Era reveion, em Barreirinhas. Aproximava-se a meia-noite,
quando o vice-prefeito da cidade subiu ao palanque para dizer umas palavras e
saudar o ano novo.
No seu discurso, o vice informava que o prefeito do
município, à época Albérico Filho (PMDB), estava em Nova Iorque, nos Estados
Unidos, passando uma temporada.
Albérico é primo do senador
José Sarney (PMDB) e governou Barreirinhas após cassar o prefeito Miltinho (PT).
O mandato de Albérico foi tão ruim que ele sequer conseguiu
a reeleição, perdendo em 2012 para Léo Costa (PDT).
O episódio do reveion apenas ilustra essa diáspora de luxo
da elite maranhense. Quando precisam se divertir e cuidar da saúde, a família
Sarney e seus correligionários sempre buscam outros ares: Las Vegas, Nova
Iorque e o hospital Sírio Libanês.
O Maranhão é apenas o lugar da expropriação, uma terra
arrasada pela qual os governantes dos últimos 50 anos não têm qualquer tipo de
sentimento, a não ser o apego aos seus negócios privados acima de qualquer
interesse público.
Quando precisou de tratamento de saúde mais qualificado,
Sarney foi para o hospital dos bilionários – o Sírio Libanês – enquanto uma
jovem fazia trabalho de parto na calçada de uma maternidade em São Luís.
O vídeo (VEJA AQUI) com a garota dando à luz na calçada foi uma das mais
expressivas demonstrações de falta de humanidade já vistas no governo
oligárquico.
Sarney não confia nos hospitais do Maranhão, mesmo havendo
bons profissionais de Medicina aqui. Na verdade, ele não confia e nem considera
ninguém, a não ser em meia dúzia de familiares, no máximo.
Todo o resto ele despreza. A saúde dos maranhenses, a
educação, o meio ambiente, a vida das pessoas comuns não têm nenhum valor, não
significam nada.
Se Sarney tem o Sírio Libanês, pouco
importa se se morre de parto ou de fome no Maranhão. Só importa a
ganância, a avareza e a corrupção para acumular riquezas em uma só família.
José Sarney não honra sequer a memória de um dos seus
principais colaboradores, o poeta e jornalista Bandeira Tribuzzi, cujo memorial
está abandonado na península da Ponta d’Areia.
Só honra a si mesmo no culto doentio à própria personalidade
ou nas suas crônicas dominicais onde profere amor falsificado pela “sua” terra.
Depois do parto da menina na calçada da maternidade, o que
mais o Maranhão vai parir?
É preciso abortar os demônios em série fabricados na mesma
forma política do Maranhão, antes que nasçam e procriem. Vade retro!
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