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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

MÚSICA NO PAPOÉTICO

O Papoético desta quinta-feira, 1º de março, às 19 horas, recebe o jornalista Eduardo Julio, editor do blogue Trilha Transe, especializado em música tradicional e de vanguarda.

Após o papo com Eduardo Julio haverá o sorteio da rifa do Festival de Poesia do Papoético.

O Papoético existe desde novembro de 2010 e acontece semanalmente,
reunindo um grupo seleto de convidados, que se encontram para debater
arte e cultura.

O evento acontece no Sebo do Chiquinho: rua de São João (esquina com rua dos Afogados, 389 – A, altos do Banco Bomsucesso).

No Sebo do Chiquinho funciona um barzinhoa com música de primeira, petiscos e boas companhias. Entrada franca.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

GUITARRISTA RONALDO RODRIGUES FAZ SHOW EM SÃO LUÍS

Uma noite de jazz, choro, blues e rock 'n’ roll

Radicado no Rio de Janeiro, guitarrista e bandolinista Ronaldo Rodrigues percorre vários gêneros musicais em molde instrumental

O guitarrista e bandolinista Ronaldo Rodrigues, 34, apresenta o show “Black & Tal” nesta quarta-feira, 29, às 21h, no Bar Odeon Sabor e Arte (Rua da Palma - Praia Grande). Acompanhado dos músicos Fernando Japona (baixo), João Neto (flauta), Beto Pio (sax) e Israel (bateria), o instrumentista apresentará temas de jazz, blues, choro e rock 'n’ roll.

Este show será um reencontro com os músicos de São Luís e também uma oportunidade de mostrar ao público local um pouco do trabalho instrumental que venho desenvolvendo fora do estado”, revela o músico.

Influenciado por guitarristas como Eric Clapton, West Montgomery, Django Reinhardt, entre outros, Ronaldo Rodrigues é um artista maranhense cuja versatilidade vem conquistando espaço na cena musical do Rio de Janeiro, onde reside há quase cinco anos. Por lá, ele desenvolve dois trabalhos distintos. Um dedicado ao chorinho, com o grupo Novos Chorões, e outro de jazz brasileiro, com a banda Tribo, criada pelo baterista Jorge Amorim.

Ronaldo também morou por cinco anos em Londres, onde adquiriu experiência tocando em pubs de blues, jazz e rock. Outro ponto alto da passagem pela Inglaterra foi a apresentação no aclamado festival de Glastonbury, edição de 1999, quando acompanhou a banda de hard rock Plastic Grapes. Em São Luís, fez parte, na década de 90, das bandas de rock Palavra de Ordem e da lendária Bota o Teu Blues Band. Nos anos 2000, integrou a Tiquira Blues.

O SHOW

Dividido em três partes, “Black & Tal” será iniciado com improvisos de jazz temperados com soul e funk. Em seguida, Ronaldo trocará a guitarra pelo bandolim para uma performance solo, na qual interpretará temas de choro, a exemplo de “Santa Morena”, clássico de Jacob do Bandolim, e “Tico-Tico no Fubá”, de Zequinha de Abreu.

Na lista do músico, também cabem peças de choro contemporâneo, como “Chorinho Cochabamba” do compositor Eduardo Neves, destaque na cena carioca e nacional. O gosto pelo choro nasceu por influência da família, pois Ronaldo é sobrinho de Solano Sete Cordas, notório e experiente músico de São Luís.

Para fechar o show, o músico promoverá uma jam session (temas musicais de improviso executados de forma coletiva) de blues e rock 'n’ roll para lembrar de um projeto criado por ele, que agitou o Bar do Porto, no ano de 2006, quando reunia todas as segundas-feiras músicos de blues e rock de São Luís.

O projeto chegou a receber a banda do músico paulista Arismar do Espírito Santo, que acompanhou Hermeto Pascoal, Toninho Horta, César Camargo Mariano, Sebastião Tapajós, Jane Duboc e uma infinidade de artistas.

Promovi este projeto baseado no formato dos encontros que participei nos pubs de Londres e que trouxe, posteriormente, para São Luís. Daí, vamos recordar aquele momento”, conclui.

SERVIÇO

Show Black & Tal, com Ronaldo Rodrigues e banda

Quando: Quarta-feira, 29, às 21h

Local: Odeon Sabor e Arte (Praia Grande)

Ingressos: R$ 10 (estudantes e idosos pagam meia)

domingo, 26 de fevereiro de 2012

SARNEY & CASTELO SE ENTENDEM

O senador José Sarney (PMDB) e o prefeito de São Luís João Castelo (PSDB) são correligionários e compadres. Há entre eles apenas divergências pontuais que, vez por outra, dão a impressão de antagonismo político.

