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segunda-feira, 30 de junho de 2014

ADEUS A SARNEY: PT NACIONAL PROÍBE A INDICAÇÃO DO VICE DE EDINHO LOBÃO

Proibidos de abraçar Edinho Lobão (PMDB), petistas da ala de Sarney já pensam em Dino
O candidato da oligarquia Sarney ao governo do Maranhão, Edinho Lobão (PMDB), começa a campanha com duas baixas: não teve a participação de Lula nem Dilma na convenção do PMDB e o PT Nacional proibiu a legenda de indicar o candidato a vice-governador.

Edinho terá o PT na sua chapa apenas de forma ilustrativa, com a primeira suplência de senador. Mesmo assim, o partido enfrenta problemas para indicar o nome, visto que o pretendente, Raimundo Monteiro, está na lista dos condenados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Edinho, no centro dos petistas, pode ficar até sem Monteiro (à direita) na chapa do Senado
A resolução da Comissão Executiva Nacional (veja AQUI) é clara: "Proíbe que o PT indique a candidatura de vice-governador, librando-a para qualquer outro partido da coligação."

Sem o PT na posição de vice, Edinho perde a referência de "candidato de Lula e Dilma" - mote publicitário fundamental para impulsionar a campanha.

O máximo que o candidato da oligarquia pode ter é uma gravação de TV e rádio, na qual Lula dará o adeus a Sarney.

Orientado pelos marqueteiros, o comando da campanha de Dilma já disse para ela manter distância de Sarney, a fim de evitar vaias e desgaste na campanha.

Sem o PT, Edinho Lobão sequer sai do chão.

FLAVIO DINO: "VOU SER GOVERNADOR DE TODAS AS FAMÍLIAS DO MARANHÃO"

Durante seu discurso na Convenção da Mudança, realizada pelo PCdoB, PDT, PSB e PPS, com participação também de PSDB, PP, PTC, PROS, Solidariedade e Militância Petista, que aconteceu na manhã de domingo (29), no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, em São Luís, e contou com a presença de mais de dez mil pessoas, Flávio Dino homologou sua candidatura e enfatizou suas propostas para governar o estado. “Nenhum império dura para sempre. Nós iremos proclamar a república no Maranhão”, afirmou.

Após discorrer sobre a situação atual do saneamento básico no Maranhão, onde metade da população não tem água e banheiro em casa, Flávio falou sobre a criação do programa “Água para Todos”, que pretende levar água encanada e banheiro a todos os que não os possuem. Ao saudar a juventude, Flávio Dino garantiu a construção de Universidades estaduais regionalizadas, com autonomia administrativa, para ampliar o número de vagas gratuitas e públicas e aproximar as instituições das comunidades. Além disso, garantiu a criação das escolas técnicas estaduais. “Nós vamos garantir escolas técnicas estaduais, integradas ao ensino médio, para a juventude do nosso estado”, afirmou.

Flávio também falou sobre a situação da saúde no Estado, lembrando pacientes que esperam um longo tempo por vagas em hospitais públicos. Flávio enfatizou a criação do “Mais Médicos” estadual. “O programa significa formar médicos maranhenses, apoiar as escolas de medicina do estado do maranhão, fazer uma carreira boa aos médicos daqui para que eles possam se dedicar aos maranhenses”, declarou.
Quando falou da segurança, Flávio Dino relembrou que atualmente a cidade passa por um momento de insegurança geral. Para isso, falou sobre o programa “Pacto pela Vida”, que vai dobrar o número de policiais e garantir segurança as famílias.

No campo da Assistência Social, o Programa “Minha Casa, Meu Maranhão” transforma o governo do estado em parceiro do Governo Federal, e vai reformar ou construir 200 mil casas. Além disso o Cadastro único dos Programas Sociais no Estado do maranhão vai permitir ampliar e integrar os programas sociais dirigidos à erradicação da pobreza no Estado. O programa Bolsa Família do Governo Federal será ampliado com o Cartão Material escolar, que vai garantir verba para ajudar na compra de materiais escolares para as crianças em idade escolar.

Ao final de seu discurso, Flávio Dino confirmou seu compromisso com o público: “Eu não vou ser governador da minha família, mas de todas as famílias do Maranhão”, ressaltou.

O ato político também oficializou as candidaturas de Carlos Brandão a vice e Roberto Rocha ao Senado Federal, e também os candidatos a deputados estaduais e federais.

Texto e fotos: Assessoria de Imprensa / PCdoB

AUDIÊNCIA PÚBLICA DEBATERÁ CONSELHO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Fonte: Redação FNDC

Movimentos sociais que atuam no campo da Comunicação organizam, na próxima terça-feira 1º de julho, em Brasília, uma audiência pública para debater o Conselho de Comunicação Social

Junto com a Frente parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular (Frentecom), diversos movimentos sociais que atuam no campo da Comunicação organizam, na próxima terça-feira (1º de julho), em Brasília, uma audiência pública para debater o Conselho de Comunicação Social – CCS.

Fruto da luta pela democratização do país durante a construção e elaboração da Constituição de 1988, a proposta de criação de conselhos - dentre os quais o Conselho de Comunicação Social - teve por fundamento e propósito aproximar e abrir o Estado à participação da sociedade civil.

Apesar de considerada uma importante conquista da sociedade civil, a nomeação e posse da primeira gestão do Conselho só ocorreram em 2002 e, após dois mandatos (2002 a 2006), o órgão auxiliar do Congresso Nacional permaneceu inativo entre 2006 e 2012, sem membros nomeados. Além disso, as entidades que compõem a Frente apontam que a composição do órgão realiza-se, de forma geral, a partir de processos e critérios pouco transparentes, especificamente quanto à escolha e nomeação dos cinco representantes e os cinco suplentes da sociedade civil.

A audiência pretende abordar aspectos relacionados à composição do Conselho, o processo de escolha e renovação de seus membros, sua relação com as organizações da sociedade e a necessidade da atualização do marco legal que regula esse órgão de representação da sociedade civil.

“Ao realizar essa audiência pública, a Frentecom procura, mais uma vez, contribuir para o aperfeiçoamento do Conselho, tendo em vista sua relevância como órgão auxiliar do Congresso Nacional, nos termos da Constituição Federal”, afirma a coordenadora da Frentecom, deputada Luiza Erundina (PSB-SP).

A atividade contará com as presenças de representantes do CCS, da Mesa Diretora do Congresso Nacional, da presidente do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Ana Fleck, do professor da Universidade de Brasília Venício Lima e da presidente do Conselho Estadual de Comunicação do estado da Bahia, Marlupe Caldas.

Na ocasião, também será apresentada uma plataforma da sociedade civil para a próxima gestão do Conselho, que está em processo de renovação de seus assentos. O documento é subscrito por 10 candidatos da sociedade civil, que colocaram seus nomes à disposição do Congresso para ocupar as 5 vagas e 5 suplências correspondentes ao setor no CCS.

