras no tratamento às pessoas com transtornos mentais?


Priscila - O SUS é descentralizado e municipalizado, os sistemas e serviços de saúde, as ações de saúde acontecem no município. Na saúde mental ocorre dessa forma. Os serviços de saúde, quais- quer que sejam, hospitalares e comunitários, são de responsabilidade da gestão municipal.


Como está a situação em Imperatriz?


Priscila - Imperatriz tem uma rede de serviços interessante. Conta com serviços diversos: CAPS (centros de atenção psicossocial) de vários tipos, como um específico para crianças e adolescentes (CAPS ij), um específico para pessoas que fazem uso abuso de substâncias psicoativas (CAPS ad) e outro específico para adultos com transtornos mentais severos e persistentes (CAPS II). Porém faltam serviços que atendam de forma psicossocial aos usuários em seus momentos de crise, os CAPS III. Esta demanda tem sido atendida em serviço especializado, na modalidade hospitalar, com internações psiquiátricas, inclusive com pacientes com sucessivas re-internações e outros pacientes moradores da unidade. Este último fato nos remete a outra questão delicada, não há na cidade Residências Terapêuticas, lares abrigados para pessoas que perderam os laços e vínculos familiares.


Recentemente foi divulgada uma carta à sociedade de Imperatriz, criticando a postura da Prefeitura sobre o fechamento do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) Renascer. Como a carta foi recebida e quais providências foram tomadas?


Priscila - A Carta buscou refletir sobre a luta antimanicomial tomando como foco a atual situação da rede de saúde mental na cidade, a partir de uma indagação: como comemorar a primeira década da política de saúde mental, o dia da luta antimanicomial, com o sistema e serviços funcionando com dificuldades?! Ela cumpriu o papel de dialogar com a sociedade sobre como tratamos os loucos e tem possibilitado o diálogo com vários atores sociais, desde estudantes e professores da UFMA, do curso de enfermagem e de outros cursos (que tem se interessado e aproximado da temática) a profissionais e gestores dos serviços, tanto do município quanto do estado, até a promotoria de saúde. Um bom indicador é que a promotoria de saúde fez recomendação, em diálogo com gestores municipais e estadual de saúde, para regularizar o sistema e serviços de saúde mental, e dentre eles cabe destacar que o CAPS II deverá regularizar a prestação de serviços aos usuários no dia 19 de maio, próxima quinta feira.

domingo, 15 de maio de 2011

ROSEANA E OS MILAGRES DO MARANHÃO

Qualquer pessoa razoavelmente situada na política do Maranhão sabe que não passa de anúncio publicitário o programa "Maranhão Profissional", lançado com pompa pela governadora Roseana Sarney (PMDB).

Ninguém acredita que este governo de antigas pessoas e práticas ultrapassadas vai qualificar 400 mil maranhenses até 2014. Essa é uma meta japonesa para o estado mais miserável do Brasil.

E mais, pasmem, afirmam que o Maranhão vai crescer 7,5%. Coisa de primeiro-mundo num cenário de economia estável. Vai ser a nova Cingapura brasileira.

Roseana foi governadora duas vezes. Nos últimos 45 anos, à exceção de Jackson Lago (PDT), todos os ocupantes do Palácio dos Leões eram e são do núcleo da família Sarney.

Todos eles verbalizaram mirabolantes soluções para o Maranhão e não resolveram nada. Desde 1994 Roseana Sarney promete "uma revolução na Educação". Inaugurou um pólo de confecções em Rosário que só serviu para endividar pessoas pobres ne região do Munim.

Depois vieram os projetos de irrigação, como o Salangô, em São Mateus. Outro fiasco. Nas estradas empoeiradas, esburacadas e lamacentas do Maranhão só há esqueletos desses mega-projetos. São fantasmas povoando lugares abandonados de um não-lugar.

Agora o Maranhão vai ser salvo da miséria pela termelétrica de Eike Batista em São Luís e pela Suzano em Imperatriz. São empreendimentos altamente poluentes e degradantes que só encontram guarida nesta filosofia da miséria desenvolvimentista do Maranhão.