Mas lá no fundo são bons companheiros. O apoio de Castelo a Roseana em 2010 foi fundamental para a vitória da governadora em São Luís. O prefeito acionou os vereadores e estes caíram em campo na campanha da capital.

Em 2012 o compadre Castelo será recompensado. Sarney inventou a candidatura do vice-governador Washington Oliveira (PT), doravante WO, com alguns objetivos claros.

O primeiro é tentar inviabilizar uma candidatura autêntica do PT com o deputado estadual Bira do Pindaré. Sarney pretende colar de vez o bigode na estrela do PT e impedir a construção de uma frente no campo democrático-popular em São Luís.

Uma eventual candidatura de WO implode uma aliança entre PT e PC do B em São Luís e aproxima o PT do DEM, o preferido para compor a chapa com WO. Esse é o segundo objetivo.

Sarney oferece também um candidato frágil para Castelo. Sem votos em São Luís, WO é presa fácil para o experimentado Castelo, principalmente no debate na TV - fator decisivo na reta final da eleição.

WO deve repetir os fracassos de candidaturas anteriores da oligarquia Sarney em São Luís, a exemplo de Gastão Vieira e Pedro Fernandes, esses bem mais preparados que o vice-governador.

Ou seja, a candidatura artificial do vice WO é vitória certa para Castelo. O PT alia-se ao DEM para dar de novo a Prefeitura ao PSDB.

Com Castelo prefeito fica tudo em casa.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

METROPOLIZAÇÃO: AGENDA URGENTE PARA 2012

A campanha para prefeito de São Luís e dos outros municípios da ilha pode tomar um bom rumo se o tema da metropolização vier à tona de forma concreta e propositiva.

Trata-se, sobretudo, de compartilhar serviços e somar forças entre as quatro cidades, estendendo-se até Alcântara.

Parte dos problemas cruciais da ilha, como o trânsito conturbado, pode ser amenizado se houver uma ação colaborativa entre as prefeituras para fazer intervenções na malha viária, interligando vias estratégicas para o escoamento dos veículos e ciclistas.

Os bairros com grande concentração humana, a exemplo do eixo Cidade Operária / Cidade Olímpica, terão benefícios com a abertura de fluxos de transporte conectando as grandes avenidas com vias secundárias.

A ilha de São Luis tem caminhos, mas não tem estradas estruturadas nem linhas de ônibus suficientes.

O trabalho colaborativo das prefeituras, no âmbito da metropolização, pode ser uma saída interessante para resolver ou atenuar os problemas urbanos.

Além do transporte, temos a necessidade de integrar os destinos turísticos dos quatro municípios.

O turista que vem a São Luís geralmente visita o Centro Histórico e vai para os Lençóis Maranhenses, desprezando outros potenciais nos municípios de Raposa, São José de Ribamar e Paço do Lumiar.

A inclusão de Alcântara na região metropolitana é fundamental, criando naquela cidade os festivais de literatura, música, teatro e artesanato, por exemplo.

Alcântara não pode nem deve ser destino turístico unicamente pelo aspecto histórico ou da Festa do Divino. A cidade precisa ter um calendário anual de eventos culturais, estimulando o fluxo de turistas.

O pólo turístico da Raposa precisa urgente de estruturação. Questões simples de resolver, como o asfaltamento do terminal dos barcos e a construção de um píer de madeira, para facilitar o acesso de crianças e idosos aos barcos, pode ser um bom início.

Temos de colocar a nossa criatividade e disposição de trabalho a serviço do desenvolvimento sustentável, gerando melhor qualidade de vida e impulso econômico na região metropolitana.

Tudo isso depende de termos candidatos competitivos, com visão de desenvolvimento, sensibilidade e capacidade de construir projetos coletivos.

No PT, o candidato com melhor perfil para tocar esse projeto é o deputado estadual Bira do Pindaré. O outro candidato a candidato do PT foi inventado, é artificial, com pouca noção de desenvolvimento sustentável e falta de sintonia com a urbanidade contemporânea.

A oposição a João Castelo (PSDB) tem de ser construída com candidatos competitivos e inovadores. Bira já bateu Castelo na eleição para o Senado em 2006 na capital. Tem todas as condições de bater de novo.

O outro candidato do PT já vem com o carimbo de Sarney. É presa fácil para Castelo.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

BELAS E MARCANTES IMAGENS

Veja aqui.

