Um cineasta de São
Luís está animado com a ideia de rodar o filme “Maranhão 666: a besta-fera da
política”, fechando o ciclo audiovisual sobre os 50 anos da oligarquia liderada
por José Sarney, iniciado com a reportagem cinematográfica “Maranhão 66”, de
Glauber Rocha.
“Maranhão 666”,
segundo o idealizador, terá influências do cinema novo e da teledramaturgia
brasileira, inspirada na novela “O bem amado”, de Dias Gomes, sucesso na TV Globo
em 1973.
Paulo
Gracindo interpreta Odorico Paraguaçu, prefeito corrupto e coronel de Sucupira,
às voltas com a inauguração de um cemitério, mas sem sucesso na estreia da
obra, devido à falta de um morto na cidade.
Nos primeiros
capítulos, Paraguaçu desdobra-se para fabricar um defunto, mas não obtém os resultados esperados.
HOMENAGEM A SARNEY
Suando nas têmporas,
entre colheradas de caldo de peixe-pedra, iguaria maranhense pescada nas
proximidades da ilha de Curupu, uma das propriedades de José Sarney, o diretor
de “Maranhão 666” antecipou parte do roteiro.
A ideia de batizar o
cemitério com o nome de José Sarney reitera o culto à personalidade do oligarca
e dos integrantes do clã, cujos nomes estão fartamente inscritos em prédios e
diversos ambientes públicos em todo o Maranhão: maternidade, fórum, tribunais,
escolas, postos de saúde, bibliotecas, ruas, avenidas, vilas, bairros etc.
“Se para nascer,
morar, estudar, julgar, transitar e fazer quase tudo no Maranhão temos de
passar pelos locais com os nomes da família Sarney, é justo que o chefe do clã
seja homenageado com um cemitério. Esse é o sentido do filme”, explicou o
diretor.
DEFUNTO NÃO FALTA
Ao contrário da peleja
de Odorico Paraguaçu para encontrar um morto e inaugurar o cemitério, “Maranhão
666” terá vários defuntos simbolizados com os nomes das obras prometidas e
nunca realizadas pelos governadores sarneístas e herdeiros do oligarca.
De acordo com o
diretor, haverá o enterro simbólico de muitos projetos que nunca saíram do
papel, mas vários tiveram dinheiro liberado: Refinaria da Petrobras, Fábrica de
Componentes Automotivos (Usimar), Estrada Arame-Paulo Ramos, Projeto Salangô
(agricultura irrigada), Fábrica de Confecções de Rosário e, recentemente, a
avenida 4º Centenário e o resto da Via Expressa.
EFEITO DE REALIDADE
Após uma exaustiva
exposição sem consenso sobre realidade e ficção, o mentor de “Maranhão 666”
sacramentou a participação do prefeito Edivaldo Holanda Junior (PTC) para
cortar a fita inaugural do cemitério, argumentando que Holandinha é perfeito
para esse papel. “Na aparência, é a versão botox de Odorico Paraguaçu”, fundamentou.
Segundo o diretor, o
Complexo Penitenciário de Pedrinhas, conhecido nacionalmente por fugas, motins
e macabras degolas de presos, foi escolhido como cenário principal para dar um
tom trash ao filme, porque sintetiza
os quatro eixos da arquitetura cênica: crime, castigo, política e morte.
Em respeito às
famílias dos presidiários, as imagens de presos degolados não serão
incorporadas à película. O diretor vai trocá-las pelos grotescos rituais do
abate de gado, fáceis de capturar nos matadouros clandestinos de São Luís.
“O filme é melodrama e
sangue, Macunaíma devorado por Oswald de Andrade”, justificou o idealizador da
película.
CAIXÃO ESPECIAL
O diretor faz segredo
sobre um caixão especial que vai encerrar o filme, mas antecipou que se trata
de algo relacionado ao enterro de um indigente político.
Parte das locações será
feita em Alcântara, contou o diretor, para capturar imagens do Maranhão em ruínas.
Ele antecipou ainda
que José Sarney será convidado especial para a sessão de estreia do filme, no
início de 2015.
Temendo represálias, o cineasta pediu para não ser identificado.
4 comentários:
Ñ vejo a hora de ver esse lançamento. Só vai falar o q a maioria dos brasileiros ñ sabem ou ñ tem certeza dos males q os Sarneys já fizeram para o no9sso estado.
Olha que não seria má ideia, afinal de contas, a filha dele financiou toda a barbárie que ocorreu por lá ainda ocorre. O mausoléu poderia se chamar, aqui jaz a personificação da irresponsabilidade.... Ou, aqui jaz o homem cuja filha destruiu um estado que antes era tão pacifico.
Olha que não seria má ideia, afinal de contas, a filha dele financiou toda a barbárie que ocorreu por lá ainda ocorre. O mausoléu poderia se chamar, aqui jaz a personificação da irresponsabilidade.... Ou, aqui jaz o homem cuja filha destruiu um estado que antes era tão pacifico.
Olha que não seria má ideia, afinal de contas, a filha dele financiou toda a barbárie que ocorreu por lá ainda ocorre. O mausoléu poderia se chamar, aqui jaz a personificação da irresponsabilidade.... Ou, aqui jaz o homem cuja filha destruiu um estado que antes era tão pacifico.
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