Essa frase, somada a outras provocações e intimidações, foi dita por um dos “seguranças” da Câmara Municipal de São Luís a um grupo de três estudantes da UFMA que almoçavam na feira da Praia Grande.
As ameaças
ocorreram após a sessão plenária do dia 7 de agosto, que deveria ser o início
de uma série de debates com participação popular no Legislativo Municipal.
Os “seguranças”
primeiro agiram com violência dentro da Câmara, utilizando até spray de pimenta
contra os manifestantes.
Acabado o
conflito nas instalações do prédio, três universitários da UFMA que haviam
participado de todo o processo de ocupação foram almoçar na feira da Praia
Grande.
Ao sentarem em
uma das barracas, foram “acompanhados” na mesa ao lado por cinco seguranças, um
deles identificado como o que já havia agredido uma das ocupantes no
enfrentamento da Câmara.
Enquanto
esperavam o almoço, os estudantes foram sofrendo ameaças dos cinco homens,
sempre utilizando expressões intimidatórias e ameaças quanto às futuras
mobilizações dentro e fora da sede do Legislativo.
CÂMARA OPEROU A
BALBÚRDIA
Estudantes, lideranças
comunitárias, militantes partidários e ativistas independentes decidiram ocupar
a Câmara após os protestos de junho e uma série de audiências com o prefeito
Edivaldo Holanda Junior (PTC).
As
reivindicações focavam principalmente medidas para melhorar a mobilidade urbana e o
transporte público.
Sem solução da
Prefeitura diante da pauta de reivindicações apresentada, os movimentos que
fizeram os protestos de junho tomaram a Câmara durante uma semana para pressionar
os vereadores.
O processo de
desocupação foi negociado, mediante o compromisso da realização de uma sessão plenária
dia 7 de agosto com a participação de 10 representantes dos movimentos de
ocupação e a garantia de que o espaço da galeria fosse cedido aos movimentos de
ocupação.
A pauta da
sessão deveria abordar três pontos: mobilidade/transporte, regularização
fundiária e transparência nas contas públicas.
Bem antes de
começar a sessão, a própria direção da Câmara, sem interesse no debate, tratou de
descumprir o acordo de acomodação dos ocupantes na galeria.
No dia 7 quase toda a
galeria já estava tomada, desde cedo, por “militantes” sem vínculo com a
ocupação, gerando protestos sobre a quebra de acordo entre os ocupantes e a
direção da Câmara.
Sem interesse
no debate, a direção da Casa mandou reprimir os manifestantes que pretendiam
ocupar a galeria (já tomada pelos “militantes” possivelmente contratados pelos
próprios vereadores).
Houve tumulto,
os seguranças utilizaram spray de pimenta contra os manifestantes e os
vereadores, previamente combinados, trataram de inviabilizar a sessão.
Como se não
bastasse essa ópera bufa, os seguranças ainda foram à Praia Grande ameaçar os
estudantes na hora do almoço.
Essa Câmara de
São Luís, salvo raras exceções, é de dar vergonha.
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