A HISTÓRIA DO IOGURTE E OS 400 ANOS DE SÃO LUÍS

O desfile de equívocos dos enredos patrocinados no Carnaval de 2012

Samuel Marinho *

Ainda há uma discussão interminável acerca da perda de pontos nos quesitos Enredo e Comissão de Frente que levaram a Beija-Flor a uma das suas piores colocações desde a saída de Joãosinho Trinta, há exatos 20 anos.

Simples.

A Comissão de Frente apresentada pela escola foi uma parafernália que não evoluiu e causou uma poluição visual desde o começo de sua apresentação. O que era pra ser a encenação de uma das mais famosas lendas da cidade de São Luís, não prosperou na avenida. Ou talvez tenha prosperado e os jurados não entenderam, pois definitivamente a serpente não acordou na Sapucaí.

Na tentativa infeliz de imitar o estilo Paulo Barros, a Comissão de Frente da Beija-Flor de 2012 conseguiu um curioso recorde: a pior nota, pasmem!, tirada pela Escola de Nilópolis desde que a leitura dos quesitos passou a ser fracionada em decimais: um, digamos, irrisório 9.7. Uma mancha irreparável no currículo da Comissão de Carnaval comandada por Laíla que vinha de uma coleção histórica de campeonatos e vice-campeonatos desde sua formação em 1998.

Outro dado estatístico do carnaval sobre São Luís, “O Poema Encantado do Maranhão”, demonstrou a incompetência da Comissão de Carnaval na concepção e desenvolvimento do Enredo deste ano, o que se revelou numa repetição surpreendente de quatro notas 9.8.

Para se ter uma idéia de como esses números são medíocres em se tratando de uma grande escola de samba como é a Beija-Flor, só fazendo uma análise comparativa. No quesito Enredo, a Escola de Nilópolis só foi superior às rebaixadas Renascer de Jacarepaguá e Unidos do Porto da Pedra, esta última que levou a história do iogurte para o sambódromo.

O dado se torna ainda mais interessante quando consideramos que o Enredo é um dos poucos quesitos que já chega pronto na Avenida. É a concepção prévia do carnavalesco, ou comissão de carnaval no caso da Beija-Flor, que vai desde toda pesquisa inicial sobre o tema proposto até a forma como ele se apresenta e se desenvolve na seqüência de alas e carros alegóricos pré-definida pela Escola meses antes do desfile.

São números relevantes, que talvez no calor da apuração ainda não tenham causado as reflexões necessárias. Ou talvez sim, pelo menos do ponto de vista de que “cabeças vão rolar”, com a notícia de que o até então intocável Laíla poderia deixar a Beija-Flor ainda este ano.

Claro que há, em torno do julgamento do quesito Enredo, toda uma discussão provinciana, como não poderia deixar de ser, acerca da beleza ou de quão frutífero pode ser o tema proposto, no caso São Luís do Maranhão. Afinal de contas a Beija-Flor já conquistou títulos falando de lugares bem menos convidativos turisticamente, como Macapá, no carnaval de 2008.

As coisas não se confundem, o julgamento é técnico. Simplesmente foi desastrosa a concepção e desenvolvimento levados pela Comissão de Carnaval da Beija-Flor acerca do tema. E neste caso cinco cabeças pensaram pior que uma. A história narrada não tinha um fio condutor. Foi um desfile, em tons tristes e nada convidativos, de estereótipos e equívocos de todos os tipos sobre a Ilha Bela: históricos, artísticos (na ausência do gênio João do Vale, por exemplo), de cultos e de cultura popular.

Nesse caso assiste razão aos que questionam o retorno sobre qualquer investimento que se tenha feito na escola Beija-Flor de Nilópolis que pudesse vir a beneficiar e promover turisticamente a cidade de São Luís. Talvez tenha se dado efeito contrário, tanto pela concepção triste do carnaval apresentado, quanto pelo resultado do julgamento das notas e sua repercussão negativa para a escola.

O que fica nas entrelinhas é um questionamento mais amplo e incômodo sobre o futuro do carnaval de passarela no Rio de Janeiro no que tange às formas de captação de recursos pelas Escolas de Samba.

Não por coincidência, os enredos patrocinados, como o da Porto da Pedra que foi bancada pela Danone para falar da História do Iogurte, quanto o da Beija-Flor, patrocinada pelo Governo do Estado do Maranhão para homenagear os 400 anos de São Luís, tendem a esbarrar numa linha de desenvolvimento superficial e limitadora da arte do carnaval.

E não sou eu, mero amador dessa arte, que estou dizendo isso, são os jurados da LIESA - Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Ainda bem.

* Samuel Marinho é contador e servidor público federal