Coincidentemente, quando do lançamento do programa "Maranhão Profissional", Roseana mandou seguranças reprimirem os professores em greve. A governadora deveria começar o programa pela valorização dos professores, com salários decentes e condições de trabalho aos educadores.

O anúncio publicitário do "melhor governo da minha vida" saiu dias depois da divulgação sobre os novos indicadores que colocam o Maranhão na liderança da miséria no Brasil.

Eike Batista promete "duas Bolívias" de gás natural no Maranhão. As mesmas promessas mirabolantes de "revoluções" em tudo nesta terra onde até o sol mente, como dizia o padre Antonio Vieira.

Desde os anos 1980 a Vale a Alumar instalaram-se no Maranhão, com promessas de alavancar a nossa economia. E nada. Nos próprios blogues do Sistema Mirante a Vale é desmascarada.

O Maranhão não dá certo por falta de vontade política da família Sarney e por um erro proposital nisso que chamam dedesenvolvimemto, baseado na atração de grandes empresas geradoras de poucos empregos e muita degradação social e ambiental.

"Maranhão Profissional" é só mais um engodo para encher página de jornal. No dia seguinte, não serve pra nada.

EQUAÇÃO POLÍTICA

João Castelo (PSDB) está para São Luís, assim como José Sarney (PMDB) está para o Maranhão.

sábado, 14 de maio de 2011

RELATÓRIO E AUDIÊNCIA PÚBLICA VÃO ABORDAR PROBLEMAS DA VALE

A Rede Justiça nos Trilhos realiza nos dias 18 (quarta) e 19 (quinta), respectivamente, o lançamento de relatório internacional de direitos humanos e uma audiência pública na Assembléia Legislativa. Nos dois eventos serão apresentados os impactos de empreendimentos do Programa Grande Carajás, liderado pela Vale.


O relatório foi organizado através da parceria entre a organização não governamental Justiça Global e a Rede Justiça nos Trilhos. O documento será divulgado na sede da OAB, em São Luís, quarta-feira (18/05), às 16h, para advogados, representantes dos movimentos e organizações sociais e jornalistas.

Na ocasião, haverá uma coletiva com a presença da responsável pelo setor de Globalização e Direitos Humanos do Secretariado Geral da Federação em Paris, Genevieve Paul; do delegado da Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH) para a América Latina, Javier Mujica; da advogada e secretária executiva da Justiça Global, Andressa Caldas; e do advogado e membro da coordenação da Rede Justiça nos Trilhos, Danilo Chammas.


Participam também da coletiva as senhoras Francisca Sousa Silva e Joana Pereira da Silva, representando as comunidades de Piquiá de Baixo e do Assentamento Califórnia, duas comunidades de Açailândia alvo do relatório.


O segundo evento da próxima semana acontece na Assembléia Legislativa do Maranhão, a partir das 15h, sob coordenação dos deputados Bira do Pindaré e Eliziane Gama. A audiência pública tratará do tema “Impactos em saúde e meio ambiente em Açailândia - Paradigma para o questionamento do modelo de desenvolvimento proposto pela Vale ao Estado do Maranhão.”


Segundo o advogado Danilo Chammas, em Açailândia, as comunidades de Piquiá de Baixo e Califórnia sofrem há anos as conseqüências da poluição, da degradação ambiental e social provocados principalmente pelo corredor de Carajás.


Pesquisadores ligados à FIDH ouviram os moradores dessas comunidades que reivindicam a redução dos impactos e a reparação dos danos causados. As comunidades de Piquiá de Baixo querem o reassentamento coletivo para uma nova área, dada a impossibilidade de convivência entre as indústrias e seres humanos, já comprovada por estudos técnicos.


As entidades que assessoraram a pesquisa dizem-se extremamente preocupadas com os projetos atuais de duplicação dos trilhos ao longo de toda a Estrada de Ferro Carajás.



