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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

MARINA SILVA EM CARNE E OSSO

Para esquartejar politicamente a presidenciável Marina Silva (PSB) vamos partir de uma obviedade – o Congresso Nacional a ser eleito em 2014 deve ser igual ou pior que o de 2010.

É com essa gente (lobistas, crime organizado, empreiteiras, banqueiros etc) que Marina vai negociar a governabilidade.

O resto, é conversa fiada.

Durante a sabatina do jornal O Globo, hoje pela manhã, a candidata disse que vai governar com as “pessoas boas”, como se a política no Brasil fosse um clube de amigos.

Qualquer eleitor sabe que a ampla maioria dos partidos políticos é controlada por corporações de negociantes sanguessugas do dinheiro público.

As “pessoas boas” são a periferia da periferia nas legendas, geralmente sem mandato e fora do controle dos diretórios. Não decidem nada.

Feito esse esclarecimento, a retórica marineira, supostamente ingênua, cheira a demagogia.

E assim Marina vai maquiando a eleição, com produtos da Natura e gracejos ao Itaú, pregando uma “nova política” que até agora não conseguiu explicar.

METAMORFOSE AMBULANTE

Ambientalista, a presidenciável da floresta vai ceder no primeiro embate com as onças do PMDB e as cobras do DEM, sem falar nos sanguessugas do PT e nas aves de rapina do PSDB.

Na sua base, terá gente decrépita como o pastor-deputado Marco Feliciano (PSC) e até evangélicos mercadores da fé.

Originária de um partido igual a qualquer outro, o PSB, Marina terá de construir acordos com todos aqueles que condena. Fora dessa traquinagem, ela não governa.

Sem explicar a “nova política”, a socialista já mudou de opinião várias vezes.

Com uma postagem no twitter, o pastor Silas Malafaia emparedou Marina e reverteu o tópico do programa de governo dela sobre homoafetividade.

Se com apenas um twitaço de 140 caracteres Malafaia mudou a cabeça da candidata, imagine o estrago que a bancada faminta do PMDB pode fazer em um eventual governo marineiro.

MAIS DO MESMO

Marina formou-se no PT, conhece bem o governo e o Congresso. Sabe como as coisas funcionam. Ela devia assumir a política real e ser sincera, sem iludir o eleitor com o papo-furado de “nova política”.

Com essa conversa de governar com “pessoas boas” e praticar a “nova política”, ela não conseguiu mudar as práticas nem do próprio marido, o habilidoso Fábio Vaz, useiro e vezeiro dos governos do PT no Acre, onde os irmãos Viana são coronéis.

Marina não é de esquerda nem de direita e promete transformar em jardim do Éden uma floresta cheia de bichos predadores. Demagogia tem limite.

Pode ser uma decepção pior que Lula e Dilma juntos.

Marina presidente será o animal político de carne e osso, na selva de concreto de Brasília, onde ninguém quer saber de “nova política” e as “pessoas boas” são minoria respeitável, mas vulneráveis aos predadores.

Terêncio, o romano, dizia assim: “Nada de humano me é estranho”

No Brasil pós-Lula, tudo é possível. Até um Lula de coque e vestido longo.

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