Serviço:

Data: 1º de julho de 2014, às 14h

Local: Interlegis - N2, anexo E, Senado Federal

Entrada gratuita

domingo, 29 de junho de 2014

A UFMA EM TEMPO DE CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS: FALTA O DEBATE ENTRE OS CANDIDATOS A GOVERNADOR

Escolhemos aqui, a UFMA, para realizarmos a nossa convenção por ser um símbolo emblemático do conhecimento e berço do saber” (Edinho Lobão, candidato ao governo do Maranhão)
Edinho Lobão: convenção hollywoodiana e pancada em Paulo Freire
De tudo que já foi dito pelo candidato a governador Edinho Lobão (PMDB), a frase acima é um insulto à memória do pensador Paulo Freire, nome de batismo do prédio da UFMA onde foi realizada a convenção do PT, aliado ao PMDB maranhense.

Lobão confinou o saber aos muros da Universidade, como se o conhecimento fosse exclusividade da academia, demonstrando total desprezo pelo senso comum e pela sabedoria popular, base de tanta pesquisa e produção científica.

A frase é a negação de todos os pressupostos freireanos sobre a construção do conhecimento. As palavras do candidato são, também, uma afronta ao bordão da UFMA: “A Universidade que cresce com inovação e inclusão social”

De um eventual governo Edinho Lobão, o único crescimento esperado é a fortuna da família dele, a multiplicação dos seus negócios e interesses privados, consorciados à oligarquia Sarney. Consequentemente, crescerá também a miséria do Maranhão.

No lançamento da candidatura, a inovação ficou por conta da inclusão de temas hollywoodianos ao evento. Edinho era uma mistura de Arnold Schwarzenegger e Leonardo DiCaprio (no filme “O lobo de Wall Street”).

Com a máxima sobre a Universidade como “berço do saber”, o candidato inaugurou um novo paradigma – o lobismo, segundo o qual só os sabidos sabem sobre o sentido do saber. O povo, não!

Edinho não é um homem. É um lobisomem teórico. O próprio cão chupando manga da epistemologia. Em carne e osso.

Dito isso, vamos aos pormenores.

A Universidade sempre foi palco da disputa dos partidos políticos, de esquerda e direita, nos diretórios acadêmicos, DCEs, reitorias e nas entidades dos trabalhadores em educação.

Recentemente, surgiu o Sind-UFMA, alinhado ao PROIFES. Óbvio que existem partidos por trás e na frente do novo sindicato, assim como há legendas militando na Apruma, com uma diferença essencial: na Apruma os professores têm a segurança de uma entidade classista, comprometida com os direitos dos professores e em defesa da Universidade pública.

O problema, portanto, não é a existência de partidos na Universidade, mas a quem eles servem. É lamentável que a UFMA tenha servido de palco à hollywoodiana convenção do PMDB e do PT, legendas controladas pelo oligarca José Sarney.

Ex-reitor da UNB, Cristovam Buarque é um dos melhores exemplos de como a Universidade pode gerar bons políticos. Ele foi governador do Distrito Federal e atualmente é senador, prestando relevantes serviços ao Brasil, reconhecido, admirado e também criticado.

Sarney, vaiado por onde anda, infelizmente foi acolhido na UFMA, representado nas palavras de Edinho Lobão.

Se Cristovam Buarque é um bom exemplo, o mesmo não se pode dizer dos ex-reitores da UEMA, transformados em deputado estadual, Cesar Pires (DEM); e federal, Waldir Maranhão (PP).

O primeiro foi líder do governo Roseana Sarney (PMDB) na Assembleia Legislativa. Sem comentários. O outro, expurgado da oligarquia, acomodou-se na boleia do caminhão da Mudança dirigido por Flavio Dino (PCdoB).

Ex-diretor do CEFET e ex-deputado estadual, José Lima chegou a ser demitido a bem do serviço público, em 2002, após denúncias e investigação sobre seus atos irregulares como gestor público.

A Universidade precisa repensar que tipo de recursos humanos está produzindo para a sociedade, principalmente na política.

Voltando à convenção do PMDB, para corrigir o vexame a UFMA deveria convocar todos os candidatos a governador do Maranhão para um debate aberto à população, fazendo uma ampla divulgação, inclusive com transmissão pela rádio Universidade FM.

O debate é a melhor forma de colocar frente a frente os programas de governo, compará-los e decidir quais partidos e coligações têm as melhores propostas para o desenvolvimento do Maranhão.

Está lançada a proposta.

Nota: Na UFMA foram realizadas duas convenções, simultaneamente: a do PT no Centro Pedagógico Paulo Freire e a do PMDB no Centro de Convenções.

sábado, 28 de junho de 2014

NESTE DOMINGO: CONVENÇÃO HOMOLOGA CANDIDATURA DE FLAVIO DINO AO GOVERNO DO MARANHÃO

Com liderança média de mais de 30 pontos em todas as pesquisas, os oposicionistas Flávio Dino (PCdoB), Carlos Brandão (PSDB) e Roberto Rocha (PSB) abrem o calendário eleitoral com uma grande convenção neste domingo, 29. 

O evento acontece no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana (Cohafuma - São Luís), a partir das 8h da manhã. PCdoB, PDT, PSB e PPS fazem a chamada Convenção da Mudança, com participação também de PSDB, PP, PTC, PROS, Solidariedade e Militância Petista.

Com 58,2% das intenções de voto para o Governo do Estado, Flávio Dino homologará sua candidatura pelo PCdoB. No mesmo evento, o pré-candidato a senador Roberto Rocha (PSB) entrará na disputa pela vaga no Congresso nacional. Rocha tem 35,8% das intenções de voto segundo a pesquisa DataM divulgada pelo jornal Atos e Fatos na última quarta. O candidato a vice-governador indicado pelo PSDB é o deputado federal Carlos Brandão.

Pelo twitter, Flávio Dino fez o convite à população maranhense para participar do movimento de mudança neste domingo. “Vamos fazer uma bela convenção amanhã, cheia de energia cívica, ideias, propostas e surpresas boas. #TodosPeloMaranhao”, escreveu. A convenção será transmitida pela internet por meio do perfil @todospeloma no Twitter e pela radioweb do site www.maranhaodagente.com.br.

Caravanas de todos os municípios do Maranhão se organizando para participar do evento em São Luís. Márcio Jerry, presidente estadual do PCdoB, disse que o povo maranhense quer mudança e vai conquistá-la no voto, lutando muito, com raça e fé. “Queremos um Maranhão justo, com oportunidades para todos os maranhenses. Nos abracemos envoltos na esperança que temos num Maranhão de todos nós. É a nossa luta!”, disse, destacando enaltecendo que o momento refletirá as bandeiras da justiça, da ética e da decência na política.

A aliança dos 10 partidos pelo Maranhão demonstra unidade e força política da oposição que, pela primeira vez, caminha para uma candidatura única no estado. O movimento por um estado mais justo tem ganhado força em todos os municípios. Durante eventos do Movimento Diálogos pelo Maranhão, que ao longo de um ano e quatro meses percorreu mais de 100 municípios, a voz única da população pedia a renovação política, com a construção de uma nova perspectiva de vida para o povo do estado.

TODOS PELO MARANHÃO

O Partido Trabalhista Cristão (PTC) realiza a convenção nesta segunda-feira, dia 30 de junho. O ato será realizado no auditório Fernando Falcão da Assembleia Legislativa do Estado a partir das 14 horas. Na ocasião será homologado o apoio às candidaturas de Flávio Dino para governador e Roberto Rocha para o Senado, além de anunciar os nomes dos candidatos a deputado estadual e federal que disputarão as eleições de outubro.

