FÓRUM DE MOBILIDADE URBANA: UMA PROPOSTA PARA SÃO LUÍS

Caos no trânsito de São Luís precisa de um enfrentamento através do diálogo com a população

A “gangorra” no preço da passagem de ônibus em São Luís revela o desencontro entre a Prefeitura e a cidade.

Sem diálogo com a população, o prefeito Edivaldo Holanda Junior (PTC) já começa a ser criticado até pelos aliados.

O aumento abusivo nos preços das tarifas, para atender às chantagens dos empresários, ampliou a rejeição do prefeito.

A reação imediata dos protestos obrigou a Prefeitura a recuar, mediante a intervenção do Palácio dos Leões para salvar o aliado no Palácio La Ravardière.

Atuando como bombeiro, o governador Flávio Dino (PCdoB) entrou no circuito e desonerou o ICMS sobre o diesel para baixar o reajuste.

Medida paliativa, a redução do aumento de R$ 0,40 para R$ 0,20 não resolve o problema.

O aumento ficou menor, mas ainda é alto para a grande massa trabalhadora que utiliza o transporte coletivo em São Luís.

A compra de novos ônibus também é paliativa. Funciona como remendo no tecido rasgado.

Para enfrentar o problema do transporte público, a Prefeitura, o Parlamento Municipal, o Governo do Estado e o Ministério Público precisam dialogar com a população.

É hora de construir um Fórum de Mobilidade Urbana, reunindo usuários, a Promotoria de Defesa do Consumidor, a Câmara de Vereadores, empresários e o poder executivo (estadual e municipal) na construção de saídas para o caos de São Luís.

Uma das principais tarefas do Fórum de Mobilidade Urbana é dar transparência às planilhas de custos dos empresários e aos contratos de concessão das linhas.

É inadmissível o segredo sobre algo tão importante na vida da população. Os moradores de São Luís têm o direito de saber como e quanto é investido no setor de transporte.

Ato contínuo, a Prefeitura deve convocar os usuários para discutir os parâmetros da licitação do transporte.

Trata-se de concessão pública; portanto, de amplo interesse da cidade.

A licitação tem de ser participativa, transparente e sob controle social, amplamente debatida com todos os envolvidos.

Os governos estadual e municipal, em diálogo com a população, precisam construir uma plataforma de mobilidade urbana para São Luís pautada no diálogo e na transparência.

Medidas paliativas só adiam o problema, que uma hora pode estourar e ter consequências piores para todos.

O prefeito Edivaldo Holanda Jr parece confiar sua reeleição na velha política das obras de última hora, maquiando a cidade com as repetidas operações tapa-buracos.

Pode ser que esta prática do passado ainda funcione em 2016, mas ela será atravessada por fatos novos e modificadores no comportamento dos usuários, a exemplo dos protestos.

Operações tapa-buracos sempre foram solução mágica na re(eleição) de prefeitos em São Luís. Mas, até quando?

Na hora de pagar a passagem, o eleitor vai sentir outro buraco - no orçamento familiar. Esse, o prefeito não pode tapar.