“Além de estarmos questionando oficialmente a legitimidade dos licenciamentos ambientais desse enorme empreendimento, perguntamo-nos, em nome de várias comunidades tradicionais e locais que estamos acompanhando, quais serão os benefícios reais para as famílias e territórios e quais, ao contrário, os novos impactos necessários para garantir o dobro de escoamento e lucro para uma única grande multinacional”, expõe Danilo Chammas.


O padre comboniano Dário Bossi questiona o projeto da Vale e cobra compensações para as comunidades. “Está em questão o modelo proposto pela Vale ao Estado do Maranhão. Vários setores da sociedade maranhense há tempo estão colocando em discussão o papel da Vale como ‘agente de desenvolvimento’ de nossa região. Falta escutar a voz das comunidades, redistribuir para elas, com mais justiça, os enormes lucros da companhia e permitir que sejam protagonistas de suas formas de organização econômicas e sociais”, cobra o religioso.


SOBRE O RELATÓRIO


Os impactos de empreendimentos do Programa Grande Carajás nos assentamentos Califórnia e Piquiá de Baixo, duas comunidades de Açailândia (MA), são o foco de um estudo que ordenou um relatório elaborado pela Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH), com sede em Paris.


A FIDH estará em missão ao Brasil entre os dias 16 e 24 deste mês para o lançamento do relatório. Na ocasião, a responsável pelo setor de Globalização e Direitos Humanos do Secretariado Geral da Federação em Paris, Genevieve Paul, estará acompanhada do Delegado da FIDH para a América Latina, Javier Mujica; da advogada e secretária executiva da Justiça Global, Andressa Caldas; e do advogado e membro da coordenação da Rede Justiça nos Trilhos, Danilo Chammas, além de Francisca Sousa Silva e Joana Pereira da Silva, representando as comunidades de Piquiá de Baixo e do Assentamento California, respectivamente.


A comitiva da FIDH passará por Açailândia, São Luis, Brasília e Rio de Janeiro, onde fará visitas às áreas impactadas por empreendimentos minero-siderúrgicos. A entidade promoverá ainda reuniões com moradores, representantes da Vale e das empresas siderúrgicas implicadas, além de representantes do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, Defensoria Pública, Ministério Público e direção do BNDES.


A pesquisa da FIDH aponta ainda várias violações de direitos humanos, sendo que a conclusão final do relatório traz uma série de recomendações formais para as autoridades da União, do Estado do Maranhão e do Município de Açailândia, além das empresas envolvidas.


A FIDH é uma organização não-governamental internacional que visa contribuir com o respeito a todos os direitos definidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. A entidade promove orientação e suporte a 164 organizações-membros e a outros parceiros locais e ostenta status consultivo perante a ONU, OEA, UNESCO e o Conselho da Europa.


Mais informações:
Rede Justiça nos Trilhos



Padre Dário Bossi


(99) 8112.8913



Advogado Danilo Chammas


(99) 8844.2331

sexta-feira, 13 de maio de 2011

ENCONTRO VAI DEBATER POLÍTICAS PÚBLICAS E JUVENTUDE

Organizações da sociedade civil e instituições de ensino público realizam de 25 a 27 de maio, em São Luís, o VI Encontro de Políticas Públicas e Juventude. O evento acontecerá no auditório do Ministério Público Estadual, na rua Oswaldo Cruz.

Realizado pelo instituto Formação, IFMA, ASP, HISTEDBR, Portal da Educação da Baixada Maranhense e CEPP, o encontro tem entre os objetivos o debate sobre ação cooperativa e solidária dos entes federados para garantia da oferta de políticas públicas integradas de formação e qualificação profissional da juventude.

Os debates visam ainda propor políticas públicas para formação profissional de jovens, via ensino regular e outras modalidades.

A dinâmica do encontro prevê a exibição de vídeos, realização de palestras, mesas redondas e debates com o plenário.