Entre os nomes fortes do partido, está o do ex-deputado Edivaldo Holanda, que disputará uma cadeira de deputado estadual nas eleições deste ano. Atualmente, o PTC no Maranhão conta com 42 vereadores, dois prefeitos e dois vice-prefeitos no Estado, dentre os quais o da capital, Edivaldo Holanda Júnior.

Fonte: Assessoria de Imprensa / PCdoB

sexta-feira, 27 de junho de 2014

LULA E DILMA DESPREZAM A CONVENÇÃO DE EDINHO LOBÃO, CANDIDATO DE SARNEY

Lula e Dilma hoje pela manhã, em Salvador, longe de Edinho Lobão. Foto: Agência PT
A cada dia aparecem mais sinais de que o PT nacional abandonou de vez a oligarquia no Maranhão.

Nenhum dirigente da cúpula petista compareceu à convenção do PMDB, realizada hoje pela manhã, homologando a candidatura de Edinho Lobão ao governo.

Apenas o presidente do PMDB, Waldir Raupp, marcou presença na convenção das famílias Sarney & Lobão.

O PT não enviou sequer um deputado federal ou membro da comissão executiva ao Maranhão.

Novamente, a cúpula petista seguiu a orientação dos marqueteiros para manter distância do coronel José Sarney (PMDB).

NA BAHIA E NO PARÁ, SIM

Lula e Dilma participaram hoje pela manhã da convenção do PT, em Salvador, para homologar a candidatura de Rui Costa ao governo da Bahia.

Em Belém, Lula desembarca dia 30. Vai prestigiar a convenção do PMDB, partido cabeça de chapa na aliança com o PT.

Edinho Lobão insiste em associar seu nome a Lula e Dilma, na tentativa desesperada de alavancar a candidatura, mas não tem o aval do ex-presidente nem da atual.

Ambos temem vaias durante aparições públicas com integrantes da oligarquia Sarney. 

Dilma e Lula não participam nem de eventos fechados, mesmo sabendo que os convencionais são arregimentados em caravanas de prefeitos.

DILMA COM DINO
O sinal de desprezo é tão grande que, em vez de participar da convenção ao lado de Edinho Lobão, Dilma declarou durante a convenção do PCdoB que o candidato dela no Maranhão é Flavio Dino (PCdoB).

A ordem dos marqueteiros é dura: se Dilma "colar" em fotos e vídeos com qualquer representante da oligarquia Sarney, coloca em risco a reeleição.

Dificilmente Lula e Dilma virão ao Maranhão durante a campanha. O máximo que Edinho Lobão pode ter é uma gravação em áudio ou vídeo. E nada mais.

FUNC DIVULGA NOTA SOBRE O A PARTICIPAÇÃO DO TAMBOR DE CRIOULA NO SÃO JOÃO E A POLÍTICA CULTURAL DE SÃO LUÍS

Em documento ao coordenador geral do Comitê de Salvaguarda do Tambor de Crioula, Neto de Azile, a Fundação Municipal de Cultura (FUNC) esclarece a participação do tambor de crioula na política cultural de São Luís e nos festejos juninos de 2014.

OFÍCIO Nº 713/GP                          São Luís, 25 de junho de 2014.

Ref: Ofício nº 10/2014 - COGEST

Ilmo. Sr.
FIRMINO INÁCIO FONSECA NETO, NETO DE AZILE.
Coordenador Geral do Comitê de Salvaguarda do Tambor de Crioula.
Nesta.

C/C Secretaria Municipal Adjunta de Governo – SEMGOV/Prefeitura de São Luís

Senhor Coordenador,

            Em resposta a sua manifestação e solicitação sobre a programação do arraial da Maria Aragão (Terreiro da Maria), em que V.Sa indaga sobre o número de apresentações do Tambor de Crioula e do horário de apresentações do tambor na Praça Maria Aragão, vimos informar:

            1. Como é do seu conhecimento, visto que esteve no arraial na Maria Aragão, a Prefeitura de São Luís - PMSL, através da Fundação Municipal de Cultura - FUNC, tem procurado desde o ano passado, vincular o arraial da Maria Aragão a políticas de salvaguardas, que além do Tambor de Crioula e do Bumba-meu-boi, incluam outras manifestações culturais de nossa cidade e da nossa identidade que correm o risco de extinção. A exemplo, já em 2013, sob esta gestão, incorporamos ao arraial da Maria Aragão o cortejo das caixeiras do Divino Espírito Santo e o levantamento do mastro, antiga manifestação cultural dos maranhenses. Neste ano, realizamos uma noite de salvaguarda para divulgar e manter vivas a Dança do Côco, a Dança do Caroço e a Dança do Lelê. Compreendemos que os compromissos que temos com o Tambor de Crioula e o Bumba-Meu-Boi precisam se estender a outras manifestações culturais de nossa cidade e do nosso Estado. E, deste modo, expressar o compromisso desta Fundação Municipal de Cultura com uma política de salvaguarda cada vez mais ampla.

            2. Ainda como V.Sa destaca em sua correspondência, para a FUNC não se faz suficiente que os grupos se apresentem na Maria Aragão. É fundamental, também, que os grupos se apresentem em horários em que a Praça tenha público e, deste modo, possam ver vistos. Essa é, inclusive, uma antiga reivindicação dos coreiros e das coreiras, que se apresentavam sempre às 18h, quando a quantidade de público presente na praça era muito pequena. Por conta disto, neste ano alteramos o horário de abertura do arraial na Maria Aragão. E, pela primeira vez, os grupos de Tambor de Crioula se apresentaram em horários em que a praça encontrava-se lotada. Para os grupos de Tambor foram reservados os horários das 19h e das 20h. Somente para os grupos mirins foi mantido o horário das 18h, como pode ser verificado na programação do arraial, amplamente divulgada e de seu conhecimento. A mudança de horário, como V.Sa bem salientou visa conferir maior visibilidade ao Tambor de Crioula na programação do Terreiro da Maria, o que entendemos restou cumprido pela organização.

            3. Em razão da queda na arrecadação das receitas do município, o orçamento da FUNC, como de outras unidades da Prefeitura de São Luís, foi contingenciado, o que implicou na contratação de um grupo menor de atrações para a programação junina. Mesmo assim, mantivemos, a exemplo de outros anos, a proporcionalidade. Dos 81 (oitenta e um) grupos de danças contratados, 30 (trinta) foram de  Tambor de Crioula para atender à programação junina da Prefeitura, que não se restringe à Maria Aragão. A Prefeitura apoia festejos importantes, como de São Pedro e São Marçal. E selecionou 32 (trinta e dois) arraiais comunitários, que receberam apresentações de grupos de dança portuguesa, quadrilha, boiadeiro, cacuriá, bumba-meu-boi e de Tambor de Crioula. Além destes, a Prefeitura apoia também arraiais de parceiros de políticas públicas, a exemplo do Hospital Universitário Materno Infantil, da Secretaria Municipal da Criança e de Assistência Social (SEMCAS) para de crianças e adolescentes e ainda de entidades filantrópicas, como Educandário Santo Antônio. Entendemos que, por razões de salvaguardas, é importante que o Tambor de Crioula se apresente em diferentes espaços sócio-culturais de nossa cidade, para que os cidadãos e cidadãs reconheçam e valorizem o Tambor como expressão de nossa cultura e de nossa identidade. Esses arraiais são também lugares de mobilização e visibilidade, aonde as tramas culturais da vida urbana são urdidas no encontro de diferentes práticas culturais e percepções estéticas e políticas da cidade.

            4. Quanto ao número de apresentações do Tambor no Terreiro da Maria – 02 (dois) mirins e 04 (quatro) adultos deveu-se a razões decorrentes da organização do Festejo Junino, promovido pela FUNC, com a redução do horário de funcionamento do Terreiro, pelo número de arraiais apoiados pela Prefeitura e o número de contratados para esta temporada junina. Reconhecemos que precisamos resolver essa equação – horário de programação com visibilidade e maior participação no Terreiro da Maria. Considerando esta questão, que não envolve somente a manifestação do Tambor de Crioula, já se encontra em estudo na FUNC uma mudança no formato e na concepção do arraial na Maria Aragão. A partir de experiências realizadas este ano e no ano passado, que consideramos exitosas, como rodas de conversa, pretendemos articular na Praça apresentações com diversas oficinas, incluída a de Tambor de Crioula, com a participação de mestres, coreiros e coreiras, que poderão ensinar sua arte para as pessoas que forem ao arraial. Ou seja, a Maria Aragão não pode ser apenas o lugar da visibilidade, mas precisa ser também o lugar de encontro de culturas, de divulgação de saberes e valorização dos mestres. Isto faz parte de reflexões que temos nos feito: como fazer dos espaços da FUNC, como o arraial, lugares efetivos de salvaguardas.

            5. Como se pode verificar, e V.Sa e demais integrantes desse Comitê Gestor, dos grandes arraiais da cidade de São Luís, o Terreiro da Maria continua apresentando uma programação com o maior número de Tambores de Crioula, ainda que não na proporção reivindicada por V.Sa e desejada pela FUNC/PMSL, pelas razões já expostas. A decisão de manter o Tambor no arraial da Maria Aragão e nos vários arraiais apoiados pela Prefeitura parte de uma constatação importante: o Tambor de Crioula, por razões de salvaguardas, não pode ficar segregado em um único lugar, por mais importante ou pitoresco que este seja. Embora a Maria Aragão seja o maior arraial da Prefeitura, consideramos importante a presença do Tambor de Crioula em outros locais da cidade. Na Maria Aragão, mudamos o horário com o propósito de conferir maior visibilidade ao Tambor de Crioula, como já exposto. Por isso, reiteramos que, considerando as nossas condições deste ano, decidimos alterar o horário do Tambor na Maria Aragão (reivindicação antiga ora atendida) para um horário de maior público e espalhar o Tambor em vários pontos da cidade, pois entendemos que desta forma, nas condições existentes, efetivaríamos aquilo que é o nosso compromisso no Comitê de Salvaguarda.

            6. Entendemos, como V.Sa, que a salvaguarda não se limita apenas a contratar grupos de Tambor para os eventos da Prefeitura. Precisamos construir efetivamente uma política de fomento e buscar as condições para efetivá-la. Por conta disto, temos tido a preocupação em analisar e atender Projetos que contribuam para a divulgação e consolidação do Tambor em nossa cidade. Dos 03 (três) projetos relacionados a Tambor de Crioula que recebemos este ano, estamos apoiando 02 (dois). O Maracrioula, único grupo maranhense a participar da programação cultural da Copa do Mundo, em Fortaleza - CE, conta com o apoio da FUNC/Prefeitura de São Luís, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). A FUNC assumirá também as despesas de contrapartida, no valor de R$ 20.500,00 (vinte mil e quinhentos reais), do Projeto que o grupo Arte Nossa apresentou à UNICEF/Projeto Criança Esperança. O terceiro não foi possível apoiar por falta de condições contratuais. Citamos estes dois exemplos para demonstrar como a FUNC, mesmo em um período de escassez de recursos, tem procurado viabilizar o acordo de cooperação técnica com o Comitê Gestor da Salvaguarda do Tambor de Crioula.

            7. Sobre o a programação especial do dia 18 de junho, a FUNC, como no ano passado, organizou a Alvorada dos Tambores, na Praça Deodoro, sob a coordenação de Dayrlene Penha, representante da Fundação no Comitê Gestor. Para este evento, foram contratados 03 (três) grupos de Tambor, que alcançou grande repercussão de mídia, com primeira página de jornais impressos e TV locais. A exemplo de 2013, já sugerimos que eventos dessa envergadura sejam organizados conjuntamente. Achamos, inclusive, que eventos como esse podem e devem ser coordenados pelo Comitê Gestor. Do mesmo modo que a FUNC pode provocar o Comitê, como o fez em 2013, o Comitê também pode provocar a FUNC, considerando ações planejadas, vez que a Administração Pública rege-se por orçamento prévio e efetivação de receitas. As conversações fluem quando são em duas vias. Isto ajuda a ampliar os processos de cooperação e, ao mesmo tempo, clarear o papel de cada um nas políticas de salvaguardas. Por isso mesmo, o evento foi coordenado por nossa representante no Comitê, que o informou previamente da programação a ser realizada na Praça Deodoro, pela Fundação de Cultura, em destaque também na nossa página na internet.

            8. Agradecemos as críticas e sugestões apresentadas por V.Sa. Estamos convencidos de que somente desta forma autônoma e democrática poderemos aperfeiçoar as políticas públicas de cultura e melhorar os instrumentos de salvaguarda do Tambor de Crioula e de outras manifestações culturais de nossa cidade. Por isto, também consideramos importante que o diálogo que V.Sa, em nome do Comitê Gestor, estabeleceu conosco, através desta correspondência, seja também formalizado com os organizadores de outros importantes arraiais de nossa cidade, sejam públicos ou privados, já que isto permitirá a ampliação dos espaços de visibilidade do Tambor em São Luís e no Maranhão e o comprometimento de outros agentes com as políticas de salvaguardas, para assegurar os lugares de visibilidade cultural, no que diz respeito a locais e horários.

            Nesta gestão, permanecemos à disposição desse Comitê Gestor, do qual somos integrantes, na busca constante de salvaguardar o Tambor de Crioula.

            Sob a inspiração de São João, em seu festejo deste 24 de junho de 2014.

Francisco Gonçalves da Conceição

Presidente da FUNC

quinta-feira, 26 de junho de 2014

PCB DECIDIRÁ NESTE SÁBADO A CANDIDATURA AO GOVERNO DO MARANHÃO

O Partido Comunista Brasileiro (PCB) vai definir seus candidatos a deputado estadual, federal e senador, neste sábado, quando também oficializará o nome do partido para disputar o governo do Maranhão.

Os militantes vão decidir entre Aluísio Melo e o blogueiro Evan de Andrade, que atualmente coordena a União da Juventude Comunista (UJC) no estado.

A convenção será realizada no Sindicato dos Vigilantes, na manhã de sábado.

Segundo o blogueiro Evan de Andrade, o PCB não vai subir no palanque ou usar o horário eleitoral para atacar nenhum outro candidato. 

“O PCB não é um partido de oposição a pessoas ou governos. Quem é de oposição pode virar governo. O PCB é um partido de posição. Nossa posição é consistente, é firme, contra esse perverso sistema de corrupção capitalista que diariamente explora o trabalhador negando-lhe dignidade e justiça social”, assinalou Andrade.

