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quarta-feira, 12 de junho de 2013

RAIMUNDO CUTRIM ATRAVESSA O RIO ANIL

Acuado, Cutrim reage às acusações, enquanto...
...Roseana Sarney dá adeus aos antigos colaboradores.
Nunca antes na História desse Maranhão um político que prestou serviços à oligarquia Sarney foi tão desprezado quanto o deputado estadual Raimundo Cutrim (PSD).

Ex-secretário de Segurança no governo Roseana Sarney (1997-2006 ), Cutrim mandava e desmandava no sistema policial e foi peça-chave na CPI do Crime Organizado, em 1999, que desmontou uma parte das quadrilhas do Maranhão.

Depois de Cutrim, outros bandos criminosos ficaram até mais fortes e sofisticados, a  exemplo dos agiotas, que dominam o financiamento das campanhas eleitorais e os negócios nas prefeituras.

Mas a era cutriniana passou. Sarney o trocou por Aluisio Mendes, atual titular da Segurança e um dos principais algozes do ex-secretário.

Por mais de uma vez, Cutrim já disse com todas as letras que as citações do nome dele no inquérito que investigou a morte do jornalista Décio Sá foram armadas nos bastidores da Secretaria de Segurança.

Cutrim atacou não só o secretário Aluisio Mendes, com adjetivos impublicáveis, como também desferiu críticas ao Sistema Mirante de Comunicação, de propriedade da governadora Roseana Sarney (PMDB), a quem ele tanto serviu no passado.

De acordo com as especulações cutrinianas, os arquitetos da execução de Décio Sá prestaram depoimentos forjados e o Sistema Mirante vem praticando um jornalismo pistoleiro na cobertura do episódio.

A primeira parte da sentença pode até ser verdadeira, mas a segunda, não! Os jornalistas não colocaram as palavras na boca dos depoentes. Se o nome de Cutrim surgiu no inquérito, não há como escondê-lo do conhecimento público.

Fato concreto é que Cutrim está acuado, isolado, preocupado e citado como suposto envolvido no esquema que levou à execução de Décio Sá. Além disso, ele também passou a freqüentar o noticiário que denuncia o esquema de grilagem de terras na região metropolitana de São Luís.

Delegado experiente, acostumado a lidar com o crime, Cutrim reagiu feito um animal ferido que tem gosto de sangue na boca.

No desdobramento do inquérito, o deputado foi à tribuna da Assembléia Legislativa propor uma CPI para investigar a agiotagem e pediu que ele próprio fosse convocado a depor.

Cutrim fez uma jogada arriscada, algo tão grave quanto um general romano (acompanhado de suas tropas) violar a regra que proibia atravessar o riacho Rubicão após o retorno das batalhas.

Ocorre que Cutrim está sem tropas, não é mais general (secretário) e o Palácio dos Leões o botou para correr, só restando a ele atravessar o rio Anil no sentido Beira-Mar/São Francisco.

O ocaso do deputado e ex-secretário é um exemplo para refletir sobre como a oligarquia Sarney usa e descarta as peças do jogo político sempre que é conveniente ao interesse de manter o controle do Palácio dos Leões.

Cutrim, o homem que mandava prender e soltar, virou presa fácil de Aluisio Mendes, o predador do momento neste Maranhão onde um dia se é caça e, no outro, caçador.

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