A conferência de abertura sobre “O papel cooperativo dos entes federativos na oferta de políticas públicas para Juventude” será proferida pelo professor doutor Carlos Abicalil, secretário de Articulação do Ministério da Educação.

Temas transversais como trabalho, ciência, tecnologia e cultura vão percorrer os debates.

Um dos momentos construtivos do encontro é a ciranda de vozes da juventude, onde serão expostos e debatidos os anseios e envolvimento dos jovens em diferentes políticas: comunicação, educação, saúde, arte, esportes etc.

Sustentabilidade da alimentação no Maranhão, preservação do meio ambiente maranhense, a situação das águas e energia sustentável também estarão na pauta do evento.

Uma das conferências do encontro vai abordar as políticas para a formação e qualificação profissional dos jovens no país.

Haverá também a mesa redonda sobre o Fórum Nacional de Luta pela Escola Pública, com a participação das professoras doutoras Lisete Regina Gomes Arelaro (USP) e Fátima Felix Rosar, professora aposentada da UFMA e integrante do movimento do Fórum Nacional e no Maranhão, desde sua primeira criação.

VEJA TUDO SOBRE O ENCONTRO NO SITE
http://politicasejuventude.wordpress.com/

BLOGUE VOLTA À NORMALIDADE

Prezado(a) leitor(a),

Durante toda a manhã de hoje e começo da tarde vários blogues da plataforma "blogspot" ficaram "fora do ar", impossilitando as postagens.

Além disso, quando este blogue era aberto, a última postagem visível era a de terça-feira - uma bela crônica de Eduardo Julio sobre o Bin Laden da Praia Grande.

Estamos voltando à normalidade. Ainda hoje teremos novas atualizações.

Atenciosamente,

Ed Wilson Araújo

quinta-feira, 12 de maio de 2011

BALAIO RURAL: NOVO JORNAL DE IMPERATRIZ

por Rodrigo Reis

O mais novo jornal impresso de Imperatriz - Balaio Rural - começou a circular pelos mais diversos pontos da cidade. “Seja bem-vindo”, “vida plena”, “sucesso”, assim seja recepcionada esta iniciativa de valorização da realidade rural, agropecuária e economia local. O jornal é gratuito e tem distribuição mensal.

O "Balaio Rural" nasce com oito páginas, divididas nas seguintes editorias: Opinião, Política, Cotidiano, Economia, Serviços, Geral e Olhares. Em sua primeira edição traz temas importantes para a região, como a implantação de um Centro de Abastecimento de Alimentos (Ceasa), os desafios do mercado municipal do bairro Nova Imperatriz, o uso de tecnologia no campo e adubagem correta em plantações.

O jornal é fruto da determinação de seis jovens, tendo como editor Willian Castro, formado na primeira turma de Jornalismo da Universidade Federal do Maranhão, campus de Imperatriz. Os estudantes de Jornalismo Azaias Lima, Dilmara Tavares, Janaina Amorim e Marta Nunes completam a equipe, sendo responsáveis por reportagens, diagramação e fotografias. A parte comercial é de responsabilidade de Natalino Lucena.

Sabe-se que balaio é um utensílio comum na nossa região, um cesto de palha usado para armazenar ou carregar mantimentos. Sem dúvida, nesta palavra, encontramos a essência do Balaio Rural, um jornal para guardar, levar, carregar e divulgar as notícias do campo. Como diz em seu editorial: “Este é o primeiro capítulo de uma longa história”.

O jornal está disponível online em: http://canalcomunicacao.com.br/blog/?p=350

quarta-feira, 11 de maio de 2011

IMPERATRIZ: GREVE DOS PROFESSORES, COM APOIO DOS ESTUDANTES, INTERDITA A BR-010

FONTE: BLOG DO CARLOS HERMES

Mais uma vez Imperatriz assume o papel de vanguarda rebelde nas lutas sociais do Estado. Dessa vez a demonstração se deu numa gigantesca e histórica manifestação de estudantes e professores em defesa do movimento grevista e em repúdio ao descaso do governo Roseana Sarney com a educação.

O ato contou com mais de três mil manifestantes que ocuparam as principais ruas da cidade e seguiram em direção à ponte sobre o riacho Cacau, na BR 010, entrada principal da segunda maior cidade do Estado.

Mais de 20 entre as maiores escolas do Estado participaram do evento cívico que se iniciou ás 8 horas na Praça de Fátima. No roteiro percorrido os manifestantes passaram em frente à escola Nascimento de Moraes e seguiram pela rua Leôncio Pires Dourado até chegar na rodovia.

LEIA E VEJA AS FOTOS NO BLOG DO CARLOS HERMES
http://carloshermes.blogspot.com/2011/05/mais-de-dois-mil-alunos-e-professores.html

terça-feira, 10 de maio de 2011

A PASSAGEM DE BIN LADEN PELA PRAIA GRANDE



Eduardo Julio *


Pouco depois da derrubada das torres gêmeas em 11 de setembro de 2001, um simpático vagabundo (como se autodenominou certa vez) passou a perambular pelas noites da Praia Grande, com um turbante improvisado. Dançava, brincava e curtia o movimento do Centro Histórico, fantasiado de terrorista islâmico, sempre bêbado com um sorriso estampado no rosto, como se estivesse num eterno carnaval. Seu nome ninguém nunca soube, mas logo foi chamado pelos frequentadores da área de Bin Laden da Praia Grande.

Ao contrário do temido radical saudita, o Bin Laden maranhense não ameaçava ninguém, nem dinheiro pedia. Às vezes, era interpelado por algum transeunte, mas se esquivava e seguia seu rumo. Sim, é verdade, há pouco menos de uma década, os desocupados que circulavam pela Praia Grande tinham senso de civilidade e alguns (somente os mais bacanas) também eram bem-humorados e performáticos. A área estava longe de se transformar em reduto de viciados em crack. Era basicamente frequentada por artistas, universitários, turistas, comerciantes, funcionários públicos e muitos, muitos cães sem dono.

A qualidade do entretenimento oferecido também era melhor, os bares ainda não tinham caído em desgraça, disseminando poluição sonora com pagode barra pesada, no lugar do tambor de crioula e do reggae, por exemplo. Os órgãos de cultura não estavam sucateados e ofereciam programações constantes e variadas.

Mas voltando ao assunto inicial, numa certa manhã, o nosso Bin Laden manifestou-se verbalmente pela primeira vez. Ao entrar na livraria Poeme-se, encarou sem mais nem menos o dono do estabelecimento, o Riba do sebo, e disse de forma veemente: "Você pensa que vida de vagabundo é fácil??!! Não é fácil não! Vagabundo sofre muito, meu amigo". E saiu, sorrateiramente.

Logo depois, em dezembro de 2002, um grupo de artistas de São Luís, incluindo o designer Cláudio Vasconcelos, o artista plástico Paulinho César, o fotógrafo Márcio Vasconcelos, o compositor Júnior Aziz e o repórter que vos escreve, realizaram num final de semana uma intervenção no bar do Adalberto, extinto reduto de poetas, artistas e boêmios da Praia Grande. Naquela manhã de sábado, eis que surgiu o Bin Laden timbira com o tradicional turbante improvisado, dançando sob o sol escaldante, em frente ao bar, ao som de música árabe, uma cortesia da trilha universal que programamos para "iluminar" o evento.

O premiado fotógrafo Márcio Vasconcelos não perdeu tempo e fez algumas imagens daquela "figura". Uma delas ilustra este texto. Esta talvez tenha sido a última importante aparição do Bin Laden da Praia Grande. Pouco tempo depois, soube que tinha falecido, se não estou enganado, em decorrência de um ataque cardíaco. Foi curta a passagem do Bin Laden da Praia Grande, bem mais rápida do que a do terrorista. Morreu, sem deixar discípulos.

* Eduardo Júlio é poeta e jornalista.


Foto: Marcio Vasconcelos