Apesar do pouco tempo no horário eleitoral, os convencionais do PCB prometem lançar mão de outras mídias gráficas e eletrônicas. Os militantes acreditam que a candidatura comunista é uma via alternativa para o eleitores maranhenses.

O PCB já teve um vereador em São Luís, Joberval Bertoldo, atual secretário geral da legenda no Maranhão.

Na disputa pela Presidência da República, os comunistas apresentam a candidatura do sociólogo e escritor Mauro Iasi, ex-petista e um quadro da esquerda brasileira.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

NO TERREIRO DE MARIA FALTARAM OS TAMBORES DE CRIOULA DO MARANHÃO EM 2014

José Antonio Pinheiro Junior (Catatau) *

Se devemos considerar que a FUNC avançou quando se propôs a elaborar sua programação de São João por meio de edital que selecionou as brincadeiras juninas, o mesmo não aconteceu com a distribuição dos 30 grupos de tambor de crioula na grade de programação do arraial da Maria Aragão em 2014.

Se em anos anteriores se via pelo menos um tambor de crioula por noite e no Dia Nacional do Tambor de Crioula vários grupos na praça, este ano para nossa surpresa apenas alguns grupos compuseram a programa cultural do evento batizado de Terreiro da Maria. 

O mais contraditório é um terreiro sem tambor de crioula, mas já não sabemos o que se passa pela cabeça dos nossos atuais produtores culturais. E claro para quem acha que talvez isso não seja nada, vejamos o seguinte: muitos grupos de tambor de crioula têm às vezes a oportunidade única de mostrar o seu trabalho exatamente no São João que acontece apenas uma vez no ano.

A concorrência frente a outras brincadeiras chega a ser desleal, enquanto vemos por exemplo a ascensão cada vez mais de grupos alternativos, os grupos tradicionais tanto de tambor de crioula como de boi de zabumba dependem em muito das ações do poder público já que não possuem um poder midiático e muito menos estão atrelados aos grandes padrinhos políticos coronéis da produção cultural no Maranhão.

Não manter pelo menos 15 grupos na grade oficial de apresentação na Maria Aragão foi um ato de desrespeito de quem não conhece a cultura popular e o pior desconsidera que hoje o tambor de crioula é patrimônio imaterial do Brasil. Neste sentido, fazemos um pedido ao atual presidente da FUNC que reveja em sua equipe que está a fazer isso com o tambor de crioula.

Caso isso continue a acontecer teremos sérios problemas em dialogar com o poder público municipal, nós não acreditamos que as mudanças venham exatamente acontecer para prejudicar os segmentos da cultura popular historicamente excluídos como o tambor de crioula. Por tudo isso, torno público aqui a minha indignação como a falta de transparência e diálogo da FUNC com o comitê gestor de salva guarda do Tambor de Crioula que este ano em momento nenhum foi chamado para dialogar e contribuir já que possui experiência, talvez assim poderíamos evitar mais este desgaste que gera na mente de muitos e muitos tambozeiros a imagem de que está em execução mais uma forma de exclusão cultural e social, afinal também temos o direito de participar da festança municipal no Terreiro da Maria Aragão.

Neste sentido alertamos: Acorda Chico Gonçalves! Acorda Prefeito! Respeitem o Tambor de Crioula do Maranhão! Respeitem a Cultura Popular!

* José Antonio Pinheiro Junior (Catatau) é tambozeiro, músico, coreiro e boiero, professor do IFMA, mestrando em Cultura e Sociedade na UFMA, membro da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura do Brasil e do Comitê de Salva Guarda do Tambor de Crioula do Maranhão.

terça-feira, 24 de junho de 2014

APÓS SER VAIADO, SARNEY DESISTE NO AMAPÁ E CONCENTRA ESFORÇOS NO MARANHÃO

A desistência da candidatura de José Sarney (PMDB) ao Senado pelo Amapá é mais um sinal de que o governo Dilma Roussef (PT) lavou as mãos.

Sustentar o oligarca ficou insustentável. Principalmente depois que Dilma foi vaiada no Amapá, ao lado de Sarney, durante uma solenidade do programa Minha Casa, Minha Vida.

Faz tempo, os marqueteiros do Palácio do Planalto vêm alertando a cúpula petista para manter distância do oligarca maranhense.

As aparições públicas de Dilma com Sarney podem até colocar em risco a reeleição da presidente.

Atendendo às orientações dos estrategistas de campanha, o PT nacional decidiu vetar todos os apoios a Sarney.

Para ser candidato a senador no Amapá, o coronel precisava do apoio do PT amapaense. Não teve.

A direção nacional do partido também cancelou a indicação do candidato a vice-governador na chapa de Lobo Edinho (PMDB) ao governo do Maranhão.

O PT maranhense vai indicar apenas um suplente de senador na chapa da oligarquia.

ÚLTIMO TIRO

Defenestrado no Amapá, o oligarca vai concentrar todos os esforços no Maranhão, onde o candidato da oligarquia, Lobo Edinho (PMDB), não consegue emplacar.

A governadora Roseana Sarney (PMDB) sequer teve coragem de se candidatar ao Senado.

Para a desgraça do Maranhão, ela vai ficar no Palácio dos Leões até o fim do mandato.

O primeiro candidato da oligarquia ao governo, Luis Fernando Silva (PMDB), sequer chegou a 20% nas pesquisas, mesmo com o apoio de toda a máquina governamental e midiática.

Foi substituído por Edinho, outro desastre eleitoral. A oligarquia já pensa em trocá-lo pelo senador João Alberto (PMDB) -  o último tiro de Sarney.

Flavio Dino (PCdoB) lidera todas as pesquisas com folga.

Sarney deve ser derrotado da melhor maneira possível: vivo, com saúde e vaiado pelo povo. Não tem melhor cenário para ele testemunhar o fim da sua carreira política.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

PT DE SARNEY É TRAIDOR: BERENICE EXPLICA, MAS NÃO CONVENCE

À direita, de blusa preta, Berenice Gomes foi ao ato do PDT mandar recado a Flavio Dino
No PT tem todo tipo de gente. Só não há ingênuos e tolos. Com mérito, o filiado que menos estudou (no sentido da educação formal), chegou à Presidência da República.

O mais simples dos petistas é muitas vezes o mais esperto e inteligente.

Com essa astúcia, a dirigente Berenice Gomes (PT) escreveu em uma rede social que foi à convenção do PDT no Maranhão porque durante o evento os pedetistas reafirmaram o apoio a Dilma.

Explicação incrível! Todo o noticiário do PDT informava e convocava a militância para celebrar o apoio a Flavio Dino (PCdoB) na campanha ao governo do Maranhão.

Toda a mídia, governista e da oposição, noticiou o ato político do PDT a favor de Flavio Dino, principal adversário do candidato da oligarquia Sarney - Lobo Edinho (PMDB).

Apenas Berenice enxergou naquele evento o foco em uma intenção pró-Dilma (PT), na cerimônia preparada para festejar a aliança com Flavio Dino.

Nem os jornalistas do Sistema Mirante acreditaram nessa versão insustentável: de que a dirigente petista foi ao evento apenas porque o PDT integra a base do governo Dilma.

O fato concreto é o seguinte: o PT de Sarney está abandonando a candidatura de Lobo Edinho ao governo.

