Para esquartejar politicamente a presidenciável Marina Silva
(PSB) vamos partir de uma obviedade – o Congresso Nacional a ser eleito em 2014
deve ser igual ou pior que o de 2010.
É com essa gente (lobistas, crime organizado, empreiteiras, banqueiros etc) que Marina vai negociar a governabilidade.
O resto, é conversa fiada.
Durante a sabatina do jornal O Globo, hoje pela manhã, a
candidata disse que vai governar com as “pessoas boas”, como se a política no
Brasil fosse um clube de amigos.
Qualquer eleitor sabe que a ampla maioria dos partidos
políticos é controlada por corporações de negociantes sanguessugas do dinheiro
público.
As “pessoas boas” são a periferia da periferia nas legendas,
geralmente sem mandato e fora do controle dos diretórios. Não decidem nada.
Feito esse esclarecimento, a retórica marineira,
supostamente ingênua, cheira a demagogia.
E assim Marina vai maquiando a eleição, com produtos da
Natura e gracejos ao Itaú, pregando uma “nova política” que até agora não conseguiu
explicar.
METAMORFOSE AMBULANTE
Ambientalista, a presidenciável da floresta vai ceder no
primeiro embate com as onças do PMDB e as cobras do DEM, sem falar nos
sanguessugas do PT e nas aves de rapina do PSDB.
Na sua base, terá gente decrépita como o pastor-deputado
Marco Feliciano (PSC) e até evangélicos mercadores da fé.
Originária de um partido igual a qualquer outro, o PSB,
Marina terá de construir acordos com todos aqueles que condena. Fora dessa
traquinagem, ela não governa.
Sem explicar a “nova política”, a socialista já mudou de opinião
várias vezes.
Com uma postagem no twitter, o pastor Silas Malafaia
emparedou Marina e reverteu o tópico do programa de governo dela sobre
homoafetividade.
Se com apenas um twitaço de 140 caracteres Malafaia mudou a
cabeça da candidata, imagine o estrago que a bancada faminta do PMDB pode fazer
em um eventual governo marineiro.
MAIS DO MESMO
Marina formou-se no PT, conhece bem o governo e o Congresso.
Sabe como as coisas funcionam. Ela devia assumir a política real e ser sincera,
sem iludir o eleitor com o papo-furado de “nova política”.
Com essa conversa de governar com “pessoas boas” e praticar
a “nova política”, ela não conseguiu mudar as práticas nem do próprio marido, o
habilidoso Fábio Vaz, useiro e vezeiro dos governos do PT no Acre, onde os
irmãos Viana são coronéis.
Marina não é de esquerda nem de direita e promete
transformar em jardim do Éden uma floresta cheia de bichos predadores.
Demagogia tem limite.
Pode ser uma decepção pior que Lula e Dilma juntos.
Marina presidente será o animal político de carne e osso, na
selva de concreto de Brasília, onde ninguém quer saber de “nova política” e as “pessoas
boas” são minoria respeitável, mas vulneráveis aos predadores.
Terêncio, o romano, dizia assim: “Nada de humano me é
estranho”
No Brasil pós-Lula, tudo é possível. Até um Lula de coque e
vestido longo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário