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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

PARTO NA CALÇADA E SÍRIO LIBANÊS

Era reveion, em Barreirinhas. Aproximava-se a meia-noite, quando o vice-prefeito da cidade subiu ao palanque para dizer umas palavras e saudar o ano novo.

No seu discurso, o vice informava que o prefeito do município, à época Albérico Filho (PMDB), estava em Nova Iorque, nos Estados Unidos, passando uma temporada.

Albérico é primo do senador José Sarney (PMDB) e governou Barreirinhas após cassar o prefeito Miltinho (PT).

O mandato de Albérico foi tão ruim que ele sequer conseguiu a reeleição, perdendo em 2012 para Léo Costa (PDT).

O episódio do reveion apenas ilustra essa diáspora de luxo da elite maranhense. Quando precisam se divertir e cuidar da saúde, a família Sarney e seus correligionários sempre buscam outros ares: Las Vegas, Nova Iorque e o hospital Sírio Libanês.

O Maranhão é apenas o lugar da expropriação, uma terra arrasada pela qual os governantes dos últimos 50 anos não têm qualquer tipo de sentimento, a não ser o apego aos seus negócios privados acima de qualquer interesse público.

Quando precisou de tratamento de saúde mais qualificado, Sarney foi para o hospital dos bilionários – o Sírio Libanês – enquanto uma jovem fazia trabalho de parto na calçada de uma maternidade em São Luís.

O vídeo (VEJA AQUI) com a garota dando à luz na calçada foi uma das mais expressivas demonstrações de falta de humanidade já vistas no governo oligárquico.

Sarney não confia nos hospitais do Maranhão, mesmo havendo bons profissionais de Medicina aqui. Na verdade, ele não confia e nem considera ninguém, a não ser em meia dúzia de familiares, no máximo.

Todo o resto ele despreza. A saúde dos maranhenses, a educação, o meio ambiente, a vida das pessoas comuns não têm nenhum valor, não significam nada.

Se Sarney tem o Sírio Libanês, pouco importa se se morre de parto ou de fome no Maranhão. Só importa a ganância, a avareza e a corrupção para acumular riquezas em uma só família.

José Sarney não honra sequer a memória de um dos seus principais colaboradores, o poeta e jornalista Bandeira Tribuzzi, cujo memorial está abandonado na península da Ponta d’Areia.

Só honra a si mesmo no culto doentio à própria personalidade ou nas suas crônicas dominicais onde profere amor falsificado pela “sua” terra.

Depois do parto da menina na calçada da maternidade, o que mais o Maranhão vai parir?

É preciso abortar os demônios em série fabricados na mesma forma política do Maranhão, antes que nasçam e procriem. Vade retro!

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