A direção nacional do PT já deu o comando para esvaziar o porão de Sarney no Maranhão.

Berenice compareceu à convenção do PDT para sondar e sinalizar uma virada pró-Dino. E não foi por vontade própria. Foi mandada e teve assento na mesa principal.

A foto é reveladora da lástima. Enquanto todos parecem contritos, em clima de oração, ela olha de lado, acusando o golpe.

Que flagra!

No começo será constrangedor, mas depois acostuma, principalmente se as pesquisas confirmarem Flavio Dino com larga vantagem sobre Lobo Edinho.

Com tanto tempo de militância e esperteza, a dirigente Berenice Gomes foi à convenção do PDT fazer um teste.

Acabou cobrada e reagiu no facebook, onde tentou se explicar, mas acabou se complicando.

Dá um certo medo, porque ela sabe que Sarney não perdoa os traidores.

domingo, 22 de junho de 2014

A CULPA É DA ESQUERDA: MISARISTERIA

ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA CAROS AMIGOS
Por Maurício Abdalla, professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Espírito Santo.
Um sentimento estranho tem crescido ultimamente entre pessoas dos setores médios da população. Trata-se do ódio a tudo que se relaciona às reivindicações de direitos (materiais e subjetivos), às propostas alternativas de organização socioeconômica, às lutas contra preconceitos de diversas ordens e às análises críticas que se contrapõem às opiniões hegemônicas (principalmente as veiculadas pela mídia coorporativa). Tal sentimento tem alcançado também uma parte das pessoas das camadas populares, por reflexo da formação de opinião difusa – que opera por meios que vão desde as conversas de botequim às postagens em redes sociais – e por ressonância nos meios de comunicação de massa.
Como a luta por direitos e contra os preconceitos, a proposição de alternativas socioeconômicas fora da lógica capitalista e a análise crítica são atividades relacionadas tradicionalmente a setores que se situam politicamente “à esquerda” no universo da luta política e ideológica, tomei a liberdade de criar um neologismo para designar esse sentimento: “misaristeria” (do grego misos = ódio + aristera = esquerda).
Leia o artigo completo AQUI

sábado, 21 de junho de 2014

A APRUMA E A DEFESA HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE!

Professora Lucelma Braga
Centro de Ciências Agrárias e Ambientais CCAA/UFMA

Tendo lido os textos dos professores Flávio Reis e Maria Ozanira e participado, nos últimos quatro anos do movimento docente na UFMA, senti-me estimulada a também manifestar minhas reflexões acerca dos recentes acontecimentos políticos em nossa universidade.

Sou filiada a APRUMA há pouco tempo, considerando a história e a relevância da atuação dos professores supracitados e de muitos outros que têm, bravamente, construído esta entidade ao longo de sua existência que já remonta 36 anos. Mas tenho acompanhado a atuação da APRUMA, desde a década de 1990, quando eu ainda era estudante de graduação. Por um lado, acompanhei a construção histórica desta entidade através da atuação de professores combativos, que foram e são referências ético-políticas para mim e para muitos outros militantes. 

Por outro lado, participei ativamente do movimento estudantil, empreendendo em conjunto (DCE/APRUMA) importantes lutas em defesa da educação pública, no contexto de implementação das políticas neoliberais, que trouxeram graves impactos  para a realidade social como um todo. Lembro-me entre inúmeras batalhas, da participação ativa da APRUMA no Fórum Estadual em Defesa da Educação Pública, que foi parte do movimento nacional amplo, democrático e propositivo de elaboração do Plano Nacional de Educação – PNE, que embora tenha sido rechaçado pelo governo à época, é sem sombra de dúvidas, até hoje, uma importante referência para a educação brasileira,  construída a partir do esforço coletivo de inúmeros educadores, estudantes e outros atores sociais, comprometidos com a defesa intransigente do caráter público da educação.

Desde então, a APRUMA tem sido alvo de inúmeras críticas e certamente parte delas resultam da clareza e firmeza com que vem defendendo o seu projeto de universidade e de sociedade. A crítica mais recente foi encampada pelo grupo de professores que organizam o SIND-UFMA. Tais críticas precisam ser debatidas. Por um lado, para serem desmistificadas, por outro, como elementos para nossa autocrítica, processo que deve ser realizado permanentemente por qualquer militante sério. Uma crítica que considero bastante relevante é a acusação de que a nossa entidade está descolada dos reais problemas  dos professores de nossa universidade e que a mesma precisa “de um sindicato de verdade e não uma ‘seção sindical’ atrelada a outros interesses”. Discordo da suposta veracidade com que é firmada esta acusação. E vou explicar. Penso que num debate franco somos levados a reconhecer que não há política, ou disputa política, sem projeto, ou seja, sem interesses. 

O que necessita ser dito com clareza é quais são os reais interesses em disputa com a criação do SIND-UFMA. Sem dúvida, são interesses não apenas distintos dos interesses histórica e publicamente defendidos pela APRUMA, mas são principalmente interesses ANTAGÔNICOS. Em suma, estamos diante de dois projetos de universidade, de sociedade. Quem participa minimamente da vida política em nossa universidade e conhece a prática política dos protagonistas deste que se apresenta “como um novo jeito de fazer sindicalismo”, sabe do que eu estou falando. Um fato que por si só deixa claro o lugar de onde fala este “novo sindicato”  está registrado na matéria do Jornal O Imparcial, publicada em 28 de maio de 2014, em que o Reitor da UFMA, Natalino Salgado, fala do entusiasmo do Ministro da Educação, Henrique Paim,  quando recebeu a notícia de criação do SIND-UFMA. É curioso que o grupo do SIND-UFMA, tendo desencadeado um processo nesses termos, conforme fica explícito na matéria do jornal citada acima, reivindique autonomia e independência da APRUMA!

Talvez fosse interessante que os professores tentados a organizar um sindicalismo de novo tipo participassem antes das assembleias da APRUMA, defendendo publicamente seu projeto de universidade (sem escamoteá-los!!), e expondo suas ideias acerca da sociedade, poder, etc. Assim ficaria transparente, algo que o SIND-UFMA também reivindica da APRUMA em seu panfleto de criação, a quais partidos políticos pertencem os protagonistas do “novo sindicalismo”, pois esse discurso de pretensa pureza política, nos coloca precipício abaixo na despolitização da nossa categoria.

A participação nas assembleias da APRUMA seria muito interessante inclusive porque lá disputaríamos ideias, projetos para além do processo eleitoral (eleição - espaço de disputa privilegiado dos protagonistas do SIND-UFMA, o que por si só, já é sintomático do projeto que defendem!!!). Fica aqui o meu convite especialmente direcionado aos professores assediados pelos protagonistas do SIND-UFMA, a  participarem não apenas da disputa eleitoral  da entidade, ou da criação de um outro sindicato, mas do debate sempre democrático, que define coletiva e legitimamente os rumos que deve tomar o movimento docente na UFMA e fora dela.

Outro aspecto destacado no panfleto de criação do SIND-UFMA é o fato de que estamos em um mundo, em um país e numa universidade, diferentes. Dessa análise, eu concordo. E também vou dizer a razão. Não tenho a pretensão de fazer análises acerca das transformações mais gerais ocorridas no país e no mundo, afinal fomos convocados a tratar de questões locais, termo-fetiche usado pelos protagonistas do SIND-UFMA, mas sabemos  que o uso de um referencial teórico-metodológico consequente nos coloca diante do desafio de entender o local em articulação com os outros níveis da realidade objetiva, o que nos revela que entender a nossa universidade é impossível, sem situá-la  no contexto mais geral em que a universidade brasileira está inserida. 

Primeiro, é necessário reconhecer que nós crescemos, embora com preocupante inovação e relativa (apenas relativa) inclusão social! Vejamos os dados da expansão da NOSSA universidade. O número de campi da UFMA cresceu 125% nos últimos anos, pós-REUNI. Analisados os referidos dados, sem a análise do funcionamento real dos nossos 9 campi, poderíamos  dizer que estamos diante de um incomensurável avanço. Mas vamos com a acuidade necessária, para que não fique turvo o nosso olhar com a “cortina de fumaça” que produz este programa de expansão. Crescemos, em termos de matrículas, 145% na pós-graduação stricto sensu e 63,8% na graduação presencial. Se considerarmos que são basicamente os mesmos professores que atuam da graduação e na pós, e que esse segmento experimentou aumento de apenas 43,3%, temos um problema.  Alias, um problema grave! 

Não podemos simplesmente nos entusiasmar com o crescimento quantitativo da UFMA, sem considerar as contradições acarretadas com esse processo de expansão. Se adicionarmos à desproporcionalidade com que cresceu o número de matrículas e o número de professores, o fato de que o aumento de técnico-administrativos foi de apenas 6,9%, compreenderemos que estamos diante de uma tendência nacional, que expande as oportunidades de acesso à universidade às custas da intensificação e  da precarização do trabalho docente.

A partir de uma breve análise histórica, temos uma melhor compreensão do que está acontecendo na universidade. Em 1980, a proporção professor-aluno era de 7:1, passou a 8:1 no ano de 1998 e chegou a 11:1 em 2004, de acordo com Bosi (2007).  Atualmente, na UFMA, alcançamos a proporção 20:1, superando a própria meta do REUNI, cuja proporção professor-aluno, é de 18:1.  Isto tudo demonstra que, de fato, estamos em outra universidade. O que importa é compreender o rumo da mudança a que fomos arrastados, bem como os efeitos sobre o nosso trabalho e a formação acadêmico-científica das novas gerações.

É notável o compromisso com que a APRUMA e o Sindicato Nacional-ANDES vêm denunciando os impactos dessas mudanças sobre a perda da potencialidade do trabalho educativo que realizamos e sobre nossa saúde física e psíquica, entre outros. Nesse sentido, como acusar a nossa entidade de estar descolada dos reais problemas que afetam os professores de nossa universidade? Mais uma vez estamos diante da necessidade que nos desafia a responder a questão: qual universidade defendemos  e que tipo de atuação sindical consideramos adequada para enfrentar tais políticas...

De fato, temos que encontrar coletivamente medidas cada vez mais eficazes no enfrentamento dessas políticas e seus implementadores, mas buscar tais alternativas passa pelo entendimento de que não se trata de arrefecer nossa capacidade de luta, adotando o apregoado diálogo, proclamado pelos protagonistas do SIND-UFMA, com quem tem historicamente contribuído com o enfraquecimento do nosso movimento de resistência, fragmentando nossa categoria, a partir da criação de uma entidade atrelada à reitoria.

Com isso quero comentar mais um aspecto do já referido panfleto. Ele convoca a se filiarem, os professores que desejam ter um sindicato onde “o professor e sua família possam usufruir de momentos de lazer” ou que desejam “ter vantagem em vários tipos de serviços por meio de convênios com empresas”. Será que são esses os problemas que a nossa categoria quer ver resolvidos, enfrentados? Penso que necessitamos debater de forma mais consequente o que isto significa para o cotidiano de nossa atuação como docente.

Por último, penso que todo esse debate, desde os últimos processos eleitorais, tem sido muito importante para o movimento como um todo, considerando que a universidade é um espaço de disputa de ideias, e que o pensamento divergente como tal precisa ser respeitado.  Mas, para ser salutar o debate, necessitamos analisar o que está em disputa e não aderir a este ou a aquele projeto por constrangimento, pressão ou relações pessoais etc. Urge superarmos a análise idealizada do movimento docente como um todo e da  nossa entidade em particular, como se a APRUMA não fosse expressão da atuação de homens e mulheres em luta, enfrentando todas as  contradições que comporta esse processo.

Eu posso afirmar, como alguém que já participou de uma gestão da APRUMA (2010-2011) que, antes de tudo, a construção cotidiana desta entidade é realizada por docentes que além de realizarem as atividades de ensino, pesquisa e extensão na universidade, ainda se dedicam a contribuir com a luta, num ato que a um só tempo expressa a coragem e o compromisso com a universidade pública, gratuita e de qualidade social.


A APRUMA, assim como todas as entidades classistas, entendidas desse modo, necessitam atualizar o debate, revigorar sua atuação, fazer autocrítica permanente de suas práticas e fortalecer a organização para os combates necessários, aglutinando cada vez mais forças efetivamente capazes de expressarem um projeto autônomo de universidade e de sociedade.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

PT DE SARNEY ABANDONA EDINHO LOBÃO E JÁ ENCOSTA EM FLAVIO DINO, LÍDER NAS PESQUISAS

Berenice é a penúltima, à direita, ao lado de Weverton Rocha. O PT sarneísta se aproxima de Dino
Os petistas da base de José Sarney (PMDB) no Maranhão começaram a abandonar o candidato da oligarquia ao governo – Lobo Edinho (PMDB), filho do ministro das Minas e Energia Edison Lobão.

Com o barco de Edinho à deriva e o porão alagado, os sarnopetistas vão pular fora.

O primeiro sinal de abandono do barco de Edinho foi a presença da dirigente petista Berenice Gomes na convenção do PDT, onde os trabalhistas firmaram o apoio a Flavio Dino (PCdoB), líder disparado nas pesquisas para ao governo.

Berenice estava meio constrangida na foto, mas é uma questão de tempo para ficar à vontade.

Ela é uma das maiores entusiastas da aliança entre o PT e Sarney no Maranhão. Outro dia, escreveu um artigo demonizando o apoio de Dino ao tucano Aécio Neves.

Segundo a interpretação da dirigente petista, é uma heresia o comunista fazer palanque para o presidenciável do PSDB. Mas, ela já está mudando de ideia.

O movimento do PT da base de José Sarney para Flavio Dino tem duas explicações: uma subjetiva e outra objetiva.

A primeira foi a humilhação. A governadora Roseana Sarney (PMDB) usou e abusou do PT, depois descartou a legenda no lixo da História.

Ao lado de Sarney, o PT perdeu o respeito das pessoas, os cargos federais e a dignidade. Ficou menor, triste, desbotado e enxovalhado.

Para refazer o visual, a estrela tenta se pendurar como uma bijuteria fajuta na ponta da foice comunista.

A segunda explicação é pragmática. Os petistas sarneístas sentem o cheiro de vitória em Flavio Dino. E vão argumentar, de olho no futuro, que pretendem repactuar os partidos do campo democrático-popular no Maranhão.

No cenário de uma eventual vitória de Dilma e Dino, o PT sarneísta será o principal interlocutor do governo federal no Maranhão.

Berenice foi a primeira. Logo logo aparecerão outros, em busca de abrigo no transatlântico comunista. É só uma questão de tempo. E serão muito bem acolhidos.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

SENADO 2014: ROBERTO ROCHA AJUDA A OLIGARQUIA SARNEY DE NOVO

Vamos recuperar o passado para entender o presente.

Em 2010, o ex-governador José Reinaldo defendia a tese da candidatura única das “oposições” ao Senado.

Profundo conhecedor dos segredos eleitorais da oligarquia Sarney, onde nasceu e cresceu, Reinaldo sabia que a unidade das “oposições” era a única forma de ganhar uma das duas vagas de senador.

O próprio Reinaldo colocava-se como candidato único, mas não vingou.

Contrariando a tese da candidatura única, surgiu o nome de Roberto Rocha, que só serviu para inviabilizar a eleição de José Reinaldo.

Resultado: a oligarquia Sarney garantiu as duas vagas: Edison Lobão (PMDB) e João Alberto (PMDB).

Todos os buracos das ruas de São Luís sabem que a candidatura de Roberto Rocha foi operada nos subterrâneos da oligarquia Sarney para rachar as “oposições” e beneficiar Edison Lobão e João Alberto.

Roberto Rocha, portanto, cumpriu um papel fundamental para a manutenção da oligarquia Sarney em um lugar estratégico de poder – o Senado.

Em 2014 o cenário se repete. Desta vez, o rifado na disputa do Senado foi João Castelo (PSDB).

Novamente, contrariando a lógica e as pesquisas, Roberto Rocha (PSB) será o candidato a senador pelas “oposições”.

Todos as crateras de São Luis sabem que João Castelo lidera as pesquisas, tem lastro eleitoral e recall para se eleger senador. Castelo foi deputado federal, governador e prefeito da capital.

Roberto Rocha, apenas deputado federal e vice-prefeito da mesma cidade das crateras.

Do lado da oligarquia, o nome é Gastão Vieira (PMDB).

Óbvio que as possibilidades de Castelo são maiores, mas ele foi rifado, assim como José Reinaldo teve a eleição dificultada em 2010.

Nos dois casos, a pedra no meio do caminho é Roberto Rocha, filho do ex-governador Luiz Rocha, amigo e correligionário de José Sarney nos “bons tempos” da ditadura militar.

Em 2014 só tem uma vaga para o Senado. Tirando João Castelo do páreo, Roberto Rocha dá uma grande ajuda para eleger Gastão Vieira e beneficiar, de novo, a oligarquia Sarney.

Nota: Escrevo “oposições” entre aspas para representar um misto de todas as forças políticas (da extrema direita ao centro-esquerda) que se colocam contra a oligarquia Sarney. A oposição de esquerda está no PSTU, PSOL e PCB.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

MORTE NO ARRAIAL: OPÇÃO POR CRIMINALIZAR A VÍTIMA DEMONSTRA INCAPACIDADE DA UFMA EM LIDAR COM CRISES

Carlos Agostinho Couto *

Em que pese todo o poder comunicacional que tem demonstrado quando deseja se utilizar da imprensa para a divulgação de notas do seu interesse (dezenas de blogs, colunas em jornais da situação e oposição, entrevistas em jornais e na TV), a Universidade Federal do Maranhão demonstrou uma insensibilidade sem tamanho ao tratar da morte de um jovem em uma festa promovida dentro do campus do Bacanga.

Não que ela não tenha conseguido divulgação, pois isso sempre acontece, numa impressionante conquista de espaço que já uniu em favor de uma mesma causa antagonistas ferrenhos - como a Coluna do Pêta (JP) e a Estado Maior (EMA) - no caso da criação de um sindicato oficial na Universidade. Houve divulgação da Nota Oficial da instituição sobre o assassinato, mas o conteúdo da mesma é de envergonhar qualquer pessoa com um mínimo de bom senso. Nos defensores dos direitos humanos (que deveríamos ser todos nós) deve dar vontade de denunciar às cortes internacionais.

No lugar da sensatez, apuração, disponibilidade e auxílio às autoridades policiais e à família do rapaz, a Nota opta pela criminalização da vítima.

A Nota inicia com uma informação imprecisa de que uma senhora não identificada havia informado que “10 indivíduos estavam assaltando” pessoas no campus. Com o intuito de garantir a “segurança patrimonial da instituição” (percebamos: não se pretendia acabar com possível tumulto ou com o risco para as pessoas presentes na festa) os seguranças foram acionados. A Nota continua tratando os envolvidos por “meliantes”, “infratores” e “assaltantes”, sem restar comprovada qualquer ação criminosa específica ou condenação judicial dos mesmos.

O documento é encerrado com um depoimento da mãe da vítima que dá conta de que ela “já sabia que isso iria acontecer”, como se fosse possível a ela prever que o filho fosse ser assassinado, não sem antes divulgar a alcunha do rapaz (“Cachorrão”) e sugerir que os participantes sejam ligados a um grupo criminoso local.

Embora não possamos afirmar que essa era a verdadeira intenção da UFMA (justamente porque antecipar um juízo, como foi feito, seria temerário), todos sabemos que no Maranhão, infelizmente, essa é uma prática comum. Quando há crises, denúncias, acidentes, debates mais aguerridos, condena-se a vítima para evitar críticas e transferir a responsabilidade. Já houve dezenas de casos assim, principalmente no mundo policial e político.

Porém, a mesma imprensa tão colaborativa com os interesses das notas oficiais e oficiosas, principalmente quando se trata de atingir quem ousa criticar a administração, demonstrou que pode ser outra a verdade. Matéria do Jornal Pequeno, publicada no último dia 15, dá conta de que a visão da família e as intenções do jovem morto podem não ser as contidas na Nota.

Diz a matéria que a mãe do rapaz, ao perceber que a sua filha voltara do arraial sem o irmão, mandou que a mesma retornasse e o levasse para casa; que o jovem escondeu-se por trás de um poste de iluminação pública, para fugir da confusão, quando foi baleado; que o morto havia concluído o Ensino Médio e preparava-se para tentar cursar Engenharia Mecânica; que a mãe prestou queixa à polícia do fato e que a polícia investiga o assassinato, mas que não menciona assaltos no local.

No final da apuração pode-se chegar à conclusão de que realmente houve assaltos, ameaças, tiroteio e que a morte foi uma fatalidade na tentativa de controlar a situação? Sim, é possível. Mas não se pode antecipar juízos de valor, criminalizar a vítima, seus companheiros e sugerir que a família dava como certa a morte do rapaz. A Universidade, como promotora da festa, deveria assumir os riscos e colocar segurança suficiente e competente para uma situação como esta; solidarizar-se com todos os envolvidos (frequentadores da festa, família do jovem morto, vigilante acusado...), colocar-se à disposição das autoridades e, finalmente, demonstrar que age como se espera de qualquer universidade: uma instituição séria e que assume as suas responsabilidades, mesmo quando elas recaem sobre uma situação que ninguém quer ou espera, agindo com isenção, transparência e atenção para com a comunidade.

Abaixo os links de acesso aos conteúdos citados:



* Professor do Departamento de Comunicação Social da UFMA, é Doutor em Políticas Públicas e membro do Conselho de Representantes da APRUMA